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Oswald Chambers

(1874-1917)

1 De Março
A Pergunta Que nos Corta
"Tu me amas?" João 21.17

A resposta de Pedro nesta pergunta acutilante nada tem de comum com aquela ousadia declarada de uns dias atrás quando disse: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo algum te negarei", Mt.26.33-35. A nossa individualidade natural, nosso ânimo natural corajosamente professa e declara seu sentir; o amor verdadeiro, porém, só se manifestará quando é tocado pela tristeza causada por uma pergunta penetrante colocada de um jeito muito pessoal por Jesus Cristo. Pedro amava Jesus como qualquer homem natural apreciaria um homem bom. Isso é amor temperamental; ele pode penetrar fundo na individualidade de cada um, mas não toca na raiz do ser da pessoa. O verdadeiro amor simplesmente não se professa dessa forma. Jesus disse: "Todo aquele que me confessar diante dos homens", isto é, amor expresso não apenas por palavras mas por tudo quanto faz.

A menos que tenhamos sido magoados ao ponto de não termos mais ilusões em relação a nós próprios, a Palavra de Deus não será actuante em nós. A Palavra de Deus fere mais fundo que qualquer pecado, porque o pecado embola o sentimento. A pergunta do Senhor intensifica o sentimento de tal maneira que ser magoado por Jesus é sentir a mais intensa dor que se possa imaginar. Ela magoa não apenas de maneira natural, mas de um modo pessoal e muito profundo. A Palavra do Senhor penetra até dividir alma e espírito; não deixa nenhuma ilusão pairando ainda. Não há possibilidade de se ter uma atitude sentimental diante da pergunta do Senhor; não conseguimos dizer coisas bonitas quando o Senhor nos fala assim sem desviar seu olhar - a dor é intensamente terrível. É tão grande que quaisquer outros interesses perdem toda a sua relevância. Não existirá dúvida quando a Palavra do Senhor é direccionada a um filho dele pela intensa dor que causa; mas, no momento dessa dor, é também quando nos é revelada a verdade d'Ele.

José Mateus
zemateus@msn.com