DEUS ENTRE OS ZULUS

 

“NÓS VIMOS A SUA GLÓRIA”

1966-1976

 

por

Kurt E. Koch Th.D. (1913 – 1987)

 

 

Bibel- und Schriftenmission

Dr. Kurt E. Koch  e.V.

D-73527 Schwäb. Gmünd-Lindach

Germany

 

God among the Zulus por Kurt E. Koch Th.D.

Tradução inglesa a partir do livro alemão,

Gott unter den Zulus, publicado por Bibel- und

Schriftenmission Dr. Kurt Koch e.V.

D-73527 Schwäb. Gmünd-Lindach / Germany

www.schriftenmission.de

 

TRADUÇÃO PORTUGUESA A PARTIR DO LIVRO INGLÊS, REVISTO E CORRIGIDO EM 2010-2011

ISBN 3-924 293-62-7

 

Todos os Direitos Reservados

 

Copyright  Erlo Stegen

2011

 


 

Conteúdo

A.   PREFÁCIO

B.    COMO DEUS ORGANIZA

C.    MEU CAMINHO ATÉ AOS ZULUS

D.   UM POUCO DA HISTÓRIA DOS ZULUS

E.    O SENHOR GLORIFICADO

F.    O DEUS DO JUÍZO

1. UM PRÍNCIPE ASSASSINADO

2. OS 24 ANOS DE GUERRILHAS TRIBAIS

3. A GUERRA DOS 100 ANOS

4. A CONVERSÃO DE GABAJANA MABASO

G.   O DEUS QUE PLANIFICA

1. CONVERSÃO DO JOVEM ERLO STEGEN

2. DESAPONTAMENTOS NO MINISTÉRIO

H.   O DEUS QUE ABENÇOA

1. A LUTA PARA ALCANÇAR A BÊNÇÃO DE DEUS

2. OS CÉUS ABREM-SE

3. CONSEQUÊNCIAS DO DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO

A) PREGAÇÃO

B) CURA

C) LIBERTAÇÃO

D) A EXTENSIVA BÊNÇÃO DO EVANGELHO DE JESUS CRISTO

I.     O SENHOR SALVADOR

1. DUBULILE ZUMA

2. BARNEY CASUYISE

3. THEMBANI

4. O TESTEMUNHO DE UM ANALFABETO

5. A CONVERSÃO DE UM MINISTRO

6. AS ESCOLAS EXPERIMENTAM O EVANGELHO

J.     O SENHOR QUE CURA

1. CURA DA LEPRA

2. CURA DE DOENÇA DE RINS

3. CURA DE HIDROPISIA E DE PARALISIA

4. CURA DE DOENÇA CARDÍACA

5. CURA DE SURDOS-MUDOS

6. CURA DE ESTERILIDADE

7. CURA DE PARALÍTICOS

8. CURA DE CEGOS

A) A CURA DE 11 CEGOS

B) AVOZINHA NJALI

C) CURA DE CEGO DURANTE ACONSELHAMENTO

9. CURA DE TUMOR

10. CURA DE DOR DE DENTES

11. CURA DOS INTESTINOS

12. CURA DE HEMORRAGIA INTERNA

13. ESPASMOS

14. A SANDÁLIA

15. APÊNDICE: CURAS NA INDONÉSIA

K.    O SENHOR QUE AJUDA

1. AJUDA DE DEUS NO HOSPITAL

2. UM MANTO NOVO

3. PROBLEMAS NUM CARRO

4. PROBLEMAS MARITAIS

5. AJUDA PARA MORDIDA DE COBRA

6. AJUDA CONTRA ROUBO

7. AJUDA NA TEMPESTADE

L.    O SENHOR QUE LIBERTA

1. LIBERTAÇÃO DE ALCOÓLATRAS

2. LIBERTAÇÃO DE ENDEMONINHADOS

3. LIBERTAÇÃO DE BRUXAS E DE FEITICEIROS

4. A EX-FEITICEIRA MAGAKANYE

5. O SACERDOTE ANGLICANO

6. O FEITICEIRO NA CASA MORTUÁRIA

7. O SANGUE DE JESUS CRISTO

8. PASTOR E FEITICEIRO AO MESMO TEMPO

9. BAILARINA DE BOATE E FEITICEIRA

10. O SÍMBOLO DA COBRA

11. EXEMPLOS VINDOS DO “LABORATÓRIO” DE UM FEITICEIRO

12. ATAQUES DEMONÍACOS

13. ROGAR A PRAGA DE MORTE

14. LIBERTAÇÃO DE FANTASMA

15. A LIMPEZA DE UMA CASA ENFEITIÇADA

16. A LIBERTAÇÃO DA FILHA DE UM MINISTRO

M.  O DEUS QUE RESSUSCITA DA MORTE

N.   O DEUS QUE CHAMA

O.   O DEUS QUE PURIFICA

1. LIMPEZA QUE LEVA À CURA DE ENTERITE

2. LIMPEZA QUE LEVA À CURA DE NEFRITE (INFLAMAÇÃO RENAL)

3. PERDÃO TRAZ MUDANÇA NO RELACIONAMENTO

4. COMPLICAÇÕES PÓS-CIRÚRGICAS

5. DESCARTADO

6. RALPH WITTHÖFT

P.    O DEUS QUE OPERA

1. OS DONS DO ESPÍRITO

2. FALAR EM LÍNGUAS E INTERPRETAÇÃO

3. O DOM DA PROFECIA

4. O DOM DE CURA

5. DOM DA OPERAÇÃO DE MILAGRES

6. OS MILAGRES DA LUZ

Q.   O SENHOR QUE SE REVELA

1. O MENINO DE 4 ANOS DE IDADE, KWASI

2. A MENINA DE 11 ANOS DE IDADE, LINDIWE

A) VISÃO DE UMA MENINA NA ESCOLA

B) VISÃO DE UM CRIMINOSO

C) VISÃO DE UM FUNCIONÁRIO DO HOSPITAL

3. NOKUTULA DE 15 ANOS DE IDADE

4. PENSAMENTOS REVELADOS

5. VISÃO DE EMANUEL

6. UMA VISÃO CONFIRMADA POR UM SONHO

7. VISÃO DE UM PASTOR ZIONISTA

8. VISÃO DE UM CATÓLICO

9. VISÃO EM PELOTAS

10. ACONSELHAMENTO ESPIRITUAL ATRAVÉS DE UM SONHO

11. SONHOS DE AVISO

12. A VISÃO DE JOE NEWLAND

R.    O DEUS QUE FALA

1. INSPIRADO PELO ESPÍRITO SANTO

2. UMA MISSÃO NA NOITE

3. ACONSELHAMENTO ESPIRITUAL ATRAVÉS DAS INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO ESPÍRITO SANTO

4. DEUS PREVINE UM CASAMENTO

S.    O SENHOR QUE GUIA E LIDERA O CAMINHO

1. UMA HISTÓRIA DE TABACO

2. MEIA-COROA

3. CASAMENTO CONTRA A VONTADE DELA

4. NÃO QUERIA CASAR

5. DIFICULDADES COM A POLIGAMIA

6. ZELO DE BOAS INTENÇÕES – MAS, AINDA ASSIM ERRADO

7. GUIANDO NA VIDA DE ORAÇÃO

T.    O SENHOR QUE PROTEGE

1. PROTEGIDOS DAS AUTORIDADES DA IGREJA

2. PROTEGIDO DAS AUTORIDADES SECULARES

3. PROTEGIDO DE FAMILIARES DESCRENTES

4. PROTEGIDAS DE SEUS ESPOSOS

5. PROTEGIDOS DE GANGSTERS

6. PROTEGIDOS DA MAGIA

7. AS NORAS

8. OS ANJOS OLHAM E VIGIAM

U.   O SENHOR SANTO

1. KISTA PILLAY

2. OS DESVIADOS

3. CORAÇÃO DIVIDIDO

4. PERDA DE PODER

5. OPORTUNIDADE PERDIDA

6. MANDLENKOSI

V.   O SENHOR QUE CASTIGA E REPREENDE

1. JULGAMENTO DE CRISTÃOS NOMINAIS

2. JULGAMENTO DE UMA PROSTITUTA

3. JULGAMENTO DE UM FEITICEIRO

4. JULGAMENTO DE UM PREGADOR

W.  O SENHOR QUE PROVIDENCIA

1. CAMAS PARA O HOSPITALZINHO DO ERLO

2. QUESTÕES DE TRANSPORTE

3. AUTO-AJUDA

4. AJUDA DIRETA

X.    GLORIA AO SENHOR

Y.    O DESEJO ARDENTE POR AVIVAMENTO

1. ORAÇÃO PERSISTENTE

2. CONVICÇÃO DE PECADO ATERRADORA

3. PRONTIDÃO PARA CONFESSAR

4. NADA DE CEDÊNCIAS

5. DEVOÇÃO TOTAL

6. PEGOS PELO FOGO

 

 

 


 
PREFÁCIO

 

Esta é uma história muito importante porque conserva um significado para o futuro. A Igreja de Jesus Cristo mantém-se viva através de avivamentos.

A China é um bom exemplo para os nossos tempos. Mesmo tendo passado por perseguições que não conseguimos imaginar, nunca conseguiram apagar a memória da Igreja e não conseguiram extinguir o fogo de avivamento. Uma das razões foi a experiência de avivamento nos tempos de Jonathan Goforth, tal como escreveu em seu livro “Pelo Meu Espírito”.

Todos os avivamentos têm semelhanças marcantes: convicção profunda de pecado e sua consequente confissão detalhada; libertação de todo pecado; pregação do Evangelho em sua pureza; os cânticos de vitória através do sangue do Cordeiro e a confirmação dos céus através de sinais e maravilhas. A oração precede todos estes acontecimentos.

Publicamos este livro sobre avivamento para que todos possam saber que a África do Sul necessita das nossas orações. Não são somente os europeus da África que necessitam de avivamento. Se olharmos ao nosso redor, apercebemo-nos que toda Igreja necessita de avivamento. Na verdade, a solução de Deus para a África é a mesma solução para toda a Igreja. O Apartheid não é (era) pior que a homossexualidade, adultério, assassínio de crianças inocentes que ainda não nasceram, hipocrisia e outras coisas mais.

 

COMO DEUS ORGANIZA

 

No dia 9 de Abril de 1976, eu estava sentado, em Pretoria, com o organizador das minhas palestras na África do Sul. Ele dizia: “Precisamos entrar nas universidades para que os estudantes possam ouvir esta mensagem importantíssima”.

Na mesma noite, eu estaria dentro dum avião da Lufthansa de volta para a Alemanha. Seriam 13 horas fatigantes de viagem. Os nossos pés incham e é incômodo. Depois de levantarmos vôo de Nairóbi, os 365 assentos foram ocupados por estudantes, filhos de oficiais alemães, homens de negócios e algumas pessoas indo para casa passar as férias de páscoa.

Mas, uma coisa fez com que me esquecesse de todos os incômodos. Quando tomava o meu lugar a bordo do avião, orei e disse: “Senhor, permite que venha alguém para o meu lado com quem possa partilhar o evangelho e falar sobre Ti. Dá-me essa oportunidade”.

Haviam passado apenas dez minutos depois do avião ter levantado vôo e o meu vizinho tirou a sua Bíblia e começou a ler no livro de Ester. Não conseguia acreditar nos meus olhos! A minha oração havia sido ouvida tão rapidamente!

Expressei a minha alegria ao homem do meu lado e disse-lhe: “Sabe, eu pedi a Deus para colocar alguém do meu lado com quem pudesse falar de Deus e do Evangelho ­- e eis aqui a resposta!”

A minha alegria foi ainda maior quando me respondeu que havia feito a mesma oração. Esta experiência maravilhosa foi apenas o começo. Ao trocarmos os nossos endereços um com o outro, o meu vizinho exclamou muito surpreendido: “O senhor é o Dr. Kurt Koch?” Confirmei que era eu mesmo.

“Eu li os seus livros ‘AVIVAMENTO NA INDONÉSIA’ e ‘ENTRE CRISTO E SATANÁS’. O senhor voltará à África do Sul brevemente? Eu sou docente na Universidade de Pretória. Gostaria que o senhor desse umas palestras entre os estudantes”.

Foi mais um milagre. Apenas umas horas antes, o meu colaborador havia-me falado de sua intenção de falarmos para os estudantes universitários. E eis ali a primeira porta abrindo-se. Dei o endereço do meu colaborador e organizador. Pouco depois, o professor universitário continuou com o livro de Ester e eu lia o de Crónicas.

O vôo cansativo tornou-se mais agradável para ambos ao compartilharmos a alegria mútua sobre a forma maravilhosa como Jesus guia. Entre os restantes 365 passageiros naquele avião, dois discípulos de Cristo, um alemão e outro sul-africano, foram colocados lado a lado. Era, realmente, a providência de Deus. E tudo tornou-se mais claro quando conversávamos. Os antepassados do meu acompanhante eram de origem alemã. Eram de nome Röttchers. Duas das três gerações viveram em Muden, Kwa-Zulu, Natal. Eu havia estado nesse local uns dias antes. Acabamos por descobrir que era um parente muito distante de Erlo Stegen, o homem que se tornou um instrumento poderoso nas mãos de Deus.

Quando Deus faz uma coisa, Ele a faz de maneira completa e perfeita. Só nos podemos maravilhar.

 

MEU CAMINHO ATÉ AOS ZULUS

 

Em 1963, o Pastor Albert Brandt de Pretoria organizou uma série de palestras para mim por toda a África do Sul. Durante essa ocasião, recebi um convite do Dr. Peter Beyerhaus, agora professor na Universidade de Tübingen, na Alemanha, para falar no Seminário Teológico de Mapumulo.  Lembro-me perfeitamente que o último discurso que fiz foi sobre o tema “A REALIDADE DO ESPÍRITO SANTO EM NOSSAS VIDAS”. Fui pessoalmente muito tocado nesse dia. Ao orar para finalizar a palestra, orei para que houvesse um avivamento entre os Zulus. De seguida, alguns Zulus vieram para aconselhamento afirmando que aquela mensagem havia tocado em seus corações e em suas consciências.

No meio da audiência estava um jovem branco, o qual eu não conhecia na altura. Ele também se lembra daquela última mensagem sobre a realidade do Espírito Santo em nossas vidas. Doze anos mais tarde, ele escreveu-me dizendo o seguinte: “Deus ouviu a sua oração com a qual encerrou a sua palestra. Estamos experimentando avivamento entre os Zulus”.

Em uma das suas viagens à Alemanha em 1975, este irmão (Erlo Stegen) convidou-me para visitar a zona de avivamento na África do Sul. Eu também já ouvira falar de algumas coisas entre os Zulus. O nosso amigo em comum, Karl Stöckmann, disse-me: “Estão a acontecer coisas aqui muito parecidas com as da Indonésia”.

Sempre foi meu hábito visitar avivamentos diferentes concedidos pelo Senhor em várias partes do mundo. Assim, viajei em Março de 1976 para visitar o avivamento entre os Zulus. Não havia nenhum exagero nas coisas que ouvira contar. Após algumas semanas com os Zulus, eu dizia como a Rainha de Sabá: “Não me contaram a metade do que se está passando aqui”. Depois dos meus relatos sobre o avivamento na Indonésia, fui duramente atacado e crucificado pelos racionalistas, pelos ortodoxos e por outros viciados em inveja. Por essa razão, certifiquei-me que teria testemunhas íntegras e fotografias boas e bem documentadas.

Mais ainda, quero afirmar aqui, categoricamente, que as histórias ou os relatos aqui documentados não foram inventados e nem exagerados. Foi tudo bem investigado por mim pessoalmente, tal como as coisas que aconteceram na Indonésia. É algo trágico que, servindo ao Senhor de todo o coração e de forma sincera e honesta, eu ainda seja duramente atacado por Cristãos. O Erlo confirmou-me essa mesma tendência quando conversávamos sozinhos em ocasiões mais sossegadas.

Nos últimos dez anos, os mesmos milagres e acontecimentos que ocorreram na Indonésia, estão acontecendo entre os Zulus.

 
UM POUCO DA HISTÓRIA DOS ZULUS

Eis aqui uns pequenos excertos sobre a história dos Zulus para aqueles a quem possa interessar. Os seguintes livros (em Inglês) podem ser consultados:

·      The Washing of the Spears por Donald R. Morris

·      Shaka Zulu por R. Ritter

·      40 Years among the Zulus pelo missionário Tyler

·      500 Jahre Geschichte Südafrikas por Dr. Müller (Alemão)

 

A zona tribal dos Zulus vem desde o Rio Pongola, no norte, até Pondoland no sul; e do Blood River (Rio de Sangue) até à costa, no Índico. Para aqueles que não estão familiarizados com estes detalhes geográficos, digamos que vai desde Durban até às fronteiras da Suazilândia. Esse é o domínio dos Zulus.

Precisamos olhar um pouco para a origem dos Zulus. Por volta do ano 1680, um subchefe dos Nguni seguiu até à costa do Oceano Índico. Seguiram com ele somente cerca de cem pessoas. Quando esse subchefe, Mandalela, faleceu, o seu filho com o nome Zulu tornou-se automaticamente o chefe do clã. O povo começou a intitular-se orgulhosamente de “Ama Zulu”, o que significa “O povo do Céu”. Na verdade, é um nome com muito significado se levarmos em conta a grandiosa obra espiritual que está decorrendo atualmente no meio desta tribo.

Cem anos depois, esta tribo havia crescido até uma população de cerca de 15.000. Em 1780, Senzangakona era o chefe da tribo. Quando recebeu a notícia de que lhe havia nascido um filho com o nome de Shaka, de Nandi, a sua terceira esposa, trouxe-os para o seu Kraal real.

Seis anos depois, a tribo passou por momentos de grande tribulação. Havia muita fome. Senzangakona expulsou Nandi e seu filho para reduzir o numero de pessoas no seu Kraal. Foi o início dum tempo terrível para os dois. Contudo, conseguiram proteção dentro da sua própria tribo, os Enlangeni, mesmo sendo desprezados por eles. Shaka cresceu sem a proteção de um pai e sem conforto. Era ridicularizado por todos os jovens da sua idade. Um ódio contra o clã de seu pai e de sua mãe começou a consumi-lo. Jurou vingar-se assim que a oportunidade surgisse.

As coisas tornaram-se intoleráveis para o filho e a mãe. Ela fez uma segunda tentativa para ser aceite no clã do seu tio, Dingiswayo, de Mthethwa. Foram bem recebidos dessa vez. Shaka tornara-se um pastor de gado diligente. Os moços da idade dele tomavam conta dos rebanhos. Mas, Shaka destacava-se acima de todos os outros pela sua bravura e habilidades. Dingiswayo, o chefe do clã, também se apercebeu dessas características. Não havia ninguém como Shaka. Era muito hábil com uma lança. Em certa ocasião, matou um leopardo em cima duma árvore com ela. Em outra ocasião, matou uma Mamba Negra (serpente muito perigosa, agressiva e rápida desta zona da África, a qual ataca em segundos e alcança grandes velocidades). Nunca antes se ouvira que alguém, alguma vez, tenha matado uma Mamba Negra com uma lança.

Shaka não era um guerreiro. Ele isolava-se com frequência para meditar e para se ocupar com os seus sonhos. Esses sonhos não foram infrutíferos. Aos 23 anos de idade, foi recrutado para as tropas de Dingiswayo. Nos seis anos seguintes de treino intenso, Shaka não apenas se revelou ser um guerreiro invencível, mas, mudou muitas táticas e estratégias que usavam e, também, as armas que usavam. Uma das coisas que mudou foi: os guerreiros levavam com eles umas quatro lanças para serem lançadas. Mas, Shaka introduziu uma lança curtinha com a qual deveriam matar o inimigo sem ser lançada. Shaka explicava: “Não se pode lançar para longe a nossa arma. Não podemos lançar a nossa arma”. Também foram modificados os escudos, fazendo uma curva para diante na parte de cima. Serviriam para empurrar os escudos de proteção dos inimigos para um lado para ficarem desprotegidos e para que a mão direita pudesse espetar o coração deles. Era um novo método de combate corpo-a-corpo. Shaka também recusou o uso de sandálias e proibiu isso mesmo aos seus guerreiros, dando ele o exemplo. Era mais uma forma de melhorar a agilidade dos guerreiros. Com isso, a sola dos pés dos guerreiros tornava-se mais dura que couro e não se feriam nem com espinhos e nem com pedras.

Dingiswayo reconheceu o talento de liderar de Shaka e enviou-o de volta para a tribo Zulu quando ele tinha a idade de 29 anos. Não havia visto a sua tribo durante 23 anos e, entretanto, seu pai havia falecido. Mas, esta mudança não era altruísta. Dingiswayo desejava que Shaka pudesse liderar a tribo para torná-la uma força militar que pudesse travar os ataques do norte de outras forças tribais.

Shaka não foi bem recebido no seu clã porque era desconhecido. Entretanto, o seu meio-irmão havia tomado o trono de seu pai. Quando Shaka chegou com a sua escolta, o seu irmão estava tomando banho no rio. Shaka entrou na tribo e sentou-se no trono de seu pai sem levar em conta a frieza dos líderes ali presentes em relação ao seu ato. Toda a oposição era severamente castigada com a pena de morte. Ninguém manifestou vontade de opor-se a Shaka. Começara a era dos Zulus. Nos 12 anos que se seguiram, do ano 1816 até 1828, Shaka construiu um reino grandioso e temido. Ele começou a ser visto como o Napoleão dos Zulus e os seus soldados como os Spartans Negros.

No início do seu reinado, a tribo Zulu tinha apenas 350 soldados mal treinados. Um ano depois, já era composta por 2.000 soldados bem disciplinados e temíveis, os quais amedrontavam as tribos vizinhas. Quando ele proibiu o uso das sandálias, houve quem murmurasse contra a decisão. Ele castigava os queixumes dos relutantes colocando-os a dançar sob o ritmo de certas musicas nos terrenos onde havia muitos espinhos. Aqueles homens que não conseguissem manter o ritmo da musica sobre os espinhos eram imediatamente mortos. Todos os subchefes estavam autorizados a fazer isso, mas, Shaka usava este privilégio muito livremente. A menor falha ou ofensa terminava com pena de morte. O escritor Morris relata em seu livro que aqueles que cortavam o cabelo de Shaka eram mortos se puxassem um único cabelo da sua cabeça. Qualquer um que espirrasse durante uma refeição era morto.

Nos três anos que se seguiram, o seu exército já era constituído por 20.000 excelentes guerreiros. Este número de soldados tornou-se possível porque os clãs vizinhos integraram-se voluntariamente na tribo Zulu. Os treinos eram tão duros e tão exigentes que os guerreiros poderiam caminhar cerca de 80 km sobre solos difíceis em apenas um dia. As tropas inglesas e os colonos conseguiam fazer um máximo de 24 km num dia. Mas, Shaka não exigia nada de seus soldados que ele próprio não fizesse. Quando sua mãe, Nandi, adoeceu, ele encontrava-se a 128 km do seu Kraal. Quando lhe deram a notícia, ele caminhou essa distância em 20 horas sem descansar.

Shaka teve muitas oportunidades para demonstrar a superioridade das suas táticas e capacidades. A tribo Ndandwe atacou-o com 18.000 homens. Foi o maior exército que o enfrentara até aquele dia. Haviam invadido o seu território. Como é que ele fez a sua defesa? No primeiro dia, ele não atacou. Durante a noite, enviou vários homens para perturbarem o sono dos seus inimigos e para não os deixarem dormir. Também removeu todo o gado e comida de toda aquela área. No dia seguinte, enfrentou um exército cansado e esfomeado. Os Ndandwe foram derrotados sem piedade. Com a sua perícia, ele até conseguiu apoderar-se do Kraal do rei dos atacantes. A estratégia foi a seguinte: enviou seus próprios soldados ao Kraal de Zwide, o rei dos Ndandwe. Eles seguiam cantando os hinos de vitória dos seus inimigos e Zwide pensava que eram os seus soldados voltando vitoriosos. Quando se apercebeu do engano, já era tarde demais.

O objetivo deste livro não é contar as historias destas grandes guerras tribais e as grandes conquistas dos Zulus. Com a idade de 29 anos, Shaka controlava 16 km2 de território. No fim do seu reinado, ele reinava sobre um território do tamanho da Suíça. Muitos clãs e tribos uniram-se a ele voluntariamente, chamando-se a eles mesmos de Zulus e gozando da fama do seu rei invencível. Mas, as vitórias de Shaka subiram-lhe à cabeça. As experiências da sua infância haviam colocado muito ódio em seu coração e, por essa razão, havia-se tornado um tirano e um déspota.

Após a morte de Nandi, a sua mãe, parecia que havia perdido todo o bom senso. Durante o funeral, mandou quebrar as pernas e os braços de dez dos seus servos leais e enterrou-os vivos juntamente com sua mãe falecida. No ano que se seguiu, toda a mulher que engravidasse, era morta juntamente com o marido. Ordenou que cem corpos de mulheres grávidas fossem abertos para que pudesse ver os filhos dentro delas. Essas coisas horríveis vêm relatadas nas páginas 98-107 do livro de Morris.

O fim de Shaka foi igual ao de muitos outros tiranos. Morreu numa emboscada. Seu próprio irmão matou-o com a ajuda de dois cúmplices. Isso aconteceu por volta do ano 1828, quando Shaka tinha 41 anos de idade. Reinara durante 12 anos. Durante esse tempo, o seu povo havia-se tornado uma poderosa nação. Mas, sabemos que as nações fundadas por tiranos nunca duram muito tempo. Cinquenta anos depois da morte de Shaka, os Ingleses e outros colonos Europeus bateram os Zulus.

Não temos muito a dizer sobre a condição espiritual desta tribo. Desde a infância que os Zulus são tradicionalmente envolvidos na feitiçaria e na adoração ancestral. Shaka e seus seguidores ofereciam sacrifícios aos antepassados. Depois que Nandi faleceu, Shaka ofereceu 40 bois aos espíritos de seus antepassados para apaziguá-los e para que recebessem sua mãe de maneira digna.

Será bom, agora, dar um pouco de conhecimento sobre as atividades missionárias na área. Muitos livros foram escritos a esse respeito. Cerca de 50 grupos de missionários (uns maiores e outros menores) trabalharam na África do Sul durante 150 anos. Mas, também não é o propósito deste livro publicar essas atividades.

Existiram muitos pioneiros em Zululand, tais como o missionário Europeu Merensky da Missão Berliner em 1858. No mesmo ano, havia missionários ativos no Traansval e em Kwazulu, Natal vindos da Missão Hermannsburg. Num lugar perto de Pietermaritzburg, fundaram uma escola missionária, a qual tem ainda hoje cerca de 300 alunos. São, maioritariamente, filhos de colonos alemães.

Muitas cidades em KwaZulu-Natal têm nomes alemães. Como Hermaansburg, New Hanover, Harburg, Lüneburg, Uelzen, Wittenberg, Wartburg entre outras. Podemos ver por que razão não foi difícil os missionários luteranos obterem grande apreço e sucesso entre os seus conterrâneos que necessitavam de cuidados e ajuda espiritual. Erlo Stegen e seus irmãos também frequentaram a escola de Hermaansburg. A família Stegen, a qual está muito ativa na obra missionária da região, têm as suas raízes na Igreja Luterana de Lilienthal.

 
O SENHOR GLORIFICADO

 

Este livro é um relato de acontecimentos espirituais entre os Zulus na presente época. Os nossos olhos precisam estar afixados no Senhor exaltado e não nos homens.

Ao mencionar os nomes das pessoas usadas pelo Senhor neste avivamento, que fique claro que a finalidade é tornar os relatos simples. Por vezes, pode parecer que estamos exaltando o homem, mas, é a Jesus que estamos glorificando aqui. É Deus quem é glorificado através dos homens humildes desta obra.

Paulo escreve em 1 Cor.4:7: “Que tens tu que não tenhas recebido?” As coisas que aconteceram e ainda acontecem entre os Zulus são feitas pelo Deus vivo. Por essa razão, os nossos olhos estão colocados n’Aquele que originou todo este movimento, o Senhor Jesus Cristo.

Onde o homem é glorificado, qualquer avivamento termina abruptamente. É principalmente por essa razão que um avivamento dado por Deus não é alcançado facilmente. Mas, pode perder-se um avivamento facilmente. A Bíblia diz:

Deut.32:3: “Porque apregoarei o nome do Senhor; engrandecei a nosso Deus”.

Sal.16:8: “Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim…”.

Sal.115:1: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Teu nome dá glória”.

Is.42:8: “Eu sou o Senhor; este é o Meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem”.

Mat.17:8: “E, erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus”.

Apoc.4:11: “Digno és, Senhor, de receber glória, e honra, e poder”.

Quero dar um pequeno exemplo que dá ênfase às porções das Escrituras que mencionei. Muitos anos atrás, dirigi uma reunião Cristã na Floresta Negra, na Alemanha. Depois da reunião, um irmão acompanhou-me pela montanha abaixo, até chegarmos ao fundo do vale. Era terreno perigoso e muito escuro e, por essa razão, seguramos a mão um do outro para nenhum de nós cair desamparado. No escuro e para sabermos por onde íamos, olhávamos para cima. Por cima das árvores, conseguíamos ver o céu um pouco mais brilhante, o que nos ajudava a manter o nosso curso.

Esta experiência insignificante tornou-se uma grande parábola para mim. Os tempos em que vivemos estão a escurecer cada vez mais. Por isso, precisamos de companhia segura e, também, de sinais que nos guiem pelo caminho, os quais recebemos olhando para cima, para o Senhor.

No tocante ao avivamento entre os Zulus, uma verdade torna-se clara. Jesus enviou os seus discípulos aos pares, de dois em dois. Entre os Zulus, vemos o mesmo padrão sendo seguido. Também precisamos da liderança de Deus para podermos manter a nossa caminhada. Erlo Stegen tem um numero de cooperadores e cada um deles olha para o Senhor para receber instruções. Eles não olham uns para os outros, mas, para o Senhor. Neste livro, pode notar-se como é trazida glória e honra ao Seu nome através de tudo que vem acontecendo sempre que Deus guia.

Em Fil.2:9 lemos o seguinte: “Por isso, também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome…”

 

O DEUS DO JUÍZO

 

Em Jzs. 7 lemos sobre a batalha contra os Midianitas. Quando o grito de guerra soou, isto é, “a espada do Senhor e de Gideão”, todo o exército do Midianitas claudicou e fugiu em desespero para todos os lados. Jzs.7:22: “Ao soar das trezentas trombetas, o SENHOR tornou a espada de um contra o outro”. Era o Juízo de Deus que havia chegado.

Em Is.37:37-38, lemos outra coisa sobre o grande Juízo de Deus. Senaqueribe estava diante de Jerusalém, ridicularizando o Deus vivo. O Senhor matou 185.000 homens do seu exército numa só noite e ele fugiu para o seu País. Mas, nem assim conseguiu escapar do juízo. Enquanto estava adorando os seus deuses num templo, os próprios filhos assassinaram-no.

Com os Midianitas, foram as próprias espadas dos membros do seu exército que os exterminou. Já com Senaqueribe, foram as espadas da própria família que se levantaram contra ele.

Entre os pagãos Zulus, guerras entre clãs ocorrem e dá-nos a impressão que também é o Juízo de Deus por não terem estado abertos e receptivos ao evangelho de Jesus Cristo. Vamos olhar um pouco para as guerrilhas entre eles na presente época (anos 70).

Tenho conhecimento pessoal de três casos.

 

  1. O Assassínio de um Príncipe

Em Março de 1976, eu viajava com o Erlo para Mahambeni, no Transkei. No caminho, passando por um Kraal, o Erlo contou-me que um homem ali havia sido assassinado por sua própria esposa.

Um chefe tribal convidou o Erlo e o seu grupo de cooperadores para trazerem o Evangelho à sua tribo. Significava muito, pois, esse chefe tinha outros 30 chefes debaixo da sua autoridade. Significava que uma área enorme poderia se alcançada pelo Evangelho.

Depois duma viagem de seis horas, passaram por um Kraal onde os homens estavam cavando uma sepultura. Um dos cooperadores do Erlo disse: “Tenho a impressão que Deus nos quer aqui, para pregarmos neste lugar”. Outros cooperadores confirmaram a ideia. O Erlo respondeu: “Estamos atrasados e o chefe da tribo espera por nós. Não podemos perder tempo”.

Quando chegaram ao Kraal do chefe tribal, ele pediu desculpas sem cessar porque não havia conseguido reunir o povo e organizar os cultos. Dizia ele: “De momento, não tenho tempo para estar convosco porque uns oficiais do governo chegaram e preciso estar com eles”. O Erlo respondeu: “Isso não é problema, pois, nós sabemos onde Deus nos quer!”

O grupo apressou-se de volta para o Kraal onde estavam a cavar a sepultura e lá já havia um carro da polícia com o corpo. O Erlo perguntou-lhe: “O que aconteceu aqui?” Um policial respondeu: “Um homem foi assassinado”.

“Têm alguém para fazer o funeral do defunto?”

“Não!”

“Podemos ser nós a fazer o funeral?”

“Com certeza!”

Alguns dos cooperadores ajudaram a terminar de cavar a sepultura e a prepará-la, enquanto a polícia retirava o cadáver do carro. O Erlo pediu para ver o morto. Tiraram os lençóis que o cobriam. Viram um morto com a cabeça esmagada e com o rosto dilacerado. De seguida, relataram ao Erlo o que havia acontecido.

O filho do rei havia-se apaixonado por uma moça da tribo inimiga. Organizou um encontro com ela. “Esta noite virei encontra-me contigo”, disse-lhe. Naquela noite, bateu à porta do cabana da moça. Num Kraal, cada membro da família tem a sua própria cabana redonda (bangalô, barraco), exceto os filhos pequenos. A moça desejada abriu e, saindo, disse-lhe que voltaria de seguida.

Apressou-se para as cabanas vizinhas e sussurrou. “O filho do rei está aqui! Venham, tragam os vossos facões!” Para eles, era o momento de vingança contra a família do rei a quem tanto odiavam, pois, anos antes, um familiar do rei havia assassinado um homem daquele clã. Pegaram em seus facões e entraram na tenda da moça. O príncipe havia, conforme a tradição, deixado as suas armas do lado de fora da tenda antes de entrar. As mulheres massacraram o jovem príncipe, esmagando a sua cabeça de tal maneira que o seu cérebro saiu da cabeça. Arrastaram o seu corpo e abandonaram-no perto do seu Kraal.

Foi um caso fácil para a polícia. Resolveram o caso com muita facilidade, pois, bastou seguirem o rasto de sangue. Encontraram uma parte do crânio, alguns ossinhos e parte do cérebro no local onde havia sido assassinado. Algumas mulheres foram presas.

Nenhuma mulher estava autorizada a comparecer no funeral porque, para os Zulus, é uma desonra alguém ser assassinado por uma mulher. O Erlo pregou o Evangelho e um grande milagre aconteceu. A esposa e a mãe do rei converteram-se naquele dia, tal como muitas outras pessoas. Os cooperadores andaram de cabana em cabana para trazerem o Evangelho às mulheres que não puderam assistir ao funeral.

Ficou claro para todos que tudo havia sido liderado pelo Espírito Santo. Era obra d’Ele. E também ficou claro por que razão um dos cooperadores disse que tinha a clara impressão que Deus os queria ali.

Neste avivamento entre os Zulus, uma das características predominantes é a forma como o Espírito Santo guia.

 

  1. Os 24 Anos de Guerrilhas Tribais

Na viagem missionária que estávamos fazendo em Março de 1976, fomos até a fazenda de Hogart Joosten, um fazendeiro de ascendência alemã. A fazenda chamava-se Monte Elias e tinha 256 hectares de terra. A uns 8 km dali, dois clãs que antes eram apenas um, estavam em guerra. O clã menor, Ntanzi, estava territorialmente cercado pelo clã maior, os Ngubane. A tribo menor não tinha qualquer liberdade de movimentos. Era essa a razão principal para os frequentes confrontos e assassínios entre eles, desde 1952. Foi dito que haviam feito paz em 1975, mas, as hostilidades recomeçaram no ano seguinte. Isso significava que os homens não tinham descanso depois de anoitecer, estando sempre em alerta máximo para o caso de haver rixas.

Os homens que trabalhavam em cidades distantes como Johanesburgo ou Pretória continuavam as suas guerras até mesmo em seus locais de trabalho. Sempre que um trabalhador voltava para casa, tinha de ficar acordado o caminho todo para evitar ser assassinado.

Hogart Joosten contou-nos que um homem que vinha de Durban havia sido alertado para um perigo. Mas, não deu valor ao aviso. Caiu numa emboscada e foi morto. Estando nós no Monte Elias em 1976, chegou ao nosso conhecimento que três homens haviam sido assassinados no início do mês. Um dos casos foi especialmente trágico:

Um homem estava fugindo com muitas mulheres e crianças quando foi atingido por uma bala. Ainda se encontrava vivo quando sua mãe se lançou sobre ele com intenção de protegê-lo e suplicava por sua vida. Os seus adversários empurraram-na para o lado e espetaram-no com facões e azagaias. As mulheres e as crianças não eram mortas: apenas os homens.

As rixas e os assassinatos ocorriam até nas fazendas. O Hogart contou-me como, um dia, sete Zulus apareceram em sua fazenda procurando o seu motorista de trator para matá-lo por pertencer à tribo inimiga. Forçaram a sua entrada na habitação e ouviram-se 10 disparos. Somente quatro das balas saíram pelos canos das armas, sendo que as outras seis dispararam, mas, caíram no chão porque as armas eram defeituosas. A vítima, um pai de cinco crianças, foi atingida na mão e precisou andar escondido a partir daquele dia. Houve pessoas que lhe ofereceram emprego em outras fazendas, mesmo correndo o risco de serem atacadas por darem proteção a um homem procurado.

Após esta série de assassinatos, o chefe da tribo Ngubane foi interrogado pela polícia. Foi censurado e acusado por todos aqueles crimes, do que ele se riu dizendo: “Isto já vem acontecendo desde 1952 e não podemos fazer nada para resolver o problema!” Mas, a partir daquele dia, esse chefe aumentou a sua própria segurança.

Muitos chefes tribais acabaram por ver e experimentar pessoalmente o poder do Evangelho de Jesus Cristo. Aperceberam-se que somente o Evangelho seria capaz de pôr fim a todos os conflitos entre eles. Muitos desses chefes pediram ao Erlo: “Por favor, venha até nós! Traga o Evangelho para que estas guerras terminem e haja falta de paz!”

 

  1. A Guerra Dos 100 Anos

 

Temos conhecimento da guerra que durou 30 anos na Europa, de 1618 até 1648. Sabemos da devastação e dor que causou. A geração mais velha também deve lembrar-se da 1ª e da 2ª Guerra Mundial e de todos os horrores que as acompanharam.

Os Zulus conhecem a guerra que durou 100 anos, de 1872 até 1972. Essa guerra não terminou com uma bomba atômica, mas, com a conversão dum rei. Devido à sua peculiaridade e beleza, deve ser escrita. 

Estou muito grato a Deus por ter tido o enorme privilégio de experimentar e de viver de perto este avivamento entres os Zulus e, também, por ter tido a honra de conhecer este rei Cristão pessoalmente.

Vou dar um relato desta guerra e o que lhe antecedeu. Os Tembo eram uma tribo de cerca de 13.000 pessoas a sul do Rio Tuguela. Os Mabasso eram uma tribo composta por cerca de 6.000 poderosos e viviam a norte do Rio Tuguela. Em 1872, os Tembo queriam mais território devido à sua crescente população. Reuniram-se com o oficial do governo Britânico, Sir Theophilus Shepstone, para pedir-lhe o território de Jozini, o qual pertencia aos Mabasso. O seu pedido foi concedido. Isso levou a uma expropriação e a muitos confrontos futuros. Desde então, essas duas forças tribais tornaram-se inimigas mortais.

Em 1898, o oficial do governo desejou resolver a questão devolvendo aquelas terras aos Mabasso. Isso, por sua vez, enfureceu os Tembo. Desde então, os Tembo entravam e saíam do território Jozini, assassinando pessoas e queimando habitações. Acontecia da seguinte forma: por volta da meia-noite, os agressores batiam nas portas das cabanas. Os seus habitantes saiam, sabendo que suas habitações iriam ser incendiadas. As mulheres e as crianças eram deixadas vivas, mas, todos os homens eram esfaqueados e assassinados.

Durante esses ataques, alguns dos homens vestiam-se com trajes de mulher para poderem escapar com vida. Por essa razão, as mulheres tinham de mostrar as suas partes íntimas para poderem provar que eram realmente mulheres. Algumas ocorrências destacam-se no meio destes conflitos. Em 1922, os Tembo atacaram os Mabaso. Conseguiram penetrar no Kraal do Rei Cikazi. O rei estava caçando e foram atrás dele. Cikazi encontrava-se sozinho com o seu cavalo. Com sua arma, matou 12 Tembos, subiu no cavalo e galopou, pulando dum pequeno abismo e faleceu. Suicidou-se para evitar ser capturado pelos Tembo.

A morte do Rei originou uma série de crimes e assassinatos. Mais de 120 pessoas foram mortas de ambos os lados. Há cada dois ou três anos, seguiam-se mais guerrilhas e mais mortes. Os territórios dos Tembo e dos Mabaso foram sempre os lugares de maior insegurança dentro da África do Sul. Até mesmo o governo Sul-africano tentou pôr fim a estes confrontos tribais sem êxito. Numa das ocasiões, uma força policial chegou ao local com quatro helicópteros e uma força de 70 efetivos. Revistaram todas as habitações e apreenderam armas de fogo e outras armas. Os seus proprietários foram presos.

Um dos contingentes de forças maiores, certa vez, era composta por mais de 200 homens. Tudo isso para tentar pôr fim aos conflitos. Isto aconteceu na área de Xobonayawo, local onde 21 pessoas perseguidas pelo clã inimigo lançaram-se de um precipício.

Está oficialmente documentado que em Junho de 1972, 921 habitações foram incendiadas e 16 homens assassinados. Mas, a quantidade real de mortos nestas tribos nunca foi realmente conhecida. Estas guerrilhas causaram um grande sentimento de insegurança entre os Zulus. Muitas vezes, inúmeras famílias iam procurar proteção dentro das casas e dos edifícios dos brancos para poderem escapar à violência. Durante a noite, dormiam nos corredores de hospitais, estações de policia, tribunais e jardins dos brancos. Isso trouxe muitos problemas de saúde sanitária. Houve uma grande necessidade de vacinar todos contra a tifoide. As pessoas eram aconselhadas a usar os banheiros. Os excrementos nos jardins não apenas deixavam maus cheiros, como atraíam vermes, roedores e todo tipo de doenças. Havia gente que afirmava em desespero: “Da próxima vez, acaba o resto e tudo o que sobrou ficará completamente destruído!”

Não eram apenas os Zulus que sofriam sob estas circunstâncias. A população branca foi muito afetada. Oficiais do governo recusavam ser transferidos para aquelas zonas de conflito. Caso fossem forçados a ir para lá, pediam a sua transferência depois de três ou quatro meses. A vida normal e o comércio estavam permanentemente paralisados. Era muito perigoso passar pelas aldeias nas áreas de conflito. Um emprego permanente nessas áreas era completamente impossível de ser achado.

Na época desses confrontos terríveis, o Erlo visitou essas áreas, no Tuguela. Isso foi em 1966. Um Juiz reconheceu-o e mandou-o parar na estrada. Ele disse ao Erlo: “Venha comigo, por favor. Ali naquele edifício estão muitos cadáveres. Vocês, os homens do Evangelho, não podem pôr termo a estes conflitos e a estas carnificinas?” o Erlo já suspeitava de alguma coisa do gênero, pois, passara por muitos Kraals em chamas. Ele respondeu que iria buscar os seus cooperadores e voltaria para uma campanha de evangelização em toda aquela área. Trouxe a sua tenda enorme e ali permaneceu durante os dois meses seguintes.

Isso foi o início da visita do Senhor Jesus ao local. Horas antes dos cultos, os cooperadores investigaram a tenda, pois, em ocasiões anteriores, muitos bandidos tentaram atacá-los. Também, horas antes das mensagens começarem, já havia centenas de pessoas esperando. Será que as dificuldades do povo os tornara receptivos ao Evangelho?

Uma mulher em trajes tradicionais perguntou: “É aqui o lugar onde podemos descarregar os nossos pecados? Não encontrei ninguém que me possa ajudar em lugar nenhum. Alguém, aqui, pode ajudar-me?” Aquela mulher pagã não sabia ler e escrever. Contudo, havia comprado uma Bíblia. Ela levava a Bíblia a alguém e dizia: “Por favor, pode ler isto aqui? Quero ouvir. O Senhor Jesus disse-me que deveria saber o que está escrito aqui”. Fazia o mesmo durante os cultos. Era emocionante verificar que os versículos que ela apontava faziam sempre parte da mensagem! Era um sinal claro que aquilo que ela dizia vinha do Espírito Santo. Desde 1964 até 1966, somente as mulheres se convertiam ali, na área do Tuguela. Só depois de o avivamento haver começado, os homens começaram a ser tomados pela força do Evangelho.

Em 1967 houve uma campanha a 40 km de Tuguela. Após o culto, o qual durou até depois da meia-noite, o pregador saiu do local para orar do lado de fora. Quando se ajoelhou para orar, sentiu um braço invisível levantando os seus braços e virando-os para o lado de Tuguela em forma de bênção. De seguida, ouviu uma voz dizendo: “Ali, para onde estás apontando, operarei poderosamente. A partir de agora, os homens também irão buscar e aceitar a salvação!”

 

  1. A Conversão De Gabana Mabaso

 

O relato que se segue, foi-me contado pessoalmente por Gabajano, quando eu visitava Tuguela.

Gabajano pertence à linhagem real. Em 1967, o Erlo voltou para pregar o Evangelho entre a tibo Mabaso. Quando Gabajana ouviu a mensagem, exclamou: “É isto que necessito urgentemente!” Entregou a sua vida a Jesus.

Antes de se converter, ele andava de feiticeiro em feiticeiro. Adquiriu tantos ídolos e amuletos de feitiçaria que enchiam um quarto de cima a baixo! Praticava a adoração ancestral e oferecia cabras e bodes aos espíritos ancestrais. Mas, nada resolvia a sua vida e reino. Tornou-se uma pessoa cada vez mais inquieta e sem descanso interior.

Pouco tempo antes de se converter, teve dois sonhos. No primeiro, viu duas Bíblias descendo. Uma voz dizia: “Lê isso! Vai procurar os Cristãos!” Um pouco depois, tornou a ter um sonho onde ouviu: “Não vás procurar os Cristãos. Permanece fiel à adoração ancestral!”

Gabajana decidiu seguir o primeiro sonho e tentou unir-se a uma igreja. Mas, saiu desgostoso e enojado porque em todos os cultos os pregadores pediam dinheiro. Deixou de frequentar a igreja. Foi, então, que apareceu o Erlo pregando na área, numa cruzada. Nos cultos do Erlo, não existe coletas de dinheiro e nem se menciona dinheiro, a não ser quando esteja relacionado com o pecado. Os Zulus referem-se com frequência aos cultos onde se pede dinheiro como cultos mortos e sem vida. Mas, dizem que o tipo de Evangelho que o Erlo e seus cooperadores pregam é o Evangelho Vivo. Para esclarecer um pouco melhor, esta decisão de não se fazerem coletas nos cultos veio dos Zulus e não dos brancos. 

Isto faz-me lembrar um exemplo em minha terra natal. A 20 km do lugar onde nasci, numa vila chamada Spöck, surgiu um avivamento sob o ministério dum pastor reformado. Muita gente vinha de longe e de perto até Spöck. Isto foi-me relatado por minha avó. Os ministros e pastores dos arredores acusavam o pastor de Spöck, o Pastor Henhöfer: “Ele está roubando os membros das nossas congregações!” Na altura, o Arcebispo de Baden era o Bispo da Igreja reformada. Henhöfer foi convocado para se defender das acusações. Quando a acusação foi lida, Henhöfer respondeu em sua defesa: “Alimentem as vossas galinhas e elas ficarão em vossas casas. Elas saberão distinguir se estão sendo alimentadas com pedrinhas ou com grão!” Foi o fim da questão. Não foi possível parar o avivamento.

Os Zulus também sabem distinguir entre pedrinhas e grãos. Usando uma metáfora Bíblica, eles sabem distinguir entre a palha e o trigo. Sabem se lhes estão dando pedras para comer ou se os alimentam verdadeiramente. Eis aqui umas verdades Bíblicas:

Mat.3:12: “…Recolherá no celeiro o seu trigo e queimará a palha com fogo que nunca se apagará”.

Mat.7:9: “E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?

Houve uma grande transformação em Gabajana quando abraçou o Evangelho. Destruiu todos os seus ídolos em obediência a Deus e proclamou a sua fé em Cristo. Já se tornara muito influente ao ser proclamado rei em 1972.

O seu antecessor era alcoólatra e permaneceu pagão. Um dia, esse alcoólatra foi a um feiticeiro, mas, não obteve a ajuda desejada. Faleceu no Kraal do feiticeiro. O feiticeiro que o consultou seguia o morto dizendo aos que o carregavam: “Por favor, levem-no para o hospital e digam que ele morreu enquanto o levavam. Se não fizerem isso, serei preso por homicídio!” Os homens que levavam o defunto, concordaram e assim fizeram.

Todos os regimentos vieram enterrar o rei, de acordo com os rituais Zulus. Mas, Gabajana, o qual era o sucessor direto do rei, recusou fazer aquela cerimonia de acordo com os rituais pagãos. Ergueu os seus braços para falar ao povo e disse: “De futuro, não haverá mais funerais de acordo com os rituais tradicionais, mas, serão feitos com oração e pregação do Evangelho”.

Alguns dos soldados murmuraram, mas, os generais ordenaram que se calassem. Após esta proclamação corajosa, nunca mais houve um funeral feito de acordo com rituais pagãos. Deus deu autoridade a este rei como dom e todo o exército cumpriu e obedeceu a ordem. O rei também acabou com todas as outras tradições malignas. Nos casamentos, devido ao abuso de álcool, havia sempre rixas, esfaqueamentos e confrontos. Mas, desde que Gabajana se tornara rei, nunca mais houve rixas nessas ocasiões.

O Rei Gabajana também terminou com aquela guerra de 100 anos. Não foi um milagre pequeno, acabar com os assassínios, rixas e mortes tribais. Como aconteceu isso? Uma noite, o Rei ouviu dizer que um grupo de jovens pretendia atacar os Tembo na manhã seguinte. Mandou-os chamar e explicou como os 100 anos de guerra já haviam causado muita dor e consternação. Proibiu-os severamente de atacarem mais alguém. Aquela ocorrência chegou aos ouvidos dos Tembo, os quais enviaram mensageiros ao rei, agradecendo-lhe. A mensagem transportada, dizia: “Nunca antes houve um rei com o bom-senso e a boa vontade de parar estes conflitos. Respeitamos muito esta decisão e prometemos que, de nossa parte, nunca mais haverá um ataque à vossa tribo”. Isso trouxe, finalmente, paz entre inimigos de 100 anos. Tudo isto aconteceu em 1972, pouco tempo depois de Gabajana ter sido coroado rei.

Estas coisas maravilhosas não foram resultado de negociações diplomáticas e muito menos de ações militares vitoriosas. Foram, antes, resultados da graça de Deus manifesta num servo fiel. Isso faz-me lembrar o versículo em Zac.4:6: “…Não por força e nem por violência, mas, pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos”.

Estas rixas tribais expuseram ao ridículo as teorias dos etnologistas, dos senhores e conhecedores do mundo e adversários do Evangelho. Quantas vezes ouvimo-los dizer: “Deixem os pagãos viverem ‘em paz’ e felizes, longe do Cristianismo. Não devemos forçar a nossa cultura sobre eles!” Existem dois erros nestas afirmações. A primeira é que os pagãos não são forçados a crer em Cristo e a mudar, como se fazia nos tempos da ‘evangelização’ católica. Em segundo lugar, estas tribos não se encontram nada felizes em seus costumes pagãos e sem o Evangelho de Cristo. Os seus costumes terminam sempre em guerras, ódio e assassinatos. Muitos apontam o dedo às terríveis guerras que houve em países chamados Cristãos, afirmando que o Cristianismo nunca conseguiu parar conflitos. É muito fácil contradizer esses argumentos sem nexo. Digam o nome de um País Cristão neste mundo, o qual se rege pela vida e pela norma Cristã verdadeiramente Bíblica! Raramente os presidentes de Países são verdadeiramente Cristãos. Existem alguns aqui e ali, como o primeiro presidente do Coreia do Sul, Syngman Rhee e, agora, o Rei Gabajana Mabaso.

 

 

O DEUS QUE FAZ OS PLANOS

Devemos realçar novamente que este livro está sendo escrito olhando para o Senhor Jesus. Todos os ministérios verdadeiros dentro da verdadeira Igreja são feitos pelo Senhor Jesus Cristo.

Este capítulo fala da planificação. A planificação da Bíblia, da Igreja e da obra missionária são coisas predominantes. Se algum dia alguém escrever um livro sobre a forma como Deus planifica as coisas, que livro maravilhoso será! Seria uma leitura excelente. Provavelmente, chegaríamos à mesma conclusão que João: “Cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém”. (João 21:25).

Vamos dar alguns exemplos da planificação de Deus. Em Gen.15:18, Deus prometeu a Abrão: “À tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates”. Devido à planificação de Deus, ainda existem coisas grandiosas que vão acontecer em Israel – um país que se estenderá desde o Rio Eufrates até ao Nilo. E não haverá Russo ou Árabe que possa impedir isso.

Vamos considerar, agora, uma das promessas do Novo Testamento. Jesus prometeu aos seus discípulos em Mat.10:19-20: “Mas, quando vos entregarem, não vos dê cuidado como, ou o que haveis de falar, porque naquela mesma hora vos será ministrado o que haveis de dizer. Porque não sois vós quem falará, mas, o Espírito de vosso Pai é que fala em vós. Em muitas ocasiões desde então e durante ocasiões de grande perseguição, as testemunhas de Jesus experimentaram ser a própria boca de Deus.

Erlo Stegen vem mencionado aqui várias vezes porque ele tem sido o instrumento principal no avivamento entre os Zulus. Por isso, precisamos dar uma curta introdução da sua vida espiritual e de como tudo aconteceu. Avisei o Erlo pessoalmente que se um deles tornar-se orgulhoso, será o fim do avivamento.

 

  1. Conversão Do Jovem Erlo Stegen

Através do trabalho missionário da Igreja Luterana, igrejas como a de Lilienthal, a 55 km de Pietermaritzburg, nasceram.

Na vizinhança da Igreja de Lilienthal havia uma fazenda com o nome de Paardefontein, o lar de Karl Stegen e sua família. Os seus antepassados haviam imigrado desde Lüneburger Heide, Alemanha. Eram Luteranos incondicionais na Hermannsburg Mission. Os filhos de Karl Stegen, cinco filhos e uma filha, frequentavam a escola da Missão de Hermannsburg. Ali tiveram a sua educação alemã.

Um dia, com a idade de 4 anos, o Erlo caiu. A queda foi grande. Ficou inconsciente e teve lesões sérias. Ficou paralisado durante oito dias. Levou alguns dias até recuperar a consciência e, a partir daquele dia, sofria grandemente com dores de cabeça severas. O acidente também causou outro problema. Quando batia a sua cabeça ou caia, ficava tonto. Também afetou toda a sua carreira escolar. Teve de desistir da escola no nono ano de escola, embora desejasse continuar com os estudos.

Esta congregação em Lilienthal tinha, em 1949 e 1950, um pastor muito crente e toda a área era afetada pela sua mensagem. O Erlo converteu-se através desse pastor quando tinha 15 anos de idade, em 1950. Nos anos seguintes, ele trabalhou com seu pai na fazenda. Um dia, a sua mãe ofereceu-lhe um livro escrito por W. Heukelbach, Vom Gottesleugner zum Evangelisten (Do ateísmo para Evangelista). Foi uma enorme benção para ele. Por esta altura, Erlo já vinha sentindo o chamado do Senhor. Compartilhou a ideia com o seu pastor de servir ao Senhor no Evangelho, o qual levou-o, pouco tempo depois, para uma conferência Cristã na província do Transvaal.

Durante a conferência, uma luta enorme ocorreu em sua alma. “Será que devo mesmo tornar-me um pregador do Evangelho? Por que razão não me poderei tornar um fazendeiro e ajudar a financiar a obra de Deus? No sossego da conferência, ele achou um lugar onde orar e estar a sós com Deus. Expôs a sua questão a Deus e disse: “Senhor, coloca o teu selo nesta decisão que estou tomando. Se o fizeres, poderei dar esta resposta ao meu pastor e aos meus pais como a minha decisão final. Por favor, dá-me um versículo das Escrituras para confirmar que devo voltar para casa”. Depois de orar, abriu a Bíblia à toa e a primeira coisa que viu foi Mat.4:19: “Vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”.

Depois de ler aquelas palavras, o Erlo tornou-se desafiador e ficou muito irado. Ele contou-me o incidente desta maneira: “Foi só pela misericórdia de Deus que não lancei fora a minha Bíblia. Estava tão zangado contra aquelas palavras que cheguei a dizer a Deus: ‘Vou mostrar-Te que não vou obedecer!’” Pouco depois, foi conversar com o seu pastor e disse-lhe: “Estou voltando para casa!” O pastor perguntou-lhe: “Tens a certeza que isso é a vontade de Deus para ti?” “Sim, tenho!” E assim, o Erlo foi para casa. Quando chegou a casa, a sua mãe perguntou-lhe: “Tens a certeza que esse é o caminho certo para ti?” Ele ficou tão irritado que respondeu impetuosamente: “Mamãe. Já não me quer aqui em casa, é? Já não me ama?” Foi para o seu quarto e bateu a porta atrás de si com força. Desde o ano 1950 até 1952, o Erlo passou por tormentos terríveis. Havia-se rebelado abertamente contra a vontade de Deus. Sempre que ouvia um som diferente em algum lugar, assustava-se pensando que o dia do Juízo havia chegado!

Um dia, ajoelhou-se em seu quarto, lendo um texto sobre o amor de Deus. A resistência do seu coração diluiu-se completamente com a percepção de que Deus ainda o amava, apesar da sua desobediência e rebelião. Rebentou em lágrimas, tomado pelo amor de Deus. Pouco depois, fechou-se no seu quarto pedindo orientação a Deus. Abriu a Bíblia em João 21:15-17 e leu: “Alimenta as minhas ovelhas”. Levantou-se dos seus joelhos e foi falar com os seus pais e comunicou-lhes: “Deus chamou-me para a Sua obra”. Nunca mais teve dúvidas acerca disso. Inscreveu-se numa escola teológica, em Pretória e foi treinado como pastor e evangelista. Contudo, o desenvolvimento espiritual no seu interior ainda não estava completo.

 

  1. Desapontamentos No Ministério

As primeiras atividades evangelísticas do Erlo ocorreram entre 1954 a 1966. Em 1955, O Seminário Teológico foi transferido para Claridge, perto de Pietermaritzburg. Esse local lindo é-me muito familiar devido às minhas viagens e visitas à África do Sul. O KwaZulu-Natal é conhecido como o jardim do País.

A primeira descoberta depressiva do Erlo foi que a pregação da Palavra e os seus resultados atuais não correspondem minimamente àquilo que as Escrituras dizem. Comparou o que lia nos Atos dos Apóstolos com o que via à sua volta e foi obrigado a reconhecer que afundamos muito em relação ao padrão do Novo Testamento. Quando estudava a Bíblia, parava em certas promessas e perguntava-se por que razão elas já não davam certo. Houve uns versículos especiais em João:

João 15:7: “Se vós estiverdes em Mim e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito”.

João 7:38: “Quem crê em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre”.

João 14:12: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”.

O Erlo buscou intensamente a chave do segredo para uma vida plena entre os Cristãos. Lia todo o livro sobre avivamento que encontrava. Nas biografias de grandes homens de Deus, procurava saber qual era o segredo da sua autoridade e poder. Praticava uma vida de oração intensa e proclamava o Evangelho em todas as ocasiões. Alguns crentes deram-lhe dinheiro para comprar uma tenda grande, como as de circo. Com ela, começou a fazer cruzadas entre as tribos dos Zulus, sempre com o enorme desejo de avivamento queimando em seu coração. Por vezes, fazia campanhas de 12-14 meses pensado que poderia trazer um avivamento dessa maneira ou produzi-lo.

Talvez não seja sábio prolongar estas campanhas de evangelização até 52 ou mesmo 60 semanas, com pregações duas vezes por dia. Elias Schrenk pregava seis semanas, no máximo. É possível pregarmos até as pessoas morrerem espiritualmente, de tanto ouvirem. Em qualquer dos casos, o Erlo ficava muito apreensivo com o fato de que o numero de pessoas nos cultos fosse diminuindo a cada dia.

Uma vez, numa campanha missionária na Namíbia, Sudoeste de África, aprendeu uma grande lição com um fazendeiro. O fazendeiro em questão mostrou-lhe um furo de água com o qual procuravam fornecer água para toda a sua fazenda. Explicou: “Esta água está tão cheia de minerais e químicos que nada sobrevive com ela. As plantas morrem logo se as regarmos com ela. O Erlo pensou de imediato: “Isto parece a água do meu ministério. Quanto mais eu prego, menos gente é atraída para o meu Evangelho!”

A coisa que mais lhe faltava era o poder na pregação e no aconselhamento. Um dia, uma mãe veio conversar com ele depois dum culto e perguntou: “É verdade que Jesus ainda hoje responde às orações?” O Erlo garantiu-lhe que era verdade. Aquela mãe regozijou-se grandemente e disse: “Por favor, o senhor pode orar para curar a minha filha?” Os Zulus são pessoas muito simples e têm uma fé de criança. Aceitam a Bíblia tal e qual ela é e levam-na à letra.

O Erlo acompanhou a senhora até à sua casa. Viu a filha dela amarrada com arame no poste principal da sua barraca (Bangalô). Já tinha cortes profundos na pele e na carne. Ela tentava libertar-se das suas ataduras e feria os pulsos. O Erlo perguntou à mãe por que razão não usavam cordas ou outro tipo de material para prendê-la. A mãe respondeu: “A minha filha (com cerca de 20 anos de idade) corre pelos campos sem roupa, entra pelas escolas e nas casas dos vizinhos, arranca as plantações dos campos e é capaz de ser muito violenta”. “Mas, por que razão usa arame para amarrá-la? Não seria melhor usar outra coisa para ela não ser cortada desta maneira?”, insistiu. A mãe respondeu: “Ela rebenta com tudo. Não há nada que aguente a força dela”. O Erlo decidiu levar a moça para casa de seus pais e orar por ela até que ficasse boa. Como a mãe ficou agradecida que Deus iria, finalmente, ajudar a curar a sua filha!

Na casa de seus pais, o Erlo e três cooperadores entregaram-se à oração. Foi levada para um quarto e tudo ficou num caos em poucos minutos. A moça louca estragou os móveis, mesas, cadeiras e janelas. Foi tudo quebrado. Eventualmente, decidiram fechá-la no quarto sem nada para prevenir que se ferisse a ela mesma. Quatro pessoas oravam intensamente, intercedendo por ela. Por fim, o Erlo estava de rastos e esgotado - estava no fim dele mesmo. Haviam passado três semanas sem quaisquer resultados. Também estava espiritualmente exausto. Ninguém tinha respostas para as perguntas que surgiam dentro do seu coração. “Ó Senhor, porque temos tanta falta de poder? Qual a razão?”

Era essa a situação dele após 12 anos de ministério. “Eu encontro-me deste lado e os acontecimentos da Igreja Primitiva estão do outro lado. Se não existe uma ponte entre nós, se não existe maneira de alcançarmos a mesma plenitude de poder e de vida abundante, se não existe uma ligação entre o primeiro século e o século vinte, não será melhor desistir de tudo?” o Erlo começou a duvidar de muitas coisas, tal como acontecera 14 anos atrás. Começou a suspeitar que os modernistas tivessem razão. Será que os críticos da Bíblia tinham razão, afirmando que os milagres e as obras grandiosas não passavam de invenções e de enganos? Será que eram apenas crenças mitológicas? Eram mitos? Não havia realidade no que se lia na Bíblia?

Contudo, parece que a sua falência espiritual estava de acordo com os planos de Deus. Quanto mais persistia, quanto mais arduamente se esforçava e trabalhava, tentando ser fiel em tudo, tanto menos era capaz de alcançar o segredo do poder de Deus. O Senhor glorificado não se manifestava em seu ministério. No momento que chegamos ao fim de nós mesmos, ali onde a auto-dependência acha o seu fim, o Senhor pode começar a operar. O Erlo experimentou isso pessoalmente. Milagrosamente, Deus não o deixou órfão em suas lutas e desesperos.

 

O SENHOR QUE ABENÇOA

Temos exemplos de homens que lutaram muito para poderem alcançar a bênção de Deus em suas vidas.

Em 1 Cron.4:10, lemos: “Jabez invocou o Deus de Israel, dizendo: Se me abençoares muitíssimo, e meus termos ampliares e a tua mão for comigo e fizeres que do mal não seja afligido! E Deus lhe concedeu o que lhe tinha pedido”.

Esta luta inconsolável fica ainda mais esclarecida em Gen.32:26, quando Jacó lutava com Deus em Peniel. Jacó dizia: “…Não Te deixarei ir antes que me abençoes!” Esta oração tem sido sempre um grande encorajamento para muitos Cristãos durantes aos séculos que se passaram.

 

  1. A Luta Pela Bênção De Deus

O Erlo foi levado a ter esta luta pela bênção de Deus. Quando viajava pelos lugares onde fizera campanhas evangelísticas, encontrava os ‘convertidos’ numa situação deplorável. Por vezes, demorava mais de 15 dias a colocar tudo em ordem novamente. Brigavam muito dentro das congregações, havia muitas inimizades entre os membros. Aqueles que não pertenciam a uma igreja depois de ‘convertidos’, eram colocados em grupos onde estudavam a Bíblia. Quantas vezes este missionário se indagou, perguntando ao Senhor: “Será que as coisas vão ser sempre assim, com esta falta de poder? Será que os crentes vão estar sempre a cair e a levantar-se? Não vão conseguir obter vitórias e mais vitórias? Em vez disso, vão estar sempre derrotados uma e outra vez?”

Mas, havia chegado o tempo de um novo começo.

No Outono de 1966, o Erlo encontrava-se em Mapumulo. Depois de todas as más experiências do passado, começou encontros onde iam estudar a Bíblia com os Cristãos locais duas vezes por dia, com a finalidade de examinarem as Escrituras e compará-las com as suas vidas. Deviam investigar as suas vidas à luz das Escrituras. Começaram a estudar o livro dos Atos dos Apóstolos. O lugar encontrado para as suas reuniões foi um velho estábulo de vacas que já não era usado. Limparam bem o lugar e pintaram as paredes com cal.

No capítulo 3 de Atos, leram sobre a cura do paralítico. O Erlo contou aos Cristãos uma história sobre um sacerdote católico. Um padre muito conhecido numa grande catedral celebrou uma missa e as pessoas deram muitas ofertas generosas. O Padre disse ao jovem sacerdote: “Pedro já não pode dizer que não tem prata e nem ouro...” O jovem sacerdote respondeu: “É verdade, mas, também já não pode dizer ‘em Nome de Jesus levanta-te e anda!”

Aquelas horas de estudos Bíblicos tornaram-se, muito rapidamente, em exames de vida e comparação das suas vidas com as Escrituras. Com o Erlo aconteceu o mesmo. O estábulo onde se reuniam encontrava-se situado mesmo em frente a uns campos de ténis, do outro lado da rua. Ali, as pessoas importantes da vila encontravam-se para jogar tênis. Como as suas orações e choros eram facilmente ouvidos do lado de fora, o Erlo sentia-se envergonhado e fechou a janela. O Senhor repreendeu-me logo ali, dizendo: “Tu fechas a janela e eu ficarei do lado de fora. Se é vergonhoso, para ti, seres ouvido do lado de fora, Eu ficarei do lado de fora. Preocupas-te muito com aquilo que os outros pensam de ti!” Noutra ocasião, Deus revelou-lhe como era orgulhoso por estar preocupado com o fato de não se haver barbeado.

O Senhor exaltado começou a operar, purificando os seus filhos. Aquelas horas de oração e de estudo tornaram-se mais em horas de arrependimento e choro pelos pecados próprios do que de outra coisa. As coisas tornaram-se tão intensas que se esqueciam de comer, de dormir, de beber. O Erlo até se esqueceu do Natal! Ali estava entre 20 a 30 pessoas clamando a Deus por avivamento, arrependendo-se.

 

  1. E Os Céus Abriram-Se

Umas semanas antes do derramamento do Espírito Santo, uma jovem convertida levantou-se na reunião de oração, interrompendo tudo. “Não aguento mais esta situação de falta de poder”, dizia ela lavada em lágrimas. “Posso orar?” Depois de pensar um pouco, o Erlo consentiu. Aquela mulher, a qual havia-se tornado crente apenas três meses antes, orou para que Deus se revelasse da maneira que se revelou no tempo dos Apóstolos. O Erlo ficou completamente envolvido naquela oração.  Mais tarde, compartilhou com o seu irmão: “O meu coração queimava como fogo quando a senhora orava, tal e qual os corações dos discípulos de Emaús quando Jesus lhes expunha as Escrituras. Creio que aquela oração foi inspirada pelo Espírito Santo. E se foi, creio que não demorará muito até que experimentemos, também, as mesmas coisas que os Apóstolos experimentaram em seu tempo”.

As impressões do Erlo confirmaram-se pouco tempo depois. Poucas semanas depois daquele incidente, as pessoas que estavam reunidas experimentaram algo acima daquilo que podem explicar.  O Espírito Santo desceu sobre eles na forma de um vento forte e audível. Uma tremenda convicção caiu sobre eles e, ao mesmo tempo, uma enorme certeza da presença de Deus, a qual não podiam expressar. Todas as tribulações por que passaram foram varridas da sua memória e consciência pelo poder de Deus, tão real que era. Uma nova era começara para Erlo e seus cooperadores. Um novo ministério começou.

Hoje, quando a expressão “O derramamento do Espírito” é usada, encontramos sempre criticas da parte das alas mais conservadoras da Igreja, os quais consideram que o derramamento do Espírito Santo aconteceu há dois mil anos atrás de uma vez por todas. Aconteceu 33 anos depois do nascimento de Jesus e, creem, nunca mais será repetida. Acreditam que o Espírito Santo já se encontra vivo pela Palavra e na Igreja. Eu não discordo com alguns dos fatos, mas, preciso explicar algumas coisas a esse respeito.

Por que razão as coisas que acontecem durante avivamentos nos fazem lembrar daquilo que aconteceu em Jerusalém? Por exemplo, numa reunião nas Ilhas Salomão em Agosto de 1971, o Espírito Santo desceu sobre uma multidão de cerca de 3.000 pessoas. As pessoas estavam com o rosto em terra, clamando por causa dos seus pecados. Teólogos americanos que acreditavam na teologia da dispensação afirmavam que era tudo mentira. Para mim, é uma coisa inconcebível que uma experiência real pela qual milhares de pessoas passaram, possa ser descartada por umas poucas bocas incrédulas que se apoiam na sua teologia de descrença e infrutífera. 

Aquele grande acontecimento em Jerusalém não têm, necessariamente, de ser repetido. A questão aqui é que o Espírito Santo pode tornar a descer sobre congregações mortas, sobre crentes nominais e sobre pagãos descrentes. Nenhum Teólogo tem como prescrever ao Espírito Santo de que maneira deve atuar. Lemos em João 3:8: “O vento sopra onde quer…” (aqui, o vento simboliza o Espírito Santo). Poderíamos acrescentar: “…e quando Ele quiser”. Tenho a impressão que certos teólogos desejam esconder a sua esterilidade espiritual por trás da sua teologia.

Não são apenas os ortodoxos que fazem perguntas, mas, até mesmo alguns entusiastas se questionam acerca destes acontecimentos verdadeiros e comprovados em Mapumulo. O Espírito Santo desceu sobre esse local de forma real. Esses entusiastas perguntam. “Os dons do Espírito foram manifestados? Houve dons e línguas?” Sobre alguns dos dons, podemos afirmar que houve. Muitos exemplos serão descritos neste pequeno livro.

Os grandes acontecimentos em Mapumulo, no início de 1967, repetiram-se várias vezes noutra escala em vários lugares da região. Isso tem suporte Bíblico.  Em Atos 2, lemos sobre o derramamento do Espírito Santo sobre os Apóstolos. Depois, no cap.4:31 tornamos a ler o seguinte: “E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus”. Foi uma repetição de Atos 2 numa escala menor. 

Então, todos aqueles que afirmam que os acontecimentos de Atos 2 não podem ser repetidos, são contrariados pelo próprio livro de Atos. Aqueles que nunca experimentaram um derramamento do Espírito em suas vidas podem e devem experimentá-lo. Esses acontecimentos foram repetidos em Atos 8:17, 10:44 e 19:6. Paulo escreve aos Efésios 5:18 que já receberam o Espírito Santo (como descrito em Atos 19) e exorta-os dizendo: “ Enchei-vos do Espírito”. Não irei lidar com todos os problemas e todas as controvérsias teológicas sobre o receber do Espírito Santo. Mas, podem consultar o meu livro “Charismatic Gifts/Dons Carismáticos” para ler os meus pontos de vista a esse respeito. 

 

  1. Resultados Do Derramamento Do Espírito Santo

Aquela experiência grandiosa em Mapumulo começou a dar os seus frutos de imediato. A sega foi enorme e ainda continua. Esses frutos só podem ser comparados com Luc.9:1-2. A autoridade de Deus começou a ser sentida especialmente em três áreas: na pregação do Evangelho, em curas diversas e na libertação dos poderes do mal.

a)    A pregação do Evangelho

O poder do Evangelho ficou tão claro que milhares de pessoas de longe e de perto começaram a chegar. Todos vinham ouvir a Palavra, com muita fome. Muitas vezes, quando o Erlo saia de sua casa, estavam mais de 200 pessoas na sua porta buscando salvação. Vinham sem convite. Chegavam trazidos por uma convicção enorme em seus corações e por outras razões também. Eram impulsionados a vir. Só buscavam o Evangelho. Após uma pregação, muitos ficavam para trás para aconselhamento, confissão de pecados com os cooperadores e para se acertarem com Deus. Este tipo de obra, confessando os pecados pelo nome uns aos outros ainda persiste até à presente data. Enquanto viajava com o Erlo e o seu grupo de missionários, eu próprio testemunhei como centenas e até milhares de pessoas chegavam profundamente convictas de pecado e encontravam o Senhor. Um dos cooperadores, um ex-lojista, contou 3.900 pessoas que ficaram para trás para aconselhamento em apenas nove dias. Não nos podemos ofuscar com números, pois, os anjos regozijam-se com a conversão de um único pecador. Quanto mais se regozijam com muitos pecadores convertidos! Os grandes números de convertidos só revela como Jesus opera poderosamente dentro duma situação de avivamento.

Certa vez, eu estava em Nyanisweni, no Transkei. Um Sul-africano branco viajou desde muito longe apenas para me ver e falar comigo. Havia lido os meus livros e desejava conhecer-me pessoalmente. Quando centenas de pessoas ficaram para trás para aconselhamento, ele exclamou: “Somente Deus pode fazer coisas destas. Somente em avivamentos estas coisas acontecem”.

Experimentei a mesma coisa em um dos cultos. No Sábado, dia 27 de Março de 1976, o Erlo pediu-me para falar em Kwasizabantu. Falei sobre feitiçaria, pois, todos os Zulus estão envolvidos com esse tipo de vida desde a sua meninice. Após o sermão, o Erlo falou com a multidão de cerca de 1.000 pessoas ali presentes e disse: “Todos aqueles que ainda não confessaram todos os seus pecados de feitiçaria podem ficar para trás para aconselhamento”. Na Alemanha, talvez tivessem ficado para trás umas quatro ou cinco pessoas. Mas, naquele encontro, ficaram para trás cerca de 500 pessoas. Tenho por certo que aquilo não foi o resultado da minha pregação e antes da presença de Deus no local. Era a atmosfera de avivamento que o Erlo e os seus missionários experimentam diariamente. O Erlo anda sempre acompanhado de muitos cooperadores porque, por onde viaja, chegam sempre milhares de pessoas para aconselhamento e oração.

b)   Curas

Em Nqutu Maposwane, duas senhoras enfermas viviam uma do lado da outra. Eram vizinhas. Uma delas sofria de dores internas terríveis. Era necessário buscá-la de carro e trazê-la de volta para frequentar os cultos. Ao ouvir o Evangelho, abriu o coração para o Senhor Jesus. Numa das ocasiões posteriores, Martin Stegen levou aquela senhora a uns dos cultos em Tuguela Ferry. O Erlo orou com ela e ela ficou instantaneamente liberta das suas dores.

Esta cura instantânea encorajou a sua vizinha a pedir por oração também. Estava completamente paralisada e era incapaz de cuidar dos seus seis filhos. Ela perguntou se algum dos missionários podia vir orar por ela. O Erlo estava ocupado com cultos na área de Kranskop e, assim, Martin Stegen ofereceu-se para levá-la lá.  Carregaram a mulher paralisada em mantas de couro para um carro e levaram-na até Kranskop. No caminho, perderam o seu cachecol, pois, o vento levou-o. Deram a volta, apanharam-no e chegaram mesmo em cima da hora para o culto ao ar livre. Carregaram-na para o meio do povo que ali se encontrava. Escutou a mensagem com atenção e ficou para trás para aconselhamento. Uma cooperadora falou com ela, onde ela confessou os seus pecados e todo o grupo orou em conjunto para a sua cura. Após a oração, levantou-se firme em seus pés e caminhou até ao carro. Chegaram à sua casa muito tarde naquela noite e a família saiu para carregá-la para dentro de casa. Ela desceu do carro pelo próprio pé sem qualquer ajuda e andou para frente e para trás na frente do automóvel, mostrando que conseguia caminhar. Ninguém era capaz de dizer uma palavra. Por fim, alguém conseguiu falar: “Dá para ver? Deus realmente existe!” Haverá mais exemplos destes nos próximos capítulos.

c)    Libertação

O Erlo nunca tinha tido qualquer experiência na libertação de endemoninhados até ao início do avivamento. Após o derramamento do Espírito Santo em Mapumulo, uma velha feiticeira chegou até eles. Ela tinha uma escola de feiticeiras e possuía poderes ocultos poderosos. Quando pediu para ser ajudada, o Erlo chamou cinco dos seus cooperadores para o quarto onde a levaram. Sentaram-se num círculo à volta dela, orando e cantando um hino sobre a vitória de Cristo sobre as forças do mal. O hino dizia: “Meu Jesus vive, porque temerei?” Enquanto cantavam, a feiticeira levantou-se e andava à roda no meio do círculo. Logo de seguida, caiu sobre os seus joelhos e a expressão do rosto dela mudou. Parecia um animal feroz querendo atacar alguém. Isso é aquilo que os espiritas chamam de ‘transfiguração’. É uma mudança no semblante da pessoa. Existem exemplos desses no meu livro “Ocultismo ABC”.

Quando aqueles seis homens de Deus e mulheres viram aquela aparência satânica no rosto da mulher, o medo apoderou-se dos seus corações. Um dos cooperadores saiu correndo. Contudo, o Erlo chamou-o de volta clamando: “O Senhor é vencedor! Não tenha medo! Não fuja”.

Aquela feiticeira nunca havia visto um homem branco. Ela vinha duma área onde ninguém falava Inglês. Enquanto persistiam na oração, ela, de repente, começou a falar num Inglês perfeito. Logo de seguida, ouviram muitos sons de vários animais vindos de dentro dela. Inicialmente, ouviram-se cachorros latindo dentro dela e depois porcos grunhindo. O Erlo mandou aqueles demônios saírem dela em nome de Jesus. Uma voz de gozação respondeu que não iriam sair dali: “Não sairemos! Nenhum poder é capaz de nos tirar daqui”.

Continuando a orar, o Erlo repetiu as suas palavras, expulsando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Os demônios responderam, dizendo: “O Pai e o Filho sabemos quem é. Mas, nunca nos deparamos com o Espírito Santo até agora. Mas, vemos que Ele chegou, estamos sentindo um fogo aqui. Precisamos sair daqui imediatamente e abandonar o nosso campo de batalha!” As feições daquela mulher mudaram instantaneamente. O seu rosto brilhava como a de um anjo e exclamou: “Como é maravilhoso! Jesus libertou-me! Jesus libertou-me completamente”. Aqueles espíritos malignos nunca mais voltaram e, após essa ocorrência, muitos feiticeiros e feiticeiras que ouviram falar do poder de Jesus começaram a chegar para serem libertos.

Salvação – cura – libertação de poderes ocultos e de pecados. Era essa a tripla ação da mensagem de autoridade dos primeiros discípulos de Jesus. A maioria dos teólogos afirma que essas coisas já não são viáveis nos tempos em que vivemos. Mas, eles que fiquem com a teologia deles. É melhor termos um Jesus vivo e ressurreto que aquilo que eles têm.  “Jesus Cristo, o mesmo hoje, ontem e eternamente” (Heb. 13:8).

Experimentamos as bênçãos do nosso grandioso Senhor tal e qual vem descrito em Mal.3:10: “Fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes”. Esta bênção que Deus prometeu, é deveras vista aqui entre os Zulus.

d)   A Extensiva Bênção Do Evangelho Do Senhor Jesus Cristo

O Apóstolo Paulo fala (em Rom.15:29) sobre a plenitude da bênção do Evangelho de Jesus Cristo. Como já notamos, a bênção de Jesus tem uma tripla função impactante e clara. É uma enorme bênção verificar e comprovar esta tripla ação neste avivamento entre os Zulus. São experiências reais. Eis aqui mais um exemplo:

Uma moça de 14 anos de idade, com o nome de Mjuda estava acamada e enferma há três anos. Já havia consultado feiticeiros, adivinhos, Zionistas e médicos sem qualquer sucesso. Os feiticeiros disseram-lhe que a razão daquela doença havia sido um sacrifício que ela deveria ter oferecido à sua falecida mãe e não o fez. Acrescentaram que se ela não o fizesse rapidamente, os espíritos dos antepassados voltariam para levar-lhe a vida como sacrifício. Diziam que aquela doença era apenas o princípio do processo.

Mjuda tinha os mesmos sintomas que a sua falecida mãe e avó tiveram. A sua irmã também havia adoecido por um longo tempo. Os feiticeiros afirmavam que os espíritos desejavam que a sua irmã se tornasse feiticeira.  E é admirável ver no terreno como Zulus muito doentes ficam bons assim que se entregam aos espíritos. Contudo, a irmã de Mjuda resistia ferozmente à sugestão dos espíritos. As coisas tornaram-se cada dia piores para a irmã de Mjuda e ela começou a parecer uma pessoa envelhecida, toda torcida e corcunda. A cor da sua pele mudou. Ela ficou escura, quase negra. Foi, então, que uma senhora Cristã lhe falou de Kwasizabantu. Veio a Kwasizabantu e experimentou uma conversão sã. Também foi curada e liberta de todos aqueles ataques malignos. Vemos aqui a mesma sequencia de acontecimentos: salvação – cura – libertação.

A irmã curada apressou-se para falar com Mjuda e falar-lhe de Jesus e que Ele é o único Salvador. Mjuda estava, na altura, sob os cuidados dum Zionista. Para evitar maus entendidos, devo dizer que o Zionismo na África do Sul não têm nada a ver com o Movimento Zionista de Israel. Os Zionistas da África do Sul são uma seita. Misturam a Bíblia com práticas de feitiçaria e de adoração ancestral. Praticam adivinhação e chamam isso de profecia, crendo que isso é um dom de Deus. É uma distorção grotesca das Escrituras.

Mjuda foi levada pela irmã a Kwasizabantu. Quando estavam orando por ela, ficou manifesto que estava possuída de demônios. Quando os expulsavam, eles pediam: “Deixem-nos levar Mjuda conosco porque ela sempre foi a nossa habitação e propriedade. Somos os donos dela por direito e vivemos aqui desde a sua infância”. De seguida, riram estridentemente, escarnecendo. O que eles queriam dizer era que a queriam matar assim que saíssem do corpo dela.

Com grande determinação e autoridade, o grupo mandou os demônios saírem de Mjuda. Então, os demônios responderam: “Deixem-nos ficar aqui só mais um dia porque estamos queimando aqui. Está muito quente aqui. Também tememos este lugar, Kwasizabantu e todos aqueles que vivem aqui”. Mais outra vez, o grupo ordenou que saíssem. “Mas, não podemos ao menos ir para a casa dos parentes dela? Lá está tudo fresco e bonito. Não é quente como aqui. Estamos queimando. Lá acharemos algum descanso”.

Após aquela batalha contra os demônios, o Erlo perguntou-lhe se ela ainda estava escondendo algum pecado. Então, ela confessou mais dois pecados, colocando-os na luz. Assim que ela confessou, oraram por ela. Foi logo liberta e completamente curada simultaneamente.

A conversão e a libertação de Mjuda também tinha um problema. O seu pai, um pagão, havia proibido determinantemente que as suas filhas frequentassem a escola. Consequentemente, eram analfabetas. Os pagãos creem que os estudos tornam os seus filhos arrogantes em relação à família e deixam de honrar os pais. O pai também cria que os costumes pagãos eram muito superiores ao ensino Cristão. Mjuda padeceu muito devido às crenças pagãs de seu pai. Já antes tentara pedir aos amigos que a ensinassem a escrever e a ler, mesmo antes de se tornar Cristã. Contudo, não teve qualquer sucesso. Ela simplesmente não conseguia aprender. Mas, quando se entregou a Jesus de todo coração, outro milagre ocorreu: descobriu que sabia ler, escrever e contar dinheiro.

Esta história revela que tanto Mjuda como a irmã experimentaram um triplo milagre – a tripla bênção que acompanha o Evangelho: salvação do poder do pecado, cura e libertação do poder de demônios.

 

O SENHOR QUE SALVA

A característica principal de qualquer avivamento real é o arrependimento genuíno de milhares de pecadores, pessoas que reconhecem os seus pecados em profunda agonia e, por fim, a aceitação de Jesus como verdadeiro Senhor de suas vidas. A salvação da pessoa está acima da sua cura. Não podemos inverter essa ordem.

Estímulos artificiais, emocionais ou imitadores não é sinal de avivamento. Na verdade, são sinais de avivamento falsificado. Barulhos e tumulto provam que existe uma grande pobreza espiritual. Em minha carreira de investigador e escritor, encontrei mais avivamentos falsos que verdadeiros.

O grande tema da salvação nunca compromete, como outras coisas, a grande verdade de João 3:16: “...Todo aquele que crê não pereça, mas, tenha a vida eterna”. Podemos incluir 1 João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. Foi o mesmo Apóstolo que escreveu ambas as coisas.

Estou muito familiarizado com todos os avivamentos atuais. Pela grande misericórdia de Deus, pude visitar todos em todos os continentes. Como resultado, posso falar deles abertamente e compará-los uns com os outros. Sei quais são as suas características. O avivamento entre os Zulus é o mais sóbrio de todos que visitei. Não se vê qualquer traço de emocionalismo, sentimentalismo ou irracionalidade mental. Os fundamentos são puros, sóbrios, permanecem firmes com o passar do tempo. Esses fundamentos são: reconhecer profundamente que somos pecadores perdidos; que precisamos aceitar a salvação de Jesus Cristo incondicionalmente; que devemos deixar que seja Ele a guiar as nossas vidas em todos os seus aspectos.

Estou profundamente grato a Deus por este avivamento entre os Zulus e, principalmente, porque este avivamento nunca diminuiu de intensidade com o passar dos anos. Muitos avivamentos, especialmente no mundo ocidental, perderam a sua força pouco tempo depois de haverem começado.

O capítulo que se segue olha para este tema central que é a característica marcante de qualquer avivamento genuíno: a salvação dos perdidos nesta presente vida que frutifica para a vida que ainda vem.

 

  1. Dubulile Zuma

Dubulile era uma das cozinheiras num hospital escocês em Tuguela Ferry. Com o passar dos anos, ela roubou muito. Roubou nada mais nada menos que 15 sacos grandes de mercadoria. À noite, a sua mãe aproximava-se da cerca e levava a mercadoria roubada para casa. Esse sistema simples provou ser muito eficaz. Também roubou umas cinco dúzias de pratos, facas, garfos e colheres. Também conseguiu roubar seis cadeiras de aço.

Em 1974, faleceu a sua mãe. Ela tinha 20 anos de idade. O Evangelista Barney, cujo testemunho iremos ouvir mais à frente, conduziu o funeral. Entre as coisas que mencionou em seu sermão, disse que as pessoas deviam acertar as suas vidas com Deus antes de morrer, pois, depois de falecer, no inferno, não seria possível fazê-lo. Ele não tinha conhecimento dos furtos da filha da falecida. Ele pregava, obviamente, sob a inspiração do Espírito Santo.

Após o funeral, Dubulile não teve mais paz de espírito. Durante seis meses consecutivos, ela sofreu a agonia duma consciência avivada. Por fim, foi conversar com Bill Larkan. Ele é um dos líderes Cristãos na zona de Tuguela Ferry e foi testemunha presencial de todos estes acontecimentos.

Dubulile confessou tudo que havia feito. Depois, pediu a Bill, que fala tanto Inglês como Zulu fluentemente, para acompanhá-la ao hospital. O diretor do hospital só falava Inglês. O Bill usou a sua pick-up para transportar todas as coisas roubadas. A jovem cozinheira sabia que iria, certamente, parar na prisão. Mesmo assim, desejava confessar e devolver tudo.

A enfermeira-chefe chorou de alegria e perdoo-a de imediato. Mas, o diretor olhou-a com seriedade. O Bill não conseguia ler o que se passava dentro do diretor enquanto ela confessava, mas, por fim, também ele perdoou a moça. Recebeu de volta todos os artigos roubados – cadeiras, garfos, facas, colheres e pratos. Então, Dubulile tentou pagar as comidas e a mercadoria roubada. Contudo, o Diretor ficou satisfeito com a confissão, perdoando-lhe toda a dívida.

Depois disso, o Diretor chamou todo o pessoal para uma reunião, incluindo os da limpeza. Contou-lhes o que havia acontecido e acrescentou: “É a primeira vez que um trabalhador negro veio confessar e entregar tudo que roubou”. Em particular, confidenciou ao Bill: “Todos os anos são roubadas coisas. Os prejuízos são de milhares de Rands. Não sabemos como parar estes furtos, pois, os prejuízos são incalculáveis”.

Durante a confissão pública, o Diretor mostrou ser alguém com algum sentido espiritual. Diante de todo o pessoal, pegou numa pedra em cima da sua secretária e disse: “Coloquei esta pedra aqui para me lembrar das palavras de Jesus: ‘Aquele que não tem qualquer pecado, seja o primeiro a atira uma pedra contra ela’”.

Esta passagem bíblica também tem um grande significado para mim. Seria bom que muitos dos ministros tivessem a mesma atitude. Quem dera que todos colocassem uma pedra em cima das suas secretárias. Quem sabe se não haveria menos prejuízo na Igreja.

Voltemos a Dubulile. A sua confissão e prontidão para colocar tudo na luz teve três consequências: acabou sendo promovida para uma posição de responsabilidade dentro do hospital tendo toda a confiança da enfermeira chefe. Mas, os que ainda roubavam, começaram a perturbá-la muito, pois, já não conseguiam roubar como antes. A supervisão havia-se apertado muito a partir de então. A outra consequência foi mais linda. Os seus superiores começaram a confessar publicamente os seus pecados e a acertarem as suas vidas com Deus, ganhando uma nova vida em Jesus.

Todo o hospital foi abençoado com a conversão duma simples cozinheira. Bill Larkan visitou uma vila a 300 km de distância e perguntaram-lhe se Dubulile ainda seguia o Senhor Jesus. Mais tarde, quando o Erlo fez uma cruzada nessa vila, houve uma grande ceifa de almas maioritariamente por causa do testemunho e da conversão de Dubulile. Muitos foram agregados a Cristo.

 

  1. Barney Casuyise

Barney é um membro do grupo do Erlo. Tive o privilégio de conviver com ele diariamente. Foi ele quem conduziu o funeral da mãe de Dubulile Zuma.

Barney contou-me que o seu pai era um dos líderes de sua tribo no tocante à adoração ancestral. Como pagão, vestia trajes pagãos. Também obrigava os seus filhos a vestirem peles ao invés de roupa normal. Quando Barney chegava da escola, tinha de trocar de vestimenta rapidamente. Sempre que fosse enviado para alguma aldeia vizinha, precisava ir vestido de suas peles. Mas, a caminho, ele vestia secretamente umas calças, mudando para as peles quando voltasse. Durante uma dessas ‘viagens’, brigou com outro jovem – algo comum entre os jovens Zulus agressivos e orgulhosos. O seu oponente feriu o seu rosto com uma faca e fez-lhe um corte profundo. Ainda tem essas cicatrizes.

Numa campanha, a tenda do Erlo chegara à sua vila. Barney abriu o seu coração para o Evangelho, mas, temia muito tornar-se Cristão. O seu pai trabalhava em Johanesburgo e ameaçou esfaquear qualquer membro da família que se tornasse Cristão ou que abandonasse a adoração ancestral.

A tenda chegou uma segunda vez à sua vila. Dessa vez o Barney decidiu seguir Cristo de verdade, esquecendo o medo que sentia de seu pai. Quando o pai chegou a casa, o Barney foi falar-lhe e pedir-lhe perdão por todas as coisas que havia feito, mencionando-as pelo nome. Confessou tudo. O pai ficou tão impressionado que esqueceu completamente da ameaça que fizera.  

Foi o primeiro filho da família a encontrar Cristo. Tornou-se um exemplo vivo para todos. Pouco a pouco, os seus sete irmãos vieram a Cristo. Por fim, o Barney foi chamado para a pregação do Evangelho e integra o grupo de cooperadores do Erlo. O seu pai também já é Cristão.

 

  1. Thembani

Thembani visitou-me com o seu filho e o Erlo foi o tradutor. O seu esposo era alcoólatra e toda a família sofria de extrema pobreza como consequência. Nem tinham cobertas para dormir. Não conseguiam comprar roupas e um dos primeiros filhos morreu de fome – não tinha o que comer. Antes de falecer, um médico diagnosticou má nutrição na criança.

Sempre que o marido chegava a casa, espancava a esposa e os filhos. Muitas vezes, escondiam-se na floresta. Depois que três dos filhos faleceram, a tenda do Erlo chegou à vila. Thembani assistiu aos cultos e foi muito tocada espiritualmente. Por fim, foi aconselhar-se com o Erlo. Este servo de Deus aconselhou-a: “Não olhe para o seu marido. Confie inteiramente no Senhor e Ele cuidará do seu esposo e irá guiá-lo”. A senhora converteu-se.

A segunda transformação na família aconteceu quando ela pediu perdão ao esposo. Pediu que a perdoasse pela fúria que ela demonstrava contra ele com frequência. O esposo ficou sem paz e inquieto logo após aquela confissão.

Foi conversar com o Erlo e disse que estava doente. Mas, não estava doente e antes embriagado. Escondia, ainda, uma garrafa de bebida debaixo do seu casaco. O Erlo não suspeitava de nada. Só veio a saber muito tempo depois. O Erlo respondeu-lhe e disse: “Se o senhor está doente, vamos pedir a Jesus que o cure”. Ajoelharam-se e oraram.

Quando aquele homem embriagado chegou a sua casa e deu a bebida que sobrou a um vizinho, o qual ficou muito espantado e disse: “Por que razão me está dando esta garrafa de bebida?” Respondeu-lhe: “Um homem branco orou comigo e nunca mais posso tomar álcool”. O homem liberto entrou em seu barraco e entregou a sua vida a Jesus.

Thembani tinha outros três filhos. Ele orou e disse: “Senhor, dá-me um sinal de que os meus filhos se salvarão com a finalidade de incendiar os corações das pessoas com o poder do Evangelho”. A sua oração foi ouvida. O filho mais velho entregou-se ao Senhor. Logo de seguida, os outros seguiram os seus passos. Mas, o fogo continuou queimando. Um dos seus netos de quatro anos de idade está muito ativo na obra de Deus!

Também cheguei a conhecer o esposo de Thembani, o ex-alcoólatra. Depois que deixou de beber, tornou-se um trabalhador exemplar. Ele é, hoje, um homem cheio de saúde e vigor.

A salvação alcançou três gerações desta família. Isso faz lembrar 2 Tim.1:5, onde Paulo escreve ao seu cooperador em Cristo, referindo o efeito do exemplo de sua mãe Eunice e de sua avó Lóide.

 

  1. O Testemunho de um Analfabeto

Certo jovem frequentava os cultos do Erlo, mas, não se convertia. Opunha-se à forma como o Evangelho era pregado. Um dia, na fazenda onde trabalhava, teve uma experiência única sob a luz do sol. Repentinamente, tudo se tornara escuro à sua volta. Viu uma chapa onde todos os seus pecados estavam escritos. Era analfabeto e não conseguia ler. Mas, naquele momento conseguia ‘ver’ os seus pecados e do que se tratava. Uma convicção profunda apoderou-se dele e todo o seu corpo tremia. Logo de seguida, ficou tudo claro à sua volta novamente.

Naquele preciso momento decidiu colocar toda a sua vida em ordem. Quis ir visitar um Cristão que vivia perto dali, mas, logo lembrou que deveria ser um trabalhador fiel e que não podia abandonar o seu trabalho sem haver terminado a tarefa que seu patrão lhe havia confiado. Depois do horário de trabalho, então, foi ter com o Cristão. A pessoa em questão sabia ler e escrever. “Por favor, pode escrever todos os meus pecados num papel para eu enviar para o Erlo?” Isso foi feito. Ele ditava e a pessoa escrevia. O passo seguinte foi colocar em ordem com pessoas todas aquelas coisas erradas que havia cometido. Para reconciliar-se com a sua família, teve de caminhar cerca de 170 km.

Os inimigos do avivamento afirmam que o Erlo força as pessoas a confessar os seus pecados. Não é nada mais e nada menos que uma mentira acusadora. Com certa frequência, os principais opositores da confissão integral de pecados são os Cristãos nominais, os quais não pertencem a Deus. Não estão dispostos a viver na luz de forma transparente, trazendo todos os seus pecados para essa mesma luz, conforme lemos em 1 João 1:9.

 

  1. A Conversão de um Ministro

Num lugar chamado Nxamalala, havia um pastor que servia uma igreja local. A sua esposa também ajudava no aconselhamento.

Uma senhora Cristã contou ao Barney. O Barney e o Bill foram visitar o pastor para dirigir um estudo bíblico em sua casa. Estavam presentes cerca de 10-12 pessoas. De repente, o pastor quebrantou-se e, lavado em lágrimas, confessou: “Eu, afinal, nunca entendi o Evangelho até hoje! Pela primeira vez tudo ficou claro para mim”.

Trouxe muitos pecados para a luz. Depois disso, disse: “Não posso continuar a pregar o Evangelho até que tenha regularizado toda a minha vida”. Depois da confissão, o pastor recebeu perdão e salvação. A sua paralisia também foi curada, desde então, é um homem transformado. A sua vida testemunha e prova que o Senhor está com ele.

 

  1. Escolas Experimentam O Evangelho

Durante uma das viagens que fiz com o Erlo, ficamos alojados em casa de seu irmão Heino, em Mtunzini. Dali, fizeram visitas a várias escolas.

Uma tarde, o programa do grupo de cooperadores levou-os até à Escola Secundária de Impande. Quando o evangelho era apresentado aos estudantes, o Espírito de Deus pegou em alguns professores e começaram a confessar todos os seus pecados. Havia muito choro e muita dor em seus corações e o Erlo viu-se obrigado a confortá-los. Todos os estudantes acabaram por confessar os seus pecados também. O grupo de cooperadores, o qual consistia em 40 membros, haviam sido transportados de ônibus por Friedel Stegen, o irmão mais velho do Erlo. Todos ajudaram com os aconselhamentos, algo que demorou cerca de 3 horas e meia. Uma pessoa sozinha nunca teria conseguido fazer aquela obra. Entre os conselheiros, estavam o Erlo, Friedel, Joe, Horst e Trevor.

O Friedel observou como uma moça, depois de se ter arranjado com Jesus, dirigiu-se a um moço (namorado) da mesma escola e disse-lhe: “Está tudo acabado!” Os estudantes tinham idades entre os 14 e os 20 anos. O diretor da Escola pediu ao Erlo e à sua equipe para voltarem assim que pudessem.

Naquela mesma noite, o grupo dirigiu-se à Escola Secundária Kwa Dlangezwa, a qual também era uma escola Zulu. O Diretor, com quem tive oportunidade de conversar, era muito respeitado entre os estudantes. Nenhum estudante havia visto o seu Diretor agitado ou perturbado sobre qualquer questão. Toda a escola era disciplinada e exemplar. Perguntei-lhe quantos estudantes tinha na escola. “Seiscentos e quarenta – e estão todos aqui na sala”. Depois da pregação, o Erlo disse que todos aqueles que desejassem acertar as suas vidas com Jesus ficassem para trás. Apenas cerca de 30 estudantes abandonaram a sala.

Não era tarefa fácil aconselhar e entrevistar tantos estudantes numa noite com apenas 40 cooperadores. Então, o Erlo disse: “Como ficou muita gente para trás, proponho que escrevam todos os vossos pecados em papel e enviem numa carta. Não nos será possível falar com tanta gente numa só noite. Mas, todos aqueles que necessitam de ajuda muito séria, fiquem para trás, por favor”. Ficaram para trás cerca de 70 pessoas, os quais foram atendidos pelos cooperadores. Porque eu não falava Zulu, fiquei quieto num canto. Mas, logo alguns dos estudantes vieram ter comigo para colocar as suas vidas em ordem – em Inglês.

A experiência na 3ª escola deve ser contada. O diretor desta escola não desejava a presença do grupo, mas, devido à insistência do vice-diretor, os cooperadores foram autorizados a falar aos estudantes por 15 minutos. Mas, não podiam ter aconselhamentos.

Thoko, um cooperador de 22 anos de idade, deu a mensagem. Para encerrar, disse: “Todos aqueles que desejam acertar as suas vidas com Deus podem escrever para nós”. Deu, então, o endereço da missão aos alunos.

O que aconteceu? Os cooperadores receberam 611 cartas, todas contendo confissões escritas de pecados. Todos tentavam acerta-se com Jesus. Como era impossível responder a todos individualmente, cada estudante recebeu uma mensagem geral. Nunca antes vi acontecimentos deste num avivamento, onde centenas de jovens (na idade crítica) se acertaram com o Senhor após uma mensagem curta.

Somente um Senhor exaltado, somente o Seu Espírito Santo poderia alcançar uma obra destas daquela maneira. Somente Ele tem a capacidade de operar assim em jovens. Qualquer um que retire um pouco de crédito para si mesmo, insulta o Senhor. Peço a todos os meus leitores para orarem para que nenhuma honra de homem penetre nesta obra. Honra dada a homens significaria o fim do avivamento. Somente o Senhor salva e não missionários, por muito sucesso que obtenham em seus ministérios.

 

 

O SENHOR QUE CURA

Com muita frequência, doutrinas de cura através da fé tornaram-se falsas e extremistas. Os extremistas rejeitam qualquer ajuda dos médicos ou da medicina, embora Deus nos tenha dado o entendimento para fazermos uso dele. Outros, ainda, usam a cura como critério principal para provar que uma igreja está viva ou não. Muitos chegam a afirmar que a doença é resultado direto de algum pecado.

O Erlo e os seus cooperadores rejeitam tais doutrinas. Eu também as rejeito veementemente. É verdade que um incalculável número de curas ocorrem durante os avivamentos, especialmente entre os pobres e analfabetos. Isso tem sido confirmado em Timor, na Indonésia e entre os Zulus.

A Bíblia refere muitas curas – só no Novo Testamento, 125 são mencionadas. Vamos somente usar duas curas referidas na Bíblia:

Naaman curado da lepra (2 Reis 5);

A cura dos dois cegos (Mat.9:27-31)

Não é possível relatar todas as curas que Jesus fez e ainda faz entre os Zulus. Como introdução, vou mencionar dois casos que presenciei pessoalmente.

No dia 29 de Março de 1976, acompanhei o grupo de cooperadores para Mahambeni, no Transkei. Depois do culto, o chefe tribal, Sibizani, Erlo e eu estávamos sentados dentro duma pequena tenda. Um jovem de 22 anos de idade chegou e contou: “Umas cinco semanas atrás, o senhor esteve aqui. Durante o culto, senti algo acontecer em meu corpo. Sempre fui epiléptico e, desde aquele dia, estou curado. Vim somente para agradecer ao senhor”. O Erlo respondeu: “Tem de agradecer a Jesus. Foi Ele quem curou. Siga Jesus de todo o coração a partir de agora”.

O segundo exemplo vem de Mahambeni. Esse caso mexeu muito comigo. Um homem chegou montado num cavalo. Parou diante do Erlo e disse: “Quando o senhor esteve aqui pregando, semanas atrás, comecei a ver durante um dos cultos. Eu era cego. Vim agradecer e desejo muito seguir o Senhor Jesus a partir de agora”. De seguida, colocou a sua vida em ordem, sendo atendido por um dos cooperadores, já que o Erlo estava muito ocupado.

Muitos Cristãos na Europa e na América não acreditam nestes relatos. Para eles, eu, o Erlo e os seus cooperadores somos mentirosos. Existe um juízo para todos aqueles que não creem na verdade. Por causa da sua incredulidade, muitos deles nunca chegam a experimentar a grandiosa salvação do Senhor.

De seguida, quero relatar mais alguns casos de cura:

 

  1. Cura de Lepra

Num dos cultos em Kranskop, aconteceu o seguinte: o local do culto estava lotado até a sua capacidade máxima. O Martin Stegen estava na porta para deixar entrar as pessoas seriamente enfermas. Estando ali em pé, chegou um senhor leproso. Tinha todo o seu corpo cheio de feridas e de úlceras. Martin pensou avisar as pessoas, para não tocarem nele, pois, havia o risco de serem infetadas.  Mas, a multidão empurrava o homem para dentro e Martin orou: “Senhor, não permitas que alguém fique infetado!”

Quando o senhor deixou o local de culto, mais tarde, estava completamente curado e cheio de alegria. Viam-se algumas cicatrizes, mas, a sua pele parecia de criança.

Jesus disse em Mat.10:8, “… limpai os leprosos…” Por que razão tantos Cristãos, principalmente aqueles que creem na teologia da dispensação, ainda acreditam que estas coisas só aconteciam no primeiro século da Igreja? O diabo está cheio de engano e espalha-o. Ele sabe usar a teologia aparentemente bíblica para minar a autoridade da própria Bíblia. Esse tipo de teologia moderna extermina verdades fundamentais de quase toda a Bíblia.

Esses Cristãos e teólogos deveriam ler Apoc.22:19 sem reservas: “Se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida e da Cidade Santa e das coisas que estão escritas neste Livro”.

 

  1. Cura De Rins

Foi Martin Stegen quem me relatou este caso. Não é familiar do Erlo, mas, é um abençoado cooperador dele.

O Evangelho chegou ao vale de Mfolozi, principalmente por causa das notícias dos muitos milagres que vinham acontecendo no avivamento. Um homem doente chegou de Johanesburgo, havendo saído dum hospital onde se encontrara internado. Os médicos não conseguiam fazer mais nada por ele. Estava tão fraco que não conseguia andar. Também urinava sangue. Os seus familiares ouviram falar da campanha de evangelização e fizeram planos para o trazerem até ao Erlo. Era muito difícil transportá-lo. Na primeira metade do caminho, não havia estradas. Consequentemente, foi puxado numa esteira por um boi. O terreno era muito agreste. Tiveram de caminhar cerca de 18 km e demoraram horas a percorrer a distância. O pobre homem perdeu os sentidos no caminho. “Acham que devemos continuar?” Perguntavam-se uns aos outros. Houve opiniões diferentes, mas, a maioria era de opinião que deveriam continuar. “Se ele morrer, ao menos morre onde a palavra de Deus é pregada”, diziam. Pelo menos, haviam chegado à estrada principal. Dali até Kwasizabantu, o centro do avivamento, ainda seriam 260 km. Maravilhosamente, o homem enfermo sobreviveu àquela viagem difícil.

Em Kwasizabantu, ouviu a Palavra de Deus. No dia seguinte, foi para aconselhamento espiritual. Umas 24 horas depois, já sentia vida em seus pés. Tirou as pernas da cama, pôs-se em pé e sentiu que tinha capacidade para andar. Vestiu-se sozinho e andou. Estava completamente curado. Depois de ouvirem falar deste milagre, muitas pessoas da zona de Mfolozi, incluindo muitos enfermos, foram atraídas para ouvirem a Palavra de Deus e experimentaram o poder de Deus. 

Havia uma família de nome Sibiya, os quais trouxeram o seu filho de apenas 15 anos. O menino estava mentalmente incapacitado. Era louco. O Martin foi buscá-lo na sua aldeia e passou a noite em sua casa. Antes de ir dormir, o Martin pensou: “E se acontecer alguma coisa e este menino morrer sem ouvir o Evangelho?” Levantou-se e foi falar com o menino, trazendo-lhe a mensagem de Jesus. O menino dispôs-se a confessar os seus pecados e a arranjar-se com Deus, mas, não conseguiu confessar os seus pecados todos. Mesmo assim, na manhã seguinte foi ao banheiro e descarregou uma enorme quantidade de vermes. O Martin levou-o até Kwasizabantu, onde acabou por confessar o resto dos seus pecados. A sua mente ficou completamente sã e regressou a casa, curado.

 

  1. Cura De Hidropisia e Dum Paralítico

Um homem que cresceu num lar Cristão rejeitou a fé de seus pais e voltou para a feitiçaria. Usava magia negra em brancos e negros, mas, dizia que era muito difícil tratar brancos. Dizia que precisava de ‘medicinas’ muito fortes para uma pessoa branca ser tratada. Perguntaram-lhe que tipo de ‘medicina’ usava e ele respondeu: “Carne, gordura e cabelos de pessoas brancas”. “Onde consegue essas coisas?” Alguém perguntou. “Certamente que não vai assassinar pessoas brancas só para conseguir um pouco da sua carne!”

Explicou-se da seguinte forma: “Eu suborno uma pessoa negra na sala de operações para fornecer-me de algumas partes dos corpos que necessito. Mas, o segundo procedimento é muito difícil. Com essas partes, faço uma ‘medicina’ que coloco nas comidas dos brancos. Mas, funciona muito bem”.

A qualidade da sua ‘medicina’ é, contudo, posta em causa pelo simples fato de que não se conseguia curar a ele mesmo. Sofria de hidropisia e o pior de tudo é que estava tão inchado com líquidos no corpo que não conseguia arranjar calças para vestir. Por fim, passou a usar umas túnicas compridas. Naquelas condições, buscou ajuda Cristã. Foi para aconselhamento e depois de haver confessado todos os seus pecados e de seu voto que nunca mais mexeria em nada que tivesse a haver com feitiçaria, as coisas melhoraram. No dia seguinte já havia perdido muita água do corpo. Mas, depois que teve o seu problema resolvido, a sua fé começou a esfriar. Logo de imediato, a hidropisia voltou. Apercebeu-se, finalmente, que estava lidando com um Deus santo. Voltou novamente para confessar todos os pecados que havia cometido entretanto, colocou a sua vida em ordem novamente e tornou-se sério a respeito do seu relacionamento com Jesus. Ele ficou totalmente curado. Finalmente deixara as suas atividades de feitiçaria. A partir daquele dia, sempre que chegavam pessoas para lhe pedirem ajuda, ele referia-as a Kwasizabantu. Foi dessa maneira que ajudou uma senhora que se encontrava doente há 23 anos. Deu o testemunho à senhora e contou como Jesus o havia curado. A senhora sentiu-se encorajada para procurar Jesus também.

Eis aqui a sua historia de forma abreviada:

A senhora era de Busisiwe, uma vila a 20 km de Tuguela Ferry. Sofria de artrite reumática grave e ficou tão doente que não conseguia ir de um quarto para o outro sem que duas pessoas a segurassem, uma de cada lado, por baixo dos braços. Quando não tinha quem a ajudasse, rastejava em grande dor e agonia. O esposo dela era um feiticeiro muito conhecido, o qual ganhava fortunas com as suas práticas. Gastava muito em ‘medicina’ com sua esposa, mas, sem qualquer resultado.

No ano 23 da sua doença, ela teve um sonho. Viu uma enorme tenda onde um homem branco pregava a Palavra de Deus. Não havia nenhum branco na audiência. Estava lotada de Zulus. Entre a audiência, havia muitas mulheres com sicolos. (Sicolos são bonitos, mas, são arranjos de cabelos muito desconfortáveis usualmente usados por mulheres casadas. Os seus cabelos são entrançados com fibras coloridas para criar um gênero de chapéu com a cabeleira. São para a vida inteira e até dormem com aquilo. Também levam pesos na forma de pequenos canequinhos pendurados na parte de frente da cabeça. Tirei muitas fotos destas mulheres com sicolos).

No seu sonho, ouviu uma voz dizendo: “Encontre esse homem – ele lhe mostrará o caminho da salvação”. Aquele sonho preocupou-a muito, pois, não sabia com encontrar aquele homem. Depois, aquele ex-feiticeiro explicou-lhe o sonho e passou-lhe o Evangelho. Prometeu informá-la quando a tenda chegasse a Tuguela Ferry. Mas, haviam de passar mais dois anos. Quando o Erlo voltou a Tuguela Ferry, o ex-feiticeiro pediu a um dos cooperadores para ir buscar a senhora. Inicialmente, o irmão hesitou um pouco, pois, teria de ir muito longe só por uma pessoa. Mas, acabou concordando e foi buscá-la.

A senhora foi trazida no carro do irmão e foi carregada para dentro da tenda. Mal entrou, reconheceu o lugar. Era o lugar que vira em seu sonho, dois anos antes. Sem ninguém haver orado por ela, o poder de Deus manifestou-se nela e começou a caminhar sem ajuda, embora não tivesse ficado completamente curada. Ficou desapontada quando foi informada que não haveria orações especiais depois do culto. Mas, Bill explicou-lhe com muito carinho que o tempo dela iria chegar. Pediu-lhe para não se preocupar e para tentar lembrar todos os seus pecados e acertar a sua vida com Deus. Bill visitava-a regularmente e, em cada visita, ela confessava mais pecados. Após cada visita, a sua saúde física também melhorava consideravelmente. Três semanas depois, foi levada para um culto em Kranskop e, finalmente, Deus tocou nela e foi completamente curada sem ninguém haver orado por ela. A sua vida mudou radicalmente. Não necessitava mais de medicação e abriu o seu lar para os pregadores e evangelistas. Seis meses depois, testemunhou diante duma enorme multidão e trouxe todos os seus objetos de feitiçaria para serem queimados.

O esposo estava muito feliz com a cura dela e que o Evangelho estava sendo pregado a partir de sua casa. Contudo, não estava disposto a comprometer-se com o Evangelho. A senhora não se alarmou com nada e não se ressentia da resistência do esposo. Seguia o Senhor de todo o coração. Mas, foi mais fácil para ela porque o seu esposo trabalhava em Johanesburgo.

Martin Stegen relatou-me outro caso de hidropisia. Quando o avivamento alcançou à área de Usinga Mountain, havia por ali três homens muito doentes. Um era cego, outro paralitico e um terceiro sofria de hidropisia, encontrando-se já acamado. Os primeiros dois recebiam ajuda de suas famílias. O cego tinha alguém que o guiava de um lado para o outro e o paralítico tinha alguém para cuidar dele. Mas, homem com hidropisia estava seriamente doente e todos esperavam que viesse a falecer a qualquer momento.

Os três ouviram dizer que havia um missionário pregando e trazendo o Evangelho na sua área, o qual recusava receber ofertas nos cultos e aconselhava que usassem o seu dinheiro preferencialmente para comprarem Bíblias e hinários. Os três comentaram o caso da seguinte forma: “Se esse homem não tem amor por dinheiro, certamente devemos ir escutá-lo”. Os três foram ao culto. Era um grande desafio levar o homem que sofria de hidropisia até ao culto. O homem em questão mal conseguia respirar e muito menos caminhar.

Os três pediram oração, naturalmente que lhes foi comunicado que as suas necessidades espirituais eram prioritárias. Deviam arranjar-se com Deus em primeiro lugar. A sessão de oração pelo homem com hidropisia não teve efeitos imediatos. Mas, tornou a voltar, foi para aconselhamento e daquela vez tudo foi diferente. No dia seguinte, estava completamente curado. Saiu uma enorme quantidade de água e líquidos do corpo dele.

Mas, teve uma terceira experiência. Com o tempo, a sua caminhada com Jesus tornou-se morna. O seu abdômen começou a inchar novamente, isso perturbou-o bastante e um grande temor apoderou-se do seu coração. Viajou para Kwasizabantu uma terceira vez. Permaneceu na missão algumas semanas e o Espírito Santo convenceu-o de muitos pecados e omissões. Debaixo dum jugo de grande culpa, colocou a sua vida em ordem e recuperou a sua saúde toda novamente. Desde então, tem sido um seguidor fiel de Jesus Cristo e vai a todos os cultos. Também conseguiu um emprego como lojista.

A sua esposa também alcançou a misericórdia do Senhor. De tempos em tempos era tomada de ataques compulsivos e tornava-se destrutiva, quebrando mobílias e tudo que encontrava na sua frente. Depois que o esposo decidiu seguir o Senhor incondicionalmente, ela também foi tocada pelo Espírito Santo, foi convertida e curada de seguida. Ambos vêm regularmente a Kwasizabantu e dois dos seus filhos são missionários a tempo integral.

Não disse nada mais sobre o homem cego e o paralitico. O paralitico também começou a andar e arranjou emprego novamente. O cego foi parcialmente ajudado. A sua visão não foi totalmente restaurada, mas, as terríveis dores que sentia desapareceram.  Nem sempre há curas físicas totais. Mas, vemos que ninguém sai sem um pouco da benção de Deus em suas vidas. Quando Jesus é procurado de todo coração, há sempre alguma coisa que acontece, até mesmo quando nem todos os nossos desejos são cumpridos.

 

  1. Cura De Problemas Cardíacos

Em Kwahlati Elenge, havia uma família que cria em Cristo. O homem da casa tinha problemas cardíacos e desejava ser levado a Kwasizabantu. Contudo, a sua condição física era muito séria. Em Kwasizabantu, oraram por ele após haver confessado todos os seus pecados. Pediu para o levarem de volta para casa, pois, desejava morrer lá. Uns dias depois, Martin Stegen visitou-o. Confessou mais pecados dos quais, entretanto, havia-se lembrado. O Martin pensava que o homem morreria em breve. Contudo, devido ao muito trabalho só pôde visitá-lo duas semanas depois. Ficou perplexo e admirado ao ver o homem que antes tinha os joelhos muito inchados, caminhando normalmente de um lado para o outro. Este senhor de certa idade ainda viveu até aos 66 anos de idade e não faleceu devido a problemas cardíacos.

Dois de seus filhos encontram-se na obra missionária a tempo integral.

 

  1. Cura De Surdos-Mudos

Em Kwasizabantu, muitas formas de cura acontecem. Alguns são curados após confessarem os seus pecados, orando por eles com a imposição das mãos.  Outros são curados durante os cultos e nem o pregador se apercebe disso. Por norma, tais pessoas curadas nos cultos voltam para pedir aconselhamento e colocarem as suas vidas em ordem com Deus.

Uma terceira forma de cura é quando as pessoas vão a caminho de Kwasizabantu. Mas, ainda existe outra frequentemente usada por Deus. Acontece várias vezes que os enfermos ficam curados quando chegam em casa, após se haverem convertido em Kwasizabantu. Contudo, nunca podemos esquecer que, em muitos casos, as pessoas não se curam, ainda que obtenham a sua paz com Deus. A cura não depende do desejo de quem aconselha e ora com a pessoa, mas, da vontade de Deus.

Aqui seguem exemplos de surdos-mudos que foram curados.

a) Uma moça surda-muda foi levada de carro para Kwasizabantu. Assim que saiu do carro e pisou o solo da missão, a sua boca abriu-se e a surdez foi curada. Ninguém falou com ela antes e não houve aconselhamento antes da cura. Mas, logo de seguida, pediu aconselhamento espiritual, confessou todos os seus pecados e foi perdoada. Entregou a sua vida a Jesus.

b) Uma mãe foi para Kwasizabantu com três filhos, todos surdos-mudos. Ela abriu o seu coração para o Evangelho, entregou-se a Jesus. Os cooperadores oraram por seus filhos. Uma das crianças começou a falar de imediato. Mas, as outras duas tiveram de esperar.  A mãe e os filhos voltaram uma segunda vez. Quando cruzavam o rio, uma das crianças surdas-mudas disse: “Não é por aqui. Temos de atravessar o rio mais além”. A terceira criança também foi curada. Por isso, não podemos ter um padrão através do qual possamos guiar-nos. Deus é Deus e decide sempre o que fazer e quando fazer.

c) Um caso maravilhoso aconteceu apenas umas semanas antes de escrever estas coisas. Certo homem, cego, surdo-mudo e paralítico foi trazido para Kwasizabantu no dia 29 de Fevereiro de 1976. Um irmão trouxe-o de carro. No meio de um sermão, ele olhou à sua volta perplexo. Os seus olhos e a sua boca haviam-se aberto. Todos se alegraram com ele e, quando foi para casa, saiu do carro sem qualquer ajuda.  Quando estive em Kwasizabantu, ele veio a um culto novamente. Uma meditação diária do dia 29 de Fevereiro, diz: “Ah! Senhor Deus de nossos pais, porventura não és tu Deus nos céus? Não és tu que dominas sobre todos os reinos das nações? Na tua mão há força e potência, e não há quem te possa resistir” (2 Cron.20:6). Não foi isto que foi cumprido na vida deste homem?

A notícia destas curas espalhou-se por todo lado, mesmo não havendo meios de comunicação modernos nessas áreas.

Pediram a Martin Stegen para levar pessoas para um culto. Ele pegou em seu camiãozinho pequeno, o qual podia levar cerca de 15 pessoas de cada vez. Mas, quando chegou ao local, estavam lá mais de 100 pessoas esperando para serem levadas. Uma pessoa disse-lhe: “Por favor, não desaponte estas pessoas – leva-as”. Então, o Martin resolveu fazer um culto para elas ao invés de levá-las todas. Mas, manteve a intenção de levar 15 delas. Mas, era tudo planos de homem. Após a mensagem, um espírito de arrependimento generalizado caiu sobre todos. Todos desejavam confessar os seus pecados. Então, o Martin viu-se obrigado a permanecer ali desde manhã até à noite aconselhando pessoas e orando com elas. O nome do lugar é Maposwane.

A conversão daquelas 100 pessoas foi mais uma pedra de esquina do avivamento. Mais e mais pessoas chegavam desejando ser salvas e perdoadas de seus pecados. Uma vez mais, as curas não eram a coisa principal. O Espírito Santo trazia as pessoas com intenção clara de salvá-las e de colocar as suas vidas em ordem.

Numa certa ocasião, houve uma campanha com a tenda em Efaye in KwaZulu-Natal. O Martin trouxera muitas pessoas de muito longe. Devido à experiência em Maposwane, ele decidiu usar um veículo maior. Contudo, o veículo estava tão cheio que as mães precisavam levar seus filhos no ar para não serem esmagados. 

Quero mencionar algo que vi pessoalmente. Em Mahambeni, uma camião chegou muito carregado para o culto - com cerca de 200 pessoas! Alguns dos jovens que não tinham lugar iam pendurados do lado de fora do camião. A viagem foi de 250 km. Alguns chegaram com os pés inchados. O Erlo pregou a mensagem. Centenas de pessoas responderam à mensagem e vieram para serem salvas e perdoadas. Muitos foram curados e até alguns com problemas cardíacos.

Uma das viagens mais difíceis deve ser mencionada aqui. Depois do culto, por volta das 4h30 da tarde, o Martin levava-os de volta. A última pessoa a chegar em casa foi um velhinho que chegou somente à 6h45 da manhã seguinte! Ninguém se queixou. Antes, cantavam o tempo todo. Cantavam hinos a Deus. É precisamente isto que acontece quando os ventos do poder de Deus sopram.

Já mencionamos várias vezes o Martin e o seu camião. Martin é um fazendeiro com cerca de 680 hectares de terras numa zona montanhosa de plantações e de pastos para o gado. Ele é o dono do camião e do camiãozinho que mencionamos. Um dos frutos deste avivamento é a conversão de fazendeiros e de homens de negócios, os quais se disponibilizam integralmente para a obra de Deus a qualquer hora. As campanhas evangelísticas em KwaZulu, Natal e no Transkei homens de negócios como Horst Witthöft, Trevor Dahl and Friedel Stegen e o fazendeiro Joe Newlands estiveram sempre conosco. Alguns dos irmãos ainda levavam as suas esposas junto com eles para ajudarem a cozinhar para todo o grupo de missionários e cooperadores. As suas prioridades não eram os seus negócios, mas, era o Senhor e a Sua obra. Todos os que possuíam carros ou camiões, disponibilizam-nos para a obra do Senhor. Os Zulus eram transportados gratuitamente. Ninguém perguntava nada sobre as despesas de toda a logística, mas, o Senhor sabia de tudo.

O Senhor Jesus perguntou, certa vez, aos Seus discípulos: “Alguma vez vos faltou alguma coisa?” Eles responderam que não. Tudo o que possuímos é consagrado na obra do Senhor e dedicado ao Seu serviço. Vimos que são muito abençoados todos aqueles que fazem tudo isto com alegria singela. Grande será o seu galardão quando chegarem ao céu, embora não trabalhem por causa do galardão.

 

  1. Cura De Infertilidade

Para os Zulus, é uma desgraça a mulher ser infértil. Por isso, quando uma mulher Zulu encontra Jesus, é comum pedirem seriamente por filhos. Houve muitos pedidos desses atendidos e, muitas vezes, Deus atendeu antes que Lhe houvessem pedido. Aconteceu muitas vezes mulheres tornarem-se férteis assim que se converteram a Jesus.

Conheci uma senhora assim em Tuguela e ouvi o seu testemunho. Já estava casada há alguns anos, mas, nunca teve filhos. Num culto, ela encontrou o Senhor. Desde então, ela teve um filho por ano e já tem cinco.

O esposo ainda é descrente e os seus amigos encorajam-no a proibir a sua esposa de seguir a religião dos brancos. Mas, ele respondeu-lhes: “Que posso dizer contra Cristo depois destes milagres?”

Entre os Mabaso, ainda havia muitas rixas em 1971, mas, terminaram com Gabajana em 1972, conforme já contei. A polícia levou dois anos para encontrar os culpados. Em 1973, 80 homens foram presos e entre eles estava o esposo da senhora que se tornara fértil.

Na prisão com os seus colegas, contou as coisas que vinham acontecendo com a sua esposa. No final, acrescentou: “Sabem, existem pessoas que adoram o Deus vivo!” De seguida, escreveu uma carta à esposa com os nomes dos seus companheiros de prisão, pedindo-lhe que levasse um casaco de cada um deles para Kwasizabantu para orarem sobre a roupa. De acordo com as crenças pagãs, as pessoas esperam receber ajuda dessa maneira, fazendo rezas sobre a roupa de alguém. Era isso que esperava que acontecesse a ele e aos outros 79 presos.

A senhora passou o recado para o Erlo. Ele responde-lhe: “Nós não oramos por roupa, mas, por pessoas”. Contudo, o grupo de cooperadores reuniu-se para orar pelos 80 homens na prisão e um milagre aconteceu: foram todos colocados em liberdade.

Aquilo causou uma grande impressão nos 80 homens pagãos e ainda mais no esposo da senhora. Ele estava muito agradecido. Foi para o seu emprego em Johanesburgo, comprou um veículo em segunda mão e ofereceu-o ao missionário que trabalhava em Tuguela Ferry. Mesmo sendo pagão, deu um nome bíblico ao veículo: “Arca de Noé”. Ele explicava-se: “A arca de Noé levava o povo de Deus – este veículo levará os soldados de Cristo!”. Em Maio de 1975, o Barney levantou o veículo em Johanesburgo. Barney é o pregador em Tuguela Ferry. É um dos cooperadores do Erlo. Usou o veículo até Dezembro de 1975, até ao dia que o homem precisou dele.

Esse veículo foi usado como um meio para ensinar muitas coisas ao seu dono pagão. Um dia, Barney disse-lhe: “Deve entregar a sua vida a Jesus, da mesma maneira que entregou este veículo para o ministério. Deve abandonar a adoração ancestral. Não agradeça aos antepassados pela sua libertação, mas, a Deus. Também não deve pendurar o saquinho com bílis em seu carro para proteção contra espíritos malignos, mas, confie no Senhor Jesus”.

O homem tinha um motorista pagão porque não possuía carta de motorista. Antes de ligarem o carro pela primeira vez, pediram aos antepassados para os protegerem. O motorista ligou a chave, mas, não dava arranque. Não dava sinal sequer. O dono lembrou-se daquilo que Barney lhe havia dito: “Este veículo pertence a Deus e é santo”.  Então, disse ao motorista: “Este carro sempre andou com oração. Então, ora ao Deus dos Cristãos”. O motorista pagão respondeu alarmado: “Não consigo!”. O proprietário insistiu e disse-lhe: “Temos de ir! Eu contratei-te para dirigires este veículo! Então, faz o teu trabalho”. O motorista orou sob protesto, mas, nada aconteceu.  O carro continuava sem pegar. O proprietário queixou-se: “Não fizeste como deve ser. Vamos chamar a minha esposa para orar!” A esposa veio, orou e o veículo pegou de imediato. O homem, muito impressionado com a oração da esposa e seus efeitos, disse ao motorista: “Vês, este carro só funciona quando se ora ao Deus dos Cristãos!” A partir daquele dia, o motorista era obrigado a orar a Jesus antes de partir!

Para os Cristãos Europeus, vencidos pelo racionalismo, isto parecerá algo infantil. Mas, esta é a natureza dos Zulus. São pessoas simples, como crianças em sua crença e fé. São muito simples, especialmente quando experimentam Deus de forma real e experimentam aquilo que Ele pode fazer. Os cooperadores ainda continuam orando para que o dono do veículo venha a Cristo. Ainda não pertence ao rebanho de Deus e a sua esposa é um grande exemplo para ele. Ele respeita muito o seu exemplo.

 

  1. Cura De Paralíticos

Existem muitos enfermos entre os Zulus. O seu costume desde a infância é irem aos feiticeiros onde não recebem qualquer ajuda médica. Na verdade, ficam cada vez piores e ainda mais presos à feitiçaria.

Porque temos um Deus misericordioso, muitas vezes, essas situações não são levadas em conta. Tal como em Timor, na Indonésia, muitos foram curados simultaneamente após a sua conversão. Na ilha de Timor, aproximadamente trinta mil pessoas foram curadas num período de dois anos e meio depois do avivamento ter começado. Esses números foram-me fornecidos por dois servos de Deus, Daniel de Timor e Petrus Oktavianus de Batu.

Vamos ouvir mais algumas coisas que aconteceram entre os Zulus:

a) Uma senhora de 50 anos de idade tinha um lado de seu corpo paralisado. Ela foi levada numa esteira de metal (com rodinhas metálicas) por 30 km por vários homens. O caminho era agreste e montanhoso. Quando ela chegou a Mapumulo, tinha o corpo dorido e magoado. Após aconselhamento espiritual e oração, ela levantou-se, mas, ainda arrastava a perna ligeiramente. Mesmo assim, ficou radiante e muito agradecida ao Senhor por aquilo que já lhe havia acontecido. Mas, esta cura parcial não foi o fim da história.

O dia ainda não tinha chegado ao fim e já a circulação de sangue no seu braço e perna começavam a restabelecer-se. Por fim, começou a mexer os dedos da mão e do pé. Antes de sair de Mapumulo em direção a casa, já se encontrava completamente curada. A evidência de sua cura demostrou-se com o fato de que ela foi capaz de caminhar de volta até casa, passando pelas mesmas montanhas, vales e caminhos tortuosos. Quando estava a 2 Km  de casa, o seu esposo reconheceu-a descendo a montanha. Ele exclamou: “É a minha esposa ­– ela está curada!”

O seu marido também era doente. Tinha mau funcionamento das glândulas e era tão gordo que mal conseguia andar. Os seus joelhos estavam sempre inchados e doíam muito. Depois de ver o milagre que a sua esposa experimentou, pediu para lhe mostrarem onde ficava o lugar onde ela havia sido ajudada.

Na segunda-feira de manhã, partiram, fazendo o mesmo percurso difícil. Na quarta-feira, chegaram ao local onde podiam conseguir um carro para levá-los o resto do caminho.

Quando chegaram, o homem pediu de imediato para lhe mostrarem o caminho a Jesus. Depois de lhe mostrarem o caminho, os cooperadores oraram por ele, impondo-lhe as mãos. Ouviram seus joelhos estalarem e ele disse que sentiu como se uma faca estivesse cortando os seus artelhos. Levantou-se, movimentou as pernas em todas as direções com muita agilidade e flexibilidade. Parecia-lhe que o corpo se tinha tornado leve.

Neste avivamento entre os Zulus, tem-se verificado com alguma frequência que uma cura precede a outra, ou a conversão de uma esposa precede a do marido ou vice-versa.

b) Uma senhora completamente incapacitada foi trazida a Kwasizabantu durante uma Conferência dos Jovens. Um professor branco que havia ouvido falar dos milagres que aconteciam em Kwasizabantu veio visitar o seu filho que estava participando dos cultos. Esse professor passou pela senhora quando ela saia do aconselhamento espiritual, alegre e contando a toda gente que acabara de ser curada. O homem teve a oportunidade de presenciar o poder de Deus em primeira mão.

c) Dois irmãozinhos de um lugar chamado Efaye estavam doentes. O menino era paralítico e sua irmã precisava ser alimentada como um bebê. Ambos foram trazidos para Kwasizabantu. O Erlo falou primeiro com o menino, o qual confessou os seus pecados. Depois que o Erlo orou por ele, houve logo uma melhora visível no seu estado de saúde.  A sua paralisia foi curada parcialmente.

De seguida, o Erlo falou com a irmã. Parecia estar completamente cega espiritualmente. Quando um conselheiro lhe perguntava se havia entregado a sua vida a Jesus ela respondia que não tinha nenhum pecado. Pouco tempo depois, piorou bastante e pediu ao Erlo para orar por ela. Mas, não houve qualquer melhora no seu estado de saúde.  No dia seguinte começou a vomitar, sentindo  como se fosse morrer. Só então começou a tomar consciência dos seus pecados e chamou o Erlo pela terceira vez. Dessa vez, confessou os seus pecados e foi pedir perdão ao seu irmão de algumas coisas. A partir daquele momento, os seus problemas de saúde desapareceram e ficou completamente curada.

O seu irmão, por sua vez, confessou mais pecados, trazendo mais algumas coisas para luz das quais se havia lembrado. Desta vez, ficou completamente curado após oração.

O pensamento pode surgir em alguém que é fácil converter os Zulus e curá-los. Contudo, devemos lembrar que os Zulus são um povo orgulhoso. O seu orgulho nacional data desde os tempos de Shaka. Todos os missionários encontraram enormes dificuldades para converter um Zulu a Cristo. A verdade é que estes milagres e conversões revelam que a graça de Deus chegou a eles como nunca antes.

Enquanto escrevia isto, um caso semelhante ocorreu em outro avivamento ativo entre os Bushmans, na Missão Dorothea. Se Deus quiser, viajarei para lá na próxima vez que vier à África do Sul. Já escrevi algumas coisas sobre a Missão Dorothea no meu livro Jesus auf allen Kontinenten (Jesus em todos os Continentes) (Bibel- und Schriftenmission Dr. Kurt E. Koch, www.schriftenmission.de).

d) A cura de Anna Greta Khumalo, de 18 anos de idade, foi um acontecimento maravilhoso. Bill Larkan, um oficial que na altura recrutava mineiros para as minas em Johanesburgo, relatou-me este caso. O Erlo forneceu-me os restantes detalhes. 

Anna Greta estava completamente paralisada, dos pés à cabeça. Permanecia imóvel numa cama e nem era capaz de enxotar as moscas. Já em criança era necessário levá-la ao banheiro. Os Cristãos conheciam-na muito bem e visitavam-na de tempos em tempos. Ouviram falar dela pela boca de Bill Larkan. Aconselhamento parecia totalmente impossível, pois, ela mal conseguia sussurrar. Mais tarde, um dos cooperadores do Erlo deu-lhe aconselhamento, fazendo-lhe perguntas às quais ela teria de responder somente sim ou não, picando os olhos.

Os pais dela já haviam tentado tudo para tratá-la. Durante certo período de tempo, foi tratada no Hospital Baragwanath. Os médicos acreditavam que ela era um pouco louca. Foi transferida para Dundee, mas, também ali não houve melhoras. Eventualmente, foi transportada para o Hospital Edendale Hospital em Pietermaritzburg. Também ali nada mudou. De vez em quando, os pais de Anna Greta levavam-na a feiticeiros, não se apercebendo que isso somente piorava a situação já de si crítica. Um dos feiticeiros usou uma terapia muito absurda. Arrancou algum cabelo da moça paralisada, cozinhou um sapo e amarrou o sapo quente à sua cabeça, no local onde havia arrancado os cabelos. Não será necessário comentar mais nada e nem contar quais foram as consequências dessa terapia de queimadura.

Bill visitou-a uma vez mais e disse-lhe que o Erlo iria chegar a Tuguela Ferry com a sua tenda para uma campanha evangelística. Concordou em ser levada para os cultos. Colocaram-na num colchão dentro do automóvel de Bill e levaram-na para o do culto. Depois do culto, o Erlo conversava com ela enquanto os seus cooperadores assistiam, intercedendo por ela silenciosamente. Enquanto falava, foi impulsionado a mandar a moça levantar-se: “Em nome de Jesus, levanta-te!” Ela hesitou, mas, o Erlo repetiu o comando e ela levantou-se. O Bill contou-me que ele e muitos outros correram para o quarto onde tinha acontecido o milagre.

Naquela mesma noite, a irmã dela, uma professora em Dwaleni, foi convocada para vir ter com eles, mas, não lhe contaram nada do que havia acontecido. Ela pensou que queriam comunicar-lhe que a sua irmã havia falecido. Quando entrou no quarto onde se encontrava Anna Greta, a moça curada apareceu na porta. A professora pensava que era o espirito dela, da defunta, ergueu os seus braços e fugiu. Não era um milagre pequeno, pois, há anos que não via a sua irmã em pé, muito menos caminhando! Nos últimos seis meses, a Anna nem se mexia na cama.

No dia seguinte, alguns dos cooperadores decidiram levar Anna Greta para ver o pai que trabalhava como guarda prisional numa prisão de alta segurança em Pomeroy, a 25 km de Tuguela Ferry. Quando chegaram à entrada do estabelecimento prisional, mandaram alguém chamar o pai dela. Quando ele abriu a porta, os cooperadores e Anna Greta caminhavam em direção a ele. Também pensou que estava vendo um espírito ou uma aparição. Ficou parado e rígido como uma rocha. Pouco depois, entendeu o que se passava e viu que era a sua filha viva. “Que aconteceu, minha filha?” Ela respondeu: “Jesus curou-me”. “Entra aqui e conta-me tudo o que se passou”, disse o pai. Com toda aquela excitação, o pai esqueceu-se de fechar a porta da prisão atrás de si, mas, ninguém fugiu.

Esta cura teve um impacto enorme em toda a gente. Em primeiro lugar, uns oficiais do governo vieram examiná-la e interrogá-la.  Havia, obviamente, certificados, credenciais e documentos dos hospitais que atestavam o seu estado de saúde anterior. Os oficias ficaram tão impressionados com o caso que não sabiam o que dizer. “Sabes quem te curou?” Perguntaram à moça. “Esse que te curou é Aquele que consegue ressuscitar mortos!” (Ela era como morta antes) Exortaram-na a viver para o Deus que conseguiu aquele milagre.

As consequências espirituais foram muito além do facto de que três descrentes em dúvida haverem saído dali convencidos que Jesus era verdadeiro.  Muitos vieram de todos os lados só para ver Anna Greta e uma grande porta abriu-se para o Evangelho. Centenas de pessoas vieram para aconselhamento e cerca de 200 pessoas pediram oração. Obviamente que somente algumas daquelas pessoas conseguiram oração individual com imposição de mãos, conforme vem em Tiago 5:14, pois, não era possível fazer melhor. Por outros, oraram coletivamente e os casos que consideraram mais sérios, como os cegos e outros enfermos receberam tratamento individual. As curas que aconteceram aqui serão descritos mais adiante, nas próximas páginas. 

Estas ocorrências têm o seu selo nas Escrituras e mostram a verdade quem vem no Sal.68:20: “O nosso Deus é o Deus da salvação; e a Deus, o Senhor, pertencem os livramentos da morte”.

 

  1. A Cura De Cegos

Os casos seguintes estão relacionados com o de Anna Greta. Muitos enfermos vieram de lugares distantes, de áreas integralmente pagãs. Houve muitos pedidos dessas zonas rurais. “Por favor, enviem-nos homens de Deus que preguem o Evangelho Vivo. Temos ouvido falar de tudo que se passa entre vós”.

É verdade que tempos como estes, de grande agitação são tempos complicados para os discípulos. Na verdade, são muito perigosos. Lembramo-nos do que aconteceu quando 5.000 homens foram alimentados com poucos pães e peixes em Mat.14:21. “E os que comeram foram quase cinco mil homens, além das mulheres e crianças”. Os discípulos corriam o risco de ficar absorvidos em seus sentimentos e, por essa razão, Jesus “ordenou”, obrigou-os a entrarem em seus barquinhos e seguirem caminho, atravessando o Mar da Galileia antes d’Ele. Ele bem sabia o que os esperava ali. Logo de seguida, uma tempestade forte surgiu para ‘acalmá-los’ através do desespero. Foi algo necessário e que precisava ser feito, pois, essa tempestade terrível corrigiu as suas almas.

O Erlo conhece bem os perigos dos grandes milagres. Essa é uma das razões por que ele, de quando em quando, separa um tempo para os cooperadores estarem em quietude onde agradecem a Deus tudo que experimentaram anteriormente e preparam-se em oração para tudo que está diante deles. Visitei a casa velha em Kranskop, onde o grupo de missionários se reúne para passar algum tempo de quietude em oração e em comunhão com Deus.

Vamos ver, agora, alguns casos de cegos que foram curados:

a)    Cura De 11 Pessoas

No segundo dia depois da cura de Anna Greta, 11 cegos foram trazidos. O poder de Deus esteve presente de forma tão poderosa que, assim que entraram no quarto, clamaram: “Eu vejo, eu consigo ver!” Todos recuperaram a vista ao mesmo tempo.

Nesse mesmo dia, o Martin Stegen chegou de Elandskraal com um grupo de pessoas que morava a 40 km de Tuguela Ferry. O camião estava lotado e nem cabia mais uma agulha nele. No caminho, viram uma senhora idosa, cega, sendo ajudada por uma menina que era sua filha. Estavam do lado da estrada esperando o camião. Suplicaram para que parassem. Imploraram que as levassem para os cultos em Tuguela. O Martin disse que não era possível, pois, não havia mais lugar no camião. Ninguém queria sair para dar lugar à senhora e à criança. A senhora foi deixada para trás lavada em lágrimas.

No Domingo, o camião voltava com as mesmas pessoas e pelo mesmo caminho. A senhora encontrava-se no mesmo lugar e mandou-os parar, completamente curada. Fizeram-lhe umas perguntas para saber como tudo tinha acontecido e verificaram que o milagre ocorreu à mesma hora que os 11 cegos foram curados.

b)   Avozinha Ntjali

Uma senhora idosa, Ntjali, de Elenge foi trazida a Kwasizabantu. Permaneceu na missão durante algum tempo, mas, nada de especial lhe aconteceu. Voltou para casa ainda cega. Veio uma segunda vez à missão, mas, também não estava preparada para a operação de Deus. Durante a sua estadia, não foi para aconselhamento e não entregou a vida a Jesus. Uma vez mais, voltou para casa desapontada. Um dia, uns Zulus chegaram buscando ajuda. Perguntaram-lhes: “Como é que souberam que Deus se manifesta neste lugar?” Responderam: “A avozinha Ntjali contou-nos tudo. Ela recuperou a visão e já não está cega”. Pouco tempo depois, Ntjali conversou com um dos cooperadores, confessou os seus pecados e entregou a sua vida a Jesus.

As curas não ocorrem somente quando o Erlo ora pelos doentes – os seus cooperadores também têm experiências do gênero.

Certa ocasião, o Erlo estava ausente da missão. Uma senhora cega desejava que o Erlo orasse por ela. Contudo, devido à sua ausência, um dos cooperadores ofereceu-se para ajudá-la. Fez uma confissão detalhada dos seus pecados e, enquanto acertava a sua vida com Deus, exclamou: “Eu consigo ver aquela parede!” Olhando ao seu redor, apercebeu-se que tinha sido curada e tinha obtido a sua visão. Foi uma benção especial da parte de Deus, porque ela era totalmente cega e os seus olhos nunca chegaram a desenvolver-se.

Um exemplo similar também pode ser mencionado. Martin estava de visita a Kwasizabantu. Na missão, pegou (para aconselhamento) em dois casos de pessoas cegas, os quais estavam lado a lado no hospital da missão. Inicialmente, falou com um deles num quarto separado. De seguida falou com o outro. Quando o outro chegou à sala do hospital, o seu companheiro perguntou-lhe: “Consegues ver?” Ao que o outro respondeu: “Eu fiquei a ver espiritualmente e é isto que me importa – o importante é a nossa vida está em ordem com Deus”. O segundo homem alegrou-se com isso, mas, ainda não se havia apercebido que algo maior tinha acontecido com o outro. Quando estavam orando por ele, os seus olhos abriram-se e a sua paralisia foi curada. Esse homem encontrou Jesus, recebeu a visão e ainda foi curado de paralisia. Contava a todas as visitas de Kwasizabantu: “Fui cego desde 1941 e paralítico desde 1942. Mas, agora o Senhor Jesus tocou-me triplamente”. Todos se alegravam com ele. Tornou-se uma testemunha de Jesus impressionante tanto para os pagãos como os Cristãos.

c)    A Cura De Cegueira Durante Aconselhamento

Um cego foi trazido para Kwasizabantu. Queria que o Erlo viesse falar com ele. Mas, o Erlo recusou inicialmente, pois, estava muito ocupado e pediu a um dos cooperadores para conversar com ele. Mas, o homem insistiu que só queria falar com o Erlo. Por fim, o Erlo cedeu e foi conversar com o homem. O cego pediu-lhe: “Por favor, abra os meus olhos!”

 “Como é que pode pedir tal coisa?” Respondeu o Erlo. “Eu não posso curar ninguém. Somente Jesus cura”. Mas, o cego insistiu: “Ouvi dizer pela boca de pessoas que eram cegas que ficaram curadas quando o senhor orou por elas aqui em Kwasizabantu”. O Erlo respondeu: “As coisas não funcionam bem assim. Primeiro, os olhos espirituais do senhor precisam ser abertos. Já alguma vez entendeu o que o Senhor Jesus fez pelo senhor na Cruz?” Mas, o homem não entendia nada. O Erlo continuou explicando: “Deus é santo. Nós somos todos pecadores e é por isso que Deus enviou Jesus, o Seu Filho, para morrer por nós”. Antes mesmo que o Erlo terminasse de falar, ele exclamou: “Agora estou entendendo”. De imediato, começou a confessar os seus pecados um por um. Enquanto fazia isso, pulou e pôs-se em pé clamando: “Eu consigo ver! Graças a Deus – Ele abriu os meus olhos”.  

O Salmista canta muito sobre as maravilhas de Deus. Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor. A palavra “somente” ocorre muitas vezes na Bíblia e dá ênfase ao fato de somente o Senhor merecer toda a honra.

Sal.72:18: “Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas”

Sal.136:3-4: “Aquele que só faz maravilhas; porque a sua benignidade dura para sempre”

Deut.32:3: “o Porque apregoarei nome do Senhor; engrandecei a nosso Deus.”

Neh.9:6: “…Só tu és Senhor …”

Mais uma preciosidade para encerrar esse capítulo sobre os cegos. Uma senhora cega a caminho de Kwasizabantu disse: “Eu não quero receber a minha visão porque a primeira coisa que quero ver é o Senhor Jesus em seu Reino”.

 

  1. Cura Dum Tumor

Pouco tempo depois de o avivamento ter começado, o grupo de cooperadores reuniu-se para oração. De repente, ouviram um enorme estrondo do lado de fora. Correram todos para fora e aperceberam-se que o para-brisas dum camião da missão explodira. Era óbvio que não foi nada de fora que quebrou o vidro. Não havia ninguém por perto e nem havia qualquer explicação para o sucedido. Voltaram para a oração e perguntaram ao Senhor o que aquilo significava. Deus respondeu de imediato e disse-lhes que deveriam esperar algo pouco usual para breve.  Pouco tempo depois, um homem de 44 anos de idade foi levado por várias mulheres a Mapumulo. Estava muito doente e não conseguia andar devido a um tumor maligno no seu abdômen. Tinha ambas as pernas paralisadas.

Nesse dia, havia tanta gente que não cabiam todos no local de culto. Muitos sentaram-se do lado de fora. Após a mensagem, um após outro vinha para aconselhamento. Mas, aquele homem enfermo permanecia no mesmo lugar porque não podia caminhar. Então, um dos cooperadores começou a conversar com ele. O homem confessou todos os seus pecados e desejava tornar-se seguidor do Senhor Jesus. O cooperador orou com ele e, mal disse o “Amém”, o tumor estourou. O cheiro era intenso e horrível. O fedor espalhou-se por todo o lugar. Todos os que se encontravam por perto saíram apressadamente. 

Muitos ficaram atônitos ao verem o homem no meio da sala em pé sem qualquer ajuda. A sua paralisia fora curada. A cura havia sido completa. O povo começou a cantar louvores ao Senhor e cantavam: “O Senhor é poderoso Deus, não há igual a Ele”.

 

  1. Cura De Dor De Dentes

Numa carta, o Erlo escreveu-me o seguinte: “Um tempo atrás, pediram-me para visitar uma senhora idosa. Contaram-me que estava doente e pedia que fosse orar por ela. Quando cheguei onde ela estava, vi o seu rosto inchado e perguntei-lhe o que poderia fazer por ela. Respondeu que tinha uma dor de dentes terrível. Disse-lhe que ela deveria consultar um dentista para arrancar o dente. Parecia-me que se tratava duma coisa pequena demais. Ela não ficou nada feliz com o que lhe disse e nem a forma como lhe disse. Ela respondeu asperamente: “Não mandei chamar o senhor para me enviar a um dentista, mas, para que ore por mim!” Eu levei a questão como uma brincadeira, de bom humor. Era-me impossível ficar sério diante duma situação daquelas. Mas, ainda assim orei obedientemente: Senhor Jesus, está aqui esta mulher. Ela pede que cures a sua dor de dentes. Amém”. Certamente, foi uma oração muito curta. Mas, o Senhor Jesus atendeu-a. O abcesso estourou e o inchaço e a dor de dentes desapareceram completamente. Desde então, essa mulher nunca mais sofreu de dor de dentes e já se passaram alguns anos. Aprendi a lição e nunca mais considerei alguma coisa como pequena demais”.

 

  1. Cura de Intestinos

Uma senhora de 55 anos de idade, de nome de Xobisile, sofria há anos duma enfermidade – uma diarreia teimosa que não parava. A sua condição física piorava de dia para dia e não havia médico capaz de ajudá-la. Por fim, ficou acamada. Pior ainda: depois ainda apanhou flebite. Uma perna inchou bastante e ficou roxa, causando enormes dores. Os vizinhos conseguiam ouvi-la gemer. Parecia que ia enlouquecer. Numa terça-feira, recebeu a notícia de que um homem branco vinha orar por pessoas doentes. Perguntaram-lhe se desejava que a levassem ao local.

O Erlo fazia um culto numa vila vizinha de duas em duas semanas, sempre às quartas-feiras.  Foi levada para assistir aos cultos, embora a viagem fosse complicada. Primeiro tinha de ser carregada por cima de um monte e, de seguida, para uma estrada onde pudessem ir buscá-la. Já havia muitas pessoas doentes reunidas quando ela chegou ao local de culto. Antes de o Evangelho ser pregado, o Erlo informou a todos os enfermos que era necessário limparem as suas vidas antes de poderem pedir oração para serem curados. Um hino estava sendo cantado. Um jovem liderava os cânticos.

Enquanto cantavam, a mulher sentiu, subitamente, a sua perna inchada rebentar saindo uma enorme quantidade de pus. Ela contou que saia um liquido de várias cores e o inchaço desapareceu de imediato. O seu problema intestinal também ficou curado. Com o passar do tempo, a perna doente também começou a perder a pele e uma nova ressurgiu. Isto aconteceu em 1967.

Nove anos mais tarde, esta senhora completamente curada, teve outra experiência. Como era analfabeta, não podia ler a Bíblia. Era por essa razão que Deus sempre lhe falava através de sonhos. Num desses sonhos, Deus revelou-lhe que não podia fazer nada sem orar primeiro. Deveria orar antes de fazer qualquer coisa. Um dia, esqueceu-se dessa lição. Quis apanhar uma carona num camião e, correndo atrás dele, torceu o pé que havia sido curado nove anos antes. O pé inchou e doía-lhe muito. Orou, perguntando qual a lição que Deus lhe queria transmitir com tudo aquilo. Foi-lhe revelado que ela começara aquela viagem sem ter orado primeiro. Arrependeu-se e pediu perdão a Deus. Deus foi misericordioso para com ela – o inchaço e as dores desapareceram de imediato.

  1. Cura De Hemorragia Interna

A irmã Helga trabalhou muitos anos na África do Sul e teve parte ativa no avivamento. Voltou para a Alemanha e começou a sentir dores em ambas as pernas. A temperatura do corpo subiu muito, também. Uns buracos começaram a surgir na sola dos pés e também começou a sofrer de uma hemorragia intestinal. Foi levada para o hospital. Uma semana depois, ambas as pernas estavam paralisadas do joelho para baixo. Não conseguia sequer mexer os dedos dos pés. Os médicos não conseguiam diagnosticar o problema com precisão e muito menos tratar aqueles sintomas estranhos. Estavam perante um dilema médico. Todo o tipo de tratamento era inútil e a irmã Helga foi transportada de hospital em hospital sem resultados práticos.

Naquela situação de desespero e, aparentemente, sem esperança, entrou em contato com Erlo Stegen.  O Erlo orou intensamente e pretendia visitá-la quando fosse à Alemanha numa viagem que já havia sido organizada. Um dos cooperadores ligou para o Hospital de Tübingen e ficou surpreendido ao verificar que a própria Helga veio ao telefone. Com alegria na voz, contou que caminhava perfeitamente e que a sua hemorragia havia sido curada. Ela disse: “Num certo dia, senti o Senhor tocar em mim. Uma sensação de calor percorreu todo o meu corpo. A partir daquele dia, melhorava a cada dia que passava. O professor (médico) e as enfermeiras que me tratavam ficaram muito admirados com a minha recuperação e cura. Disseram-me que havia acontecido um milagre! Já haviam descartado qualquer possibilidade de recuperação e esperavam que morresse a qualquer momento”.

 

  1. Espasmos

Em Kwasizabantu, testemunhei um algo maravilhoso. Uma criança que sofria de espasmos desde que nasceu tinha a cabeça torta com os ossos pressionando o cérebro. Tinha os braços e as pernas paralisadas. As mãos e os dedos das mãos curvavam para dentro e os dedos estavam tão tensamente encurvados que era impossível abrir-lhe as mãos. As pernas estavam sempre abertas e tensas. O Erlo orou pela criança. O Senhor misericordioso fez um milagre e a mãe pode levar a criança para casa curada e totalmente normal. O Seu nome é Maravilhoso. (Is.9:5)

 

  1. A Sandália

O relato que se segue deverá enfurecer muitos Cristãos. Se eu próprio não concordasse com isso à luz das Escrituras, não o teria colocado aqui. O Erlo relatou-me o caso por escrito. Mas, para os críticos, vou mencionar outros exemplos aqui de antemão. 

Em In At.19:12, lemos como as pessoas pegavam nos lenços dos Apóstolos, colocavam sobre os enfermos e cegos e eram curados. Esta passagem fica bem nas Escrituras e ainda permanece lá. Não tenho qualquer crítica a fazer contra essa porção das Escrituras e nem contra a tradução do original. Mas, é verdade que tem havido muitos abusos e muitos maus usos dentro das igrejas deste versículo, os quais rejeito categoricamente. Deixem-me dar um exemplo vindo dos Estados Unidos.

Um pregador-curandeiro muito conhecido, uma vez, disse num culto: “Hoje vamos ter uma coleta, mas, não é uma coleta de dinheiro. Vamos recolher os lenços de cada um e não importa se estão sujos ou limpos. Depois, vou orar sobre eles e podem vir buscá-los de volta”.  Os ajudantes do pregador juntaram todos os lenços e o pregador orou sobre eles. O pregador-negociante disse de seguida: “Agora podem comprar os vossos lenços de volta por 25 cêntimos cada um, coloquem o lenço sobre a parte do vosso corpo que está enferma e ficarão curados da mesma maneira que aconteceu em At.19:12”. Não houve lenços que chegasse para todos, pois, os que estavam na frente compraram vários! Isto não é apenas um engano, mas, um abuso e um mau uso das Escrituras em benefício próprio.

Foi uma história negativa. Vamos agora ouvir uma positiva. Em Madras, um líder Cristão, Pai Daniel, falou-me da sua amizade com Sadhu Sundar Singh. Na sua juventude, o irmão Daniel criou uma amizade com este grande homem de Deus. Antes de Sadhu Sundar Singh haver desaparecido nas montanhas dos Himalaias, ele deu um cobertor ao seu amigo Daniel com o qual dormia. Era a sua proteção contra o frio e a chuva. É uma história parecida com a de Elias e o seu sucessor Eliseu. Um dia, o irmão Daniel foi chamado para visitar uma pessoa muito doente. Orou pelo homem, colocando o cobertor de Sadhu Sundar Singh sobre ele. O homem recuperou de imediato. Como a história me pareceu um tanto estranha, apesar de ter pleno conhecimento de At.19:12, eu perguntei ao irmão Daniel: “Quantas vezes o irmão fez isso?”. Ele respondeu que só havia feito uma vez e nunca mais havia repetido o ato.

Porque o irmão Daniel era um homem de Deus muito sóbrio, vou deixar aqui esta história sem qualquer crítica ou comentário. O irmão Daniel faleceu há uns anos atrás e, durante o seu ministério, experimentou muitos milagres. Eu escrevi a sua biografia no meu livro já antes mencionado, “Jesus auf allen Kontinenten” (Jesus on all Continents / Jesus em Todos os Continentes).

Existem muitos Cristãos que criticam Sadhu Sundar Singh. Podemos perguntar qual é o verdadeiro homem de Deus que não é criticado. Eu preciso dizer aqui que existem muitas coisas na vida deste homem santo as quais eu não entendo e não sigo. Contudo, eu não serei seu crítico ou juiz. Cada um dará conta da sua vida a Deus.

Esta história do Erlo é verdadeira. De contrário não a publicaria aqui.

O Erlo estava viajando e havia uma pessoa muito doente no hospital de Kwasizabantu. Embora muitos tivessem orado por ele, a sua condição de saúde piorava a olhos vistos e ficou claro que estava morrendo. Levaram-no para outro quarto para não ficar com os outros doentes. Alguns cooperadores ajoelharam-se no quarto e clamaram ao Senhor. Um deles, uma senhora, viu as sandálias do Erlo debaixo da cama. Ela lembrou-se de At.19:12 e orou: “Senhor, se o Teu servo estivesse aqui, oraria usando o dom que lhe deste”. Ela pegou em uma das sandálias e colocou-a sobre o homem doente e tornou a orar: “Senhor Jesus, opera da mesma maneira que operaste através do teu servo Paulo – opera através disto que eu estou fazendo agora”. A partir daquele instante, o homem começou a recuperar. Os cooperadores regozijaram-se com uma alegria inexprimível. Agradeceram ao Senhor por ainda ser o mesmo hoje e sempre. Devemos realçar que este caso não foi um caso de extremismo ou superficialidade. Os extremistas que usam e abusam de At.19:12 não têm qualquer direito de usar exemplos como este para justificarem as suas ações. Embora pareça ser a mesma coisa, não significa que seja a mesma coisa. E àqueles que são sábios aos seus próprios olhos e escarnecem destas coisas, quero lembrar as palavras do Senhor Jesus: “Em verdade vos digo que qualquer que não receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele”. (Marc.10:15)

Muitas curas são relatadas neste livro, mas, precisamos ter em mente que a coisa mais importante é a salvação da pessoa em questão. A renovação da alma e a sua consequente salvação é milhares de vezes mais importante que a cura do corpo. Mas, o Senhor cheio de graça ajuda os seus filhos. Mat.9:36 diz: “, vendo a multidão, teve grande compaixão deles…”. O ministério do Senhor é um ministério de compaixão.

Existem muitas maneiras de curar, mas, todas elas têm uma coisa em comum. Sempre que as pessoas curadas não se entregam integralmente a Jesus, a sua doença volta. E nem todos os doentes são curados. Por vezes, Deus coloca pesos sobre nós, os quais recusa tirá-los. Contudo, ajuda-nos a carregá-los. Existem muitos “sobrecarregados” abençoados. Os pesos que Deus não remove têm como propósito a preparação para a eternidade.

Devemos levar em conta que durante tempos de avivamento acontecem grandes coisas – coisas essas que os Cristãos ocidentais endurecidos só ouvem falar. Talvez o leitor possa entender um pouco daquilo que significa ou significou experimentar todos estes acontecimentos em avivamentos diferentes.

Seguindo o Senhor Jesus, eu fui parar em muitos países com as portas abertas, experimentando como o Senhor guia. Certa ocasião, esperei 4 horas em Jacarta (Indonésia) por um vôo de conecção. Ao meu lado estava outro passageiro esperando pelo mesmo voo. Apresentamo-nos um ao outro e, quando ele ouviu o meu nome, disse que eu tinha o mesmo nome que um escritor Alemão, o qual tinha escrito “Christian Counseling and Occultism – Aconselhamento Cristão e Ocultismo; e um outro, Between Christ and Satan – Entre Cristo e Satanás”. Ficou maravilhado quando lhe disse que era eu. Convidou-me, de imediato, para fazer umas palestras em sua igreja, em Melbourne (Austrália), durante oito dias. Na minha segunda turnê pela Austrália, pude satisfazer o seu pedido. Experimentei este tipo de direção divina muitas vezes em meu ministério. Tenho tido muitas experiências similares desde que comecei a seguir Jesus.

Eu tenho uma forte aversão contra escrever livros. Desculpem-me a expressão, mas, existem muitos livros enfadonhos. Essa é uma das razões porque me rebelo quando me pedem para escrever sobre as minhas experiências. Um Cristão numa posição privilegiada, uma vez, urgiu-me para colocar isso tudo por escrito. Disse-me: “Escreva da maneira que você fala”. Dois anos mais tarde, renunciei a minha aversão e escrevi o livro “Höhenflug (Soaring High – Flutuando Alto)”. Esse livro foi publicado onze ou doze vezes. Sempre fui pressionado a escrever. Nunca escrevi por iniciativa própria.

Uma terceira experiência enche-me de grande gratidão: assim que comecei a escrever, o Senhor enviou todo o material e informação que necessitei. Pessoas de todos os continentes que eu desconhecia enviavam-me relatórios que eu nunca havia pedido. Esses relatórios eram sempre aquilo que eu precisava para complementar os tópicos que eu estava escrevendo. Foi essa a razão que me fez acrescentar neste livro um capítulo sobre cura.

 

15. Apêndice: Curas Na Indonésia

Enquanto estava escrevendo o capítulo anterior sobre a cura de paralíticos e de cegos, chegou-me uma carta de Rote (Indonésia) com relatórios que encaixam com perfeição neste tópico. É desta forma que o Senhor age comigo. Não que eu mereça tal coisa, mas, é essa a maneira que Ele escolheu para confirmar que é Ele quem quer que eu escreva sobre essas coisas.

Agora, o conteúdo da carta: quem a escreveu foi o Pastor Mus Zacharias de Baa Rote, NTT. Rote é uma ilha a 60 Km da Ilha de Timor. Estas duas ilhas vêm experimentando um poderoso avivamento desde 1965. Eu escrevi a história do Pastor Zacharias e a história do avivamento em Rote em meu livro “Uns, Herr, wirst Du Frieden Schaffen (To us, Lord, You will give Peace – A nós, Senhor, Tu darás a Paz) ( Bibel- und Schriftenmission Dr. Kurt E. Koch, www.schriftenmission.de).

A carta tem a data de 12 de Abril de 1976 e chegou às minhas mãos no dia 28 de Abril de 1976. Nas primeiras duas partes da carta, o Pastor Zacharias relata a forma como o avivamento ainda persiste em sua máxima força. Ele é muito preciso, dividindo a carta em secções A, B e C e com subsecções numéricas compostas por subdivisões alfabéticas. Esta parte que vou relatar vem da parte C, 1-9 e eu não tirei e nem acrescentei nada no que ele escreveu.

(1) Uma senhora da vila de Oehandi estava grávida de oito meses. A partir do sexto mês, deixou de sentir o movimento da criança em seu ventre. Dava a impressão que a criança estava morta há dois ou três meses. O grupo de evangelistas visitou-a e oraram por ela. A criança nasceu de boa saúde. Nada havia acontecido à mãe. Estava perfeitamente saudável.

(2) Um membro da igreja de Oehandi estava endemoninhado. Muitas vezes caía no chão, contorcia-se e ficava inconsciente. O grupo orou por ele, expulsou os demônios em nome Jesus e ele foi liberto.

(3) Chris Mooy, um rapaz de 18 anos, era paralítico desde criança. Ele vivia na vila de Oeseli, a 16 km da vila de Lidamanu. O grupo foi chamado para tentar ajudar o moço paralítico. Partiram, então, para Oeseli. Após a oração, o jovem foi curado instantaneamente.

(4) Oci Modok, uma mulher de Dengka, também a 16 km de Lidamanu, era mentalmente perturbada. Rasgava as suas roupas e atirava-se nua na lama gritando muito alto sem motivo. Ela foi curada após sete dias de oração.

(5) Saa Henuk em Dengka também era louca. Com o cabelo todo despenteado, saía aos gritos e aterrorizava as pessoas, correndo atrás delas. Também se atirava nos poços de lama. Era macilenta (muito magra/raquítica). O grupo foi persistente – oraram por ela três meses e ela, agora, encontra-se curada. A senhora já trabalha e vai à igreja como todos os outros. Também já ganhou algum peso.

(6) Pelipus Merukh, na vila de Oedai, estava paralítico há quatro anos. O grupo orou por ele quando vieram à sua vila. Uma semana depois, receberam a notícia que o moço já caminhava normalmente. Ficou completamente curado.

(7) Um menino de dois anos de idade da vila de Oehe estava paralítico. Quando oraram por ele, ficou curado.

(8) O grupo viajou para Della, a 24 Km de Lidamanu. Pregaram o evangelho e mostraram um filme. Muitos aperceberam-se dos seus pecados, choraram e arrependeram-se. Um feiticeiro pediu ajuda espiritual. Todos os seus amuletos, roupas vermelhas e objetos de ocultismo foram trazidos e queimados. O grupo também visitou um pastor o qual exortaram com palavras sérias da palavra de Deus e ajudaram-no a libertar-se dos poderes das trevas.

(9) No caminho de volta para Lidamanu, o grupo chegou à vila de Oeseli, a 16 km de Lidamanu. Visitaram um pastor e os membros da sua igreja e pregaram-lhes o Evangelho. O pastor e mais 18 famílias arrependeram-se dos seus pecados.

Isso vem escrito na 3ª parte da carta do pastor Zacharias. Deveríamos estar perplexos que as coisas que estão acontecendo em Rote são as mesmas coisas que vêm acontecendo entre os Zulus. Rote é uma ilha a 600 km da costa da Austrália. Está a 10.000 km dos Zulus. A população de rote não sabe nada acerca do avivamento entre os Zulus e os Zulus não sabem sequer da existência dessa ilha. Como é maravilhoso ver como os mesmos milagres ocorrem em continentes diferentes ao mesmo tempo.

A única explicação que temos é que é o mesmo Espírito Santo operando em continentes diferentes da mesma maneira e usando os mesmos métodos. Uma vez, o Erlo disse: “Vivemos aqui através da mesma graça poderosa que viveram os discípulos da Igreja Primitiva. Por que razão não deveremos experimentar as mesmas coisas?”

Por que razão é que os Cristãos nominais, professores de teologia, universitários e doutorados em seminários teológicos negam as coisas que estão acontecendo em zonas de avivamento? Existem muitas razões:

(1) O diabo tem todo o interesse em fazer parecer como mentira tudo aquilo que Deus faz em prol do Seu Reino.

(2) Muitos Cristãos no mundo Ocidental tentam justificar a sua incredulidade e dureza pronunciando-se contra a obra de Deus. Isso é causado pela grande pobreza espiritual que vem assolando toda a Igreja à volta do globo.

(3) Os professores e doutores de teologia estão inconscientemente ou conscientemente minados por racionalismo. Isso mina uma fé pura, de criança. Assim sendo, não são capazes de entender as verdades e as realidades das ocorrências Bíblicas.

(4) Muitos criam uma teologia própria, de conveniência, a qual torna impossível qualquer tipo de milagre ou de ocorrência milagrosa. A teologia da dispensação nos Estados Unidos inviabiliza a possibilidade de milagres na presente era e renegam essas ocorrências, classificando-as como coisas próprias do primeiro século e confinadas a ele. Robert Sumner, escrevendo na revista “Biblical Evangelist”, diz “Sabemos o que o Espírito Santo pode fazer, mas, Ele não o faz”. Tenho o artigo que ele escreveu aqui comigo. Então, Sumner sabe tudo o que o Espírito Santo faz e não faz, ou deve fazer ou não deve fazer.

(5) A maneira como os avivamentos são investigados é desastrosa. Eu vi isso na prática nas pessoas de um professor de Dalas e um professor Cristão da Europa. Ambos visitaram as áreas de avivamento para verificarem se era verdade tudo aquilo que eu escrevia em meus relatórios. Em primeiro lugar, eles visitam logo um Bispo ou um líder da Igreja sem saber que são os principais Cristãos nominais e os principais opositores dos avivamentos reais. Nós também temos milhares de líderes eclesiásticos e teólogos de renome que estão mais próximos de serem Cristãos falsos e nominais do que de nascerem de novo através do Espírito Santo. Esses ‘investigadores’ voltam com as confirmações dos seus pontos de vista descrentes e malignos por haverem entrevistado, não os interlocutores dos acontecimentos, mas, os seus opositores descrentes. Fazendo isso, só podem espalhar relatórios falsos sobre avivamentos verdadeiros e puros. É assim que Satanás alcança os seus objetivos. E quem foi que ele usou como instrumentos da incredulidade e da mentira? Ninguém mais que os líderes da Igreja, precisamente aqueles que a Bíblia diz que “tendo aparência de piedade, negando a eficácia dela. Destes afasta-te”. (2 Tim. 3:5)

Foi uma dádiva generosa e grandiosa, um presente gracioso, aquele que Deus me deu. O fato de poder visitar este avivamento entre os Zulus é um dom de Deus e ainda poder receber relatórios fidedignos desde a distante Ilha de Rote! Como já venho dizendo, é esta a maneira como Deus organiza todo o meu trabalho.

 

 

O SENHOR QUE AJUDA

Nas bênçãos de Moisés (Deut.33:26), lemos:  “…que cavalga sobre os céus para a tua ajuda…” E o Rei Davi testifica: “A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção” (Sal.3:8) Uma das grandes orações dos homens de deus está em Sal.121:1-2: “Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra”.

Kwasizabantu tem como objetivo principal fazer chegar a ajuda de Deus a todos os que precisam. O nome KWASIZABANTU significa “O LUGAR QUE AJUDA PESSOAS”. Na verdade, este lugar já tinha esse nome mesmo antes da missão ter sido levada para lá em 1971. Fica situada entre Kranskop e Mapumulo, a cerca de 150 km a norte de Durban.

Kwasizabantu tornou-se (até à data que este livro foi escrito) um centro espiritual com uma influência à sua volta num raio de 650 km em todas as direções. Algumas informações geográficas podem ser importantes para revelar as fronteiras da influência deste avivamento. A sul, fica Port Shepstone, Harding e Riverside. A Este, Pietermaritzburg até a Drankensberg; a noroeste chega até Ladysmiyh, Newcastle, Paulpietersburg e Vryheid; a nordeste chega a Eshowe and Mtunzini. A área de influência do avivamento estende-se entre as linhas de latitude 27 e 31, desde o Transkei até à fronteira sul da Suazilândia.

As grandes cidades, como Durban, ainda não haviam sido afetadas quando este livro foi escrito. O mesmo vem acontecendo no avivamento na Indonésia. As Igrejas nacionais colocaram-se, inicialmente, contra o avivamento. Na África do Sul, as igrejas tradicionais não pentecostais foram abrindo as suas portas depois de sete anos de avivamento. Gradualmente, foram convidando o Erlo para pregar em seus púlpitos. Eu mesmo tive a oportunidade de falar na Igreja Reformada de Greytown, tendo eles conhecimento que eu estava totalmente de acordo com tudo que se passava no avivamento entre os Zulus, em Kwasizabantu. A verdade é que um dos presbíteros veio falar comigo no final do culto expressando o seu desejo que Deus também se movesse através do poder do seu Espírito em sua Igreja.

Após esta introdução ligeiramente ilustrativa, desejo mencionar seis áreas onde Deus se revela como um Deus que ajuda e onde essa ajuda foi sentida e confirmada de forma real, passiva ou ativamente.

 

  1. A ajuda de Deus no Hospital

Enquanto visitava a área de avivamento, fiquei na casa do Erlo. Logo no segundo dia, ouvi falar do pequeno hospital. De imediato, pensei em médicos, enfermeiras, uma sala de cirurgias, medicina, etc. Mas, assim que visitei o hospital, vi que estava enganado e fiquei esclarecido quanto à natureza do mesmo.

Não existe ajuda médica e nem serviços médicos. Só se usa oração e aconselhamento nesse hospital. Todos aqueles que desejam consultar um médico, podem fazê-lo livremente. Existe um médico Cristão em Kranskop que pode ser consultado caso os pacientes assim o desejem. Mas, isso raramente é desejado ou feito. Tanto o pequeno edifício, como o material, as provisões e tudo que necessitam são em si mesmos uma cadeia de milagres. Haverá um capítulo separado para falarmos na maneira como Deus providencia. Primeiro, falemos sobre os pacientes especiais do Erlo.

Já houve muitas coisas aqui mencionadas sobre milagres e curas. Por isso, vou limitar-me somente àquilo que presenciei e vi pessoalmente durante a minha visita.

A cura dum abcesso. Uma senhora foi-me apresentada, a qual tinha um enorme abcesso na coxa. Devido a isso, mal conseguia movimentar-se. Permaneceu nessa condição durante cerca de um ano. Após oração, umas bolas duras de pus do tamanho de ovos de galinha rebentaram e saíram do ferimento. O ferimento sarou rapidamente em poucos dias. A senhora começou a andar normalmente e fê-lo na minha presença.

O bêbado. Um diretor duma escola perdeu tudo que tinha por causa do vício do álcool. Perdeu o emprego, tudo que possuía e, pior ainda, a sua família. A sua esposa vivia em cape Town com seus cinco filhos e desejava interná-lo numa instituição para ser tratado. Käthe Vick, uma missionária alemã de Gödenstorf (Lüneburger Heide), trabalhava entre a população Indiana. O professor chegou a Kwasizabantu através dela. Inicialmente, o professor estava resoluto a abandonar o lugar de imediato. Mas, começou a sentir uma enorme paz no centro do avivamento. Costumava sentar-se ao meu lado, na mesa, na sala de refeições. Foi completamente curado do seu vício e hoje estuda a Bíblia avidamente, a qual não conhecia antes.

O incendiário. Um jovem colocou fogo a uma fábrica. A polícia não foi capaz de resolver o caso. O jovem foi trazido para Kwasizabantu. Eu conhecia-o, também, da sala de jantar. Fumava muito. O Erlo descobriu e disse-lhe: “O senhor não pode fumar aqui. Ou entrega a sua vida a Jesus e deixa de fumar, ou, então, precisa ir embora”. O jovem arrumou a sua bagagem e saiu da missão de imediato. Afastou-se da missão apenas alguns quilômetros quando foi atacado por alguns Zulus. Disseram-lhe: “Ou nos dá tudo que possui ou será esfaqueado!” Consequentemente, perdeu tudo que tinha e ficou no meio da estrada sem nada. Após alguns dias, telefonou ao Erlo perguntando se podia voltar para a missão: “Já não fumo mais, aprendi a minha lição”. Voltou, foi bem recebido, entregou a sua vida a Jesus e começou uma nova vida com o Salvador.

 

  1. Um Manto Novo

Uma feiticeira convertida voltou para a sua vida antiga. O Erlo visitou-a mais que uma vez. Estava suja e tinha um odor horrível. Os seus vizinhos usavam expressões cruéis para descrevê-la. Chamavam-na de bruxa fedorenta e execrável. Ela andava de um lado para o outro vestida de trapos e nunca se lavava.

Uma senhora Cristã teve misericórdia dela e deu um vestido novo ao Erlo para que lhe entregasse. Ela sorriu tão maravilhada e agradecida que veio ao próximo culto com o seu vestido novo. Mas, o que é que foi que as outras pessoas viram? Os trapos estavam por cima e por baixo do vestido. Outra pessoa que tinha ido ao culto disse-lhe: “A senhora tem que tirar os trapos antes de vestir o seu vestido novo”. A feiticeira respondeu: “Isso não é da sua conta! Os trapos sãos meus!”. Quando lhe foi pedido que pelo menos se lavasse, ela respondeu: “A minha pele não suporta água”.

O Erlo desejava muito ajudar a senhora, tanto espiritualmente como materialmente. Contudo, ela nunca quis ser ajudada. Nas suas pregações, Erlo usa frequentemente esse exemplo. “Deus oferece vestes de salvação e um manto de justiça (Is.61.10), mas, muitos recusam despir os seus trapos velhos”.

 

  1. Problemas de Carro

Um homem pagão escreveu de Johanesburgo para a esposa Cristã, anunciando que trazia um feiticeiro com ele para lançar um feitiço de proteção sobre o seu lar e família. Escreveu que precisava de um pouco de sangue da esposa e dos filhos para juntar com o feitiço e pintar as paredes com isso. A senhora compartilhou com o seu Pastor os planos do marido. Colocaram a questão diante do Senhor e pediram a Sua ajuda. E a ajuda chegou mesmo. O marido chegou sem o feiticeiro e não mencionou nada sobre o contratempo que tiveram. Ele bem sabia que a esposa rejeitava tudo que tivesse a haver com feitiçaria ou qualquer outra prática do diabo. Por fim, reconheceu que o contratempo que lhe aconteceu no caminho era o juízo de Deus sobre ele.

 

  1. Problemas Maritais

Muitas mulheres vêm ter com o Erlo ou com seus cooperadores para aconselhamento, compartilhando as suas dificuldades. Acontece, muitas vezes, os maridos ficarem ausentes de casa por cinco ou seis anos sem dar qualquer notícia ou sem enviarem dinheiro para casa. As esposas são aconselhadas a arranjarem as suas vidas com Deus em primeiro lugar, para Deus poder cuidar do resto. Também existem casos onde filhos e filhas abandonam os lares procurando o mundo e os seus prazeres. Eis aqui dois exemplos que chegaram ao Erlo para aconselhamento.

Certo homem ficou longe de casa durante seis anos. A esposa trouxe a sua queixa ao Erlo. Contudo, foi-lhe mostrado o caminho para Jesus. Ela entendeu bem a mensagem, confessou todos os seus pecados e alcançou a sua paz com Deus. Seguiram-se três milagres sucessivos. Primeiro, o marido escreveu uma carta dando notícias. De seguida enviou dinheiro e depois voltou para casa. Foi dessa maneira que Deus solucionou o problema da senhora depois que ela se rendeu completamente a Jesus, entregando-Lhe a sua vida.

O exemplo que se segue é um tanto mais complicado. O esposo não vinha a casa há anos. Quando a esposa necessitava de dinheiro, tinha de viajar até à cidade onde ele se encontrava e era muito maltratada por ele. Foi neste estado que essa mulher veio para aconselhamento. Foi-lhe dito que os pecados do seu marido não a levariam para o inferno, mas, os seus próprios levariam. “Entregue a sua vida ao Senhor Jesus juntamente com todos os desapontamentos e tristezas. O Senhor nunca falha”. Ela obedeceu e entregou-se ao Senhor Jesus. 

Porém, os seus problemas não ficaram resolvidos. Contou ao seu conselheiro que o seu esposo vivia com outra mulher e já tinha três filhos com ela. A sua preocupação principal era a atitude dela para com a amante do marido. Foi-lhe dito: “Ame-a. A palavra de Deus diz para amarmos os nossos inimigos, abençoarmos aqueles que nos amaldiçoam e orarmos por aqueles que nos perseguem injustamente”.

Também nesta história, algumas coisas maravilhosas aconteceram. Uns dias depois, o marido chegou a casa e perguntou se ela se havia convertido e se andava com Deus. “Por que razão fazes tal pergunta?” Perguntou-lhe. Ele respondeu: “Eu tinha intenção de nunca mais voltar para ti e estava plenamente convencido que nada seria capaz de forçar-me a mudar de ideia. Mas, houve Alguém que me trouxe de volta. Foi Deus! Desde certo dia nunca mais tive paz sobre a nossa separação. A voz da minha consciência dizia-me constantemente que eu tinha de voltar para minha esposa legítima e para os meus filhos”. Após um pequeno inquérito, descobriu-se que essa falta de paz começara no dia que a senhora entregou a sua vida a Cristo.  

Quando voltou para a cidade, Deus agiu uma segunda vez. A mãe dos seus outros três filhos faleceu. Ele levou as três crianças para casa e perguntou se a sua esposa estava disposta a cuidar deles. Com um coração grande, recebeu as crianças da falecida como seus próprios filhos. O casal, agora unido, experimenta uma vida familiar feliz.

O Bruno Engelbrecht, que vivia em Ladysmith na altura, relatou-me este caso maravilhoso sobre a ajuda de Deus.

Uma família que vivia anteriormente em Tuguela Ferry, vive agora a 30 km de Ladysmith. A esposa, Meti, frequentava os cultos. O seu maior fardo era o fato de o marido ter desaparecido há mais de dez anos e ela não saber onde ele se encontrava.

Meti encontrou o Senhor Jesus nas pregações do Evangelho. Arrependeu-se de tudo aquilo que o Espirito Santo lhe revelou como pecado e culpa. Mas, havia uma coisa que ainda a perturbava. Ainda não havia feito a transferência da sua residência de Tuguela Ferry para Ladysmith. Ela queria trabalhar e, para o efeito, usava os documentos do filho que já trabalhava lá. Ainda por cima, declarou que seu esposo estava morto. Em seu coração, sabia que essa situação deveria ser regularizada, mas, tinha medo do que lhe poderia acontecer. O Bruno, juntamente com outros irmãos, orou pedindo que o Senhor ajudasse e que seu esposo voltasse para casa. Ela foi falar com as autoridades e confessou tudo. Após terem ouvido a senhora, o oficial da justiça disse: “Mulher, que Deus te abençoe muito!” Meti ficou maravilhada com a maneira como as coisas se resolveram.

A sua surpresa foi ainda maior quando soube, poucos dias depois, que o esposo chegara a Tuguela sem saber que se haviam mudado para Ladysmith. O filho mais velho foi buscar o pai. Mal chegou a casa, perguntou: “Onde está esse feiticeiro poderoso que me fez voltar? Que tipo de magia fez para trazer-me de volta?” Meti disse que havia sido Deus que o trouxera de volta e não um feiticeiro. Deu ao marido o testemunho do poder de Deus.

Ele contou como trabalhou muito nas minas, ao ponto de adoecer. No hospital, teve um sonho onde via a esposa linda e pura. Uma voz dizia-lhe no sonho: “Que dirás a Deus sobre a maneira como trataste a tua família quando morreres?” Desde então, sentiu uma enorme urgência pressionando-o pelo lado de dentro para voltar à sua família. Assim que tomou a decisão de voltar para a família, o seu estado de saúde começou a melhorar rapidamente.

Agora que estava com a família, começou a acompanhá-la aos cultos e a sua consciência foi tocada. Um dia, decidiu ir falar com o Bruno e, em profundo arrependimento, chorou sobre os seus pecados, confessou-os um a um e entregou a sua vida a Jesus. A esposa viu o que aconteceu em sua vida e deu glória a Deus pela grande mudança que verificou na vida do marido. Havia sido liberto da bebida e do fumo. Deu à esposa todos os seus cachimbos, pedindo-lhe para desaparecer com eles e nunca mais devolvê-los, ainda que ele os pedisse de volta. “Deus tem-me mostrado que preciso negar e abandonar estas coisas imediatamente!” Mais tarde, todos os cachimbos foram queimados e, assim, os vícios da bebida e do tabaco foram demolidos para sempre.

Pouco tempo depois da sua conversão, Eliphas – era esse nome dele - adoeceu. Mesmo piorando de dia para dia, nunca se queixou. Sempre que lhe perguntavam como estava, dizia: “Estou bem, obrigado”. Eventualmente. Tiveram de levá-lo para um hospital. Quando a esposa e um uma amiga Cristã o visitaram no hospital, ele disse-lhes: “Estou muito bem porque a minha vida está em ordem com Deus. Já não temo a morte”. Pediu à esposa para não vestir roupas de luto quando falecesse. “Não vai resolver nada, pois, estarei bem feliz com o Senhor”. Proibiu expressamente ao seu filho de fazer qualquer cerimonia fúnebre pagã ou de fazer qualquer sacrifício por causa da sua morte. Faleceu no dia seguinte.

 

  1. Ajuda para mordida de cobra

Certo dia, o Erlo levou-me a uma montanha em Kranskop. Tem a forma duma esfera, com paredes muito altas à volta. Ao redor, ao fundo, existem vales lindo e verdes. Explicou-me que muitos macacos e babuínos escondem-se e vivem naquelas montanhas, causando enormes prejuízos aos agricultores. Roubam as frutas e transportam o que podem para os seus esconderijos. Destroem tudo e os fazendeiros sentiram a necessidade de colocar guardas contra babuínos e macacos!

Depois, perguntei ao Erlo sobre a famosa serpente que se chama Mamba Negra. É uma serpente feroz, muito temida e muito veloz. Na África do Sul existem a Mamba negra e a Mamba verde. 

Joe Newlands, um dos cooperadores do Erlo, contou-me como um fazendeiro, certa vez, perdeu oito vacas com mordidas duma Mamba Negra. A serpente escondia-se, pendurada numa árvore, mordendo as vacas quando passavam. Perguntei ao Joe quando era que a Mamba atacava. Ele disse-me que havia duas situações possíveis: sempre que têm crias ou, então, quando uma pessoa ou animal estiver entre ela e alguma cria.

Mas, o Erlo respondeu-me de outra maneira: “Esqueça as serpentes, pois, elas têm medo de pessoas e nós estamos debaixo da proteção de Deus. Em Kwasizabantu, não temos sequer antídotos contra mordida de cobra”. Podíamos chamar isso uma enorme imprudência, mas, não é bem assim. Todos aqueles que experimentam um verdadeiro relacionamento íntimo com Deus têm uma confiança tão real e profunda em Deus que é estranha e desconhecida à maioria dos Cristãos. Por outro lado, nenhum antídoto resulta contra a mordida da Mamba Negra. O veneno atua tão rapidamente que é quase impossível injetar o seu antídoto a tempo de salvar alguém. Mas, nunca morreu alguém em Kwasizabantu com uma mordida de cobra. O Erlo contou-me dois casos de mordida de cobra.

Uma senhora descrente veio ao culto em Mtunzini. No caminho, foi mordida por uma serpente. Quando chegou ao local, o seu pé estava muito inchado e as dores haviam-se tornado insuportáveis. Não conseguia, sequer, colocar o pé no chão. Dizia que pareciam agulhas picando seu pé. Após haver confessado os seus pecados, oraram por ela e as dores desapareceram. Já podia andar novamente. Ela encontrou o Senhor e foi ajudada. Mas, devemos mencionar aqui que não foi mordida por uma Mamba, mas, por outra cobra venenosa. Nada disso altera o fato de que foi Deus quem a ajudou.

Houve outro incidente mais perigoso. Uma mulher Cristã também foi mordida por uma cobra venenosa. Era para ser trazida para Kwasizabantu, mas, não foi possível porque as estradas não o permitiam. Houve chuvas torrenciais na zona e uma ponte foi levada pelas enxurradas. Colocaram um torniquete na sua perna para que o veneno não se espalhasse pelo resto do corpo. A mordida havia sido no pé e a sua perna inchou bastante e inflamou-se. Os tecidos da perna já haviam começado a decompor-se e já havia um buraco de cerca de 5 cm de diâmetro através do qual se podiam ver os nervos e os tendões. Após oração, houve melhoras imediatas. Uns dias depois, o ferimento já se encontrava sarado. Só ficou uma pequena cicatriz no local da mordida.

 

  1. Ajuda Contra Roubo

Kwasizabantu tem cerca de dez hectares de terra na qual plantam vegetais e batata para o hospital. Um dia, perceberam que um grande número de batatas havia sido escavado e roubado. O Erlo foi chamado, juntou-se com seus cooperadores no local do roubo e oraram: “Senhor, esta propriedade é Tua. As batatas pertencem-Te. Por favor, impede os ladrões, mas, não na tua ira. Já seria bom para nós se os roubos cessassem”.

Naquela mesma noite, tiveram a resposta da oração. Três homens bateram a porta do Erlo, o qual perguntou quem era. Responderam: “Nós temos o ladrão e as batatas que foram roubadas”.

O que é que aconteceu? Um jovem visitou a sua noiva à noite. Viu algumas batatas na casa dela e perguntou onde as tinha adquirido. Ela contou que as havia escavado das terras de um homem branco. Ele desculpou-se, saiu dizendo que voltaria logo. Foi apressadamente até seu pai, o qual era um subchefe da tribo e disse-lhe: “Venha depressa, pois, apanhei um ladrão”.

O pai saiu com sua azagaia e seguiu o filho até à noiva dele. Levou a ladra até à polícia, a qual ficou presa. As batatas permaneceram na esquadra para servir de prova em julgamento.

O jovem rompeu o noivado dizendo à noiva que não desejava casar-se com uma ladra. Quando o Erlo recebeu as batatas de volta, ofereceu-as ao subchefe como presente.

Muitas coisas maravilhosas aconteceram por causa deste incidente. O Senhor respondeu às orações do Erlo e seus cooperadores muito rapidamente. Roubar dos brancos não é considerado crime pelos Zulus e foi precisamente um Zulu que denunciou o roubo. O subchefe era um pagão declarado. Mesmo assim, agiu corretamente em defesa dos interesses de um homem branco. O jovem rompeu o noivado. A honestidade significava mais para ele do que a noiva. Será que um Cristão nominal agiria da mesma forma?

Davi ensina-nos esta lição:

Sal.62:1: “A minha alma espera somente em Deus; dele vem a minha salvação”.

Sal.33:20: “A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo”.

Sal.25:5: “…pois Tu és o Deus da minha salvação…”

 

  1. Ajuda na Tempestade

Os cooperadores estavam numa certa região tentando saber se seria possível fazer uma campanha com a tenda. O Chefe tribal da área desaconselhou a campanha imediatamente porque toda zona era hostil ao Evangelho. Dizia que, logo de manhã, tanto homens como mulheres já se encontravam embriagados. Roubar também era muito comum na área e até se roubava gado. Devido a tudo isso, o chefe desaconselhou a campanha com alguma veemência. Mas, nenhuma dessas objeções do chefe impediu os cooperadores. Tinham a certeza que era o Senhor quem os guiava para estarem ali.

Numa manhã, saíram para alcançar essa tribo a uns 300 km de distancia. Era como se as forças do inferno se tivessem soltado contra o grupo. Caiu tanto granizo que não foram capazes de realizar a cruzada. Desmotivados, desmancharam a tenda e voltaram para casa. É frequente o Senhor converter os ataques do diabo em bênçãos que servem o Seu reino. E foi precisamente isso que aconteceu aqui.

Umas semanas depois, o grupo conheceu alguns Cristãos daquela área. Relataram que após aquela campanha aparentemente infrutífera, algumas coisas maravilhosas aconteceram. “Uma tempestade daquelas é muito rara na nossa área, especialmente no inverno. O granizo caiu fortemente em toda zona. Mas, no local onde a tenda estava não caiu nem uma pedrinha de gelo e nem um gota de água. O restante do território foi totalmente danificado pela tempestade”. Aquela tempestade invulgar serviu como um sinal para os pagãos supersticiosos e muitos converteram-se.

Um milagre similar aconteceu mais tarde. A tenda já estava armada quando uma chuva forte e persistente caiu em toda região, com exceção do local onde estava a decorrer a campanha. Chuva naquela região significa, normalmente, estradas e caminhos intransitáveis. Os carros enterram-se até aos eixos e as pessoas não conseguem transitar na lama. 

Coisas similares também ocorreram no avivamento da Indonésia. Temos um Deus que também é Senhor sobre o tempo. Faz-nos lembrar dos discípulos quando clamaram em Mat.8:27: “...quem é este que até os ventos e o mar Lhe obedecem?”

 

O SENHOR QUE LIBERTA

 

O Novo Testamento é uma mensagem de libertação. Ouvimo-la uma e outra vez:

Luc.4:18: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para (...) pregar liberdade aos cativos …”

João 8:36: “Se, pois, o Filho vos libertar, sereis verdadeiramente livres”.

Col.2:15: “E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”.

Libertação para os cativos! É essa a mensagem de alegria que queremos trazer neste capítulo.

 

  1. Libertação de alcoólicos!

Uma mulher de Efaye tinha um filho único. Ele vivia uma vida de abstinência, era ágil e saudável, não bebia e nem fumava. A sua mãe, porém, bebia muito e fumava muito. O filho dizia-lhe muitas vezes: “Oh! Como seria bom se a senhora não fumasse e não bebesse!”

Um dia, a mãe comprou-lhe um par de sapatos, mas, ele recusou-os dizendo: “Não preciso mais deles, obrigado”.

“Porque não?” Ela perguntou-lhe.

“Vou sair de casa para ir trabalhar em algum lugar”.

“Onde vais trabalhar?”

“Não posso dizer à senhora”.

“Como é o lugar para onde vais?” Quis saber.

“É maravilhoso! Está sempre verde e bonito lá”.

“Quando vais partir?”

“Vou no Sábado e volto na Segunda pela última vez”.

Na Sexta, pediu à irmã para acompanhá-lo até ao emprego. Numa loja, comprou mercearias e tabaco para a mãe. “Diz para mamãe que só lhe compro tabaco porque ela gosta. Mas, eu odeio esse vício”. A irmã dele foi para casa e deu o recado à mãe. No dia seguinte, chegou a notícia que o moço havia desaparecido. Naquela tarde, encontraram o seu cadáver. Deduziram que ou havia sido atacado ou havia tido algum acidente. Por certo, o moço obteve algum aviso que iria morrer.

A mãe ficou completamente despedaçada com a morte do filho. A conversa que tivera com o filho antes de ele falecer queimava profundamente em seu coração e consciência. Foi tão profunda a convicção que a senhora procurou um pastor para confessar os pecados junto com ele. Esse pastor rejeitou-a e mandou-a embora, dizendo que em sua igreja não tinham essa prática de confissão de pecados. A mãe desapontada saiu e disse: “Nunca mais frequentarei a sua igreja!”

Porém, a sua consciência perturbava-a demasiado e o seu estado de saúde degradava-se rapidamente. Começou a sofrer de falta de ar e não conseguia dormir bem. Como tinha os pés tortos, tinha de dormir de joelhos. Mas, um dia ouviu falar de Kwasizabantu. Ali foi-lhe possível confessar todos os seus pecados e obter perdão. Oraram por ela de seguida e, depois, descobriu que já não sofria de falta de ar.

Uma semana depois disso, tudo voltou ao que era e começou a tentar perceber qual a razão. Lembrou-se de uma garrafa que guardava com uma poção de feitiço. Confessou de imediato aquele pecado e prometeu destruir a garrafa. Os seus problemas desapareceram logo de imediato. Deixou o álcool e o tabaco para sempre e começou uma vida nova em Jesus.

Um alcoólico de Lusikisiki foi levado pela família até Kwasizabantu em estado de embriaguez. Era a sua condição normal dos últimos 18 meses. Estava delirando constantemente. Só por milagre permanecia vivo. Em Kwasizabantu, não lhe deram mais álcool e os sintomas de abstinência foram terríveis. A sua mente estava tão confusa e ele tão rebelde que eram precisos três homens para guardá-lo e segurá-lo. Foi para aconselhamento e o grupo de cooperadores orou por ele. Pela graça de Deus, obteve uma vitória completa sobre o álcool e foi libertado. Dois anos depois, o Erlo ficou sabendo que nunca mais tocara em álcool. O Senhor tem usado esse homem e seu testemunho para ajudar outros alcoólicos. Muitos cativos acharam a sua libertação no Senhor através do seu testemunho.

Alguns alcoólicos dizem: “Queremos ver se é mesmo verdade que Deus realmente liberta e salva do vício”. Tornam a beber e ficam muito doentes. Reconhecem, de seguida, que é verdade que Deus liberta. “É verdade sim, Deus liberta. Não podemos tomar mais álcool. É melhor deixarmos o vício duma vez por todas!”

Uma senhora idosa fez a mesma coisa: colocou Deus à prova. Após aconselhamento e depois de tomar o caminho de Cristo, tentou verificar se havia sido realmente liberta. Depois de haverem orado por ela, saiu e entrou no primeiro bar que encontrou. Ali, bebeu muita cerveja. A cerveja comum que os Zulus fazem chama-se “Tshwala”. Mas, os verdadeiros alcoólicos bebem a cerveja mais forte que se chama “Gavien”. É verdadeiramente forte. Depois que bebeu da mais forte, aquela mulher deixou o bar e ficou seriamente doente. Apercebeu-se que o Evangelho torna as pessoas novas. Não é necessário dizer, mas, nenhuma pessoa que haja sido liberta do álcool deve tentar beber novamente e muito menos testar a sua libertação, colocando Deus à prova e desafiando as forças do diabo.

Um homem começou a beber em 1945 e foi viciado até 1972. Não conseguia emprego e, consequentemente, não podia sustentar a sua família. Os filhos estavam ao cuidado de familiares e a esposa precisava trabalhar muito para ajudar a sustentar-se a ela mesma e ao seu marido. Era um martírio para a esposa. Se lhe desse comida, ele cuspia no prato e lançava a comida contra o rosto dela. Como ele não se lavava, ela tentava ajuda-lo a fazê-lo. Mas, ele pegava na água e jogava em cima dela. Aquela mulher pagã pediu, então, aos Cristãos para orarem pelo esposo. Visitaram o casal e convidaram-nos a frequentar os cultos. A senhora aceitou o convite, mas, o esposo recusou inicialmente. Eventualmente, conseguiram levar o homem aos cultos. Sob o efeito da mensagem, apercebeu-se de como era pecador.

Alguns Cristãos de Kwasizabantu aconselharam-no a ficar um tempo na missão. Disseram-lhe: “Tente pelo menos desta vez confiar neste Jesus que salva e liberta verdadeiramente todos quantos se encontram no esgoto”. Concordou e chegou à missão no dia 16 de Dezembro. Disse que desejava ser salvo e liberto de tudo. Oraram por ele e o Senhor operou milagrosamente. Doze dias depois estava completamente liberto daquela escravatura ao álcool.

Mas, havia outro problema: também era viciado em cigarros. Sentado do lado de fora do hospital da missão, tentou fumar. Acendeu um cigarro e não suportou o gosto dele. Mas, estava determinado a fumá-lo até ao fim. Contudo, o gosto do cigarro era tão horrível que teve mesmo de jogá-lo fora. Voltou para o seu quarto e jogou fora o maço de cigarros. Sentiu que uma mudança profunda havia acontecido nele. Foi para a rua novamente e pulava de alegria de um lado para o outro. Até aquele momento, havia tido o seu corpo tão rígido que mal conseguia andar. Agora, pulava e saltava juntamente com as crianças.

Os outros pacientes ficaram a pensar que ele tinha enlouquecido. Mas, ele respondeu: “Não estou louco! Encontrei o Senhor Jesus”. A sua vida fez-se nova. Pouco tempo depois, a sua esposa também se salvou e, juntos, recomeçaram o casamento. Encontrou um bom emprego e já tinha o seu próprio salário. Através de um empréstimo bancário, construiu uma casa com dois apartamentos. Alugou os apartamentos e pagava o empréstimo com esses rendimentos.

Esse homem tinha a reputação de ser o pior dos bêbados de Eshowe. Porém, hoje é um cidadão dos mais respeitados. Tem seis filhos, três meninos e três meninas. A sua conduta moral e testemunho tornou-se um grande utensílio para levar outros a Cristo. Pela graça de Deus, permanece liberto dos vícios do álcool e do cigarro.

 

  1. Libertação de Possessos

Uma família europeia pediu ajuda ao Erlo. Tinham problemas com um filho de três anos de idade. Enquanto brincava, feria-se a ele próprio de forma pouco natural. Chegava mesmo a quebrar ossos. Os pais viram-se obrigados a manter uma vigilância permanente sobre a criança. Raramente dormiam em paz, porque a criança gritava e chorava muito dizendo que via uma bola vermelha. Por vezes, parecia que era louco. Os seus pais não conseguiram sequer segurá-lo quieto enquanto o Erlo tentou colocá-lo sobre os seus joelhos. O Erlo orou em nome do Deus Triuno e, naquele momento, sete demônios falaram pela boca da criança, manifestando reverência e respeito pelo nome de Jesus. Os pais partiram dali com a criança completamente transformada, amável, bem comportada e agradecida por tudo.

O Erlo contou-me que, pouco tempo depois do início do avivamento e durante meses seguidos, muitos possessos, incluindo feiticeiros, apareceram para serem ajudados. Os cooperadores e o Erlo não se sentiam cansados tendo tanta gente precisando de ajuda. Por vezes, trabalhavam sem dormir e sem comer. Mas, recebiam poder do alto tal e qual a promessa em Is.40:29: “Dá força ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.”

“…Ele multiplica as forças.” – Isto também acontecia aos Cristãos coreanos quando oravam noites seguidas.

“…Ele multiplica as forças.” – Também era o que experimentavam os grupos de Timor que saiam pregando, muitas vezes, sem comer durante 36 horas seguidas, caminhando pela selva e pregando em áreas muito remotas.

“…Ele multiplica as forças”. – Esta também era a experiência em Kwasizabantu depois que o Espírito Santo desceu e o poder de Deus se evidenciou na obra da missão. 

Eis aqui uma experiência de um menino Zulu com um ano de idade:

A mãe colocou a criança na cama para poder limpar a casa. De seguida, era como se alguém lhe estivesse dizendo: “Olha para o braço da criança”. Quando olhou, viu o braço pendurado sem força. Pegou no braço e concluiu que perdera todas as forças e o bracinho balança de um lado para o outro como um pêndulo de um relógio. Isso nunca havia acontecido antes.

Enquanto a mãe se perguntava o que aquilo poderia significar, ouviu a voz de Deus dizendo: “Leva o menino para o culto e experimentarás o poder de Deus”. Depois do culto, ela ficou pra trás com o menino e pediu ao Erlo que orasse por seu filho. O Erlo colocou a sua mão sobre a testa da criança e orou. O menino começou a gritar terrivelmente e a sua cabeça sacudia de um lado para o outro na mão do Erlo. Orou novamente até a criança ficar calma. Logo de seguida, o menino descontraiu-se e até ria. E o seu braço voltou ao normal. “Ele multiplica as forças” quando começa a operar.

Uma vez, uma mulher robusta chegou para aconselhamento. Afirmava que era perseguida por espíritos malignos. Enquanto oravam por ela, uma batalha feroz começou e os cooperadores foram chamados para ajudar na oração. Após várias horas de luta intensa em oração, os demônios manifestaram-se dizendo: “Nós somos muitos e não sairemos daqui se não vermos sangue”. Foi-lhes ordenado para se calarem. Então, a senhora começou a vomitar, deitando fora uma grande quantidade de sangue. Estava liberta!

O Erlo relatou-me algumas coisas que aconteceram quando os possessos eram libertados. Ele apenas confirmou tudo aquilo que eu já venho escrevendo em vários dos meus livros anteriores.

Algumas pessoas caem no chão, como mortas. Outras movimentam as suas línguas como se fossem serpentes. Alguns ficam rígidos e, assim que são libertos, os seus corpos relaxam-se. Outros escumam da boca como fazem os epiléticos. Alguns dos que são libertos dizem que sentem como se um tronco de uma árvore tivesse sido solto do seu peito. Outros soltam um odor de enxofre ou de carne apodrecida no ar quando são libertos.

Esses sintomas também me foram relatados pelo Erlo. Eu mencionei muitos mais em meus livros anteriores. Mas uma coisa é óbvia: os possessos na África do Sul demonstram ter as mesmas características que têm em outros países ou continentes. As opiniões dos psiquiatras é que não existem pessoas possessas e que se trata de casos de histeria ou desordem mental. Não é isso que se evidencia no terreno. Existem sintomas próprios de possessão demoníaca que não são os mesmos encontrados em casos de desordem mental. Já falei sobre esses casos em meu livro  Occult ABC – O ABC do Ocultismo (Kregel Publications, Grand Rapids, MI, USA, www.kregel.com). Também existem mais informações em meu outro livro Demonology Past and Present  - Demonologia, Presente e Passado.

 

  1. Libertação De Bruxas E Feiticeiros

Os pagãos entre os Zulus estiveram envolvidos com feitiçarias durante muitas gerações. O que eles chamam de adoração ancestral não é nada mais e nada menos que espiritismo, pois, fazem sacrifícios aos seus mortos e antepassados. Contatam com os espíritos dos mortos, seus antepassados, pedem-lhes conselhos e fazem orações a eles. Mães grávidas dedicam os seus filhos aos mortos e pedem-lhes proteção e ajuda. Mesmo quando um Zulu pagão se converte e se torna Cristão, precisa ser liberto desses laços ancestrais de ocultismo.

O mesmo acontece com a feitiçaria. Normalmente, está associado com homeopatia. Não existe nada de errado no uso de plantas e raízes nas quais Deus colocou um gênero de medicamento natural. Mas, as misturas de homeopatia com feitiçaria são notáveis e contaminam qualquer paciente que se envolva com uma das coisas.

Falei com o Dr. Beyerhaus há uns 14 anos atrás, o qual dava aulas em Mapumulo nessa altura, sobre a percentagem, afinidade e ligação dos Zulus com a feitiçaria. Não se sabe nada sobre percentagens e estatísticas entre os Zulus.

No tocante à feitiçaria, o caso que se segue é um exemplo ilustrativo similar a milhares de outros que vêm acontecendo na Alemanha, Inglaterra, Suíça, Balcãs e em muitos outros lugares.

Uma moça paralitica foi levada a uma “profetisa”, através da qual havia sido curada da sua doença. O nome de “profetisa” é usado como um disfarce satânico de alguém que opera como uma bruxa. A moça em questão já conseguia trabalhar normalmente depois de ser levada à “profetisa”. O Erlo conheceu a moça e tentou conversar com ela em aconselhamento. Mas, ela estava espiritualmente morta e endurecida como uma rocha.

Isso acontece com milhares de pessoas. Em princípio, ficam fisicamente curadas, mas, espiritualmente, ficam fechadas para o Evangelho. Contudo, quando um feiticeiro ou uma bruxa vem a Jesus e é liberto, ou quando um dos seus pacientes vem entregar-se ao Mestre para o mesmo efeito, é normalmente um testemunho poderoso em toda a área e muitos chegam a ser levados a Cristo através deles. Comprovamos isso mesmo no exemplo que se segue.

 

  1. A Ex-Bruxa Magakanye

Quando estava em Kwasizabantu, Magakanye visitou-me. Heino Stegen foi o tradutor. Essa mulher trabalha para ele em sua fazenda como supervisora e é uma grande benção para todas as mulheres que trabalham na fazenda. Eis aqui a sua história:

Magakanye era adivinhadora e curandeira. Usava feitiçarias e plantas. Contudo, ela mesma era uma pessoa doente e infértil (não podia ter filhos). Por essa razão, oferecia regularmente sacrifícios aos antepassados e aos espíritos. Foi esse o conselho que outras feiticeiras lhe deram. Como consequência, teve três filhos. Mas, para alguém tornar-se uma feiticeira ou bruxa, precisa fazer sacrifícios de sangue. Magakanye começou a vestir-se com peles (vestimenta típica das feiticeiras entre os Zulus) porque começou a desenvolver certos poderes e capacidades de magia e começou a ser temida e admirada por todos à sua volta.

Mas, um dia, Deus atingiu-a. Um raio destruiu a sua casa totalmente, juntamente com tudo que possuía. Sem possuir mais nada, tornou-se uma mendiga. Foi nessa altura que conheceu o Erlo, o qual lhe disse: “Talvez o raio atinja a senhora da próxima vez se não abandonar as suas feitiçarias”. Na verdade, ela já temia isso mesmo.

Por essa altura, o Erlo fazia uma cruzada em Reiscliff. Centenas de pessoas chegavam para aconselhamento e salvação. Mas, quando Magakanye ouviu falar do que se estava passando, disse de forma irônica e maldosa: “O quê? Eu confessar meus pecados a um homem branco? Nunca!”

Contudo, a curiosidade levou-a à tenda para ouvir as pregações. A mensagem do Evangelho atingiu-a profundamente. Foi para aconselhamento e confessou todos os seus pecados diante do Erlo. De seguida, foi regularizar todas as coisas com pessoas até onde lhe era possível, devolvendo coisas roubadas, etc.

Já posso imaginar todas as objeções que os Europeus irão fazer sobre questões doutrinárias, especialmente os Alemães que dirão que escrever sobre isto aqui é uma violação da privacidade da confissão. Não é o caso. Sempre que os Zulus vêm ao Senhor, eles próprios publicam os seus pecados diante de todos e, por isso, podemos retransmitir estas coisas num livro para glória do Senhor. Este espírito de crítica persistente é uma das razões por que Deus não se pode manifestar entre muitos brancos, dando-lhes avivamento. O Erlo confirmou-me que é muito difícil trazer pessoas brancas e Europeias ao Senhor. Sempre que os Zulus são salvos, aceitam estas verdades bíblicas numa fé e obediência de criança, confiando inteiramente em Jesus sem dar oportunidade a qualquer tipo de racionalismo destrutivo. Para eles, uma verdade espiritual é uma questão do coração e da alma e não algo para ser discutido em palestras e palavreado. É precisamente isso que os brancos fazem muitas vezes.

Enquanto o Erlo a aconselhava, ficou evidente que estava possessa. Quando começou a orar por ela, os demônios manifestaram-se e começaram a falar: “Não podemos permanecer aqui! Precisamos voltar para o lugar de onde viemos!” Após haver sido totalmente liberta, Magakanye voltou para o seu esposo, testemunhando do Senhor Jesus Cristo. Surpreendentemente, o esposo aceitou o fato e ainda a encorajou a caminhar com Deus devido à benção que ele mesmo recebeu através dela. Não muito tempo depois, o esposo também se entregou a Cristo e regularizou a sua vida toda.

Desde que Magakanye se libertou, o seu coração tornou-se uma chama do Espírito, um rio de água viva. Os outros feiticeiros que a conheciam e com quem ela se misturava dizem que os brancos a enfeitiçaram. Contudo, admiram-se muito da coragem que tem para testemunhar de Jesus.

Magakanye é analfabeta e não consegue ler as Escrituras. Mas, assim que comete um pecado ou erra em algum aspecto, sente-o de imediato em seu coração e regulariza a sua vida de imediato. Como vem acontecendo como muitos outros analfabetos convertidos, também ela é instruída através de sonhos e visões. Um dia, disse ao seu filho que sabe ler: “Tive uma visão de um homem que se chama ‘A Palavra de Deus’. Isso vem escrito em algum lugar na Bíblia?” O filho respondeu: “Sim, vem. Em Apoc.19:13 está escrito: ‘E o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus’”. O esposo e os três filhos são seguidores fiéis de Jesus. Sendo que os filhos começaram a frequentar a escola (algo antes proibido aos filhos de feiticeiros), agora podem ler as Escrituras para ela ouvi-las.

Todos os dias, Magakanye experimenta coisas novas de Deus. Como supervisora na plantação de açúcar de Heino Stegen (irmão do Erlo), ela tem muitas oportunidades para falar com os trabalhadores sobre Jesus. Não passa um único dia sem que tenha testemunhado a alguém de Jesus e tenha orado com tal pessoa.

Certa vez, teve uma visão quando se encontrava na plantação de açúcar. Ela viu um homem que foi feito pecado pela humanidade. De noite, perguntou ao filho se havia alguma passagem na Bíblia sobre isso. Ele leu para ela: “Àquele que não conheceu pecado, se fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2Cor.5:21).

No final da entrevista que tive com ela, estava reservada uma surpresa para mim. Magakanye contou-me que havia sido muito abençoada pelo meu ministério e desejava dar-me uma oferta de agradecimento! Inicialmente, recusei explicando que admirava muitíssimo a sua boa vontade (sendo que era pobre). Eu não aceito ofertas dos campos missionários onde trabalho. Tento é levar ofertas a esses campos missionários. Mas, insistiu para que eu aceitasse aquela oferta. Deu-me 15 Rands que, na altura, era uma quantia considerável para um Zulu. A sua companheira adicionou mais 10 Rands. Fiquei muito sensibilizado com aquela oferta. Agradeci-a do fundo do coração, não tanto pela oferta (que permaneceu na África do Sul), mas, pela vontade dela em fazer o Reino de Deus crescer. Disse-lhes. “Nas 8 ou 9 viagens missionárias que fiz a África, nunca recebi uma oferta de qualquer africano. Isto significa mais para mim que o seu valor monetário”. Deixei a oferta, depois, no campo missionário.

 

  1. O Sacerdote Anglicano

Um sacerdote adoeceu e a sua esposa há anos que também se queixava de uma doença séria. Numa das pregações em Kranskop, ela entregou-se a Jesus e, depois de oração, ficou completamente curada.

De seguida, pediu ao Martin Stegen para conversar com o esposo. Martin, um obreiro, explicou o caminho da salvação ao sacerdote e aconselhou-o a regularizar as suas pendencias com Deus. O sacerdote Anglicano era muito honesto e confessou todos os seus pecados, regularizando a sua vida com Deus. Logo de seguida, o seu estado de saúde melhorou consideravelmente.

Uma reação em cadeia seguiu-se entre os membros da sua família. A filha do sacerdote que vivia em Durban, havia sido uma bruxa antes de se converter. Tornou-se um exemplo lindo para seu esposo pagão. Até mesmo os filhos dela vieram a Jesus devido ao exemplo da sua vida simples, como mãe e através dos esforços do grupo de cooperadores. Se o Juízo de Deus alcança os filhos até à 3ª e 4ª geração, quanto mais distante se estenderá a benção de Deus sobre os que Lhe obedecem e O amam?

 

  1. O feiticeiro na casa Mortuária

Em 1974, um feiticeiro foi levado para o Hospital King Edward em Durban. O seu estado de saúde piorou e acabou por morrer. Os médicos, após avalição, acreditaram que ele tinha morrido e enviaram-no para câmara mortuária.

Mais tarde, veio uma enfermeira e disse que ele se tinha mexido. Estava horrorizada e foi relatar o incidente aos médicos. O feiticeiro recuperou os sentidos e perguntou se podia receber alta, pois, tinha coisas importantes para resolver em casa. Foi para casa muito doente e relatou aos seus familiares próximos o que experimentou entre a vida e a morte. “Deus falou-me e revelou-me todos os meus pecados. Disse-me que eu estaria eternamente perdido caso morresse com eles. Mandou-me colocar a minha vida em ordem e também me mostrou o homem que pode ajudar-me a fazê-lo. Esse homem também me mostrará o caminho da salvação”. A confissão causou um grande impacto em toda a família. A questão agora era: como encontrar esse homem que Deus lhe revelou?

Quando o Senhor faz planos para salvar alguém, Ele não se descuida nos detalhes e não importa o quão impossível a tarefa possa parecer.

Na vizinhaça do feiticeiro havia um mercado. O dono era alcoólatra. Havia desperdiçado, com álcool e prostitutas, todo dinheiro herdado do seu pai rico em menos de dois anos. O negócio dele estava completamente falido e a sua saúde arruinada. Os seus rins já haviam cedido. Suas pernas estavam inchadas a ponto de rebentarem. Chegara ao fim da linha, tanto profissionalmente como a nível da saúde. Depois disso, foi levado para Kwasizabantu onde confessou todos os seus pecados, arrependeu-se e foi curado pela Graça de Deus. Recomeçou o negócio e obteve muito sucesso através da benção de Deus.

Deus usou esse negociante como instrumento para ajudar o feiticeiro desesperadamente doente. Quando ouviu a visão do feiticeiro e como ele estava entre a vida e a morte, disse-lhe: “Eu te levarei ao homem que apareceu na visão; ele vive em Kwasizabantu”. O negociante Cristão levou o feiticeiro de carro até Kwasizabantu, que ficava a 144 km de distância. Falando com o Erlo, o feiticeiro clamou admirado: “O senhor é o homem que vi na minha visão o qual me mostrará o caminho da salvação”. Confessou os pecados mais sérios, entregou-se a Jesus recebendo-o como Salvador e Senhor da sua vida.

Na noite que se seguiu, o feiticeiro dormiu profundamente. Na manhã seguinte, foi falar novamente com o Erlo e perguntou-lhe: “Posso confessar mais alguns pecados? Foram-me revelados mais alguns que preciso confessar”. De seguida, confessou todos os pecados omitidos no dia anterior. Exclamou em grande alegria: “Agora posso voltar para casa em paz. Estou experimentando Aquele que morreu por mim na cruz”. O feiticeiro salvo voltou para sua família e, pouco tempo depois, chegou a notícia que havia falecido em paz. Antes de morrer, pediu que o seu funeral fosse conduzido pelo homem que o levou a conhecer Jesus Cristo. E foi o que aconteceu. Muitos amigos e conhecidos do ex-feiticeiro vieram ao funeral e, mesmo estando embriagados, alguns ainda assim se converteram.

  1. O Sangue de Jesus Cristo

Uma líder de feiticeiras, a qual tinha muitas outras feiticeiras sob a sua autoridade e influência, trazia os seus sacrifícios para serem feitos aos espíritos ancestrais. Em troca, parecia que os espíritos lhe davam talentos e poderes extraordinários. Esses espíritos diziam à bruxa: “Vai até ao rio buscar água e lá serás equipada convenientemente”. Assim fez. Quando chegava ao rio, recebia poderes sobrenaturais. Tinha a habilidade de adivinhação e de ver o futuro. Também conseguia ouvir vozes a uma distância enorme. Quando, por exemplo, alguém perdesse um bode, recebia as direções exatas onde encontrar o animal. Antes mesmo que lhe perguntassem, ela já sabia qual a resposta que deveria dar.

Esta feiticeira tinha tanto sucesso que não precisava de nenhuma poção ou fórmula de magia. Parecia que ela tinha contato direto com os espíritos e demônios. Declarava abertamente que tinha acesso direto a três demônios. Um deles chamava-se Dlosi, o qual dizia ser o espírito do seu pai falecido; o segundo chamava-se Ndegi e falava do peito dela; Ndawo era o terceiro. Ela recebia muita informação do espírito Dlosi, o qual era o superior hierárquico dos outros dois. Havia também outro espírito, Izizwe, conhecido como o espírito do povo, o qual possuía pessoas e capacitava-os a falar em idiomas e línguas diferentes. Mas, Deus seguia esta feiticeira dramaticamente possessa.

Em idade avançada, teve um sonho onde lhe foi dito: “Vai ao lugar onde existe uma tenda. Lá te será dito o que fazer”. Encontrou a tenda e o evangelista Erlo estava dentro dela. Perguntou-lhe: “Senhor, que devo fazer?” A resposta do Erlo foi a seguinte: “Precisa separar-se desses espíritos malignos. Precisa vir a Jesus e tê-lo como Salvador da sua vida”. No momento que o conselho havia terminado, ela começou a gritar histericamente. Uma dura batalha seguiu-se. Por fim, ela conseguiu dizer: “Não posso separar-me destes espíritos, pois, eles vão matar-me instantaneamente”. O Erlo respondeu-lhe: “Enquanto não se separar desses espíritos, não posso orar pela senhora”. 

A mulher desapontada abandonou a tenda, mas, o Senhor não a deixou. Onde quer que fosse, via sangue. Não conseguia entender aquelas visões e perguntou às outras pessoas: “Vocês também estão vendo sangue?” Responderam-lhe que não estavam vendo sangue. Contudo, ela não conseguia ver-se livre daquelas visões de sangue. Via sangue noite e dia. Havia sangue em todo lado. Ficou muito assustada e foi conversar com o Erlo: “Estou disposta a separar-me dos espíritos e a tornar-me Cristã”. O Pastor respondeu: “O sangue que a senhora vê em todo lado é o sangue do Senhor Jesus, o qual Ele derramou pelos nossos pecados”. De seguida, a senhora confessou todos os seus pecados e entregou todos os seus objetos de feitiçaria e amuletos para serem queimados. O Senhor Jesus triunfou uma vez mais sobre os poderes e as potestades das trevas.

1 João 1:7 diz: “O sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”.

 

  1. Pastor e Feiticeiro ao Mesmo Tempo

Existem muitos Cristãos nominais espiritualmente cegos, os quais se expõem a espíritos malignos. Era o caso dum sacerdote Anglicano, o qual também era feiticeiro. Embora o seu pai também tivesse sido um ministro na Igreja Anglicana, não tinha qualquer visão espiritual. A sua filha praticava as tradições ancestrais da tribo, não vestia roupas normais e, antes, vestia-se com trajes tradicionalmente ancestrais. Ela também era feiticeira e médium espírita. Os espíritos ancestrais e o espírito de Shaka (assim dizia) falavam-lhe: “Dá-nos acesso a ti, deixam-nos entrar e te curaremos”. Ela era uma pessoa enferma há muitos anos.

Aceitou a oferta e começou a sacrificar aos espíritos. Em retorno, os espíritos molestavam-na sexualmente. Este fenômeno é conhecido como "incubi" e "succubae", o qual é discutido em meu livro Christian Counseling and Occultism - Aconselhamento Cristão e Ocultismo (Kregel Publications, Grand Rapids, MI, USA, www.kregel.com). Durante oito anos terríveis foi atormentada por aqueles espíritos, os quais não cumpriram a sua palavra no tocante a curá-la da sua enfermidade. Esta feiticeira não mantinha qualquer contato sexual com o esposo, algo usual entre as feiticeiras Zulus. Consequentemente, os esposos dessas bruxas costumam ter várias concubinas, salvo nos casos onde os espíritos permitem uma vida sexual à bruxa. No caso desta moça, o esposo recusava ter concubinas.

Certo dia, a moça ouviu falar de alguém que obteve libertação em Kwasizabantu através do ministério do Erlo. Conseguiu uma entrevista com o Erlo em Johanesburgo e ele mostrou-lhe o caminho da salvação. De seguida, ela confessou todos os seus pecados, incluindo os de feitiçaria, destruindo todos os objetos e amuletos que usava nas suas práticas ocultas. A partir daquele dia, ficou completamente liberta daqueles poderes e toda a sua vida marital transformou-se como resultado da sua conversão. O casal foi abençoado com cinco filhos.

 

  1. Bailarina de Boate e Feiticeira

Na boate onde esta bailarina atuava, os patrões eram sofisticados. Como tinha um corpo atraente e bem treinado, atuava de maneira excelente. O seu esposo era um oficial do governo muito respeitado.

Pouco tempo depois do casamento, ela ficou doente física e mentalmente. Durante um período de três anos, sonhava com serpentes e rios, banhando-se com crianças desconhecidas e com cobras. Em seu desespero, procurava pessoas que sabiam orar. Visitou congregações diferentes, mas, não conseguiu ajuda em nenhum lugar. Durante um curto período de tempo, juntou-se a um grupo que praticava a adoração ancestral, mas, também não resolveu nada. Procurou outros feiticeiros, também sem obter qualquer sucesso. Por fim, envolveu-se com espíritos malignos.

Enquanto permanecia entre os espíritos, os seus sonhos com serpentes eram interpretados. Foi- lhe dito que era um dom precioso que havia recebido da avó e que ela estava predestinada a torna-se uma adivinhadora. Foi encorajada a desenvolver essas capacidades frequentando a escola para bruxas, Umlasi.

A jovem mulher aceitou o conselho. Foi admitida na escola e a iniciação fazia-se colocando uma lança sobre a cabeça e vestindo-se com pele de leopardo. Esses eram os símbolos dos dons que recebera dos espíritos ancestrais. Durante os estudos, fez pouco progresso. As outras estudantes acabavam o curso em um ou dois anos. Desenvolviam capacidades médiuns e deixavam a escola como adivinhadoras bem treinadas. Ela, porém, necessitou de sete anos para acabar o seu treinamento.

Durante o treinamento, fez uma interessante descoberta: a sua filha de oito anos de idade também possuía capacidades de ocultismo. A menina ficou num transe espírita durante um período de três dias. Quando voltou a si, falava em línguas estranhas, as quais ninguém entendia. Para além dessas ocorrências extraordinárias, também recebeu habilidades de vidente e adivinhadora. Conseguia revelar segredos escondidos e possuía conhecimentos que nenhuma criança da sua idade poderia ter.

Durante esse período, a menina progrediu como vidente e adivinhadora de sucesso. O seu irmão deixou de falar. A explicação da irmã era que um espírito havia-se apoderado dele. De acordo com a luz Cristã, ambas as crianças estavam possessas com espíritos malignos. A menina tinha um espírito de adivinhação (At.16:16-18) e, o menino, um espírito surdo-mudo (Marc.9:25).

A escola de feiticeiras frequentada pela jovem senhora era um combinação de adoração ancestral e espiritismo. Alguns costumes do Velho Testamento eram praticados por esta comunidade de ocultismo. Sacrifícios eram oferecidos e confissão de pecados era exigida. Se o aluno fosse capaz de oferecer uma vaca, então, eram-lhe concedidos grandes poderes. Quanto mais sangue derramasse, tanto mais autoridade oculta obtinha. 

Em outras escolas de feitiçaria não se praticava confissão de pecados, mas, eram usados somente práticas de feitiçaria. Ali, na escola Umlasi, era derramada cerveja e incenso era queimado. Enquanto o incenso era queimado, falavam com os espíritos dos mortos.

O professor principal de Umlasi morreu após sete anos. Depois da sua morte, o seu espírito apareceu num sonho à mulher e disse-lhe: “Não fazes progresso na tua carreira porque não confessaste todas as coisas. Ainda escondes um pecado”. Convicta, essa estudante sem sucesso foi confessar ao esposo que ele não era o pai do primeiro filho. Ele nunca soubera disso. Mesmo assim, perdoou-a sob a condição de que ela nunca dissesse à criança que o seu pai era outro. 

Com essa confissão, a exigência dos espíritos foi cumprida. Contudo, os espíritos não cumpriram as suas promessas, algo que acontece com muita frequência nesse meio. A jovem senhora não tinha paz. Tornou a clamar aos espíritos e um deles exigiu que outra vaca fosse sacrificada para purificá-la a ela e à família. Aquilo aconteceu uma e outra vez até que já não possuía mais vacas. Os espíritos, mesmo assim, comunicaram-lhe que ela havia de tornar-se feiticeira.

De vez em quando, esta mulher desesperada ia a uma igreja tentando alcançar paz e descanso. Mas, não conseguia permanecer até ao fim dos cultos, pois, caía inconsciente assim que os hinos Cristãos começassem a ser cantados e orações fossem feitas.

Já encontrei casos semelhantes, onde, sob influências espíritas, as pessoas caem inconscientes ou em transe assim que encontram coisas santas ou espirituais.

Contudo, Deus tinha um plano especial para ajudar esta mulher sem paz. Numa das ocasiões, ela caiu inconsciente após o culto. Umas pessoas que a conheciam falaram-lhe de Kwasizabantu. Foi para lá, conheceu o Erlo e confessou todos os seus pecados. Depois disso, queimou publicamente tudo o que possuía de feitiçaria. Encontrou paz e libertação em Jesus. Mais tarde, foi falar com pessoas confessando e colocando em ordem as muitas coisas que havia feito de errado com ou contra elas.

Aconteceram mais alguns milagres. A filha foi liberta da escravatura do ocultismo e o filho voltou a falar normalmente. Foi dessa maneira que Jesus trouxe uma vitória preciosa a esta família afligida.

 

  1. O Símbolo da Serpente

Através da História e durante milhares de anos, a feitiçaria usou sempre a serpente como símbolo. O ceptro de Aesculapius não tem nada a haver com feitiçaria. Mil anos antes de Cristo, um físico famoso da Grécia, chamado Aesculapius, usava métodos de tratamento, os quais foram redescobertos no século 19. Usava veneno de abelha e de serpente para tratar reumatismo. Por essa razão, mantinha serpentes em cativeiro para extrair veneno delas. Muitas descobertas farmacêuticas foram descobertas por ele. Foi por essa razão que o começaram a considerar um deus da medicina e da ciência nessa altura. A sua imagem de marca, uma serpente num ceptro, ainda hoje é usada na Europa como um símbolo da medicina fora das farmácias e dos consultórios médicos.

Encontramos o símbolo da serpente no Jardim do Éden. Adão e Eva foram seduzidos por Satanás na forma de uma serpente. Também é sabido que os egípcios realizavam magia usando a serpente (Êxodo 7:10-12). Na Bíblia (2 Reis 18:4), encontramos os israelitas queimando incenso à cobra de cobre, Nehustan. Moisés usou esta serpente como sinal de libertação (Num. 21:8), mas, 600 anos depois, o povo de Israel utilizava-o como um ídolo da bruxaria. Rituais da serpente são encontrados em todos os séculos. Um dos mais influentes foi o da seita Ofita, que combinava a filosofia pagã com o Cristianismo. Rituais da serpente ainda são conhecidos entre muitas tribos pagãs, como na Libéria, onde me encontrei com um grupo conhecido como “O Culto da Cobra”.

As bruxas, muitas vezes, têm sonhos e visões de cobras.

Após um longo tempo de doença e de perder peso, uma senhora Zulu, por fim, deixou de poder levantar-se. Isso, para os Zulus, significava que ela tinha de tornar-se uma bruxa. Durante a segunda fase da sua preparação, tais mulheres sonham com cobras na água, como já foi mencionado. Esta mulher sonhou com águas profundas de onde ela emergia com uma cobra na mão. Depois disso, em outro sonho, viu que um homem branco veio em sua direção, pôs a mão sobre ela e avisou: "Estes são poderes das trevas. Eles não podem ajudá-la - você deve procurar a ajuda de Jesus”. No dia seguinte, ela recebeu a visita de um estranho, o qual nunca havia visto. O estranho disse-lhe: "Existe um lugar onde as pessoas recebem ajuda. Você pode encontrar ajuda lá também”. A mulher angustiada nunca tinha ouvido falar de tal lugar antes, mas, de alguma forma, ela entrou em contato com um dos cooperadores do Erlo, que arranjou uma maneira de ela ser levada para Claridge, onde haveria um culto no Domingo seguinte. Ela não falava Inglês. O Erlo dirigiu o culto naquela manhã em Inglês.

Ela, então, declarou: "Este é o homem que vi em meu sonho. Também ouvi seu sermão em meu sonho". Depois do culto, veio até ao Erlo para aconselhamento. O Erlo fala fluentemente quatro línguas: Inglês, Africâner, Alemão e Zulu. Foi a primeira vez que ela participou de uma reunião Cristã. Ela confessou seus pecados, entregou a sua vida a Jesus Cristo e foi curada. Até a presente data, ela é uma testemunha viva do Senhor.

 

  1. Exemplos forjados na Oficina de um Feiticeiro

Um feiticeiro tinha 14 mulheres. Seu filho, que estava doente, converteu-se e recuperou. Acompanhado de Martin Stegen, este filho visitou o pai. Encontraram um homem parcialmente paralisado no local, buscando a ajuda do feiticeiro. Martin falou a este homem sobre a obra do Senhor em Kwasizabantu. O homem coxo respondeu com alegria: "É para onde eu quero ir". Em Kwasizabantu, ele recebeu ajuda parcial. Porém, o feiticeiro mencionado anteriormente era um homem poderoso, tendo poder até mesmo sobre algumas forças da natureza. Era capaz, por exemplo, de acender uma fogueira com bruxaria. No entanto, estas coisas não o beneficiaram em nada. Morreu um homem pobre.

Vemos isto acontecer frequentemente. Bruxas, homens de magia e feiticeiras costumam fazer muito dinheiro e enriquecer. Mas, o que chega facilmente, facilmente se vai! O que o diabo traz para eles, leva-o facilmente de volta. No fim da sua vida, todo o feiticeiro é uma pessoa enganada e desiludida.

Certo feiticeiro foi contratado para eliminar uma mulher por meio de magia. Realmente, a mulher ficou muito doente. Mas, porque ela tinha ouvido falar de Kwasizabantu, o lugar de ajuda espiritual, foi para lá. Ali recebeu oração e o Senhor curou-a. Depois que voltou para casa, o curandeiro ficou doente e admitiu: "Eu queria matar a mulher, mas, as pessoas que oraram por ela são mais fortes do que eu". Antes de morrer, disse, "Queimem todos os meus itens de bruxaria. Eu gostaria de poder ir a Kwasizabantu receber ajuda também". Infelizmente, a morte alcançou-o antes que pudesse chegar lá.

Quando um ataque de magia feito por um feiticeiro é repelido pela oração, acontece frequentemente que o ataque contra-ataca o feiticeiro. Tenho mais exemplos desta natureza.

O mal da feitiçaria temido entre os negros da África está praticamente fora de controle. Eles nascem com isso e faz parte das suas vidas desde que nascem. Os que optam pela feitiçaria ativa, muitas vezes, acabam por desenvolver capacidades ocultas fortes e, também, certos poderes. Podem até mesmo assassinar uma pessoa a longas distâncias com magia negra e descobrir coisas ocultas.

Muitas trapaças, engano e superstição sem sentido existem nesses meios. Por exemplo, quando alguém fica doente, o feiticeiro insiste que isso é causado por outra pessoa. Pessoas inocentes estão sempre sob suspeita e surgem, daí em diante, intermináveis ​​disputas e conflitos. Guerras de sangue e vinganças ocorrem, em seguida, arrastando-se de geração em geração, a maioria começando com uma simples suspeita infundada. Pode entender-se por que razão, às vezes, Erlo diz aos Cristãos: "A suspeita é pecado". Por causa de tais acusações falsas, muitos curandeiros e feiticeiros têm sangue em suas mãos.

Aqui está um exemplo de suspeita: A casa dum homem pegou fogo e incendiou-se. O homem lesado, então, perguntou ao feiticeiro, "Quem fez isto?" A resposta foi: "Seu vizinho". Recorreu, então, a uma poção de bruxaria para expulsar o seu vizinho. A pessoa sob suspeita não foi capaz de permanecer por mais tempo no seu lar e procurou um novo lugar para morar.

Depois de cinco ou seis anos, o Erlo realizava uma campanha evangelística naquele local. A filha do homem, cuja casa havia sido incendiada, confessou que ela tinha posto fogo na casa, com a finalidade de vingar-se do pai. O feiticeiro tinha colocado um homem inocente sob suspeita e, assim, expulsou-o para longe da sua casa e do seu lar.

Os Cristãos dizem que a suspeita é o evangelho do diabo.

Um feiticeiro de Nqutu sofria de uma paralisia parcial e, também, de cegueira parcial. Essas dificuldades tornaram-no receptivo ao Evangelho. Quando Martin Stegen pregou o Evangelho, o seu coração foi aquecendo. Gradualmente, tornou-se receptivo pra destruir todos os fetiches e amuletos. Encheu dois sacos com as suas coisas de bruxaria e trouxe-os a um rio. Ele lançou um dos sacos no rio, mas, subitamente, um pensamento atingiu-o: "Estas coisas deveriam ser queimadas". Então, perguntou a Kwasizabantu se o segundo saco poderia ser levado para lá. Depois de receber permissão, organizou uma viagem para si e para o seu saco. Em Kwasizabantu, o lugar onde Deus continua a trabalhar, foi para aconselhamento espiritual. Depois de receber oração, foi curado. Já era capaz de andar bem e ver novamente.

O segundo saco foi queimado em 4 de Abril de 1976 em Kwasizabantu. Eu estava lá pessoalmente e tirei algumas fotos.

 

  1. Ataques Demoníacos

Um Cristão que vivia uma vida exemplar veio a Kwasizabantu. Parecia estar num estado de depressão e confusão, como se estranhos poderes se apoderassem dele. Apenas para informação, este exemplo dá-nos a saber se os crentes podem ser possuídos por um espírito maligno ou não. Mas, vamos ouvir a história toda.

Na primeira semana em Kwasizabantu, foi muitas vezes para oração, embora sem conseguir qualquer mudança significativa. Na segunda semana, os ataques pareciam atacar o seu rosto, de modo que os músculos do rosto ficavam tensos e, a sua expressão, distorcida. Seu rosto ficou tão inchado que parecia ter sido espancado. Mas, com essa mudança, a sua mente clarificou-se. Ouvir

No ataque seguinte, a sua boca parecia estar a ser forçada a abrir. Este terceiro ataque foi tão doloroso que não conseguia conter as lágrimas. Ele não conseguia fechar a boca, nem mesmo com ajuda externa. Era como se a sua mandíbula estivesse bem presa. Quando foi possível pressionar a boca para fechá-la usando de força extra, em certa ocasião, já não podia abri-la e sentia uma dor terrível. Havia o risco de feri-lo, causando que ele mesmo mordesse a língua, os lábios ou o interior das bochechas. Uma vez que a sua boca estivesse fechada, não a abria mais. Assim, não haveria maneira de ele comer. Mas, tão logo recebeu oração, este espasmo terrível relaxou.

Depois de alguns dias, o espasmo foi movido para baixo em direção à garganta. Suas cordas vocais foram afetadas, de modo que se tornou incapaz de falar. Perdeu a voz. Era difícil entender o que ele estava sussurrando. Seu pescoço e as veias começaram a inchar.

Depois de alguns dias, o ataque mudou-se do pescoço para o coração. O coração começou a bater irregularmente, como se fosse parar completamente. Então, começou a bater no peito como se quisesse reativá-lo.

Depois do coração, os seus pulmões foram afetados, de modo que quase se engasgou. Todas as portas e as janelas tiveram que ser abertas para entrar ar. Parecia estar sufocando.

Depois, a sua espinha parecia estar a ser dobrada para trás, como se fosse quebrar. Parecia que ia cair para trás sobre a sua cabeça e era impossível dobrar a espinha de volta para a sua posição normal. Após vários minutos, a situação normalizou-se novamente.

Desta vez, os ataques haviam sido tão graves e perigosos que não já era possível deixar o homem só - havia sempre duas pessoas com ele.

O Cristão que passou por este sofrimento todo foi de grande ajuda nesta batalha. Ele analisava a sua vida buscando pecados não confessados ​​como causa. Havia um grande desejo nele de que todas as obras das trevas viessem parar na luz. Ele guardava seu coração com oração e súplica e tomava cuidado para que nada estivesse entre ele e o Senhor. Teve sempre uma boa cooperação com o Erlo. Esta batalha durou três semanas, até que ficou completamente livre dos poderes do mal.

Hoje, é claro que a bênção do Senhor está sobre este irmão. Ele é um homem conhecido por sua caminhada com o Senhor.

Este relatório está aqui exatamente tal como o recebi do Erlo, embora possa haver algumas diferenças de tradução. Devido à minha grande experiência em assuntos destes, eu gostaria de comentar algo mais sobre este caso.

Se um psiquiatra pegasse em tal relatório, provavelmente, consideraria isso como sintomas e manifestações involuntariamente e psicologicamente causados por histeria. Seria uma consideração completamente errada. Quem não tem experiência sobre opressões de ocultismo, não pode julgar essa situação corretamente.

Isto não era um transtorno mental, mas, uma opressão, ou, como mencionado no título, um ataque demoníaco.

Estes ataques ocorrem nas famílias onde os pais ou avós tenham praticado ativamente a adoração ancestral, ou quando passam estes poderes ocultos para seus filhos como herança. Contudo, esses ataques só ocorrem quando os destinatários de tais poderes sucessivos os denunciam para tentarem seguir Cristo.

Encontramos quase tudo isso no caso deste irmão que sofreu estes ataques assustadores. O seu avô era um feiticeiro ativo que tinha cometido grandes males. O neto era um Cristão que havia rejeitado a herança desses poderes mágicos. Existem muitas coisas mais que poderiam ser mencionados para esclarecer melhor este tipo de casos de caos.

 

  1. Maldição de Morte

Este capítulo explica parcialmente os ataques demoníacos revistos no capítulo anterior. O caso seguinte fala do feiticeiro que era o avô do crente sobre o qual lemos no capítulo anterior. Este feiticeiro tinha quatro esposas. Um dia, houve uma briga de família - duas de cada lado – por causa de uma filha que falecera com 22 anos de idade. Entre pagãos, não existe tal coisa como uma morte natural. Existe sempre alguém a quem culpar ou responsabilizar. Isto diz respeito ao que referimos anteriormente sobre a suspeita.

Após a sua morte, perguntaram a uma bruxa: "De quem é a culpa? Quem causou esta morte?" A bruxa respondeu: "Eu suspeito de uma ‘mthakathi’ do outro lado". Uma ‘mthakathi’ é alguém que mata por meio de bruxaria.

Era uma suspeita infundada e com motivos demoníacos. Entre as mulheres sob suspeita "do outro lado”, estava uma Cristã. Muitos bruxos e feiticeiros são inclinados a fazer dos Cristãos bodes expiatórios.

O homem mandou chamar um feiticeiro muito famoso de outra tribo Africana. Este homem era tão poderoso que tinha poder sobre as forças naturais. No Tibete, ele teria sido considerado como uma lama que já tinha alcançado o terceiro grau. Yogis que se tornassem mestres do terceiro grau também alcançariam certo controle sobre as forças naturais.

Este feiticeiro poderoso tinha, agora, que determinar quem era a pessoa que causou o feitiço de morte. Antes de tudo, ‘montou’ uma tempestade terrível, com nuvens negras, relâmpagos e granizo - uma tempestade que causou grandes danos, chegando mesmo a arrancar árvores.

A mulher Cristã que se encontrava entre aqueles sob suspeita, ajoelhou-se em sua cabana com sua filha do lado dela. Chorou e pediu a Deus: "Se isto for a minha última hora - se esta for a Tua vontade que eu morra - então eu estou pronta. Peço apenas uma coisa, Senhor. Por favor, poupa a minha filha pequena. Ela é tudo que tenho".

Ao mesmo momento, uma mulher do lado oposto, do lado que tinha chamado o feiticeiro, colocava lenha na lareira. De repente, uma particula de um raio atingiu-a. Era como se alguém lhe tivesse batido na cabeça com um martelo. Ela gritou: "Pare tudo isso, senão seremos nós mesmos a perecer!"

Aqui temos um caso de algo já mencionado neste livro, que um ataque mágico, espiritual desviado, atingiu de volta aqueles que o iniciaram. O feitiço vira contra o feiticeiro.

Depois da tempestade, o pai foi ver a mãe e a criança para ver se ainda estavam vivos. Ficou surpreso ao verificar que o feitiço não havia surtido efeito. No entanto, ele separou-se de ambas as mulheres e seus filhos. Disse: "Eu não quero ter mais nada a ver com vocês. Eu não cuido mais de vocês e não tornarei a colocar os meus pés nas vossas cabanas novamente. Vão embora daqui!"

Retirou toda peça de mobiliário e despediu-as de mãos vazias, apesar de a mãe da sua filha ter implorado: "Por favor, perdoe-me por todas as coisas que eu fiz de errado. Não nos podemos reconciliar?" Ele rejeitou a reconciliação e manteve-se endurecido como uma rocha: "Não, a minha decisão está tomada e é final!"

Dois anos depois, aquele homem ficou seriamente doente e teve que ser levado para o hospital. Deitado em sua cama, teve uma visão. Viu as duas mulheres que havia mandado embora com seus filhos. Então, uma voz disse-lhe: "Essas pessoas estão inocentes. Cometeste um grande mal, afastando-os. Devido a isso, não terás lugar no céu".

Enquanto estava no hospital, seu futuro parecia sombrio e terrível. Relatou o sonho a um dos seus familiares que lhe visitou e pediu-lhe que abatesse um animal para uma refeição de “grande reconciliação”. Os expulsados deveriam ser trazidos de volta. Ele suplicou com sinceridade, "Por favor, reconciliem-se comigo e uns com os outros".

Em todas aquelas circunstâncias, o Senhor manteve a Sua mão protetora sobre a mãe e a criança. A menina, hoje, já é adulta e encontra-se a servir no ministério integrando o grupo de cooperadores fiéis do Erlo. Uma vez mais, não foi o diabo, mas, Deus quem teve a palavra final.

 

  1. Libertado De Um Espírito Assombrador

 

Assombrações ou fantasmas já foram vistos em vários continentes, mas, estes avistamentos são frequentemente julgados de forma diferente. Racionalistas, com seu limitado campo de visão, consideram-nos acontecimentos ridículos e irreais. Outros consideram tudo uma brincadeira. Psiquiatras não-Cristãos vêm tais ocorrências como sendo apenas coisas da mente de pessoas mentalmente perturbadas, sem possibilidade de existência no mundo real. Todas essas explicações têm pouco a ver com tais fenômenos. Não há dúvida que esses espíritos existem realmente e objetivamente e estão vinculados a pessoas e lugares, embora também nas ideias iludidas de pessoas paranoicas.

Aqui está um exemplo da experiência do Erlo. Uma mulher Zulu, com o nome de Nontshaka, chegou num estado miserável e confuso a Mapumulo e contou a seguinte história:

A sua vizinha tinha morrido.

A partir daquele momento, a morta reaparecia, declarando ser o Espírito Santo. Nontshaka estava apavorada e trouxe os seus filhos para o seu quarto, de modo que não ficassem sozinhos. Junto com este, outros fantasmas apareceram e, como resultado, Nontshaka perdeu a fala. Uma brasa viva, que também foi vista pelas crianças, flutuava ao redor pelos quartos da casa. Nontshaka ficou tão assombrada que não conseguia dormir mais na casa dela. Então, ela passou a noite na casa de amigos e familiares, mas, o fantasma seguiu-a até lá. Até mesmo os anfitriões da casa onde permaneceu durante a noite viram as mesmas coisas.

Não havia nenhuma dúvida: era um fantasma em forma de pessoa e era real. Por fim, ninguém se atrevia a receber Nontshaka em sua casa, porque, diziam: "Vocês trazem-nos má sorte e morte. Por causa de vocês, já não conseguimos dormir".

Então, teve de voltar para sua casa novamente. À noite, o fantasma não a deixava descansar. Entrava no quarto com as portas trancadas, abria armários e até removia artigos que Nontshaka tinha comprado de sua vizinha morta. Estes artigos foram, de alguma forma, a ponte entre o fantasma e a senhora assombrada. Artigos vendidos por curandeiros e endemoninhados causam este tipo de "comunicação" e são a base de contato ou vínculo entre o comprador e o vendedor, neste caso, um espírito de assombração ou fantasma. (A palavra demônio vem do alemão e significa "espírito que bate").

Em seu dilema, Nontshaka foi aconselhada a ir consultar o Erlo em Mapumulo. Em Mapumulo, um Cristão Zulu ofereceu-lhe estadia em sua casa. Nontshaka pernoitou nessa casa com muitos outros. Na manhã seguinte, todos os que estavam na casa disseram: "Toda a noite houve um barulho terrível nesta casa. Ainda por cima, havia uma brasa incandescente que flutuava em todos os quartos. Não conseguimos dormir!"

No dia seguinte, o Erlo perguntou à sua equipe quem estaria disposto a dormir naquela noite na mesma casa onde a mulher se encontrava. Duas mulheres Zulus voluntariaram-se. Na noite seguinte, colocaram a mulher assombrada entre elas e oraram fervorosamente para que Deus as protegesse. Nada aconteceu! Esta mulher oprimida contou que havia sido a primeira vez que conseguira dormir toda a noite sem ser assombrada por um fantasma. A brasa incandescente também não apareceu. Ela foi para o aconselhamento espiritual, recebeu oração e está totalmente liberta. Nunca mais foi assombrada.

Este é um cumprimento da Palavra de Deus em 1 João 3:8: "... Para isto o Filho de Deus se manifestou, para que pudesse destruir as obras do diabo".

 

  1. Limpando Uma Casa Assombrada

Um dia, uma mulher Cristã chamou o Erlo. A casa onde ela e a sua família viviam era assombrada por fantasmas. Muitas famílias que haviam vivido naquela casa, tiveram a mesma experiência. Logo depois da mudança e assim que entravam em casa, um membro da família morria. Uma aparição fantasmagórica do falecido era, então, vista por todos os moradores da casa. Foram relatadas ao Erlo, então, as muitas, desconcertantes e assustadoras ocorrências dentro da casa.

A mulher Cristã contou o seguinte: enquanto a empregada limpava o corredor, atrás dela, onde tudo já havia sido limpo, um pedaço de papel pardo estava no chão. A patroa, inicialmente, quis repreendê-la, mas, inclinou-se para pegar o papel. Antes que o alcançasse, o papel voou para cima, sem qualquer rajada de vento e desapareceu na varanda. Numa outra ocasião, essa mesma mulher viu um monstro dentro de casa.

No entanto, a razão real pela qual o Erlo havia sido chamado foi que algo estranho havia ocorrido na noite anterior. Antes de o filho ir para a cama, bebeu água de um jarro. Ele colocou o jarro de volta na mesa, a qual estava coberta por uma toalha branca. Quando a família se levantou na manhã seguinte, o restante da água no jarro havia-se transformado em sangue. A borda do jarro também tinha manchas de sangue. Na mesa havia três gotas de sangue, que não poderiam ter pingado do jarro. Uma delas estava à direita, outra à esquerda e a terceira na frente do jarro.

Todas as portas e janelas foram verificadas para se certificarem de que ninguém havia entrado por elas. Tudo permanecia trancado – bem trancado. A polícia também foi incapaz de descobrir de onde tinha vindo aquele sangue.

Foi o Erlo quem me forneceu este relatório por escrito. Relatou o caso, citando Col.2:15: "Oramos a ‘Aquele que desarmou os poderes e autoridades e os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo’. Ele triunfou sobre eles, morrendo na cruz". O Senhor manifestou a sua vitória aqui também. A partir desse momento, quando Jesus Cristo tomou sobre si a proteção daquela casa, as aparições nunca mais foram vistas.

Paulo escreve aos Coríntios em 1 Cor.15:57, “Mas, graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo”.

 

  1. A Libertação da Filha Dum Ministro

 

O relato seguinte foi-me dado por Bill Larkan, em cuja casa fiquei. O incidente ocorreu quando eu estava viajando com Erlo em KwaZulu-Natal.

O Pastor H. da cidade de L., em KwaZulu-Natal, tinha uma filha que estava em seu décimo ano escolar, a qual estava possuída por um demônio. Quando ela tinha algum ataque, ninguém conseguia segurá-la. Tornava-se tão violenta que mordia os próprios lábios e a língua em pedaços. Seu pai já havia consultado muitos homens de fé para orarem por ela, mas, sem nenhum resultado prático.

Por essa ocasião, houve uma cruzada de evangelização em Hammersdale (de outro evangelista). O pastor, que também fazia parte dessa missão, levou a sua filha para as reuniões de oração e mais uma vez oraram pela menina possuída. Entretanto, a sua condição não melhorava. Mesmo assim, o evangelista que conduzia essa campanha não desistiu dela. Ele disse: "Deixe sua filha conosco! Ela pode ir para a escola daqui e vamos orar por ela diariamente". O pai concordou e, assim, a menina ficou em Hammersdale.

Depois de algum tempo, o pastor recebeu um telefonema de Hammersdale. O evangelista disse: "Sua filha tinha muitos demônios, dos quais muitos saíram através de oração. Há, no entanto, um remanescente que recusa sair. Como a cruzada está para ser transferida para outra cidade, não podemos deixá-la aqui sozinha. Por favor, venha buscá-la". 

O pastor decepcionado disse à sua esposa: "Tenho ouvido falar muito sobre Kwasizabantu - deixe-me levá-la lá". Quando o pai da menina chegou a Hammersdale para buscá-la, as coisas pareciam estar bem. Ela disse: "Eu sinto-me tão bem, deixe-me ir para a escola hoje". Seu pai concordou e esperou no bairro, lendo a Bíblia. De repente, ouviu um carro parando perto dele. Era a professora trazendo a menina muito violenta e gritando. Parecia que todos os demônios a tinham repossuído. Ela estava sangrando, sua língua e lábios mordidos novamente. Um estudante forte tinha acompanhado a professora para segurar a garota que lutava com todas as forças.

O Pastor H. decidira, então, que não iria levar a filha de volta para L., mas, iria levá-la diretamente para Kwasizabantu. Ele pediu ao jovem estudante para acompanhá-lo porque não seria capaz de dirigir o carro com segurança e, ao mesmo tempo, segurar a moça incontrolável. Em Kwasizabantu, eles foram informados que Erlo estava em Tuguela Ferry. Impulsivamente, decidiu deixar sua filha em Kwasizabantu e voltou para L.

Depois de várias semanas, o pastor recebeu a notícia de que ele poderia levar sua filha de volta para casa. Ele disse à esposa: "Eu quero ir lá para ver como ela está!" em Kwasizabantu, foi apresentado ao Erlo. Perguntou como sua filha estava. O Erlo respondeu com um sorriso: "Pergunte a ela pessoalmente!”

Foi uma experiência inesquecível para esse pastor, ver a sua filha novamente. Ela disse: "Ah, pai, livrei-me de todos os meus fardos e pecados. Confessei-os todos e coloquei toda a minha vida em ordem, tanto quanto me foi possível". Pai e filha voltaram para casa. Ela retornou à escola e nunca mais teve uma recaída.

De volta a casa, esta menina continuou a sua confissão, acertando muitas coisas e colocando-as em ordem, principalmente com seus pais. Parecia impossível para os pais que a criança tivesse sido capaz de cometer tantos pecados tão graves.

Pastor H. deu este relatório a Bill Larkan num funeral e acrescentou: "Há uma mudança tão maravilhosa em minha filha! Ela nunca foi tão obediente e tão benigna como está sendo agora. Que maravilhoso e glorioso Deus temos! Jesus levou-nos por um caminho maravilhoso e de uma maneira maravilhosa".

Desde então, este ministro do Evangelho e sua esposa são amigos íntimos do Erlo. Oram para que o Senhor continue a equipá-lo no ministério no Reino de Deus.

 

O DEUS QUE RESSUSCITA OS MORTOS

O capítulo que se segue é altamente controverso. As pessoas ainda ressuscitam dos mortos nesta era? Vamos lembrar sempre - ressurreições espirituais são definitivamente mais importantes do que as físicas. No Evangelho de Lucas, no cap.15:24, lemos: "Porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado..." A realidade da conversão, de uma pessoa nascer de novo, a ressurreição espiritual e a nova criação, é muito mais importante hoje do que a ressurreição do corpo.

No entanto, a pergunta não foi respondida ainda - ressurreições ainda ocorrem hoje ou não? No Evangelho de João, cap.14:12, está escrito: "Em verdade, em verdade, vos digo que aquele que crê em mim, as obras que Eu faço, ele as fará também e maiores obras do que estas fará, porque Eu vou para meu Pai". Esta palavra permanece firme como uma rocha, independentemente de como os críticos a interpretem.

Na história da Igreja e da sua missão, existem exemplos de pessoas que morreram e voltaram à vida, depois de oração. Isso só se aplica a pessoas que não foram enterradas. Por outro lado, existem os incidentes em que não há nenhuma evidência médica. Um leigo comum não sabe distinguir entre quem está aparentemente morto com um ataque chamado cataléptico e alguém que está morto de fato. No entanto, existem alguns exemplos:

Aprendemos algo sobre isso com João Knox, o reformador da Escócia (1505-1572). Knox tinha um amigo, um jovem aristocrata, que apoiava ativamente a causa evangélica. Este jovem morreu e deixou um vazio que não podia ser preenchido. Knox estava muito angustiado com a perda. Durante 36 horas, ajoelhou-se ao lado do cadáver e pediu ao Senhor para devolver-lhe a vida terrena. Depois da longa vigília em oração, a vida voltou ao cadáver. Para a maioria dos professores universitários e teólogos este é um assunto constrangedor, porque eles simplesmente não conseguem acreditar nessas coisas. É, então, algo impossível para o Senhor? Não é possível o Criador de toda a vida restaurar a vida aos mortos?

Anos atrás, tive a oportunidade de visitar o Pai Daniel, em Madras, mencionado no livro alemão Jesus auf allen Kontinenten (Jesus Em Todos Os Continentes). No percurso do trabalho espiritual feito pelo pastor Daniel e seu filho, Joe, uma moça morta foi reavivada. Quando Josué Daniel relatou isso num retiro em Hoechst (Alemanha), ele foi considerado como um pentecostal fanático. Mas, a pergunta é: poderá você rotular alguém como um fanático pentecostal somente porque ele confia em Deus em todas as coisas e leva-o à letra da Sua Palavra? Nesse caso, não é um título de vergonha, mas, de honra. Eu poderia citar, a propósito, que na minha longa vida de relacionamento com Jesus, Ele ensinou-me a não dar crédito a rótulos religiosos. Há pentecostais inspirados pelo Espírito Santo e outros que são inspirados pelo diabo. O mesmo vale para os luteranos, metodistas, calvinistas, anglicanos, presbiterianos e quaisquer outras denominações dentro da Igreja. Nas portas da eternidade, não há contagem de membros da Igreja, mas, vai-se ver o estado real do nosso coração diante de Deus. Nem o batismo ou contribuições financeiras darão qualquer certificado social que consiga dar uma entrada no Reino de Deus, mas, somente o renascimento através do Espírito Santo, (João 3:3).

Agora vamos considerar algumas coisas a este respeito noutro campo missionário. Alguns anos atrás, visitei a "Mission Biblique" na Costa do Marfim. O missionário Sahli contou-me algumas das suas experiências entre a tribo Guere. Algumas delas estão registradas em meu livro, Name uber alle Namen, Jesus (Nome Acima De Todo Nome, Jesus) (Bibel und Schriftenmission Dr. Kurt E. Koch, www.schriftenmission.de). Entre a tribo Guere, os Cristãos eram perseguidos e mortos. Um Cristão que tinha morrido havia ressuscitado depois dos crentes terem orado.

Referência também pode ser feita à ilha de Timor, onde tem havido um avivamento de enorme profundidade espiritual e de longo alcance desde 1965. Em meu livro, O Vinho de Deus, também relato casos de ressurreição de mortos, assim como no livro Uns, Herr, wirst du Frieden schaffen (Tu Nos Darás A Paz, Senhor). Uma menina de dois anos morreu em um hospital e foi devolvida a seus pais para ser enterrada. Os pais procuraram e mandaram chamar uma mulher da área de avivamento que, por fim, chegou ao local com dois dias de atraso. O pequeno cadáver já começava a mostrar sinais de decomposição devido ao calor tropical. No entanto, o Senhor respondeu à oração da Sua mensageira e ressuscitou a criança. Este relatório é de um missionário europeu, que nunca tornou o caso público com medo de críticas.

A seguir, três exemplos são relatados, os quais apontam para uma condição entre a vida e morte.

O Apóstolo Paulo escreve em 2Cor.12:2-4, "Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe) foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir ".

Aqui está um exemplo que voltará a suscitar muitas críticas entre os Cristãos nominais e racionalistas.

Estando a evangelizar em Chicago, ouvi um discurso do Dr. Otto Hunt, um advogado desta cidade cosmopolita. Ele é um Cristão e serve como tesoureiro da Pacific Garden Mission, que opera entre os sem-abrigo, alcoólicos e toxicodependentes da cidade. Faço referencia para o livro Come fill the Cup (Vem Encher O Cálice) de Lee Bryant.

Com a idade de sessenta e três anos, o Dr. Hunt acabou no hospital com uma doença incurável. Já havia perdido tanto sangue que os médicos não se deram ao trabalho sequer de ajudá-lo. Eventualmente, foi simplesmente coberto com um lençol branco e enviado para a casa mortuária.

Hunt teve uma experiência notável. Era como se seu espírito ou alma se tivesse retirado do seu corpo e subia. Ele então ouviu cantos maravilhosos dos anjos e ficou claro para ele que estava, de fato, a partir deste mundo. Ele orou ao Senhor Jesus e disse: "Senhor, eu não tenho nenhum sucessor. O que vai acontecer com a minha firma de advocacia?" O Senhor respondeu: "Tudo bem, eu concordo. Vou enviar-te de volta".

A enfermeira que, naquele momento, estava passando pela sala viu a pessoa presumivelmente morta mexendo-se debaixo do lençol. Foi reexaminado. Depois de recuperar a consciência plena, logo se recuperou.

A reentrada positiva do Dr. Hunt na vida continuou da seguinte forma: Ele casou-se pela primeira vez com uma senhora alemã de trinta e cinco anos e na idade de setenta anos foi pai! O Senhor, assim, concedeu a este homem uma vida completamente nova. Durante o tempo em Chicago, o Dr. Hunt ainda estava envolvido no seu trabalho da missão.

Após esta introdução e preparação espiritual, podemos considerar a história de Lídia Thofozi, que conheço bem. A sua foto aparece neste livro.

A Lídia é uma das cooperadoras do Erlo. Ela encontrou Jesus em 1968. Desde então, a sua vida com Jesus tem sido marcante através de um progresso espiritual constante. Quando eu a conheci, em 1974, ela fazia 24 anos. Um ano antes, em 1973, ficou gravemente doente.

Os primeiros médicos que foram consultados disseram que se tratava de um tipo de hepatite. A sua condição de saúde, porém, deteriorava-se visivelmente. Um segundo médico-especialista respeitável foi, então, consultado, o qual diagnosticou uma forma de bilharzia bilharziose. Um terceiro médico, no entanto, diagnosticou insuficiência cardíaca e ela foi hospitalizada.

Lydia, no entanto, pediu para ser levada de volta para o "hospital de fé e oração", em Kwasizabantu. Ela foi levada de volta para Kranskop, onde estavam sendo realizadas reuniões de oração por ela. Seu estado agravou-se, chegando ao ponto onde ela só podia receber alimento em forma líquida. Pouco antes de morrer, vomitava tudo que ingeria - até mesmo leite. Muitas orações foram feitas por ela e seus amigos revezavam-se durante a noite para darem-lhe assistência e estarem do seu lado, utilizando a noite para a oração.

Durante o dia, os membros da equipe do Erlo reuniam-se em oração. Mas, não puderam deter o curso dos acontecimentos. As unhas de Lídia ficaram azuis e uma palidez mortal tomou conta do seu rosto. Quando tentavam sentir o pulso dela, não havia nada. Seu rosto e mãos estavam frios. Lídia já havia falecido.

Os cooperadores reuniram-se, então, na sala da falecida, em profunda tristeza e oração: "Senhor, ela significava muito para nós e era uma grande ajuda. Como ficarão as coisas agora?"

O que experimentou Lídia? Ela viu o Senhor Jesus com os braços estendidos em sua direção. Estava em um lugar maravilhoso. Seria o paraíso? Muitos Cristãos limpos estavam ali presentes, todos vestidos de branco, em completa harmonia e união maravilhosa com o Senhor. Nada estava escondido, não havia necessidade de perguntas, tudo estava claramente revelado. Jesus era a Luz penetrante e iluminava tudo – tudo era visível através da Sua luz.

Jesus, então, disse a Lídia: "Vou mandar-te de volta para a terra". Lídia não tinha qualquer sentimento contrário ou objeção, embora tivesse preferido ficar com o Senhor. Ela só pediu: "Senhor, só desejo que nada venha estar entre mim e o Senhor lá na terra – nunca. Quero voltar para cá".

Entretanto, o Erlo e os seus cooperadores retiraram-se depois de algumas horas de oração e lágrimas. Apenas um amigo permaneceu com o cadáver.

Após o tempo de oração, os cooperadores retornaram para o quarto onde Lídia estava. Enquanto estavam orando, Lídia acordou. Ninguém havia orado por sua ressurreição, nem sequer pensaram nisso. Haviam-se, simplesmente, curvado à vontade de Deus.

Lídia foi capaz de levantar-se, o que não lhe era possível anteriormente. Ela contou tudo o que tinha acontecido e pediu, então, para comer e beber alguma coisa. Foi capaz de reter o alimento no estômago. Recuperou rapidamente as forças e, desde então, tem sido um testemunho para o Senhor Jesus. Especialmente o seu povo e tribo, os Zulus, reconhecem o seu testemunho. Eles dizem: "Agora sabemos que o céu e o paraíso não é apenas algo da religião do homem branco, mas, é a verdade e tem a ver conosco também, pois, a Lídia é um de nós!"

Como muitos críticos incrédulos irão perder esta glória! Eles são sábios aos seus próprios olhos, sentando-se ao lado dos rios de água viva, mas, incapazes de beber.

 

O SENHOR QUE CHAMA

Na Bíblia encontramos muitos que foram chamados: Abraão (Gen.12), Moisés (Êxodo 3), Gideão (Juízes 6), Samuel (1 Samuel 3), Amós (Amós 7), Jeremias (Jeremias 1), os discípulos de Jesus (Mat.10) e muitos outros. Nós não podemos mencioná-los todos aqui.

O chamado do Senhor ainda hoje é ouvido. Todos os homens bem conhecidos de Deus têm experimentado chamado semelhante. Muitos missionários, evangelistas e ministros crentes, em certos lugares e momentos, tornaram-se cientes deste chamado.

Isso não foi diferente na minha vida. Durante os meus anos de escola, eu pretendia estudar engenharia florestal. Eu amo a Floresta Negra (Alemanha), com todas as suas árvores. As pessoas que já me visitaram sabem que tenho muitas coníferas em meu jardim. Recolhi até 150 espécies diferentes em todo o mundo. Esta coleção fala do fim dos meus planos de ‘carreira’. As minhas ambições de juventude, juntamente com um profundo amor pela natureza, as plantas e a vida animal, chegou a um fim abrupto.

Na véspera do meu aniversário de dezessete anos, 15 de novembro de 1930, o Senhor despedaçou todos os planos de carreira através de uma experiência tripla.

Minha primeira descoberta foi que eu era um pecador perdido, merecendo justamente a condenação do inferno. Eu tremia diante de Deus, percebendo que chegaria a um fim horrível, se Ele não tivesse misericórdia de mim.

A segunda descoberta foi que Jesus Cristo morreu por mim na cruz, um miserável pecador. Foi uma experiência incrível perceber que Jesus tinha apagado a minha culpa e expiou os meus pecados. O terror do julgamento deu lugar à paz interior. Foi uma grande bênção saber que os meus pecados foram perdoados, ter aquela certeza da salvação invulgar e ser aceito como filho de Deus.

Em terceiro lugar, descobri que o Senhor queria-me em Seu serviço. Num piscar de olhos ficou completamente claro para mim que a minha comissão era a de anunciar o Evangelho. Quem entra no meu estúdio, hoje, é inevitavelmente confrontado por uma faixa de cinco metros de largura que tem o texto, "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Marc.16: 15).

Com dezessete anos de idade, na época, eu não sabia até que ponto o Senhor iria cumprir a Sua Palavra. Durante meus 22 anos de ministério, eu esperava impaciente e não tive nenhum indício daquilo que o Senhor iria fazer. Então, de repente, as portas abriram-se no mundo inteiro. Quando o primeiro dos meus livros foi traduzido para o Inglês, Entre Cristo e Satanás e foi publicado nos EUA (novo título: A Armadilha do Ocultismo, Kregel Publications, Grand Rapids, Michigan, EUA www.kregel.com), eu recebi muitos convites para compartilhar o Evangelho e para palestras. Cerca de 90 igrejas na Califórnia, assim como outras na Austrália, Ásia Oriental, África, América do Sul e Ilhas do Mar do Sul enviaram convites. Hoje, eu olho para trás para viagens em cerca de 135 países. Centenas de campos missionários foram visitados onde pude servir o Evangelho. Não posso deixar de maravilhar-me com aquilo que o Senhor fez e ainda faz.

Quantas vezes fui infiel e desonrei o Seu nome, mas, Ele permaneceu fiel. Eu tenho decepcionado muita gente, não merecendo toda a Sua bondade para comigo. E, no entanto, ele não se restringiu a derramar as Suas bênçãos sobre mim. Como é incompreensível a sua compaixão e como é firme a Sua fidelidade continuada, como diz a canção alemã, Ich bete an die Macht der Liebe (Eu Adoro o Poder Do Amor). Durante anos, o texto esteve diante de mim: "... E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram", (Mat.28: 9). Muitas vezes, sob tentações graves e aflições, tenho abraçado os pés do Senhor, encontrando paz e descanso. Um livro nasceu dessa experiência, chamado Bei Ihm (Com Ele) (Bibel und Schriftenmission Dr. Kurt E. Koch, www.schriftenmission.de). Eu publiquei-o sob o pseudônimo de Peter Distel.

Senti aquilo que Deus havia prometido a Israel. Seus dons e o Seu chamado são irrevogáveis. O Senhor não revogou a minha vocação, embora muitos crentes o tenham feito.

O chamado de Deus para o trabalho em Seu Reino é algo experimentado por muitos Zulus. Já forneci alguns exemplos neste livro. Aqui segue mais um:

Uma menina de quinze anos de idade, que tinha tomado a decisão de seguir o Senhor, recebeu o chamado de Deus e desejava ir viver na missão. A mãe dela disse que não lhe permitiria isso, depois que sua filha conversou com ela sobre o assunto. Ela disse que queria que a filha continuasse os seus estudos e tivesse boas notas na escola. Mas, a filha não tinha paz e era incapaz de dormir à noite. O Senhor sempre deixou claro que Ele precisava dela. Ela compartilhou o assunto mais uma vez com a mãe, explicando a sua situação. Mas, a resposta da mãe foi: "Isso são apenas sonhos infantis. Tens preguiça de terminar os estudos. Eu não vou concordar e nem te vou deixar ir".

Após esta disputa com a mãe, a jovem teve um acidente de carro. Numa viagem e de repente, a porta do carro abriu-se e ela foi projetada para fora, mas, não ficou ferida. Sua mãe não entendia que era Deus quem estava falando. Mais uma vez o Senhor falou. A jovem ficou gravemente doente. Nem a ajuda médica e nem oração trouxeram qualquer sinal de melhoria. Pelo contrário, as coisas só pioraram. Às vezes, ela perdia a consciência. Seus pais começaram a temer pela sua vida.

A equipe do Erlo clamou ao Senhor, perguntando o que ele queria dizer com aquilo. Então, o Senhor revelou-se, dizendo que era culpa da mãe por não permitir que sua filha obedecesse ao chamado de Deus. A mãe aceitou a resposta do Senhor e arrependeu-se em "saco e cinza". Ela foi falar com o Erlo, caiu de joelhos e gritou três vezes: "Senhor, estou disposta a dar-te a minha filha. Estou preparada para que a Tua vontade seja feita".

Naquele momento, a criança doentíssima recuperou a consciência e ficou imediatamente curada. Não sobrou qualquer vestígio da sua doença. Até este dia, a menina é um instrumento abençoado pelo Senhor. Sua mãe alegra-se de que o Senhor esteja usando a filha.

 

 

O SENHOR QUE PURIFICA

A purificação dos Cristãos é muito importante na Bíblia. Eis aqui alguns exemplos:

Em Ez.36:25, o Senhor diz: "Então, aspergirei água pura sobre vós e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei".

Muitos Cristãos mantêm certas áreas de suas vidas inacessíveis ao Senhor. Quem tem um sinal de proibição, como "Proibido", perde todas as bênçãos que Deus preparou para ele.

Há ainda os Cristãos que não apenas transmitem sinais de proibição em suas próprias vidas, mas, também o fazem na vida dos outros Cristãos. Eles não reconhecem o perdão de Deus nas vidas de outras pessoas que se arrependeram e é como se Deus tivesse que pedir permissão a esses Cristãos legalistas para perdoar os pecados de outras pessoas. Deixe-me tomar David como exemplo. Deus perdoou Davi e, depois, ainda disse: "Ele é um homem segundo o meu coração". Mas, Simei amaldiçoou-o assim: "Sai, sai, homem de sangue, canalha!" Deus disse a Pedro em At. 10:15: "Não chames impuro aquilo que Deus purificou". Os Cristãos legalistas, no entanto, são difíceis de convencer, sabem sempre melhor a respeito das verdades bíblicas e, ao explicá-las, tornam-nas inválidas. Isso eles fazem para parecerem ser melhores aos seus próprios olhos do que a maioria dos pecadores comuns. Tiago 2:13 diz: "Porque o juízo é sem misericórdia para com aquele que não usou de misericórdia. A misericórdia triunfa sobre o juízo".

A purificação é uma pré-condição para um ministério frutífero no Reino de Deus. Jesus disse em João 15:2: "Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda". Existe uma mensagem semelhante em Heb.9:14: "Quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito Eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!" Nossa purificação é, muitas vezes, a condição para o Senhor revelar-se e responder às nossas orações. Aqui estão alguns exemplos:

 

  1. Limpeza Conduziu À Cura De Enterite

Recebi este relatório de Bruno Engelbrecht. Quando a sua filha mais nova tinha três meses de idade, adoeceu gravemente. Os médicos diagnosticaram enterite (inflamação do intestino delgado). Ela recebeu tratamento, mas, sem sucesso. O seu pai tornou a levá-la ao médico para obter medicação mais eficaz. Contudo, o Bruno não tinha perguntado se era da vontade de Deus. (NB: Um dos atributos do avivamento entre os Zulus é que o Senhor deve ser consultado em todas as coisas).

O tratamento mais forte apenas piorou as coisas. Então, os pais começaram a temer pela vida da menina. Suplicaram ao Senhor, pedindo-Lhe para mostrar se eles haviam pecado. A doença durou um mês inteiro. Quando a criança já tinha quatro meses de idade, seu peso era de apenas 28 gramas a mais do que quando ela nasceu.

Através da oração, ocorreu aos pais que não haviam procurado a vontade de Deus. Eles humilharam-se e arrependeram-se. Imediatamente, o Senhor interveio e arrebatou a menina da morte. A partir desse momento, eles tiveram que alimentar a criança a cada duas horas devido ao seu apetite voraz. Três dias depois já havia engordado 400 gramas e recuperou-se totalmente. Ela é o sol do seu pai e ama o Senhor Jesus.

  1. A Limpeza Leva À Cura Da Nefrite (Inflamação Renal)

Este relatório é, novamente, de Bruno Engelbrecht. Vejamos o relato dele: "Nosso segundo filho ficou doente com nefrite e foi levado para o hospital. As coisas melhoraram um pouco, mas, a pressão arterial elevada não se normalizava”.

“A enfermeira explicou que eles estavam muito preocupados. Eu comecei a reavaliar a minha vida com cuidado à Luz de Deus. Separei todas as coisas que o Senhor me revelou e compartilhei tudo com meu conselheiro, que no caso era o Erlo. Depois disso, oramos juntos. Eram 3:45. Ao retornar, visitei meu filho e descobri que as coisas haviam melhorado. Na manhã seguinte, perguntei novamente no hospital qual o estado do meu filho. A enfermeira fez-me saber que ela tinha verificado a pressão arterial às 17:00 e tudo estava normalizado. Poucos dias depois, ele foi capaz de deixar o hospital. Os testes restantes revelaram uma recuperação completa, pois o médico disse: "O menino está completamente saudável, sem qualquer dano renal permanente".

"Na mesma altura, outra criança em nossa região teve a mesma doença nos rins. Meses mais tarde, esta criança ainda estava doente. Estamos muito gratos ao nosso Senhor. Louvamos a Ele por Sua fidelidade e amor"

 

  1. Perdão Traz Mudança Em Estado De Saúde

Bruno foi chamado a visitar uma senhora doente no hospital. Já estava doente há algum tempo. A mulher inválida conhecia o Evangelho – ela frequentava os cultos. Ela desejava ser aconselhada espiritualmente e confessou os seus pecados. Depois de alguns dias, Bruno recebeu uma mensagem de que ela tinha melhorado desde a sua visita pastoral. Ela mencionou a um visitante: "Eu não sabia que um pecado podia ser um obstáculo na vida. Agora vi que é, mas, só depois de confessar os meus pecados e de ter sido perdoada. Uma grande mudança ocorreu em minha vida".

 

  1. Complicações Pós-Cirúrgicas

O perdão faz mudança no estado.

Uma enfermeira do Hospital Grey, em Pietermaritzburg, telefonou ao Erlo e pediu-lhe para fazer uma visita. Uma senhora europeia havia-se submetido a uma cirurgia e um de seus seios tinha sido removido. Complicações surgiram em seguida e os médicos disseram que não havia esperança para a paciente.

A senhora não conhecia o Erlo e não foi possível o Erlo ir de imediato por causa de seu horário de trabalho apertado.

Ao mesmo tempo, um dos cooperadores teve uma visão onde o Erlo ia visitar uma senhora europeia no hospital. Nesta visão, quando ele se sentou ao lado dela, ela esticou a perna e pé sujos contra o rosto de Erlo. Essa visão repulsiva impedia o Erlo de visitá-la. Para ele, era como se a paciente estivesse contra o Evangelho. Depois de algum tempo, a enfermeira ligou novamente, perguntando quando é que o Erlo seria capaz de ir visitá-la. Ele conversou com os colegas cooperadores, que o encorajaram a ir o mais depressa possível. Com os sentimentos misturados, dirigiu-se a Pietermaritzburg para visitar a paciente.

A senhora doente pediu desculpas por havê-lo chamado. Ela acreditava que orar pela sua saúde não resolveria mais nada. O Erlo perguntou-lhe: "Por que não? Por que duvida?" Ela contou uma experiência que tivera com a sua filha pequena. Depois de dois filhos, ela havia recebido uma filha muito bonita, que ficou gravemente doente após o nascimento. A mãe era uma Cristã e ela pleiteou com o Senhor para preservar a filha. A sua oração não havia sido respondida e a criança faleceu.

Daquele dia em diante, a mãe passou a ter sérias dúvidas sobre se Deus realmente responde às orações. De vez em quando, falava com pastores e perguntava por que razão a sua filha teve que morrer. As respostas que ela recebia não a satisfaziam. Um deles disse: "Você precisa aceitar o falecimento de sua filha como a vontade de Deus".

Durante a visita do Erlo, ela fez-lhe a mesma pergunta: "Por que razão o Senhor não respondeu à minha oração? Será que vai ser de alguma utilidade orar por mim agora? Não vai ser apenas uma repetição da minha experiência anterior?"

A paciente ainda estava agarrada à vida. Ela ainda não estava pronta para separar-se de seu marido, seus filhos e seus amigos. Ela disse: "É muito difícil partir. Eu amo-os muito".

Inicialmente, o Erlo não sabia o que responder. Se os outros não puderam ajudar, como poderia ele? Silenciosamente, ele orou em seu coração, perguntando a Deus como responder. De repente, as palavras de Is.59:2,12 vieram à sua mente. "Senhor", disse ele, "Como posso dizer-lhe que o pecado dela é o motivo?" Ele não conseguia esquecer a visão da perna suja esticada contra o seu rosto. Imaginava que iria ser expulso do quarto do hospital caso citasse esse versículo. Com muita precaução, recitou o versículo: "Porque, as nossas transgressões se multiplicam perante ti e os nossos pecados testificam contra nós; porque as nossas transgressões estão conosco e conhecemos as nossas iniquidades".

A senhora ouviu e reagiu imediatamente. "Essa é a resposta às minhas perguntas. Eu até sei o que está entre mim e o Senhor. Agora entendo porque as minhas orações não são respondidas". Sem pedir, ela começou a confessar os seus pecados na frente do Erlo. Com esta experiência, a visão foi provada como verdadeira. A paciente acrescentou que iria fazer restituição, por carta, logo de seguida.

O Erlo mencionou no seu relatório que era realmente uma questão pequena, uma coisa ‘insignificante’. Mas, Deus tem medidas e padrões diferentes. Nos olhos deste Deus Santo, as coisas pequenas têm uma grande importância.

O Erlo orou com a mulher doente. Ela recebeu o perdão e a recuperação imediata. Daquele momento em diante, as coisas melhoraram. O tratamento de radiação foi suficiente para destruir o câncer em seu corpo. O pessoal do hospital ficou surpreendido ao ver tais mudanças no estado de saúde da senhora. Pouco tempo depois, foi para casa curada.

Seis anos mais tarde, veio a Kwasizabantu com seu marido e cheia de alegria. Ela perguntou ao Erlo se era pecado pedir ao Senhor para levá-la para casa. Ela queria tanto estar com o Senhor. O Erlo leu para ela a seguinte passagem em Filipenses 1:21-23: "Porquanto, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro. Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”. Ela disse: “Esse é o meu desejo também”.

Seis meses depois dessa visita a Kwasizabantu, o Senhor chamou-a para a sua casa celestial.

 

  1. Descartado

Jesus disse em João 15:6: "Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo e secará; e apanham-no, lançam-no no fogo e queimam-no". Esta verdade é exemplificada no seguinte exemplo de um jovem. Em certo lugar, ML, o Espírito de Deus acendeu um fogo. Havia um jovem entre as pessoas nos cultos. De imediato, os Cristãos com discernimento perceberam que algo estava errado. De alguma forma, havia uma falta de vontade no jovem em deixar o mundo secular para trás. Ele ia encontrar-se com meninas secretamente e acabou sendo atraído para a vida mundana. Por vezes, vendo os outros fortemente relacionados com o Senhor, ele dizia: "Não é preciso ser tão radical com as coisas. Nós precisamos ser um pouco mais abertos para o mundo - não há necessidade de desistir de tudo assim, dessa maneira". O pastor responsável, muitas vezes, desafiava este jovem para uma vida diferente, mas, sem sucesso. Tornou-se cada vez mais um instrumento nas mãos do diabo, até que foi confrontado e disseram-lhe que deveria escolher entre o arrependimento e seguir a Cristo, ou, então, ficar longe da congregação. O jovem ficou entediado e aborrecido com todas as advertências e saiu. Algum tempo depois, ele estava em um camião com três outras pessoas. Durante a viagem, o camião virou e caiu sobre ele, esmagando-o. Os outros três passageiros saíram ilesos.

Descartado!

  1. Ralph Witthöft

No relato anterior, vimos como um jovem não aceitou a necessidade inegociável de ser purificado e foi descartado!

A história seguinte fala-nos de um jovem que se deixou ser purificado e foi aceite e acolhido!

Ralph foi chamado para a eternidade com a idade de 21 anos. A sua história de vida é o cumprimento das palavras em Tito 2:14: "O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras". Aqui, nós temos uma nova perspectiva, onde o Senhor limpa, purifica, santifica e prepara os seus filhos para a eternidade.

Outra experiência deve ser mencionada antes. Eu tive um amigo com o nome de Fritz Rienecker. Eu tinha um grande respeito por este homem, que era um Cristão verdadeiramente purificado e santificado. Quando chegou a hora "de se despedir desta vida", ele começou a preparar-se. De frente para a eternidade, este seguidor de Cristo foi tomado por um profundo espírito de arrependimento. Durante uns meses, ele passou por um processo de autoexame, regularizando "pequenas" coisas. Arrependia-se profundamente e completamente, embora tivesse sido um discípulo de Cristo durante anos. Esta seria a última oportunidade para uma limpeza antes de partir deste mundo. Eu fui tomado por um enorme temor quando ouvi isso. Se um irmão, que viveu uma vida tão exemplar, santificado, estava-se preparando para o seu encontro com o Senhor, onde eu iria parar, então? Onde estava eu? Senti que não me podia comparar a ele.

Durante as duas últimas semanas de Ralph, estes foram os quatro sinais de sua preparação:

Ele sabia que sua hora de partida havia chegado.

Ele foi uma tremenda bênção para todos ao seu redor.

Ele corrigiu muitas coisas "insignificantes".

Uma tremenda alegria encheu o seu coração.

Os quatro atributos estão estreitamente relacionados entre si. Nenhum deles pode ser explicado independentemente. Todas as coisas feitas por Ralph durante as últimas semanas aqui na terra foram um processo através do qual ele estava ficando conforme a vida de Jesus Cristo.

Em uma ocasião, ele chamou Thembi, uma das ajudantes e disse-lhe: "Thembi, viva somente para Jesus!" Ela respondeu-lhe: "Eu não tenho dom para falar. Eu não sou capaz de pregar o Evangelho". O Ralph disse: "Não é isso que estou dizendo. Estou me referindo a Col. 3:23, onde está escrito: ‘E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como para o Senhor e não para os homens’. Faça seus deveres diários com os olhos fixos no Senhor! Faça-os continuamente para o Senhor Jesus e levando-O em conta – somente a ele".

Para Patrick, um irmão crente de uma área próxima, ele disse: "Cuidado, meu irmão, que não haja nada em sua vida que precise ser corrigido. Se você se lembrar de algo enquanto escuta um culto, não deixe o local sem trazer o assunto para luz. Não permita ser desviado por Cristãos deixando o culto sem ter os seus pecados perdoados".

Ensinou Victor, um motorista de camião, a libertar o ar no sistema de combustível a diesel. "Se você não fizer isso, não vai conseguir dar o arranque ao motor". Victor, em seguida, perguntou-lhe: "Onde você vai, Nkosana (senhor – maneira de tratar qualquer pessoa, seja mais nova ou mais velha)?" Ralph respondeu-lhe: "Nós não permaneceremos aqui na terra para sempre". Durante o dia, ele cantava sem parar: "Bendiz o Senhor, ó minha alma; e tudo o que há em mim bendiga o Seu Santo Nome" (Sl.103:1).

Dias depois, ele disse a uma empregada doméstica na casa de Friedel Stegen: "Tenho uma alegria tremenda em meu coração!" Quando ele ouviu as meninas conversando sobre coisas fúteis, ele repreendeu-as e disse: "Traga-me uma Bíblia". Ralph abriu-a no Sal.23 e marcou várias partes do trecho que eram importantes para ele. "Quando eu me for, leiam essas partes da Escritura e meditem nelas". Uma jovem perguntou: "Nkosana, vai para onde?" Ralph não respondeu. Ele saiu para debaixo das mangueiras e continuou cantando o Sal.103. Novamente, uma das jovens aproximou-se dele e disse: "Nkosana, você está tão estranho!" Ralph respondeu: "Há tanta alegria em mim que eu não sei explicar isso para você".

Nos últimos três dias antes de morrer, ele levantava-se às quatro da manhã e ouviam-no cantando e orando. Repetidamente, ele dizia aos ajudantes Zulus, "Há uma alegria tremenda em meu coração". Depois, ele pediu aos auxiliares para limparem e arrumarem o seu quarto. "Por favor, limpe os meus sapatos e levem todo o dinheiro do meu bolso. As moedas podem ser dadas aos meus três primos pequenos. Levem meu terno marrom para dar a Mandla (um dos cooperadores do Erlo). Dê a minha camisa mais bonita, a camisa de Domingo, a Arno (filho de Friedel Stegen)". A menina perguntou em estado de choque: "Onde você vai? O que você vai vestir no Domingo? Está dando a camisa mais nova!" Ralph respondeu: "Não tenho tempo a perder". A menina estava tremendo. "Nkosana, mas, para onde está indo?" "Não me faça essa pergunta. Estou ocupado com as coisas de Deus". De seguida, acrescentou: "Pegue nestes trinta Rands e dê ao meu irmão Edmund. Dê cinco Rands a Victor. Eu não posso ter dívidas". As auxiliares perguntavam-se o que estava acontecendo com Ralf - ele parecia tão estranho. Mas, ele continuou a cantar sobre a alegria que tinha recebido de Jesus.

Em seu último dia, disse a um dos colegas de trabalho, "Leve minha lanterna e coloque-a ao lado da cama de Tia Rita. Vai ser uma ajuda para ela se a luz apagar-se devido a alguma avaria no gerador de energia". Ele continuou cantando e dizendo: "Vamos estar em fogo por nosso Senhor Jesus. Repito, só vivo para o Senhor. Estejamos em chamas para o nosso Deus". Responderam-lhe: "Yebo, Nkosana (Sim, senhor)".

Ao anoitecer, ele estava pronto para dirigir o camião para Müden para buscar feijão verde. Um dos ajudantes, Mjolozili, um amigo próximo dele, pediu-lhe: "Nkosana, não vá. Fique aqui hoje - talvez você possa ir noutra altura". Ralph recusou e disse adeus com as seguintes palavras: "Kahle Sala, Mtaka Baba (Adeus, fiquem bem, filhos do meu pai)... "

Ralph partiu, para nunca mais voltar. Um jovem acompanhou-o na última viagem. Quando voltavam para casa, entraram numa espessa neblina. Um camião com reboque, viajando na frente deles, estava virando em uma saída lateral. Ralph viu o camião tarde demais e bateu no reboque. Morreu instantaneamente. Seus passageiros sobreviveram.

Erlo mostrou-me o local e, pessoalmente, deu-me este relato, parte dele por escrito. Encurtei-o um pouco, caso contrário, este livro seria muito longo.

O funeral de Ralph acabou por ser uma grande bênção. A sua vida foi um testemunho poderoso de Jesus. Ele nunca havia pregado, mas, toda a sua vida foi sempre um poderoso sermão. Ele terminou a sua carreira cedo, com 21 anos de idade. Ainda hoje existem pessoas que se voltam para o Senhor e se convertem quando ouvem a história de sua vida. Pode dizer-se de Ralph, como aconteceu com Paulo: "E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Espírito do Senhor " (Cor 2. 3:18).

 

O DEUS QUE OPERA

Diz-se nos EUA que Paul Tillich, um professor de teologia, foi o iniciador da teologia de "Deus está morto". Seus seguidores agem como se Deus se tivesse despedido da Sua criação. Dizem que Ele se tornou velho, que Ele está perdendo Seu controle sobre a terra. Isso não é novidade nos semi-ateus.

Os que pertencem à visão do deísmo no mundo já andam espalhando isso há séculos. No entanto, o deísmo não é em si um filho da era do conhecimento. Até mesmo na história antiga, assim como no Antigo Testamento, declarações eram feitas, dando a entender que Deus era, de fato, o criador do céu e da terra, mas, agora já se havia aposentado.

No Antigo Testamento, essas opiniões são tidas como sinais de incredulidade e rebelião contra Deus. As Escrituras dizem: "Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? E eles dizem: O Senhor não nos vê, o Senhor abandonou a terra. E disse-me: Verás ainda maiores abominações do que as que estes fazem" (Ez.8:12-13).

Em Is.40 :27-28, é feita referência novamente sobre a mesma atitude: "Por que, pois, dizes, ó Jacó, e tu falas, ó Israel: O meu caminho está encoberto ao Senhor, e o meu juízo passa de largo pelo meu Deus? Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos confins da terra, nem se cansa, nem se fatiga?"

Estes versículos mostram que é imprudente, mesmo blasfemo, sugerir que Deus se demitiu da sua criação e do seu povo.

Não, a Bíblia tem uma mensagem totalmente diferente:

Is.43:13: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”

1 Cor. 12:6: “Mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”.

Marc.16:20: “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!”

Este é o mesmo Senhor que opera em todos os avivamentos espirituais e é vivido na realidade por todos os verdadeiros seguidores do Senhor Jesus Cristo vivo.

Neste capítulo, a passagem em Marcos será enfatizada: que os sinais seguem (e não precedem), a Palavra de Deus. Pode acontecer que o Senhor conceda um milagre antes de uma conversão, mas, a proclamação da Palavra é fundamental. Heb.1:3 diz, "...Sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder". Lutero enfatizou isso muito fortemente: Sola Scriptura.

 

  1. Os Dons do Espírito

No início do avivamento, quando o Erlo e os seus cooperadores clamavam pelo derramamento do Espírito Santo, os vários dons do Espírito Santo tornaram-se evidentes.

O próprio Erlo pregava com autoridade divina, levando milhares à conversão. Eu mesmo posso testemunhar de como ficavam para trás centenas de pessoas para aconselhamento espiritual. Mas, nem sempre foi assim. Antes do avivamento, ele acabava em desespero com frequência, vendo poucas pessoas participando das reuniões e havendo poucas conversões.

O Erlo explicou desta forma: "Deus distribui dons, é verdade – mas, não podemos ser nós a distribuí-los e a atribuí-los a alguém. Assim que as nossas vidas estiverem em ordem com Ele, os dons manifestam-se. Os que recebem estes dons não precisam necessariamente saber que os possuem. Basta que a congregação esteja ciente disso. Então, assim que um dom se torna evidente, nós oramos e pedimos ao Senhor para santificá-lo e multiplicá-lo".

Dons presunçosos, aqueles que não são de cima, tornam-se uma pedra de tropeço para qualquer seguidor de Jesus. O Erlo relatou-me alguns exemplos:

Havia um homem, o qual foi trazido ao Erlo com paralisia parcial, tanto no corpo como no espírito. Ele teve que ser carregado porque era incapaz de andar. Era um seguidor de Cristo. Durante aconselhamento, algo foi revelado. Ele havia orado por um homem possuído por um espírito do mal. Depois disso, ele próprio ficou muito sobrecarregado e oprimido. Só mostrou que este crente não estava equipado ou ungido para tal ministério. Ele mesmo atribuiu esse dom a ele mesmo. Após o Erlo haver orado com ele, a paralisia e a depressão desapareceram.

Um cooperador Cristão pensava que tinha realmente o dom de expulsar os espíritos malignos. Então, orou por três pessoas possuídas por demônios. Posteriormente, ele caiu em grandes aflições e tentações e adquiriu as mesmas características que as três pessoas possuíam. Uma transferência ocorreu. Isto acontece frequentemente nas lutas com aqueles que estão possuídos, se o conselheiro ou intercessor está sem autoridade espiritual ou a proteção de Cristo. Este colega também precisou de oração e foi liberto.

Em um determinado local, havia uma grande quantidade de bruxaria prática e espiritismo. Uma menina de dezessete anos de idade, que muitas vezes havia perturbado os cultos, foi trazida para aconselhamento. Enquanto se orava por ela, ela começou a ficar como um animal selvagem. Sete homens tiveram que segurá-la, às vezes sem sucesso - tais eram os poderes sobrenaturais que possuía. Mas, quando a esposa de um ministro estava presente, por vezes, apenas tocá-la fazia com que ela se acalmasse. Os colegas de trabalho reconheceram o dom e pediram-lhe para cuidar da menina. Mas, a senhora disse: "Eu não posso fazer isso". Os outros cooperadores viram que ela estava habilitada para este tipo de ministério sem sabê-lo.

O Erlo enfatiza que quando um dom espiritual especial é reconhecido por outros, este colega deve ser ungido para realizar esse ministério.

Um homem que foi reconhecido pelos colegas como tendo um dom espiritual orou para uma pessoa possuída por demônios – mas, sem ser ungido. De imediato, algo saltou da pessoa possuída para quem orava. Nós nunca devemos assumir o dever sério de aconselhamento sem proteção. Esta é a razão pela qual o Erlo faz uma distinção clara entre ter um ministério e ser ungido para ele.

 

  1. Falar em Línguas e Interpretá-las

Dentro da igreja Cristã existem muitas disputas sobre o falar em línguas (glossolalia). Alguns são apaixonadamente a favor disso e outros intensamente contra. Quem está realmente certo?

No meu manuscrito anterior a este livro, eu tinha apresentado meu ponto de vista sobre a questão. O Erlo pediu-me, então, para deixá-lo de fora, porque a questão havia sido tratada em muitos outros livros sobre o movimento carismático. Então, vamos ouvir o que Erlo tem a dizer:

Ele acredita que os dons espirituais ainda existem hoje. Tanto ele quanto os cooperadores são diariamente confrontados com a evidência de que o Senhor exaltado ainda opera as mesmas coisas em nossos dias. Erlo enfatiza: "Nós ainda vivemos no mesmo período de misericórdia e graça e há uma necessidade enorme de certos dons espirituais. Precisamos do dom do discernimento, de contrário, estaremos perdidos. Precisamos do dom da sabedoria para aconselhar a sério. Uma pessoa sozinha não possui todos os dons espirituais. Eles são todos compartilhados e distribuídos comunitariamente. Antes do avivamento, eu era um dissidente espiritual. Após o derramamento do Espírito Santo, eu só trabalho em conjunto com meus colegas de trabalho. Nós somos um só corpo. Todos e cada um dependem do outro. Os dons espirituais ficam contaminados e poluídos pelo orgulho e até se perdem por vaidade e preconceito de alta autoestima".

Perguntei ao Erlo qual a sua opinião sobre o debate mundial ao redor de falar em línguas. Aqui está a resposta: "Antes de o avivamento começar, eu estava na oposição a ele, pois, opunha-me contra esse dom. O Senhor, então, perguntou-me: "Por que você é contra isso?” Eu respondi: "Porque tem havido abusos e muitas coisas ruins através dele". Então, o Senhor respondeu: "Não existem milhares de acidentes de carro? E, ainda assim, você usa o seu carro?"

Eu quis saber se houve algum caso de falar em línguas estranhas desde o início do avivamento. Erlo respondeu: "Somente uma pessoa falou em línguas. Ela não veio da Igreja Pentecostal, mas, da Igreja Luterana. Falar em línguas era apenas um problema marginal. Estamos vigilantes, certificando-se que a ordem escrita em 1 Coríntios 14:28 é mantida: ‘Se não houver intérprete, que se mantenham calados na igreja. Nós não permitimos que alguém fale em línguas sem interpretação’". 

O Erlo mencionou vários exemplos de utilização indevida desse dom:

Um jovem pedia, em oração, para receber o dom de falar em línguas. Ele recebeu o que ele pedia. Durante os três dias seguintes, ele orava em línguas e não conseguia parar. Os amigos próximos não eram capazes de conversar com ele normalmente. Para manter a calma, ele tinha de segurar a língua. Mesmo no trabalho, ele continuou a falar em línguas, tornando-se um escárnio para todos. Falar em línguas tornou-se uma obsessão hoje em dia. Ele chegou para aconselhamento, arrependeu-se de seu orgulho e foi liberto. Ele não pediu uma segunda vez por este dom!

Em alguns casos, eles tiveram que lidar com demônios falando em línguas.

Uma mulher tinha o dom de falar em línguas. Os colegas cooperadores perceberam que as coisas em sua caminhada Cristã tinham algo de errado e estranho. Então, oraram e receberam luz. Quando a senhora começou a falar em línguas mais uma vez, os irmãos comandaram o falso espírito de línguas para afastar-se dela, em nome de Jesus. Os demônios começaram a falar: "Nós não esperávamos isso - achamos que poderíamos interferir e ‘ajudar’ na obra".

Uma das esposas dos cooperadores começou a falar em línguas. Ela não estava feliz com a qualidade do dom e pediu para receber uma língua mais atraente. Seus motivos eram o orgulho e arrogância - ela só queria ser ou parecer melhor do que os outros. Seu marido também foi arrastado para essa conduta não espiritual. Relatou a Kwasizabantu que o Senhor estava trabalhando maravilhosamente. O Erlo foi falar com eles, acompanhado de outros irmãos. A senhora cumprimentou-os em línguas logo que entraram em casa dela. Ninguém a entendia. Sua empregada pagã explicou: "Ela diz que o senhor tem que fechar a porta". A interpretação por um pagão? Será que isso vem do Espírito Santo? Todo mundo naquela região comentava o caso desta senhora. Ela ia visitar as pessoas no hospital e falava com eles em línguas, sem nenhuma interpretação. Ela desviou-se completamente dos princípios bíblicos e não trabalha mais com o Erlo.

Cabe enfatizar que o dom espiritual mais importante do nosso tempo é ter o espírito de discernimento.

  1. O Dom da Profecia

Em um lugar distante, a cerca de 300 quilômetros de Kwasizabantu, a equipe preparou uma campanha evangelística. Eles armaram a tenda em um Sábado. Devido ao muito trabalho, era impossível o Erlo estar lá pessoalmente.

Na manhã de Segunda-Feira, um colega disse ao Erlo, "Deus revelou-me que temos de ir imediatamente para onde a campanha está sendo realizada".

A maioria, ou muitos teólogos, diria: "Isso é fanatismo!" Mas, vamos ouvir mais sobre isso.

Esta revelação foi levada a sério pelo Erlo. Eles largaram tudo e partiram às 16h00 horas. À meia-noite chegou lá, dirigindo 300 km em estradas ruins. Quando chegaram, ainda havia algumas pessoas em oração. As vozes orando chegavam da tenda e lá havia lágrimas e alegria. Eles exclamaram: "É assim que Tu és, Senhor?" Para eles, parecia um sonho - não podiam entender. Qual era o motivo?

No Domingo, alguns dos colegas de trabalho sentiram-se urgidos a proclamar em toda a área ao redor com um alto-falante montado num carro (nunca se havia feito isto) para anunciar: "O pastor (Erlo) estará nesta terça-feira aqui para orar pelos enfermos!" Ninguém sabia disso em Kwasizabantu. Mas, o Senhor tinha tornado possível o impossível. Ele, o Senhor, deu aos irmãos o dom da profecia, assim como aos irmãos de Kwasizabantu. Assim, a grande alegria e as orações maravilhadas que estavam saindo da tenda eram para cumprimentar o Erlo.

Na manhã de terça-feira, muitas pessoas vieram. O Erlo e a equipe estiveram ocupados o dia inteiro, pregando sobre Jesus e orando pelo povo. Muitos foram salvos e o poder do Senhor foi tão prodigioso que os cegos eram curados, os mudos começaram a falar e muitos outros milagres ocorreram.

Em face destas ocorrências, não me atrevo a dizer que a era dos dons espirituais chegou ao fim no primeiro século.

  1. O Dom de Cura

Um jovem de nome Mangalelwa contraiu uma doença resistente. Ele sofria com dores graves dia e noite. Por essa altura, ele ouviu dizer que o Erlo ia pregar em Nqutu. A estrada que leva a Nqutu passa pela vila em que o jovem vivia. Ele expressou o desejo de que o Erlo orasse por ele. Depois de ser levado para a estrada por seus parentes, ele foi transportado por um camião passando. Até mesmo a viagem por estrada foi uma tortura para ele.

Depois de frequentar o culto em Nqutu, conseguiu uma oportunidade para falar com o Erlo. Ele confessou seus pecados e entregou sua vida a Jesus. O milagre aconteceu e ele foi completamente curado.

Mais tarde, a sua vida espiritual tornou-se superficial, morna e frouxa. Logo de seguida, a sua dor voltou e vomitava sangue e pus. Seu estômago, intestinos, rins e bexiga foram severamente afetados. Ele pediu ao médico para fazer um transplante de rim, mas, o médico recusou-se, dizendo que isso não iria prolongar sua vida.

Ele pediu para ser levado para Kwasizabantu, onde foi receber oração. Novamente o Senhor foi misericordioso com ele e curou-o.

Muitos vieram para ver este milagre, quando ele chegou a casa. Seus parentes tinham perdido a esperança da sua recuperação e pensaram que nunca mais iriam vê-lo vivo novamente. Existe alguma coisa impossível para Deus?

Até ao dia de hoje, esse homem é completamente saudável e trabalha novamente.

O caso de Timóteo era um caso individual, um caso de responsabilidade pessoal. Paulo disse-lhe: “Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério” (1 Tim 4:14).

Em uma das campanhas com a tenda em Msumbe, um idoso com o nome de Donqabe veio para os cultos. Após a campanha, o Erlo voou para a Europa. Donqabe tinha sido mordido por uma cobra um pouco antes e uma de suas pernas ficou paralisada. Ele arrastava o pé para diante. Depois de ouvir muitas coisas maravilhosas sobre Kwasizabantu, ele desejou ir lá para pedir ajuda.

Chegou num dia chuvoso e foi levado para uma cozinha quente e acolhedora. Mas, ele não só era coxo de uma perna, mas, também tinha um torcicolo, tendo sido apanhado pelo coice de um burro.

A campanha na tenda já o havia preparado espiritualmente. Começou a falar na cozinha e afirmou que já não queria manter nenhuma coisa má ou impura em sua vida. No mesmo dia, pediu para ser aconselhado por um cooperador e, de seguida, foi para a cama. Na manhã seguinte, acordou sem a paralisia. Havia desaparecido totalmente. Ele agradeceu ao Senhor imediatamente por aquele grande alívio, mas, não parou por alí. Ele procurou por mais, tanto espiritualmente quanto fisicamente e manteve-se confessando as coisas que lhe iam sendo reveladas. Uma manhã, ele acordou e descobriu que seu torcicolo havia sido curado.

Pouco depois, ele viajou para casa. Lá, revistou e revolveu tudo, apenas para o caso de ainda haver algo que não agradasse ao Senhor em sua casa. Encontrou dois tambores contendo itens usados ​​para adivinhação e alguma literatura das Testemunhas de Jeová. Todos esses itens foram queimados porque ele não queria mais nenhuma idolatria em sua casa.

Este exemplo mostra que não era apenas uma questão de um dom de cura específico, mas, que várias as coisas contribuíam para a sua cura completa. Foi a honestidade deste homem paralisado disposto a começar de novo, colocando tudo em ordem com Deus; o aconselhamento eficaz de um cooperador; e o ambiente espiritual em Kwasizabantu.

Uma jovem professora, de repente, perdeu a sua sanidade mental. Ela tornou-se tão selvagem que era quase impossível dominá-la. Depois de levada para Kwasizabantu, os cooperadores oraram por ela para que o Senhor tocasse em seu entendimento e, assim, pudesse tomar a sua decisão de seguir o Senhor cientemente.

Isto é como as pessoas e cooperadores em Kwasizabantu oram para lidarem com as pessoas mentalmente doentes. Primeiro, eles oram para que seus espíritos se esclareçam, de modo que sejam capazes de tomar decisões conscientes em Cristo. Uma vez que este estágio é alcançado, os doentes costumam colocar as suas vidas em ordem e confessar seus pecados. Então, o Senhor começa a revelar-se e a manifestar-se a eles.

A professora mencionada experimentou isso mesmo. Depois de recuperar o entendimento, ela confessou todos os seus pecados. Os cooperadores oraram por ela várias vezes até que ela foi totalmente liberta. Dois dias depois, ela voltou para o seu trabalho novamente.

O caso mencionado aqui não tem nada a ver com o dom da cura dado a indivíduos, mas, a uma intercessão dos irmãos. Foi dito por homens de Deus que os dons espirituais não são dados a indivíduos, mas, à igreja. Claro que isto não é absolutista, porque ambas as situações acontecem inevitavelmente em avivamentos - dons espirituais são dados tanto a indivíduos como à igreja.

 

  1. O Dom Dos Milagres

Neste capítulo, vamos voltar a nossa atenção para os analfabetos. Nós já relatamos a história de Magakanye, que também era analfabeto.

Todos os evangelistas biblicamente sãos dizem que a Palavra de Deus é o fundamento da nossa crença e vida. Mas, então, o que acontece com os analfabetos que não sabem ler? Há milhares no avivamento de Timor. Há também muitos entre os Zulus. O Senhor tem resolvido este problema de quatro maneiras diferentes.

Em Soe, o centro de avivamento em Timor, passagens da Bíblia eram lidas repetidas vezes até que a passagem fosse conhecida pelo coração e pela mente. A memorização é, geralmente, um atributo que analfabetos adquirem desde a infância.

A segunda forma que o Senhor usa para conduzir e orientar, é através dos sonhos, ou o milagre de ouvir a voz de Deus. Erlo contou-me o seguinte: Uma menina convertida através da qual o Senhor operava poderosamente, sentiu um dia que algo estava errado em sua vida. Para ela, parecia que seu primeiro amor se tinha esfriado. Ela era analfabeta. Foi levada a perguntar ao Senhor: "Senhor, por que não opera comigo como no início?" O Senhor respondeu-lhe em sonho, dizendo: "Leia Is.59:1-2". Quando o Erlo chegou, a menina perguntou-lhe: "Existe um livro da Bíblia chamado Isaías?" O Erlo confirmou que havia. Ela continuou: "Há um capítulo 59?"

"Sim".

"Então, por favor, pode ler os versículos 1 e 2?".

O Erlo leu: "Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça".

Esta era a confirmação que o sonho da menina tinha vindo do Senhor. Ouvindo isso, ela arrependeu-se e confessou seus pecados.

Uma situação semelhante ocorreu no avivamento da Indonésia. Muitas vezes, só havia uma pessoa em uma equipe que sabia ler. Palavras dirigidas, especialmente aos analfabetos pelo Senhor, eram, então, lidas para eles.

A terceira maneira que Deus usa para instruir os analfabetos é um milagre em si mesmo. Tem acontecido, muitas vezes, que os analfabetos que possuem uma Bíblia pedem ao Senhor que lhes ensine a ler. À medida que abrem as Escrituras, eles são capazes de ler e entender. Quando eles fecham a Bíblia, esses recursos são tirados e não conseguem ler mais nada. Nenhum outro livro ou jornal pode ser lido - somente a Bíblia.

Essas coisas não acontecem somente no avivamento entre os Zulus - o mesmo tem sido experimentado em outros campos missionários.

Aqui está um exemplo do Egito: uma comum senhora Egípcia tornou-se Cristã. Como era analfabeta, ela queria muito ler a Palavra impressa de Deus. O Senhor concedeu-lhe um sonho, onde um anjo lhe dava um Novo Testamento vermelho de capa dura. Quando ela acordou, ela orou com mais fervor para receber a Palavra de Deus. Pouco tempo depois, ela recebeu um Novo Testamento exatamente como aquele com que havia sonhado. Ela não foi capaz de ler, mas, não desistiu. Ela orou: "Senhor, por favor, abre o meu entendimento para a Tua Palavra. Ajuda-me a ler". As coisas não aconteceram de repente. Levou semanas. Mas, sem nenhuma ajuda, ela conseguiu aprender a ler o Novo Testamento em um curto período de tempo. Contudo, ela não conseguia ler nenhuma outra literatura.

A quarta forma que o Senhor exaltado usa para ajudar os analfabetos é um tremendo milagre. Para ilustrar isso, aqui está o exemplo de Mabanga relatado pelo Erlo. Ele nunca tinha frequentado uma escola. Os seus parentes explicaram que ele era anormal. Além isso, ele ainda era doente. Seu pai, que tinha a habilidade de curar muitos com bruxaria e magia, foi incapaz de ajudar o seu próprio filho. Os pais enviaram o filho para uma seita que mistura as coisas espirituais com o ocultismo. O Erlo estava trabalhando com sua equipe na área onde ele vivia. Este filho de curandeiro teve um sonho nessa altura. Alguém lhe entregava uma Bíblia no sonho e uma voz dizia para ler um versículo bíblico em particular. Este jovem não sabia ler, mas, conseguindo uma Bíblia na manhã seguinte, abriu-a e foi capaz de ler. O versículo que devia ler era Tiago 5:16, sobre a confissão de pecados.

Posteriormente, os cooperadores passaram por ali com um camião para pegar as pessoas para os cultos em Nqutu. Esse jovem também foi e ouviu a Palavra de Deus. Ele teve a oportunidade de confessar seus pecados. Depois de receber oração, ele ficou normal e, daquele momento em diante, foi capaz de ler e escrever.

Mabanga tornou-se um fiel servo do Senhor. Muitas vezes, ele trabalha com as pessoas retardadas, levando-os ao Senhor.

Para os Cristãos nominais isso soa a inacreditável. Remeto-vos para o Erlo, pois, ele é uma das testemunhas desses milagres.

Todos os exemplos citados nesta quinta seção testemunham sobre o Senhor que ainda realiza milagres. Nenhum dos dons aqui mencionados foi dado aos Seus mensageiros, como tal, é o Senhor exaltado em ação.

"A tua destra, ó Senhor, se tem glorificado em potência; a tua destra, ó Senhor, tem despedaçado o inimigo" (Êxodo 15:6)

"Ele faz coisas grandes e inescrutáveis e maravilhas sem número" (Jó 5:9)

Que isto não seja mal interpretado. Existem muitos exemplos na obra de Deus onde o Senhor concede aos Seus servos uma unção especial para realizar milagres. Isso não significa que um dom se torne uma posse permanente para um filho de Deus. Foi e é o equipamento dele ou dela para uma missão especial. Eu poderia enumerar muitos outros exemplos. No entanto, este livro já contém suficiente material do tipo que os Cristãos nominais e os teólogos “barricados” consideram "impossibilidades".

 

  1. Os Milagres da Luz

Muitas vezes, ouvi relatos desde áreas de avivamento sobre o "milagre da luz". Vamos ver o que a Bíblia diz sobre isso:

Luc.2:9 diz: "E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles e a glória do Senhor os cercou de resplendor e tiveram grande temor". Os pastores ficaram aterrorizados quando viram a luz sobrenatural. Quando o Apóstolo Paulo encontrou o Senhor, um milagre semelhante ocorreu. At.9:3 diz: "E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente, o cercou um resplendor de luz do céu".

O Apóstolo Pedro é a terceira testemunha a ver um milagre de luz, mencionado no At.12:7, "E eis que sobreveio o anjo do Senhor e resplandeceu uma luz na prisão; e, tocando a Pedro na ilharga, o despertou, dizendo: Levanta-te depressa. E caíram-lhe das mãos as cadeias".

Muitas e muitas vezes, eu sinto pena dos teólogos racionalistas que consideram os milagres bíblicos como derivações mitológicas e mais ainda dos Cristãos que confinam todos os milagres ao primeiro século.

Nos avivamentos reais, comprovamos que todas essas coisas acontecem ainda hoje, como aconteceu e foi registrado nos Atos dos Apóstolos.

Numa ocasião anterior, já mencionei que uma equipe em Timor viu uma igreja iluminada na selva. A congregação estava reunida e a igreja foi iluminada por uma luz do céu.

Noutra ocasião, a equipe estava viajando através da selva seguindo uma trilha de mulas. Não havia lua e nem céu estrelado, mas, uma luz brilhava dos céus mostrando-lhes o caminho até ao seu destino.

Um episódio semelhante ocorreu entre os Zulus. O Bruno Engelbrecht fala:

"Eu trouxe para casa alguns Cristãos à noite, de carro e estava muito, muito escuro. Do lugar onde eu os havia largado até sua casa, ainda teriam de caminhar por mais um quilômetro. Mais tarde, eles disseram-me que o seu caminho para casa fora iluminado pelo Senhor".

O Senhor, que conduziu o povo de Israel através de uma coluna de fogo durante a noite, ainda está vivo. Na minha juventude, houve um avivamento em Pfinztal e eu assisti muitas das reuniões. Um coro que eu amava dizia: "O mesmo, sim, o mesmo, Deus ainda é o mesmo!"

Na história da criação, lemos: "E Deus disse: ‘Haja luz!’ E houve luz". (Gênesis 1:3) Deus ainda não parou de ser luz.

 

O DEUS QUE SE REVELA PESSOALMENTE

Após o derramamento do Espírito Santo em Jerusalém, Pedro começou seu discurso assim: "Mas, isso é o que foi dito pelo profeta Joel: ‘E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões’” (Joel 2:28).

Esta porção das Escrituras tem sido duplamente usurpada pelo maligno para tentar impedir ou limitar a ação do Espírito Santo. Quais são esses usos indevidos que levam as pessoas a desviarem-se?

(1) Os extremistas usam esta porção das Escrituras para confirmar as suas fantasias mais loucas como revelações especiais do Espírito Santo. O Professor Dr. Hans Rohrbach resumiu da seguinte maneira: "Noventa e nove por cento de todas as visões, revelações e sonhos não são inspiradas de cima". Eu subscrevo essa afirmação pessoalmente, também.

(2) A maioria dos teólogos comete o erro oposto, afirmando que estes versículos só se aplicam à era apostólica, especialmente os teólogos dispensacionalistas americanos. O que eles estão realmente dizendo é que a profecia de Joel foi finalmente cumprida no dia de Pentecostes e não tem nenhum significado para nós hoje.

Não há "significado áureo", mas, apenas a verdade bíblica.

Tenho de referir mais uma vez o avivamento na Indonésia, vendo que existem muitas semelhanças entre ele e o avivamento entre os Zulus.

Durante a fase inicial do avivamento, em Setembro de 1965, o Pastor Daniel estava muito cético. Quando estava em uma das reuniões de avivamento na grande Igreja Presbiteriana de Soe, ele sentou-se no palco com um grande número de críticas em seu coração. Ele pensou: "Isto é apenas fanatismo!" De imediato, um aluno da escola levantou-se e disse: "Pastor Daniel, o Senhor Jesus mostrou-me os seus pensamentos. Isto não é fanatismo! Leia At.2:17!" Aconteceu três vezes durante as primeiras fases do avivamento que crianças repreenderam dois dos ministros com versículos da Bíblia. (Tenho esses relatos em meu livro Uns, Herr, wirst du Frieden schaffen (A nós, Senhor, Tu darás a paz).

Porque crianças foram mencionadas aqui como receptoras da revelação de Deus, deixe-me dar um relatório sobre as crianças Zulus. Sal.8:2 sublinha isto: "Tu ordenaste força da boca das crianças e dos que mamam, por causa dos teus inimigos, para fazer calar o inimigo e o vingador".

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  1. Kwasi, de 4 Anos de Idade

Eu conheci a avó de Kwasi, Thembani e seu pai na casa do Erlo. Sua história já foi registrada neste livro.

Este neto de quatro anos é uma criança maravilhosa, poderosamente usada pelo Senhor.

Claro que já ‘estou ouvindo’ as objeções que os adultos farão: "O quê? É só uma criança!". Outros vão dizer que as crianças precisam provar as suas conversões durante a adolescência. Isso é verdade! No entanto, o Senhor disse: "... Deixai vir os meninos a mim e não os impeçais; porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como menino, de maneira nenhuma entrará nele", (Marc.10:14-15).

Kwasi experimentava o Senhor Jesus dentro dele e testemunhava sobre o seu Senhor poderosamente sempre que podia. Ele reunia as crianças, mesmo aquelas mais velhas que ele e contava-lhes histórias de Jesus. E, claro, ele não iria deixar de dar o seu testemunho para os adultos! Um dia, um pagão de verdade foi falar com seu chefe. Ele confessou todos os seus roubos e outros delitos também. O empregador ficou estupefato e perguntou a seu empregado: "O que está acontecendo? Por que está confessando todas estas coisas?" O homem respondeu: "Eu ouvi Kwasi, o menino de quatro anos, falar de Jesus e foi para mim uma experiência dolorosa e amarga como fel".

Kwasi também ia de casa em casa, visitar os vizinhos em sua área. Reunia-os para falar sobre Jesus. Por causa de seu testemunho, os adultos não resistiam e rendiam-se a Jesus.

 

  1. Lindiwe, de 11 Anos de Idade

Este livro não será traduzido para Zulu. Isso é bom porque Lindiwe não vai cair no perigo de tornar-se orgulhosa. Estou plenamente consciente de que o maligno tenta e ataca crianças e adultos cujos testemunhos são publicados. É por isso que eu sugiro que todos os que são abençoados pelas experiências de Lindiwe para intercederem por ela em oração.

O nome Lindiwe em Zulu significa "Esperar no Senhor". Aos nove anos de idade, ela converteu-se. Escreveu uma carta ao Erlo que tocou seu coração - "Peço a Deus que Ele venha criar em mim uma vida santa. Por favor, ajude-me e ensine-me como vencer o pecado e viver vitoriosa. Eu não quero passar minha vida pecando".

Lindiwe tinha, muitas vezes, sonhos e visões. Antes do avivamento, o Erlo pregava contra os sonhos, dizendo que as experiências de vida diárias influenciam e causam os sonhos, ou que poderiam ser o resultado das aventuras de infância. Ele, posteriormente, reviu ligeiramente a sua opinião.

Certa vez, Lindiwe viu o Senhor Jesus em um sonho. Suas vestes brilhavam com tanta intensidade que seus olhos ficaram ofuscados. Neste brilho e santidade, ela percebeu o quão terríveis seus pecados eram. Ela pensava ser uma boa Cristã depois de sua conversão e todos, inclusive seus pais, também o pensavam. Após esse sonho, ela entrou num estado de profundo arrependimento, chorando continuamente. Seus pais Cristãos eram incapazes de consolá-la. Ela estava tão consciente de seus pecados que duvidava se alguma seria perdoada. Três dias depois, ela confessou tudo o que lhe havia sido revelado no sonho. De seguida, os sentimentos de culpa desapareceram e foram lavados.

A primeira série de sonhos e visões estava relacionada com pecado, arrependimento e purificação. O Senhor Jesus disse-lhe em outro sonho: "Concerte tudo em sua vida e, depois, diga aos outros para fazerem o mesmo. O pecado da humanidade é muito pesado. Os pecados parecem tão pequenos e inofensivos e é por isso que eles entram tão facilmente em vossas vidas. Eu vou mostrar-te pessoas que negligentemente se entregaram ao pecado. Estás vendo este homem que me despreza? Estás vendo aquela casa onde eu sofro? O marido está brigando com a esposa e os filhos não estão obedecendo a seus pais? Vês os alunos insolentes, as pessoas frívolas e outros sob maldição constantemente porque falam mal uns com os outros e xingam-se mutuamente?"

Em outra visão, em 11 de Março de 1975, Lindiwe foi levada para um lugar onde as suas roupas terrenas lhe foram retiradas e foi vestida com roupas novas. O Senhor levou-a para as mansões celestiais, de acordo com João 14:2,3, "Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também". O Senhor levou-a através de várias salas e disse-lhe: "Se fores fiel até ao fim, receberás o teu próprio lugar".

O Erlo examina sempre os sonhos e visões cuidadosamente, comparando-os com a Bíblia e tendo-os sob a estreita Luz dela, vendo se eles estão de acordo com as Escrituras. Tudo era anotado com cuidado, especialmente as coisas ocultas, que eram reveladas. As experiências foram testadas para ver se eram autênticas, se as visões eram cumpridas, ou se eram meras fantasias. Para aqueles que evitam essas visões e sonhos e consideram-nos meras fantasias infantis, eu incluo as visões a seguir:

a)    Visão sobre uma aluna de escola

Lindiwe teve um sonho em Kranskop. O Erlo teria de dizer a uma colegial Europeia, em Durban, para vir a Kwasizabantu e Lindiwe deu-lhe o endereço que tinha visto no sonho. Este caso seria fácil de verificar – era o sonho real ou não? O Erlo duvidou.

No entanto, ele orou: "Senhor, esta menina está na escola - ela não vai poder vir".

O Senhor respondeu: "Por que não deveria ser possível? Não posso tornar possível aquilo que Eu quero?”

“Mas eu não posso trazer essa criança para fora da escola. Só é possível nos finais de semana".

"E se a criança estivesse doente? Será que ela iria para a escola? É a doença mais poderosa do que Eu? Tem mais poder que Eu?"

"Não, você é mais poderoso do que qualquer doença, mas, realmente, neste caso, não é possível. A escola vai não permitir que ele saia".

"Vós Me chamais Senhor. Sou Senhor ou não sou?"

Friedel, irmão do Erlo, veio visitá-lo pela manhã seguinte. O Erlo disse-lhe: "Eu dormi tão mal na noite passada! Você não pode ligar aos pais desta aluna e perguntar se sua filha pode vir para cá ou não?" O Friedel telefonou e recebeu a seguinte resposta: "Teremos muito gosto em enviar a nossa filha, mas, o problema é que ela tomou demasiados comprimidos para dormir na noite passada, em uma tentativa de suicídio. Ela ainda está inconsciente, mas, você pode buscá-la assim que recuperar a consciência".

Erlo sentiu como se o chão fosse engoli-lo! Se ele tivesse agido no dia anterior e se tivesse obedecido à ordem de Deus, essa tentativa de suicídio poderia ter sido evitada. A estudante tinha apenas quatorze ou quinze anos. Eles foram buscá-la a Durban e levaram-na para Kranskop, onde ela concertou toda a sua vida e tornou-se Cristã.

Vocês podem duvidar da veracidade do sonho de Lindiwe?

b)   Visão Sobre uma Criminosa

Lindiwe teve uma visão sobre uma jovem mulher, Zulu, de Durban. Quando a moça ainda era menina, mudou-se para Durban e juntou-se a um grupo de gângsteres. Agora, com a idade de 24, ela vagueava pela noite buscando o mal. Raramente estava em casa devido às suas excursões noturnas. Sua mãe, acreditando sempre, orava pela filha rebelde.

O trabalho de salvação dessa jovem começou com a visão de Lindiwe. Ela recebeu seu nome e endereço numa visão. O Erlo foi falar com ela e enviou um cooperador para buscá-la. Quando o cooperador a encontrou, ela disse: "Como você sabia que eu estava em casa hoje? Quem lhe disse?" O cooperador respondeu: "Deus enviou-me".

A jovem estava disposta a ir para Kwasizabantu de imediato. Deixou todos os seus pertences em casa. O Erlo falou com ela como um pai, perguntando: "A sua vida está em ordem com Deus? Deus está-lhe chamando, Ele está buscando a sua vida". Repentinamente, ela ficou com uma convicção profunda dos seus pecados e disse: "Decidi hoje seguir os caminhos de Deus". Ela confessou todas as suas culpas, seus pecados e tudo o que lhe havia sido revelado e disse ao Erlo que havia muitas coisas que precisava colocar em ordem em Durban.

Dia após dia, ela saia procurando pessoas com quem e contra quem tinha cometido pecados para pedir-lhes perdão. Depois, veio a tarefa mais difícil. Ela teve que ir à polícia denunciar toda a sua conduta criminosa. Às oito horas da manhã, compareceu diante dos tribunais, confessou ter cometido crimes e testemunhou acerca de Jesus. Foi-lhe dito: "Esses assuntos são muito sérios - vai ter de ficar na cadeia por um longo tempo". Ela foi enviada de um escritório para outro, cada um maior e mais importante que o anterior, relatando as mesmas coisas e testemunhando da sua fé. Cada vez que o fazia, recebia a mesma resposta: "Isso vai dar-lhe muitos anos de prisão". Ela foi enviada de uma pessoa para outra durante todo o dia até que foi ordenada a ir falar com o magistrado principal.

É óbvio que a mão de Deus estava por trás de todas aquelas interrogações. Em cada escritório, ela confessava os seus crimes e testemunhava de Jesus. Com isso, os funcionários de todo o tribunal foram confrontados com o fato de que o Evangelho transforma as pessoas.

No gabinete do magistrado, ela perguntou se podia orar primeiro. Disseram-lhe que sim. [Apenas uma observação: Na África do Sul e alguns outros países, nem todos os policiais são negativos ou contrários aos valores Cristãos, como na Europa e outros países ocidentais. A África do Sul ainda é um País Evangélico].

Depois da oração, o magistrado perguntou-lhe: "O que Deus disse para você agora?" Ela respondeu: "Deus ouve rapidamente nossas orações, mas, Ele pode levar algum tempo a responder".

O magistrado também disse: "Você deve esperar uma sentença severa".

Ela disse: "Sim, eu sei. Eu cometi todos esses crimes, porque eu não conhecia o Senhor”.

Voltou a testemunhar sobre aquilo que o Senhor havia feito por ela.

O magistrado disse: "Isso é de menor interesse para mim, mas, eu gostaria de saber por que você veio entregar-se e confessar por si mesma?" A ex-gângster respondeu: "Eu já lhe disse. É porque eu encontrei Jesus".

Ele disse novamente: "Você deve esperar uma condenação grave e uma sentença longa".

Ela respondeu: "Bem, se isso for a vontade de Deus, então estou pronta – estou pronta para testemunhar de Jesus na prisão".

Depois de todos os interrogatórios, os advogados discutiram o assunto. O que deveria ser feito com esse caso? Eventualmente, decidiram: "Vamos anular e arquivar toda a questão".

Aliviada e feliz, esta Cristã corajosa seguiu o seu caminho. Ela voltou para Kwasizabantu e agradeceu ao Senhor pela sua orientação e ajuda.

Deixe-me perguntar novamente: "Você pode duvidar da veracidade da visão Lindiwe?"

c)    Visão Sobre uma Empregada Hospitalar

Lindiwe teve outro sonho sobre uma empregada num hospital. Esta senhora era conhecida por ser muito dominante em sua área. O Senhor Jesus falou à menina Lindiwe de apenas onze anos de idade: "Já é tempo de esta senhora se converter. Passa a mensagem para o Erlo que essa mulher precisa ser visitada".

Tal como em todas as visões anteriores, Lindiwe recebeu o nome da senhora e endereço.

Ela passou a ordem para o Erlo. Ele, então, levou alguns cooperadores com ele para se encontrar com a mulher. Quando seguiam para casa dela, alguns dos cooperadores disseram ao Erlo que teriam que dirigir-se ao hospital, porque ela, provavelmente, não estaria em casa. O Erlo respondeu: "Mas, na visão não havia nada mencionado sobre o hospital - a sua casa foi mencionada".

Na verdade, eles encontram a mulher no quintal de sua casa, depenando uma galinha para uma refeição. Seu marido tinha chegado de Johanesburgo e voltaria para lá novamente naquele dia. Ele havia-lhe dito: "Frite o frango para mim e apronte a minha mala. Eu vou visitar meus amigos antes de eu partir".

A senhora dirigiu-se ao Erlo perguntando qual a razão da visita. Ele respondeu: "O Senhor enviou-me a perguntar-lhe como está o seu relacionamento com o Deus vivo e se sua vida está toda em ordem". Logo de imediato, ela caiu num pranto enorme e admitiu: "Eu sou uma grande pecadora. Estou a caminho do inferno".

O Erlo continuou: "Jesus está chamando a senhora agora. Venha a Ele".

Ela respondeu imediatamente: "Eu vou deixar tudo aqui por fazer e vou junto com os senhores para arranjar toda a minha vida com Deus".

"E o seu marido? Ele vai voltar e a comida não estará pronta!"

Ela respondeu resolutamente: "Quando Deus chama, não há existe razão nenhuma para ficar à espera ou consultar carne e sangue. Vou deixar um recado para meu marido dizendo que eu estou mudando os meus caminhos hoje e sair com o pastor para colocar a minha vida em ordem".

Erlo ficou impressionado que uma pessoa pudesse deixar tudo para trás e seguir a Jesus daquela maneira. As coisas que aconteceram em Luc.5:28, ainda acontecem hoje.

A senhora arrumou as suas coisas e estava prestes a sair quando o marido chegou inesperadamente e perguntou o que estava acontecendo.

O rápido retorno de seu marido mostra que o plano de Deus se estava delineando com perfeição e as peças estavam-se encaixando umas nas outras. Ele explicou qual a razão por que tinha voltado tão depressa. Quando se dirigia para ver o seu amigo, passou por uma passagem estreita, na estrada. Em um determinado local havia uma fenda, um buraco onde ele podia ver sua casa através das rochas, a quatro quilômetros de distância. Enquanto olhava, viu algo brilhando na frente da casa. Era o sol refletindo no pára-brisas de um carro. De alguma forma, ele sentiu-se obrigado a voltar. Então, lá estava ele, perguntando por que razão a sua esposa estava arrumando os pertences dela.

A mulher disse-lhe que havia decidido seguir a Jesus e que era essa a razão por que ela estava saindo com o pastor e seus cooperadores.

O marido disse: "Quando é Deus que chama, eu não posso pará-lo. Vá e siga sua vocação!" O Senhor tinha dado a este homem as palavras certas, embora ele ainda seja pagão até ao dia de hoje.

Depois de assistir a um culto, ela foi para aconselhamento e colocou todos os seus pecados e culpas em ordem, juntamente com sua vida, a qual colocou em ordem. Sua vida mudou completamente e houve uma grande agitação quando ela foi falar com os seus vizinhos e amigos, colocando, também, a sua vida em ordem com eles. Todos os funcionários do hospital admiravam-se de que uma pessoa tão dura e dominadora pudesse transformar-se tanto! Muitos foram convertidos por causa da sua vida e até mesmo adversários amargurados do Evangelho renderam-se a Jesus. Um pequeno avivamento irrompeu na área.

As três visões acima mencionadas foram claramente confirmadas pelo decorrer dos acontecimentos. Não só foram as visões confirmadas, mas, o Senhor usou Lindiwe de outras maneiras também. Ela serve ao Senhor, não somente através de visões, mas, também, através de seu trabalho missionário entre as crianças. Ela também é usada para testemunhar do Senhor para adultos de tempos em tempos.

 

  1. Nokutula, Uma Menina de 15 Anos de Idade

Todos os nomes Zulus têm um significado. Nokutula significa "Ela, que encontrou a paz". Esta menina, que é órfã, veio, um dia, falar com o Erlo, perguntando se podia ajudar em sua casa. Quando a questão salarial foi discutida, Nokutula disse: "Eu não quero qualquer pagamento". O Erlo perguntou: "Por que não? Todo trabalhador tem direito a um salário". Ela respondeu-lhe: "O senhor (o Erlo) é meu pai espiritual. As crianças recebem pagamento para ajudar seus pais?" Foi ali que o assunto ficou encerrado!

Nokutula é uma garota muito tímida e quieta. Estando ao lado dela, parece que ela é incapaz de falar.

Um dia, esta jovem Cristã disse: "O Senhor chamou-me para ir a uma área perigosa para proclamar o Seu nome". O Erlo riu. Pelo final da semana, ela veio falar com ele novamente e disse: "Como vou comparecer diante do Senhor, se eu não atender ao Seu chamado?" Erlo permitiu que fosse. Uma menina mais velha acompanhou-a àquele lugar de má reputação. Muitos criminosos perigosos moravam lá. Mas, o milagre aconteceu. Aqueles homens rudes arrependeram-se, converteram-se e abandonaram as suas vidas de crime.

Isto é o que o Espírito Santo faz. Antes do avivamento, as coisas eram tão difíceis, mas, agora, era tudo tão fácil! Era facílimo levar as pessoas ao Senhor Jesus.

 

  1. Pensamentos Revelados

Já foi dito aqui que, durante o avivamento em Timor, o pensamento crítico do Pastor Daniel foi revelado por uma criança. A mesma coisa ocorreu no avivamento entre os Zulus.

Um grupo de pessoas reuniu-se para orar. Durante essas reuniões de oração, também cantavam hinos. Enquanto oravam, um dos participantes pensou: "Quando isto vai terminar? Está durando tanto tempo!” Durante o cânticos, outra pessoa pensou: "Por que eles repetem continuamente os mesmos hinos?" O Senhor revelou estes pensamentos críticos a uma criança e o assunto foi tornado público.

O Senhor revelou através da criança que Ele ainda está apto a discernir os pensamentos e intenções do coração.

“Pois tu, ó justo Deus, provas os corações e os rins”, (Sal.7:9).

“Porque, a palavra de Deus (...) é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Heb.4:12).

 

  1. Visão de Immanuel

Estas visões irão provocar críticas de muitos lados. Aqueles que estão familiarizados com a história das seitas e dos extremistas sabem que estes separatistas espirituais, frequentemente, referem-se à sua lumen internum (luz interior), a fim de desenvolverem as suas próprias ideias malucas. Aquilo que é considerado por eles como vindo do Espírito Santo é, simplesmente, uma flor crescendo no pântano da selva de suas próprias fantasias religiosas. As visões mencionadas neste capítulo não têm essa característica. São claramente dadas pelo Senhor exaltado, comprovando a sua autenticidade através dos resultados que produziram.

A linguagem, "O Senhor falou comigo", também deve ser revista. Como é que tais mensagens do Senhor ocorrem numa área de avivamento genuíno? Há diferentes possibilidades.

Alguns têm um sonho no qual o Senhor lhes fala. Outros, em visões, como as que mencionamos. Alguns outros, porém, ouvem a voz audível do Senhor. Geralmente, isso acontece com os analfabetos, aqueles que não conseguem ler a Bíblia. Por último, mas, não menos importante, o Senhor usa o Espírito Santo para inspirar o raciocínio, vontade e discernimento de uma pessoa, de tal maneira que a pessoa em causa tenha, sem dúvida, a certeza da vontade de Deus.

Antes de nos voltarmos para a visão de Emanuel, vamos considerar um exemplo vindo do avivamento na Indonésia. Também está mencionado no livro Uns, Herr, wirst du Frieden schaffen (A nós, Senhor, nos darás a paz). Muitos milagres ocorridos no avivamento de Timor têm acontecido, também, no avivamento entre os Zulus.

Este é um relato de como o Senhor informou pessoas analfabetas de um evento futuro. Em 1969, eu fazia parte de uma equipe internacional de visita a Timor. Foi anunciado que dez pessoas do exterior estariam em Soe (Timor). O Pastor Daniel disse-o à sua congregação, mas, a maioria dos grupos que estavam ocupados com o trabalho missionário na selva não sabia nada sobre a conferência, ou sobre o grupo internacional de visitantes. Não havia telefones, e-mails ou mensageiros na selva.

Poucos dias antes da conferência, um dos grupos voltou a Soe depois de uma longa ausência. Eu fiquei a conhecer este grupo mais tarde. Eles vieram ao Pastor Daniel para dar-lhe um relatório das suas atividades e, depois, disseram: "O Senhor disse-nos que haverá uma conferência em Soe com sete homens de Deus que chegam do estrangeiro". Esse grupo não teve possibilidade de receber qualquer notificação do que se estava passando e, ainda por cima, todos os membros do grupo, com a exceção de um deles, eram analfabetos. O Pastor Daniel respondeu: "Haverá dez pessoas nesse grupo internacional e não sete".

Na hora agendada, o grupo internacional chegou. Éramos apenas sete, porque três homens japoneses não haviam conseguido obter vistos de entrada. O Pastor Daniel, que também chefiava a estação de correios local, havia recebido uma carta informando a chegada de dez pessoas. A equipe de analfabetos não tinha acesso a qualquer informação, mas, o Espírito Santo sabia melhor.

Esta foi uma experiência pessoal, razão pela qual tem um significado especial para mim. Eu fazia parte desse grupo. Essas coisas aconteceram repetidas vezes, também, entre os Zulus. As pessoas eram movidas pelo Espírito Santo para se encontrarem em certo lugar. Mais tarde, iremos ouvir mais sobre isso.

Isto mostra, claramente, que os discípulos de Jesus ouvem a voz do Senhor - e isto não é fanatismo.

O Erlo sabe de muitos casos semelhantes, mas, também existem casos falsos com informações falsas. É por isso que ele tem uma comissão especial para verificar cuidadosamente se tudo se cumpre. Como já foi mencionado, essas visões são cuidadosamente anotadas, para ver se acontecem ou não, se vêm da verdade ou da mentira.

No início do avivamento, o Erlo foi incentivado pela visão de Emanuel para ser cauteloso e vigilante.

Foi no final do outono de 1966, o Erlo ainda estava em Mapumulo. Cerca de trinta irmãos reuniam-se para orar por avivamento. Como já foi mencionado, eles limparam o que havia sido um estábulo e caiaram os muros. Uma noite, o irmão Christian Emanuel viu duas palavras escritas na parede caiada de branco: "examinai" e "provai". Na manhã seguinte, Immanuel perguntou ao Erlo: "Onde estão as duas palavras que eu vi ontem à noite na parede - "examinai" e "provai"?"

O Erlo respondeu: "Não havia nenhumas palavras escritas ali. Caiamos as paredes de branco e não havia nada ali e nem há". Emanuel insistiu: "Mas, eu vi essas palavras ali!”.

Depois daquela conversa, o Erlo foi para casa e abriu a Bíblia. Seus olhos caíram sobre 2Cor.13: 5 "Examinai ... provai!" Ele percebeu que a visão de Emanuel era genuína. Esta foi a primeira visão do avivamento. Foi dada a alguém que não tem facilidade para falar e era tão tímido que não conseguia olhar ninguém nos olhos. Ao mesmo tempo, essa visão foi entendida, mais tarde, como uma comissão para testar e analisar todas as visões e sonhos futuros, para discernir entre o Espírito Santo e os espíritos malignos. Esta comissão tem sido levada a sério ao longo dos anos.

 

  1. A Visão Confirmada Por um Sonho

O Erlo estava em Kranskop em cruzada missionária. Lá, o Senhor mostrou-lhe através de uma visão que uma jovem deveria vir para o culto. Assim, um colega de trabalho e o Erlo partiram para buscar essa mulher. Eram cerca de 30 quilômetros até ao lugar. A última parte do caminho, um declive acentuado, tinha que ser feito a pé. Os dois chegaram depois da meia noite. Ainda havia uma luz acesa na casa. Depois de baterem, eles foram convidados a entrar. Disseram à mulher que tinham vindo a pedido de Deus para levá-la para os cultos em Kranskop.

A mulher respondeu: "Eu sabia que vocês estavam vindo. Eu já estava esperando". Ambos os irmãos ficaram espantados e perguntaram: "Quem notificou a senhora? Não há telefone, nem e-mail". Ela respondeu: "O Senhor Jesus informou-me através de um sonho. Eu acabei de acordar antes da meia noite, preparei as minhas malas e organizei as coisas para a criança pequena". Os irmãos queriam saber mais e perguntaram: "Como foi que o Senhor falou consigo?" Ela respondeu: "Um homem disse-me: “Levante-se e prepare-se. Alguém está chegando para levá-la para Kranskop”.

Depois de acordar, pouco antes da meia noite, havia dúvidas e perguntas em sua mente: Qual o significado do sonho? Que estranho, alguém buscá-la à meia-noite! Embora estivesse com essas dúvidas, ela seguiu as instruções e, de fato, ali estavam os irmãos.

Os três ajoelharam-se e agradeceram ao Senhor por Sua maravilhosa liderança e orientação.

Esta mulher é, agora, uma obreira missionária a tempo integral e é ricamente abençoada juntamente com seu marido.

 

  1. Visão de Um Pastor Zionista

A cerca de cem quilômetros a norte de Durban, na área de Chibini, vivia um pastor Zionista pelo nome de Magubane. Já foi mencionado que os Zionistas Zulus não têm nada a ver com os de Israel. Esta seita é uma mistura de cristianismo com paganismo e bruxaria.

Magubane informou a sua congregação que o Senhor lhe havia revelado que um homem branco viria à sua vila para mostrar-lhes o caminho da verdade. Magubane não sabia quem era esse homem branco, mas, procurou por ele. Algumas pessoas da congregação aconselharam-no a ir para Durban e procurá-lo entre os missionários brancos. No entanto, as coisas não chegaram a tão longe.

Três meses depois, o Erlo e sua equipe montaram a sua tenda em Chibini. Muitos Zulus diziam:

“Este é o homem branco do qual Magubane fala. Vamos ouvir o que ele tem a dizer”.  

Magubane não estava presente nos primeiros dias da campanha evangelística. Mas, depois que voltou, ele não perdeu um culto e passou a acreditar no Senhor Jesus Cristo. Ele tomou uma decisão radical, queimando todas as suas batinas e vestes oficiais da Igreja Zionista, assim como a cruz usualmente carregada pelos pastores Zionistas. Esta cruz não era uma coisa pequena. Media cerca de 1,5 m e era de madeira, presa a uma corrente e carregada no ombro. Magubane também destruiu a Neustã, uma imagem de uma serpente de bronze (Números 21:08, 2 Reis 18:4). O "cajado de Moisés" foi queimado junto com os tambores Zionistas.

Esse foi o fim da vida do velho Magubane. Ele rompeu seus laços com a seita e entregou a sua vida a Jesus. Ele, agora, trabalha com Erlo e a sua equipe.

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    1. Visão de um Católico

Na época, eu viajava com Erlo através da área de avivamento e reparei que, após alguns dias de chuva, os fins de semana tinham sempre bom tempo, tornando as coisas mais fáceis para as pessoas que vinham aos cultos. Quando chove, as estradas são, muitas vezes, intransitáveis e estão todas tão enlameadas que muitos são incapazes de vir. Foi-me dito pelo Erlo que, durante anos, tinha observado que o Senhor lhes dava bom tempo nos dias das reuniões.

Em uma turnê evangelística, contudo, as coisas foram diferentes. Em certo lugar onde a tenda havia sido levantada, uma tempestade terrível surgiu. Os Zulus pagãos têm pavor a relâmpagos. A equipe não esperava que viessem muitas pessoas às reuniões, mas, a multidão afluiu encharcada e os irmãos alegraram-se muito. Muitos encontraram o caminho da salvação durante a pregação.

Entre os convertidos, havia uma mulher católica. Anos antes, em um sonho, tinha encontrado o Senhor. Ele havia profetizado que, um dia, os homens brancos viriam para mostrar-lhe o caminho da vida. Ela odiava os brancos, mas, tinha um desejo profundo de salvação. Foi por essa razão que veio. Ainda lhe havia sido dito no sonho que naquele dia haveria uma tempestade terrível. Quando ela estava no culto, naquela noite, lembrou-se do sonho que se concretizou diante de seus olhos.

Nosso Deus é tão grande! Ele não tem falta de meios e formas. Seus pensamentos e planos são impenetráveis ​​e inescrutáveis.

 

    1. Visão em Pelotas

O Pastor Müller convidou-me para uma série de palestras na Igreja Luterana da cidade. Por solicitação especial, comecei no Domingo a falar sobre o tema do espiritismo. Existiam muitos espíritas na cidade. Havia tão grande multidão e visitantes nas palestras que tiveram de ser transmitidas para uma sala vizinha. No terceiro dia, as pessoas começaram a vir para aconselhamento. Na manhã de quarta-feira, um homem católico relatou coisas notáveis. Aqui está o seu relato:

"Três semanas antes desta série de palestras, eu tive uma visão num sonho. Eu vi uma cruz, debaixo da qual um homem estava pregando a Palavra de Deus em uma língua estrangeira. Eventualmente, esse estrangeiro desapareceu e eu ouvi a voz de Jesus, dizendo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Durante as três semanas seguintes, eu havia-me esquecido desse sonho. Eu não me lembrava sequer dele. Mas, então, alguém deu-me um convite para as palestras. Cultos na Igreja Luterana não me interessavam. Eu sou um católico e espírita. Mas, havia algo que me atraiu. O título do panfleto era: "O Espiritismo à luz da orientação espiritual". Este tema parecia-me interessante e, então, eu fui ouvir a palestra. Eu fiquei completamente preso pela palavra.  Foi exatamente isto que eu tinha visto na minha visão".

Deixem-me continuar agora. Este católico espírita assistiu a todas as palestras e aqui estava ele, na minha frente, transformando-se, confessando seus pecados e entregando a sua vida a Jesus.

Esta é um complemento à visão anterior da senhora católica.

Somente um leitor que vive no Brasil deve ter notado que isso não aconteceu no avivamento entre os Zulus. Pelotas está situada no sul do Brasil. Geograficamente, ambos os exemplos, Durban, África do Sul e Porto Alegre, Brasil, situam-se no grau 30 de latitude, a 8.000 quilômetros de distância.

Por trás dos dois exemplos está um segredo. O Espírito Santo atua da mesma forma em diferentes continentes. Exemplo 4 vem de Timor, na Ásia; exemplo 7 da África e esta visão em Pelotas, da América do Sul. Temos três experiências muito similares em três continentes diferentes - é o mesmo Deus, o Senhor é o mesmo e o Espírito Santo também.

Quem quiser denegrir essas experiências ou reduzi-las a nada, criticando-as, poderá fazê-lo. Mas, ao fazer isso, eles terão de fazer passar a mim e ao Erlo por mentirosos. No entanto, isso não irá causar quaisquer complexos de mártires em nós.

 

    1. Aconselhamento Espiritual Através Dum Sonho

Um jovem Zulu estava num seminário teológico perto de Pietermaritzburg. Pretendia tornar-se pastor. Durante os seus estudos, apaixonou-se por uma garota. Pouco tempo depois, ela esperava um filho dele. Ambos esconderam o assunto até que a gravidez ficou óbvia. O jovem estudante foi chamado ao diretor e questionado. Ele admitiu o que tinha feito e teve que deixar o seminário.

O jovem desesperado procurou e encontrou um emprego, apenas para perdê-lo pouco tempo depois. Ele pedia dinheiro emprestado para manter-se, prometendo pagá-lo em breve. No entanto, porque ele era incapaz de pagar, teve de tornar a pedir dinheiro emprestado. As suas dívidas só cresciam e cresciam. De vez em quando, encontraria um emprego para perdê-lo novamente. Os pais da menina pediram para ele casar-se com a moça, mas, ele não podia fazê-lo sem dinheiro. Os Zulus têm a tradição de pagar um dote pela noiva. Estava com tantos problemas que até pensou em cometer suicídio.

Um dia, a cerca de 50 quilômetros de Mapumulo, ouviu Cristãos cantando hinos. Ele pensou que talvez Deus tivesse uma solução para ele. Mais tarde, naquela noite, ele encontrou seu caminho até ao Erlo, o qual já estava na cama. Ele compartilhou os seus problemas com ele. O Erlo não sabia o que dizer e disse simplesmente: "Não há nenhuma maneira que eu possa ajudá-lo financeiramente. Vou orar para que o Senhor lhe mostre uma saída".

Na manhã seguinte, ele voltou novamente, desculpando-se por estar a perturbá-lo tão cedo. "Eu tive um sonho estranho na noite passada, depois do qual eu não conseguia dormir", disse ele. "Talvez Deus queira mostrar-me uma saída".

Este foi o seu sonho:

Ele estava andando sozinho em um caminho e a sua situação estava a preocupá-lo enquanto caminhava. Então orou: "Deus, onde estás? Não me vais ajudar?" O caminho onde ele estava andando levou-o direto para um muro de pedra. Não havia abertura na parede através da qual pudesse passar e continuar.

Ele olhou para cima para ver se podia pular por cima. Era inacreditável que seu caminho estivesse barrado por uma parede de pedra como aquela. Pareceu-lhe, porém, que Deus estava do outro lado do muro. Ele orou, mas, a sua oração não penetrava na parede. Parecia que Deus lhe queria dizer transmitir algo. Finalmente, ele ouviu uma voz no sonho:

"Sabes o que isto significa? Foste tu quem construiu esse muro, cada pedra foi colocada por ti, pedra por pedra".

Ele respondeu: "Mas eu não sou pedreiro".

O Senhor respondeu: "Cada pedra é um pecado que cometeste".

Naquele exato momento, o maior pecado que cometeu em sua vida veio à sua mente e ele disse: "Senhor Jesus, eu nunca deveria ter feito isso!". Quando ele disse isso, uma enorme rocha caiu da parede e caiu e sumiu em um abismo sem fundo. Então, o pecado seguinte foi-lhe revelado mais uma vez, ele reconheceu-o e outra pedra seguiu o caminho da primeira. Pouco a pouco, um buraco parecia estar a ser criado. Ele acordou e começou a anotar todos os pecados que lhe vieram à mente. Com aqueles apontamentos, ele veio ter com o Erlo muito cedo naquela manhã, confessando tudo que tinha feito diante dele.

Erlo orou com ele. O rapaz rejubilou e foi tomado por uma grande alegria, como se pudesse voar.

No dia seguinte, ele voltou. O Senhor tinha revelado mais pecados que ele regularizou em uma terceira confissão. Isso durou toda a semana, dia após dia: o Senhor mostrando-lhe e ele confessando. Até ao final daquela semana, todos os pecados foram colocados na luz. O perdão dos seus pecados mudou sua vida e até mesmo a sua aparência.

Após a purificação de sua vida, a bênção de Deus estava sobre ele. Ele conseguiu um emprego num empresário que nunca tinha visto antes. Este homem disse-lhe: "Se você tem dívidas, vou pagá-las". Três meses depois, ele casou com a mãe de seu filho. Sua esposa também encontrou o Senhor e tornou-se uma grande bênção para outras pessoas. Após o primeiro ano, o dono do negócio (que tinha seis outros negócios) disse: "Este homem deu-nos o maior lucro de todas as sete empresas".

Este Cristão, que a princípio queria tornar-se pastor, continuou como empresário, mas, pregava o Evangelho também. Ele e sua esposa trabalham com o Erlo.

Durante o processo de aconselhamento, o Erlo mostrou que ele tinha passado por duas fases:

1. “As vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” - como uma parede (Is.59:1-2).

2. “Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, cujo pecado é coberto” (Sal.32)

 

    1. Sonhos de Aviso

Um jovem de nome Tkomu converteu-se. Logo depois, tornou-se morno e ocioso em sua vida Cristã. Ele tinha 18 anos e frequentava a escola.

O Senhor tentou avisá-lo através de um sonho (no qual viu um fogo horrível à distância) para que colocasse a sua vida em ordem novamente. Muitas pessoas estavam em pé em uma fila. O fogo chegava cada vez mais perto e alguns dos que estavam na fila já estavam queimando. Quando o fogo se aproximou dele, ele ergueu as mãos, gritando: "Por favor, aguarde, não me jogue no fogo ainda!" Foi-lhe dito, "Chega-te para o lado". Depois, acordou. Este sonho não teve impacto sobre ele em nenhum aspecto. Continuou a causar muita dor de cabeça aos fiéis. Ele mantinha os novos convertidos longe do Evangelho e gerava confusões.

O Senhor tentou falar-lhe novamente através de um segundo sonho. Mais uma vez ele, viu pessoas de pé em uma fila à espera do julgamento. Um após outro eram agarrados pelas pernas e colocavam-nos de cabeça para baixo em água a ferver. Quando chegou a vez dele, ele implorou: "Por favor, perdoa-me. Dá-me mais algum tempo!" Ele foi novamente afastado para o lado. De seguida, acordou.

Nada mudou na vida deste impostor. Ele continuou a ser uma pedra de tropeço para os crentes. Então, o Senhor deu-lhe um aviso final no sonho, no qual alertou-o: "Se não te renderes completamente, vais acabar na escuridão e no fogo."

Este sonho incomodou muito o jovem. Para ele, era como o que se havia passado com Jó: "Então me espantas com sonhos e com visões me assombras", (Jó 7:14). Ele sabia que estava à beira de um grande perigo, mas, ainda assim não se arrependeu. Após o terceiro sonho, foi à loja da escola, onde começou uma discussão com um homem. Com a briga escaldando, ele sacou de uma faca e tentou esfaquear o homem. O último arrancou a faca da mão dele e esfaqueou-o em retorno e ficou gravemente ferido. Caiu no chão e clamou em voz alta cheio de dor para alguém ajudá-lo, mas, os que estavam ao redor não fizeram nada. Isso, às vezes, acontece com os acidentes. O jovem sangrou até a morte. Seu tempo de graça havia passado. Ele havia lançado três advertências para o vento.

 

    1. Visão de Joe Newlands

Eu conheço este irmão. Eu já estive hospedado em sua casa. Nós também viajamos juntos por KwaZulu-Natal. Ele é muito sóbrio, um Cristão simples.

Cerca de sete anos atrás, este irmão estava em oração diante do Senhor. De repente, numa visão, viu um lugar nas montanhas onde as pessoas estavam olhando para o céu com as mãos levantadas, louvando a Deus. E o Senhor estava muito satisfeito com eles. Pouco antes, eu mesmo visitei o Transkei, quando a tenda esteve ali pela primeira vez para uma campanha. Antes que começassem a pregar, uma forte tempestade começou. Houve trovões e relâmpagos e a chuva caía. Joe voltou para sua casa. À medida que a tempestade persistia, Joe tornou-se inquieto por causa da tenda. Temia que a tenda pudesse ser danificada ou até mesmo ser arrancada. Ele tinha uma necessidade interior de voltar para verificar a tenda, que estava a 45 quilômetros de sua casa.

No caminho, chegou a um rio que transbordava. Um dia antes, a equipe tinha observado como um cavalo foi levado pela correnteza. Normalmente, este rio tinha um fluxo de dois a três metros de largura, mas, naquele momento, a sua largura era de oitenta a cem metros. Joe não arriscou passar com o carro. Ele entrou na água para ver se poderia passar com o carro, mas, o rio era muito fundo. Enquanto estava em uma das zonas mais fundas do rio, era como se o céu se tivesse aberto e alguém disse: "O Senhor tem grandes coisas em mente com a tenda". Joe ficou tão cheio de alegria que começou a cantar: "Senhor Jesus, acende o fogo e deixa queimar". Ao voltar para seu carro, ele louvou o Senhor. Mas, o caminho de volta também foi cortado pelas enchentes. Joe não tinha outra solução senão esperar no carro até a forte corrente passar para que pudesse seguir caminho até a tenda.

Os dias seguintes confirmaram a sua visão. Centenas de pessoas entregaram suas vidas e muitos milagres aconteceram. Uma mulher cega recuperou a vista. A menina que guiava esta mulher cega, também era muito doente. Quando a mulher cega recuperou, ela disse à moça: "Agora eu posso ver e não preciso mais de sua ajuda. Vai para Kwasizabantu para orarem por ti". Então, a senhora cujos olhos haviam sido abertos pelo Senhor voltou para casa sem a menina.

Nos EUA, uma vez, eu ouvi a seguinte declaração: "Nossa teologia está relacionada com a vida". Isto também pode ser mal interpretado.

Durante anos, eu preguei contra sonhos, visões e outras experiências, até que eu, pessoalmente, entrei em contato com vários avivamentos diferentes. Eu tornei-me mais cuidadoso e comedido com os meus julgamentos.

Embora tenhamos a Palavra escrita de Deus, o próprio Senhor entendeu que deve falar com as pessoas através de visões e sonhos em ocasiões especiais.

Contudo, a necessidade de discernimento continua sendo uma das questões mais urgentes e mais necessárias entre os Cristãos de hoje.

 

O SENHOR QUE FALA

Temos conhecimento pelas Escrituras que Deus, muitas vezes, fala diretamente com pessoas, conforme comprávamos nos seguintes exemplos:

“Deus disse a Abraão...” (Genesis 12:1)

“...Bradou Deus a ele do meio da sarça e disse: Moisés! Moisés! E ele disse: Eis-me aqui!’” (Ex.3:4)

“o Senhor chamou a Samuel” (1 Sam.3:4)

“...E disse o Senhor (a Saulo): Levanta-te e entra na cidade...’” (At.9:4-6)

“E foi-lhe dirigida uma voz (a Pedro)...” (At.10:13)

O Senhor ainda pode falar diretamente (pessoalmente) com pessoas? Há diferentes respostas para isso:

a) Um jornal norte-americano disse: "Deus pode fazê-lo, mas Ele não faz". Espanta-me que o escritor pareça tão seguro na sua afirmação.

b) Muitos teólogos concordam que falar com Deus diretamente cessou quando a Bíblia foi escrita. Eles dizem que a formação do cânone da Sagrada Escritura foi o fim da fala direta de Deus.

É claro que existe algum outro significado agregado a este ponto de vista teológico no tocante à  necessidade de nada se acrescentar às Escrituras. Tudo o que está escrito e selado é completo e suficiente para a nossa vida e salvação. Mas, isso não muda o fato de que, na realidade, Deus fala diretamente ao homem, especialmente para os analfabetos e, claro, para os outros também.

Homens de Deus nos campos missionários também já ouviram esse discurso direto de Deus. Este livro inclui muitos exemplos disso. Deixe-me mostrar comparando algumas áreas de avivamento.

Anos atrás visitei o Pai Daniel, em Madras. Deus usou este homem, que agora está na eternidade, extremamente. Pai Daniel concedeu-me muito tempo e muitos dias para registrar as suas experiências. Em seus primeiros dias de Cristão estava muito perturbado, porque Deus já não falava como nos dias de Abraão. Isso levou-o ao arrependimento e as suas súplicas e orações foram ouvidas. Deus concedeu-lhe esse presente de falar com ele diretamente. Além dos exemplos que eu ouvi dele, deixe-me relatar um dos exemplos que eu ouvi de seu filho, Josué.

Josué estava dirigindo e levando os seus pais por todo o país. Seus pais estavam no banco de trás. Seu pai estava lendo as Escrituras quando, de repente, ele disse: "Josué, o Senhor disse-me que há perigo na frente". O filho pensou logicamente: "Por que deveria haver perigo aqui? Não há trânsito, são estradas de alcatrão encantador e a estrada é completamente reta". Então, ele não reduziu a velocidade. Quando se aproximaram de uma ligeira curva, não havia, humanamente falando, nada de arriscado. No entanto, Josué perdeu o controle do veículo e virou-o várias vezes. Nada aconteceu com seus pais, mas, Josué teve que ir para o hospital com ferimentos. O carro ficou destruído. "O Senhor disse-me..." - não era fantasia, mas, a realidade de Deus falando.

Há poucos exemplos de Deus falando diretamente no continente europeu. Os ocidentais, em geral, são tão arrogantes e irredutíveis em seus pontos de vista que não sabem o que é ter uma atitude aberta para com as Escrituras. Contudo, ainda podemos experimentar a voz de Deus entre nós. Anos atrás, relatei o caso de Mother Knies e como, muitas vezes, ela experimentou tais ocorrências. Estaria além do objetivo deste livro relatar as suas experiências aqui.

Mas, deixem-me mencionar apenas um incidente relacionado com o meu melhor amigo, Gottlieb Weiland. Ele já está com o Senhor. No início da era de 1930, como jovem evangelista, recebeu uma mensagem do Senhor: "Leve a sua bicicleta e vá até ao vale". Ele não tinha ideia para onde ir, mas, obedeceu, mesmo sem saber o que ia fazer. Passando por aldeias diferentes, ele repetidamente pedia ao Senhor: "Senhor, queres que pare aqui?" Em certa aldeia, o Senhor mostrou-lhe uma casa onde deveria entrar. Ele encontrou uma mulher perturbada e desfigurada, que ficou absolutamente pasmada ao receber a sua visita. Durante o aconselhamento que se seguiu, ficou claro que ela estava prestes a cometer suicídio por enforcamento. Quando Weiland tinha entrado na casa, ela tinha escondido rapidamente a corda atrás da cortina. Enquanto falavam, ela foi buscá-la e mostrou-a ao seu visitante. Deus falando diretamente evitou o suicídio, mas, é difícil imaginar o que teria acontecido se Weiland não tivesse obedecido.

 

 

  1. Inspirado Pelo Espírito Santo

Em Luc.2:27 lemos: "E ele (Simeão) pelo Espírito Santo foi ao templo". Isto significa que Simeão era uma pessoa com quem o Deus Triuno se comunicava.

O Apóstolo Paulo e seus colaboradores também estavam entre aqueles que organizaram as suas viagens de acordo com a vontade de Deus. Em At.16:6-7, o Espírito Santo interveio em seus planos por duas vezes.

No avivamento entre os Zulus, muitas coisas semelhantes ocorreram. Acontecia, por exemplo, duzentas pessoas ou mais reunirem-se em um lugar sem que ninguém tivesse sido chamado. Eles esperavam até que o Erlo ou seus colaboradores chegassem com a mensagem do Evangelho. As pessoas que eram levadas a esses encontros eram como se tivessem sido "escolhidas" pelo Espírito Santo, prontos para receber o Evangelho. Muitos convertiam-se e muitos doentes eram curados.

Isso também aconteceu em Madlala. Pessoas de lugares distantes, às vezes até 25 km de distância, vieram a pé para as reuniões sem haverem sido convidadas ou chamadas. A mesma coisa ocorre no pequeno hospital do Erlo. O Senhor envia pessoas, não de forma aleatória, mas, "selecionados" especificamente.

O Erlo, explica: "Em certos momentos, muitas pessoas mentalmente doentes chegavam. Muitos deles eram perigosos e precisavam ser vigiados dia e noite. De vez em quando, eles fugiam e nós tínhamos de procurá-los - por vezes, durante horas ou dias seguidos. Dois ou três dias depois, eles eram curados e estavam em seu juízo perfeito".

Não existe sequer uma clínica psiquiátrica, que eu saiba, onde as pessoas mentalmente doentes sejam curadas em apenas alguns dias. Erlo continua: "É óbvio que Deus trabalha de acordo com os Seus planos. Os doentes mentais chegavam de quatro direções diferentes, alguns deles viajando centenas de quilômetros até à missão. Eles eram, muitas vezes, trazidos por seus familiares para Kwasizabantu sem aviso prévio. Após os doentes mentais serem ajudados e terem voltado para casa, os bêbados chegavam; em seguida, os possuídos por espíritos malignos. Via-se o Senhor enviando-os em grupos, tornando o trabalho muito mais fácil para nós". As pessoas que vinham em busca de ajuda não tinham maneira de se comunicarem entre si. Nenhum telefone, telegramas ou cartas - apenas o Espírito Santo operando por fases.

O trabalho entre os jovens começou da mesma forma. Um dia, uma menina ligou de Durban, perguntando se poderia vir. Durban, é claro, é uma grande cidade com comunicações telefónicas. No dia seguinte, chegaram mais jovens. Até o final da semana, havia oitenta crianças, a quem o Senhor fez coisas maravilhosas. Durante as férias escolares, mais duzentas chegaram. Nos feriados seguintes, mais quatrocentos jovens chegaram. Depois, vieram mais de mil.

A título de comparação, tomemos um exemplo do avivamento em Timor (Indonésia). O itinerário da equipe foi determinado pelo Senhor. Ele também deu a conhecer o destino e os horários de partida. Ninguém, nas aldeias ou vilas, foi notificado com antecedência de que estavam para ser visitados. Enquanto as equipes chegavam a esses locais na selva, eles encontravam os aldeões a reunirem-se, todos convocados pelo Senhor.

O seguinte exemplo é especial:

Uma das equipes estava a caminho de uma aldeia remota. Quando se aproximavam do seu destino, ao longe, podia ver-se uma luz na igreja. Não havia nenhuma luz elétrica, pois que, eles usavam lâmpadas de petróleo. (Em alguns casos, os encontros eram iluminados por uma luz sobrenatural do Senhor). Quando chegavam, ficavam surpresos ao ver a igreja cheia de gente. A equipe perguntou: "Mas, quem vos informou da nossa vinda?" A congregação respondia: "Nós ouvimos trombetas vindas da montanha, então, reunimo-nos na igreja e estávamos esperando por vocês. Onde estão os vossos instrumentos?" A equipe respondeu: "Nós não temos nenhuma trombeta para vos chamar e reunir!"

Houve grande espanto de ambos os lados. Em nenhum lugar em toda aquela região existiam trombetas. Os habitantes da selva são muito pobres, muito mais pobres que os Zulus. Então, o próprio Senhor ou os Seus anjos reuniram o povo.

É bom que nós, os povos ocidentais, os quais se encontram contaminados pelo racionalismo, sejam confrontados com exemplos destes. Se formos honestos e não nos restringirmos à teologia do homem, existe a possibilidade de que nossa fé Cristã possa alcançar novos patamares.

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  1. A Missão à Meia-Noite

Eu recebi um relato do Erlo onde ele conta haver sido chamado durante a noite. Ele conta da seguinte maneira: "Certa noite, o Senhor disse-me: ‘Vai a Z. Ele precisa de ti’. O homem idoso em causa vivia a cerca de 145 quilômetros. Eu não entendia o que poderia significar aquela chamada à meia-noite. As pessoas estão dormindo à meia-noite! Apesar desses pensamentos, saí de imediato. Cerca da uma hora da manhã, ainda faltava cerca de um quilômetro e meio para chegar ao local. Encontrei-me com ele em seu carro com uma avaria no motor. Ele só tinha uma perna e ali estava ele, parado na estrada em uma garganta profunda, com uma montanha na frente, numa situação impossível em uma noite muito fria. O homem pagão perguntou-me: ‘De onde vem?’ Eu respondi: ‘O Senhor Jesus enviou-me para ajudá-lo’. Eu tinha chegado a tempo. O motor tinha acabado de entregar o espírito e não era possível reiniciá-lo. Então, peguei no homem deficiente e levei-o para sua casa. Já em casa, sentamo-nos juntos - este homem outrora duro e indiferente e eu. Mas, agora ele estava preparado para receber o Evangelho. Ele apenas disse: "Deus é o Todo-Poderoso e indescritível. Não posso continuar a viver sem Ele. O Evangelho que o senhor está pregando é o único e verdadeiro, não há mais nada que eu deseje possuir nesta vida’. Naquela noite, os anjos alegraram-se por causa de um pecador que se arrependeu".

 

  1. Aconselhamento Espiritual Através da Informação dada pelo Espírito Santo

Duas senhoras Zulu, que viviam em uma grande cidade, foram instruídas a regularizar as coisas com as pessoas que tinham ofendido. Elas oravam a Deus, mas, as suas consciências não lhes davam descanso. Um dia, ambas disseram a Martin Stegen, "O Senhor fez-nos saber que vamos encontrar as pessoas que ofendemos". Elas retornaram pela noite e, regozijando-se, relataram a Martin: "Aconteceu exatamente como o Senhor tinha previsto. Encontramos as pessoas e conseguimos resolver as nossas questões com elas!"

Erlo e seus colaboradores, muitas vezes, experimentam que, sob a inspiração do Espírito Santo, devem realizar certas tarefas recebendo comissões para aconselhar pessoas.

Um dia, o Senhor Exaltado disse ao Erlo para mandar buscar uma menina de dezessete anos que vivia a 130 quilômetros de Kwasizabantu, a fim de mostrar-lhe o caminho para Jesus. Esta menina levava uma vida terrivelmente pecaminosa.

Alguns cooperadores partiram de imediato e convidaram a garota, dizendo-lhe o que Deus desejava que ela fizesse.

Ela quase desmaiou quando ouviu isso, mas, concordou em seguir imediatamente com eles para Kwasizabantu. Depois de limpar a sua vida cuidadosamente, ela encontrou o Senhor e colocou a sua vida em ordem.

Pode ser vista a maneira como Deus havia planejado com precisão as circunstâncias pelo fato de que, antes da chegada dos cooperadores, a menina tinha preparado as coisas para fugir para Johanesburgo. O Senhor frustrou os seus planos no momento certo.

Hoje é óbvio, através do fruto de sua vida, que ela é um vaso escolhido do Senhor. Ela está no ministério a tempo integral e levou muitos a Jesus.

O exemplo seguinte é semelhante. O Senhor revelou à equipe que havia três pessoas que haviam de acertar as suas vidas com Deus e que seriam levados pelo Senhor para o culto da manhã de Domingo. A primeira tinha um emprego em Durban, a 145 km de Kwasizabantu. A segunda era um professora, a 60 quilômetros de distância em uma direção diferente. A terceira mulher vivia a 30 km a nordeste de Kwasizabantu. Não se sabe se essas três mulheres já tinham estado em algum culto ao mesmo tempo.

Erlo não foi capaz de pregar naquele Domingo, porque estava em outro lugar. Então, disse aos colegas: "Quando as mulheres vierem, por favor, diga-lhes para esperarem por mim. Eu quero falar com elas".

E, de fato, as três estavam lá naquele Domingo. Embora estivessem com pressa, esperaram até à noite, até à hora que o Erlo retornou. As três foram reivindicadas pelo Senhor e foram salvas.

 

  1. Deus Evita um Casamento

Uma menina converteu-se antes de seu casamento. De acordo com a cultura Zulu, um preço de onze vacas devia ser pago pelo futuro marido à noiva, além de outros presentes. Havia ainda três vacas para serem pagas. Depois disso, o casamento teria lugar. Devido à sua conversão, parecia ter aparecido alguma incerteza. O homem que queria casar com ela era pagão e ela devia tornar-se a sua segunda esposa. Ela orou ao Senhor a esse respeito, perguntando: "Senhor, é a Tua vontade que me case com ele?" A resposta foi categórica: "Não!"

A questão era: poderia esta menina entender a voz do Senhor? Ou iria ela ouvir a voz dos seus próprios desejos, como fazem muitos jovens que se apaixonam e se tornam surdos à voz do Senhor nesta situação?

A menina foi consultar um conselheiro e disse: "O Senhor não concorda com esse casamento". Ela mesma declarou-se disposta a devolver as oito vacas. A vontade de Deus era mais importante para ela do que o casamento. De fato, já havia começado a reembolsar o pretendente. Levaria anos até pagar todo o montante.

Depois de falar com o conselheiro, ela informou os seus irmãos e o seu noivo sobre a sua decisão. O ex-noivo, desapontado, ficou furioso e foi falar com seus irmãos pagãos, dizendo que ele não concordava com a situação. Seus irmãos apenas disseram: "Nós não temos nada a ver com a decisão da nossa irmã. Você pode fazer o que quiser".

A nova convertida estava determinada a seguir o Senhor a qualquer custo, mesmo que isso lhe custasse a vida. A partir desse momento, corria perigo constante de ser emboscada por seu ex-noivo e sua família. Mas, o Senhor manteve a mão sobre ela. Diariamente, esta Cristã fiel entregava-se à proteção do Senhor. No período da manhã e à noite ela tinha de percorrer um longo trajeto para o trabalho e voltar.

O ex-noivo da moça era leviano e agressivo e ameaçou: "Se eu tivesse uma arma, eu executaria todos os Cristãos agora mesmo". Repetidamente, ameaçava os Cristãos.

No final, isto foi o que aconteceu com ele:

Ele era um agente de segurança de uma empresa em Johanesburgo. Uma noite, os ladrões invadiram a fábrica e atiraram sobre ele, ferindo-o gravemente. Após tratamento médico, recuperou-se de seus ferimentos. Havia sido um aviso para ele, mas, não prestou atenção e não se deu conta do aviso. Ele persistia com o seu ódio contra os Cristãos.

A mão do Senhor atingiu-o uma segunda vez. Ele estava em outro lugar, em Johanesburgo, quando foi emboscado e ferido com uma facada. A facada foi exatamente no mesmo lugar onde havia sido baleado antes. Levaram-no de um hospital para outro, mas, em 1976 ele morreu no Hospital Edendale em Pietermaritzburg.

O pai do pagão pediu ao Erlo para dirigir o funeral. Erlo perguntou: "Mas, por que você, um pagão, pede a um Cristão para dirigir o funeral?" O pai respondeu: "Esta é nossa terceira morte em um ano. Por isso, peço-lhe para suplicar a Deus para por fim a esses desastres em nossas vidas".

A mulher do defunto não concordou com isso. Como pagã, ela queria um funeral pagão. Então, ela pediu que o cadáver de seu marido fosse retirado do caixão e colocado em tecido ou pele. Esta é uma tradição pagã. Os pagãos que transportavam o cadáver recusaram porque o homem já estava morto há três dias e já havia entrado em decomposição devido ao calor Africano.

O funeral foi realizado em Tuguela Ferry, um local onde muitas coisas aconteceram e algumas delas estão registradas neste livro. Muitos Cristãos verdadeiros vivem lá. O funeral foi assistido por um bom número de pessoas, proporcionando uma ótima oportunidade para difundir o Evangelho.

Este incidente de morte tem uma historia engraçada. Já ouviu falar do carro em Tuguela Ferry, que foi batizado de "Arca de Noé". Após a morte deste homem, quatro homens e três mulheres partiram para buscar o cadáver. Porque o morto, quando ainda era um homem gravemente ferido, havia sido levado para diferentes hospitais, houve algum mal-entendido a respeito de onde estaria. Então, ao invés de irem para Pietermaritzburg, foram para Durban. A caminho de volta para Pietermaritzburg, quando ainda saíam de Durban, tiveram uma avaria. A "Arca de Noé" estava parada na estrada, com o arranque incapaz de colocar o motor em andamento. Um mecânico chegou, mas, não foi capaz de reparar o veículo. Como consequência, os sete tiveram de ficar em Durban.

Na manhã seguinte, um homem indiano chegou, o qual era conhecido como um bom mecânico. Ele verificou tudo e disse: "Está tudo bem com o carro. Podem dar arranque". Mas, a "Arca de Noé" não pegava.

Entre as sete, havia uma mulher Cristã. O pai incrédulo, Zondo, disse: "Você não sabe que este carro só pega com oração?" Todos, seis pagãos e um Cristão, ajoelharam-se ao lado da estrada e pediram a Deus a favor da "Arca de Noé". Após a oração, o motorista disse: "Vamos tentar novamente". O motor pegou de imediato. Nos 210 quilômetros de viagem que se seguiram, não houve mais nenhum problema com a "Arca de Noé".

Assim, muitas coisas aconteceram apenas devido ao fato da menina envolvida ter ouvido a voz do Senhor Exaltado. Muitos pagãos que ouviram o que tinha acontecido, desde o noivado até ao funeral, começaram a entender as coisas. Ouvir e obedecer a voz do “Senhor Que Fala” é uma lição essencial na vida de qualquer Cristão. Ouvir

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O SENHOR QUE GUIA E CONDUZ

Em Sal.4:3, o Rei Davi confessa: "Sabei, pois, que o Senhor separou para si aquele que lhe é querido; o Senhor ouvirá quando eu clamar a Ele". A condição é que nos deixemos conduzir. Até mesmo o Apóstolo Pedro teve que aprender a ser conduzido. Precisamos lembrar o que Jesus lhe disse em João 21:18: "Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde tu não queiras"

Alguns exemplos de orientação no avivamento entre os Zulus:

  1. A História do tabaco

Um colaborador do Erlo contou-me a sua história. Em 1951/52, ele era vendedor em uma loja no Distrito Matatiele perto do Drakensberg. Um dia, um homem idoso entrou na loja e comprou tabaco por 15 cêntimos. Enquanto atendia este cliente idoso, o vendedor também vendia uma coisa para outro cliente. Depois de se voltar para o idoso, ele pediu os 15 cêntimos de novo. O idoso defendeu-se, dizendo: "Eu já paguei pelo tabaco". O jovem vendedor negou, agarrou-o pelo colarinho e disse: "Você não vai sair daqui sem pagar". O cliente não teve escolha senão pagar pelo tabaco uma segunda vez.

O narrador era luterano desde a infância por causa de seus pais. Mas, não tinha um relacionamento pessoal com o Senhor Jesus. Um dia, conheceu um pastor que lhe mostrou o caminho da salvação. Com isso, um passo essencial foi dado.

Anos mais tarde, o Senhor deixou claro que esta questão do tabaco deveria ser corrigida. Ele resistia teimosamente e disse: "Senhor, como posso dirigir 800 km, utilizando-se 30 Rands de gasolina para pagar 15 cêntimos? Além disso, não tenho ideia de quem era aquele cliente". Mas, a sua consciência não o deixava ter paz sobre o assunto.

Obedecendo à insistência vinda do seu interior, ele partiu em busca do cliente idoso. Na viagem, lembrou-se de uma questão de desonestidade sobre algumas maçãs. Ele decidiu colocar isso em ordem também.

Sua primeira missão levou-o a uma loja vizinha para resolver o incidente das maçãs. Ele perguntou ao vendedor sobre o homem a quem tinha vendido tabaco e contou-lhe toda a história. O vendedor mal conseguia acreditar que, depois de tanto tempo, alguém viesse regularizar uma coisa tão pequena. Foi, também, uma boa oportunidade para testemunhar sobre o Senhor Jesus.

Em seguida, colaborador do Erlo olhou para a loja na qual ele havia trabalhado muito tempo atrás. Ali, tentou saber do paradeiro do comprador de tabaco. Alguém lhe disse que tinha morrido, mas, que seu filho estava morando nas proximidades.

Depois disso, ele foi falar com o chefe da tribo para descobrir em qual cidade o filho do idoso vivia. O chefe informou-lhe que ele próprio estava presente quando o homem foi obrigado a pagar duas vezes pelo tabaco. O cooperador explicou ao chefe que tinha vindo para resolver a questão pedindo perdão, porque havia encontrado Jesus. Ele entregou ao chefe os 15 centavos, mais os juros, porque o filho do comprador de tabaco não estava disponível, pedindo-lhe que entregasse ao filho.

Na volta, o cooperador voltou à loja vizinha e contou ao vendedor como o assunto havia decorrido.

Ao ouvir aquela confissão, a consciência do vendedor foi tocada e ele contou que ele havia recentemente pedido o seguinte ao Senhor em oração: "Senhor, eu quero pertencer totalmente a Ti". O Senhor, então, respondeu que lhe iria mostrar o caminho. Isso tinha acontecido várias vezes. Agora, ele sabia o que fazer e foi aconselhado pelo colaborador do Erlo ali mesmo.

Depois desse dia abençoado, este Cristão foi visitar um velho amigo seu, porque a viagem de volta seria longa demais para fazê-la no mesmo dia que chegara ali. Em casa do amigo, vendedor do negócio vizinho telefonou para falar com ele novamente: "Posso vê-lo novamente amanhã? O Senhor mostrou-me que há mais a ser corrigido". Na manhã seguinte, ele confessou uns pecados uma segunda vez e, por fim, perguntou: "Posso dar-lhe um presente?" “Não para mim”, respondeu o cooperador: "Mas, se o Senhor quiser que você dê algo para a missão, poderá fazê-lo de bom grado".

O vendedor deu-lhe um cheque de mais de 500 Rands. O colega lembrou-se de haver argumentado com o Senhor por causa de 30 Rands e aqui ele estava indo para casa com 500. (*Nota do tradutor: nesta época, o Rand valia mais que o dólar).

Os 15 cêntimos tinham trazido grande lucro para ambos os lados e, além disso, três homens haviam sido confrontados com o Evangelho.

Davi diz em Sal.23: 3: "... Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome"

 

  1. A Meia Coroa

Desde que o avivamento entre os Zulus começou até mesmo os costumes de casamento mudaram. O casamento pagão Zulu simplesmente começa com o moço visitando a garota que ele ama à noite. O casamento oficial acontece mais tarde quando o preço da noiva for pago.

Os crentes Zulus mudaram isso, sendo eles próprios um bom exemplo e testemunho nesse aspecto também. Quando um jovem Cristão quer casar-se, ele vai falar primeiro com o seu conselheiro e compartilha isso com ele. O conselheiro, em seguida, vai falar com a menina, em nome do jovem, para pedir sua mão em casamento. A menina, então, ora sobre o assunto e dá a resposta através do conselheiro ao pretendente. Não há contato entre eles. Eles mantêm-se puros até ao dia do casamento. Aqui está um exemplo:

Um homem Cristão veio ao Erlo e disse que gostaria de casar com uma jovem Cristã. Ele pediu para o Erlo falar com ela. O Erlo respondeu dizendo que ele deveria perguntar ao Senhor novamente para confirmar se isso era realmente da Sua vontade.

Depois de alguns dias, ele voltou e disse: "Eu realmente tenho a impressão de que o Senhor quer que me case com ela". Então, o Erlo foi até ela e perguntou se ela concordava em casar com ele. Ela disse: "Eu não tenho nenhum desejo de casar e quero permanecer no ministério a tempo integral". O Erlo disse-lhe: "O que você pretende fazer não conta. A vontade de Deus é o que importa. Ore e descubra o que Ele deseja e tem a dizer".

Ela pediu ao Senhor um sinal claro em Sua orientação sobre o assunto. Recebeu a resposta na forma de um sonho. No sonho, ela encontrava-se em um quarto estranho com uma mesa no meio. Sobre a mesa, havia uma tigela de vidro. Uma criança entrou no quarto e deu-lhe meia-coroa. Esta era uma moeda comum na época. Então, um homem entrou na sala e colocou outra meia-coroa na tigela, sem olhar para ela. A criança, então, disse-lhe: "Coloque a sua meia coroa na taça também". Ela obedeceu e viu como as duas meias-coroas tornavam-se uma coroa inteira. Depois que isso aconteceu, a criança desapareceu. Com isso, ela recebeu a resposta. Eles eram ambos cooperadores do Erlo em seu trabalho.

 

  1. Casamento Contra a Vontade Dela

O Erlo foi falar com uma mulher Cristã Zulu, Grema, dizendo-lhe que um rapaz queria casar-se com ela. Pediu a Grema para orar sobre o assunto para que ela pudesse dar-lhe a resposta. Mas, Grema tinha ideias sobre o casamento um pouco excêntricas. Ela disse: "Este homem deve ter caído da fé, se só pensa em casar! Um Cristão que está queimando para o Senhor não perde tempo com pensamentos sobre o casamento". O Erlo teve de corrigir a moça nesse ponto de vista.

Depois de algum tempo, o Erlo veio perguntar-lhe se ela havia orado sobre o assunto. Grema respondeu como da primeira vez: "Não, eu não quero nada a ver com isso. Eu não estou para perder tempo com casamento". O Erlo perguntou se ela sabia de que forma Deus poderia responder-lhe. Ela disse: "Através da Sua Palavra, ou através de um sonho ou uma visão ou diretamente aos nossos corações".

Após a segunda visita do Erlo, ela orava fervorosamente, pela primeira vez, sobre o casamento. O Senhor respondeu-lhe dizendo-lhe para abrir a Bíblia. Grema abriu em At.10 e leu o versículo 15: "O que Deus purificou, tu não chames comum". Agora, ela percebeu que tinha desprezado o casamento de uma maneira exageradamente piedosa e impura. O Senhor deixou claro para ela, "Deus deu o casamento e tu chamas a isso de impuro". Grema entendeu a lição.

Após esta correção espiritual, ela foi falar com o Erlo e trouxe-lhe a resposta. Casaram-se e receberam quatro filhos de Deus. Os nomes de todas as crianças têm um significado, de acordo com o costume dos Zulus:

O primeiro filho é chamado Mfihlo, que significa "secreto" ou "mistério".

O segundo, Nontando, que significa "a vontade de Deus".

O terceiro, Nhlakanipho, que significa "sabedoria".

O quarto, Kwenzaokwenkosi, que significa "o que vem do Senhor".

Ambos os pais estão a serviço do Senhor.

O marido é um membro da equipe de colaboradores e a sua esposa trabalha no hospital. Ambos vivem maravilhosamente juntos e gostam de seu trabalho no ministério. Ela está feliz por ter sido obediente, apesar de seu marido estar frequentemente ausente. Ambos fazem o seu trabalho com a fé e segurança que o Senhor proverá. Às vezes, acontecia terem pouco ou nenhum alimento. Ela, então, orava ao Senhor e Ele dava tudo a ela e a seus filhos. O casamento foi iniciado pela direção do Senhor, mas, Grema teve que aprender a seguir a Sua orientação.

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  1. Não Queria Casar

Um dos cooperadores chegou ao Erlo e disse que ele tinha a certeza de que ele deveria casar com certa jovem. Erlo mandou-o embora e disse-lhe para orar outra vez para ter a certeza. O rapaz voltou e disse que ele estava certo sobre a vontade de Deus.

Então, o Erlo foi até ela, mas, ela não estava interessada no casamento. O Erlo, depois, voltou e perguntou se ela tinha a certeza sobre o que havia de fazer. Ela respondeu: "Não!" Ela não tinha levado o assunto a sério. Após a segunda visita do Erlo, ela orou fervorosamente ao Senhor sobre isso.

O Senhor respondeu através de um sonho. A moça viu o homem parado em um determinado lugar. No dia seguinte, depois de acordar, ela foi ao lugar e viu o moço em pé no lugar onde o vira no sonho. Mas, ela queria ter mesmo a certeza e, então, pediu ao Senhor um segundo sinal. Ele concedeu-lhe isso também. Em uma visão, viu uma pomba branca de pé sobre um cristal e uma voz disse-lhe: "Tem muito cuidado com esta pomba, pois, pertence-te. Vês, por causa de tua obstinação e má vontade, já está ferida numa patinha e está cambaleando". Havia muitas Bíblias ao lado da pomba. Quando ela viu e ouviu isso, ela sabia que era a vontade de Deus casar-se com o homem. As Bíblias eram um sinal de que o homem estava pregando o Evangelho. Não só foi um casamento feliz, mas, uma grande bênção para o Reino de Deus também.

 

  1. Dificuldades Com Poligamia

Um pagão havia-se convertido e tornado Cristão, mas, tinha duas esposas. Havia-se casado com a primeira esposa por causa de seus pais e a sua segunda esposa era escolha sua - o seu primeiro amor. Ele dava todo o dinheiro que ganhava à esposa favorita. A primeira esposa não recebia nada e era totalmente negligenciada. Ele vivia de forma marital apenas com a sua segunda esposa. Mas, este homem pagão, o qual tinha sido um forte opositor do Evangelho, havia-se voltado para o Senhor e perguntou a Jesus o que deveria fazer. Será que deveria enviar a sua segunda esposa embora, a amada dele?

Tais problemas conjugais foram resolvidos de forma diferente nos campos missionários. Na Libéria, eu conheci um homem que havia sido um pagão e que se tornara Cristão. Ele manteve a esposa principal, deu dinheiro às outras três esposas e despediu-as. Na Nova Guiné e Ilhas do Mar do Sul, eu vi outros casos onde os missionários ultra-zelosos insistiam que os novos convertidos mandassem as suas outras esposas embora e para manterem apenas uma. Isto provou ser, com o decorrer do tempo, um obstáculo ao Evangelho, porque as que eram mandadas embora diziam: "O Cristianismo é uma religião brutal, rouba-nos os nossos maridos, os nossos filhos, as nossas casas e os nossos meios de subsistência. Será que os missionários vieram para nos trazer só desgraça?"

Sabendo disto, eu perguntei ao Erlo como este problema era resolvido entre os Zulus. Será que os novos convertidos tinham de mandar embora as suas mulheres, com exceção de uma? Erlo deu a seguinte resposta: "Nós não temos nenhuma regra sobre isso. Dizemos aos maridos para pedirem ao Senhor para mostrar-lhes claramente qual a Sua vontade". O Erlo acrescentou: "Eu nunca ouvi falar que alguma esposa tenha sido mandada embora. Claro que, quando uma menina Zulu é convertida, o Senhor não permite que ela se case com um ateu". Já relatei aqui um caso desses.

Agora, de volta para o homem com duas mulheres que se havia convertido: ele perguntou ao Senhor com toda a sinceridade qual era a Sua vontade. O que aconteceu? Ele foi para sua primeira esposa, aquela que era totalmente negligenciada e pediu-lhe perdão. Começou a dar às duas mulheres a mesma quantidade de dinheiro e vivia em um relacionamento real com ambas - não mais só com uma.

Isso causou um grande impacto em toda a sua área e foi dito: "Este é o verdadeiro Evangelho, porque ele traz justiça para os negligenciados".

 

  1. Zelo Bem-Intencionado – Mas, Erradas

Duas jovens Zulus vieram a crer em Cristo. Elas estavam no início do seu primeiro amor e em chama para o Senhor. Quando seus maridos retornaram de seus empregos em Durban, ambas declaram: "Nós encontramos Jesus e, por essa razão, já não estamos autorizadas a fazer cerveja para vocês". É uma coisa comum entre as mulheres Zulus confeccionarem cerveja para os seus homens e seus amigos. No entanto, os Cristãos Zulus não fazem isso.

Ambos os maridos ficaram indignados e não aceitavam, de maneira nenhuma, a decisão das mulheres. As mulheres defenderam-se contra seus maridos com o versículo bíblico: "... devemos obedecer a Deus antes que aos homens", (At.5: 29).

Os homens voltaram decepcionados para Durban e a resposta às esposas foi parar de dar-lhes dinheiro. Eles não voltavam para casa nos fins de semana, antes, permaneciam em Durban com outras mulheres.

O Erlo ficou sabendo do caso e pediu às duas mulheres para virem falar com ele. Ele disse às duas cabeças-quentes: "O Espírito Santo é um Espírito de paz e não de conflito. O vosso comportamento tem provocado os vossos homens a cometer adultério e a tornarem-se ainda mais radicais contra o Evangelho. Voltem para os vossos maridos e peçam perdão. Sejam submissas a eles e orem para que o Senhor os liberte da bebida".

As duas mulheres fizeram exatamente isso e os homens ficaram profundamente tocados. Um dos homens disse à esposa que ela nunca mais teria de fazer cerveja para ele novamente. O outro disse: "Faz cerveja apenas para mim e não para os meus amigos ou visitantes".

As atitudes dos homens também trouxeram resultados. O primeiro homem chegou para frequentar os cultos, enquanto o outro ficou paralisado e permanece assim até ao dia de hoje.

É o sábio que ganha almas, mas, isso não significa que a sabedoria divina leve a um compromisso. Se estas mulheres tivessem pedido inicialmente para serem guiadas pelo Senhor, muita angústia e conflitos teriam sido evitados.

A Liderança de Deus exige quietude.

Onde nossos pés querem ir,

A vontade de nosso Pai eterno,

É trocada pela nossa.

 

Profundas e piedosas questões,

Não permitem mais nada,

O homem que força, apoderando-se pela tempestade,

Antes, procure achar a Sua paz

Permitir que seja o Senhor a conduzir e a guiar em cada situação é uma decisão quase tão grande como aquela feita no dia da conversão. Para mim, não foi tão difícil voltar-me para o Senhor, comparativamente falando, como estar pronto a ser conduzido por Ele em todos os momentos. Nesse aspecto, eu ainda sou um novato. Digo isto com profunda tristeza.

  1. Guiados na Vida de Oração

Enquanto escrevia este livro, uma carta de Erlo chegou até mim. Nela, ele escreveu algumas coisas muito importantes, as quais dão que pensar. "Quando falamos sobre a oração, devemos saber que o Senhor Jesus colocou 'vigiar' em primeiro lugar. Ele disse: ‘Vigiai e orai’! Há Cristãos que se têm colocado num impasse através da oração. O inimigo pode entrar na oração e desviar as pessoas daquilo que é essencial. Podemos estar a caminho da destruição de joelhos".

Existem formas de oração que não nos levam para mais perto do Senhor, mas, para longe d’Ele. Jesus rotulou como hipocrisia as orações dos fariseus. Orações hipócritas e impensadas, como as dos fariseus, não morreram ainda. Estou relutante aqui, pensando se devo mencionar todas as formas de oração inútil.

No avivamento entre os Zulus existem muitos Cristãos que vivem toda a sua vida numa atitude de oração. Eles oram sem cessar, dia e noite. Não é só em certas ocasiões ou em determinadas ocasiões que oram, mas, sempre quando o Espírito Santo os constrange. Tudo o resto tem valor secundário.

Não só os adultos têm essa atitude de oração, mas, também é encontrada entre as crianças. O Senhor, muitas vezes, revelou-se a uma criança de onze anos de idade e mostrou-lhe o estado de vários Cristãos e até mesmo de igrejas. Ela, então, orava com fervor para que Deus tivesse misericórdia deles. E como o Senhor respondia às suas orações!

Acontece, também, que o Espírito Santo move os íntimos dos Cristãos para se retirarem para períodos de quietude. Eles oram por um dia ou mais, às vezes até mesmo uma semana, até que Deus responda.

Sei de muitos exemplos desses na história missionária. Eva von Tiele-Winckler orou, uma vez, durante dez dias por uma província chinesa, sem ter qualquer informação do local. Mais tarde, ela ficou sabendo que uma estação missionária estava sendo ameaçada por quadrilhas de assaltantes durante este tempo, mas, os missionários foram poupados.

Erlo escreveu mais algumas coisas na carta. "Há pessoas de oração aqui que não se deixam impedir de orar e de permanecer em intercessão, mesmo quando uma visita importante chega para vê-los. Os visitantes têm de esperar até quando a oração foi ouvida e prevaleceu. Sei de casos em que os visitantes chegaram ao início da manhã e tiveram de esperar o dia inteiro. Se as pessoas que estavam orando fossem informadas de que os visitantes estavam esperando, eles respondiam: “Agora temos um compromisso com Deus, desculpe”. Comunhão com o Senhor é mais importante para eles do que qualquer pessoa ou assunto no mundo. E os visitantes que são capazes de esperar pacientemente são ricamente abençoados pelo Senhor. Pessoas que encontram outras coisas mais importantes ou urgentes para fazer e não esperam, perdem essa bênção. Esta vida com o Senhor não pode ser comparada ou igualada com qualquer outra coisa – ela é e será sempre mais importante".

Na mesma carta, o Erlo deu um exemplo muito claro de uma vida de oração. "Um pastor chegou a nós vindo de um local a cerca de 150 quilômetros de Kwasizabantu. Seu desejo e anseio era viver uma vida cheia do fogo e do Espírito de Deus. Fomos a uma mulher, uma senhora B., que sei que tem uma vida genuína de oração. Não foi possível chegar à casa dela de carro. Então, tivemos que seguir caminhando a última parte. Quando chegamos à casa dela, em pé do lado de fora da sua porta, ouvimos a Sra. B. orando. Ouvimos a senhora mencionar o nome do pastor e o meu, orando para que o Senhor nos concedesse o que precisávamos. Ela não sabia da nossa vinda e que esse pastor estava comigo. Ela já havia estado em oração durante várias horas, porque o Senhor tinha colocado um peso em seu coração para interceder por nós".

Os salmistas falam, frequentemente, da orientação de Deus. Davi diz em Sal.31:3, "Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; assim, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me". Também, no conhecido Sal.23, versículos 2-3, que já foram mencionados "... guia-me mansamente a águas tranquilas. Refrigera a minha alma; guia-me pelas veredas da justiça, por amor do Seu nome". Ele me guia! Isto tem que ser aprendido: deixar-me levar em total obediência e sensibilidade aos sussurros do Espírito Santo, para observar e para não perder sua orientação.

 

O SENHOR QUE PROTEGE

Filhos de Deus consagrados estão sempre debaixo de fogo:

- Satanás nunca lhes permite descansar.

- Os Cristãos-nominais causam e dão sofrimento e angústia a todos eles.

- Os Ortodoxos e os Teólogos frios desprezam-nos.

- Os racionalistas ridicularizam-nos.

- Os Cristãos mornos consideram-nos excêntricos.

- Os Teólogos chamam-nos de seita.

A oposição e os ataques servem para fortalecer a nossa fé e ajuda-nos a mantermo-nos firmes no Senhor.

Homens nas Escrituras também sofreram perseguições. É por isso que temos tantos salmos maravilhosos que mencionam a proteção de Deus. Lembre-se do Salmo 46, que inspirou Martinho Lutero a escrever o hino da Grande Reforma, "Castelo Forte é nosso Deus".

Ou vamos meditar no Sal.91, que tem sido, muitas vezes, uma grande ajuda para mim: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza e nele confiarei. Porque ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Porque (...) no Altíssimo fizeste a tua habitação...".

O Erlo, a sua equipe e todo o avivamento têm experimentado, muitas vezes, forte oposição, mas, também experimentam a ajuda e a proteção de Deus.

 

  1. Protegidos das Autoridades Eclesiásticas

Em quase todos os avivamentos tem havido oposição da parte das Igrejas e dos seus pastores. Muitas vezes e depois de alguns anos, esse antagonismo desfaz-se e o avivamento começa a penetrar na Igreja. Isto tem sido sempre assim, com benefícios incalculáveis para a Igreja. Contudo, não deixa de ser verdade que a oposição, entretanto, afetou o avivamento. Eu tenho muitos exemplos que poderia citar. Aqui está um que eu vivi pessoalmente:

Em 1930, houve um pequeno avivamento na área do vale Pfinz e do distrito de Hardt, através do evangelista Gottlieb Weiland. Os pastores e ministros das diversas Igrejas ao redor colocaram-se mais ou menos na oposição, protestando contra a comunhão dos Cristãos que tinham vindo ao Senhor através da evangelização. Chamavam-nos de fanáticos. Um pastor e, em especial, a sua esposa não via nada de bom em nenhum deles. Depois, veio a época do Terceiro Reich (era de Hitler) e ninguém teve a coragem de aceitar o cargo de ancião da igreja. Em seguida, os irmãos considerados maus foram, de repente, considerados suficientemente bons para preencherem as lacunas. Um deles era meu pai. Isto foi, pelo menos exteriormente, o fim da oposição à comunhão Cristã.

No início, o Erlo e a sua equipe também experimentaram a oposição das Igrejas. Na minha presença, um professor eclesiástico na África do Sul descreveu o grupo Erlo como a pior forma de seita. Este professor ainda não inverteu o que disse até à presente data. Quando este livro for impresso, receberá uma cópia do mesmo.

Os crentes e os obreiros Cristãos que nunca confessaram os seus pecados irão resistir sempre à confissão detalhada de todos os pecados cometidos e irão opor-se a essa prática.

Os Cristãos que não manifestam o poder de Deus em suas vidas irão sempre tentar criticar esse poder em outros que o manifestam na vida prática.

Ministros e pastores que veem que seus membros estão saindo porque estão recebendo pedras em suas congregações em vez de pão, estão cheios de inveja, semeando palavreado demoníaco e abuso verbal. Essas pessoas não percebem que eles estão sendo usadas como ferramentas nas mãos do diabo.

Muitos crentes não podem compreender o que as palavras de Jesus significam, quando Ele diz em Mat.12:36, "Mas, Eu digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no Dia do Juízo".

 

  1. Protegidos das Autoridades Seculares

O Erlo queria pregar em certo distrito, K. Ele não tinha permissão para pregar ou colocar o pé no local por ordem do tribunal. Assim, ele pregou fora do distrito proibido. Apenas duas pessoas vieram, o que foi uma experiência desanimadora. Não parecia haver nenhuma esperança de que algo pudesse acontecer por ali. Todos os moradores estavam contra este tipo de evangelização. Em sua angústia, o Erlo voltou-se para o Senhor e pediu-lhe uma palavra da Bíblia. Ele recebeu esta promessa: "A ti e à tua semente darei esta terra". Isso ajudou-o muito e incentivou-o. No Domingo seguinte, ouviu uma mensagem de rádio sobre o Salmo 2: "Por que se amotinam as nações e os povos imaginam coisas vãs?"

O Erlo foi consolado e ficou intrigado para saber como o Senhor iria mudar toda a situação. Pouco depois, um homem desejou que o Erlo realizasse o seu funeral e ele foi convidado para trazer a mensagem. Era o último desejo do morto e, de acordo com os Zulus, deve ser cumprido a qualquer custo para não serem perturbados pela alma do morto. Mas, o Erlo respondeu que ele não poderia fazê-lo sem a permissão das autoridades. As autoridades locais levaram o assunto até ao mais alto cargo administrativo, precisamente aquele que havia proibido Erlo de pregar no seu território. Eles não tinham escolha a não ser respeitar a vontade do falecido e dos seus familiares, dando permissão ao Erlo para somente um dia de pregação. Dias depois, outro homem, com o último desejo igual ao anterior, morreu. O processo começou todo de novo. Novamente, o Erlo recebeu permissão para mais um dia de pregação. Essa coisa rara aconteceu tantas vezes que, dentro de um curto período de tempo, dez pessoas tinham falecido e todos fizeram o mesmo pedido antes de morrerem. Deste modo, Deus superou a proibição e tornou possível que o Evangelho fosse pregado naquele território. As suas bênçãos fluíram e muitos foram salvos. As autoridades acabaram por abrir todo o território ao Erlo e são, hoje, amigos do avivamento e convertidos.

 

  1. Protegidos de Familiares Descrentes

No profeta Miquéias 7:6, lemos: "... os inimigos do homem são os da sua própria casa". O Novo Testamento acrescenta as seguintes palavras em Mat.10: 21, "E o irmão entregará à morte o irmão; e o pai ao filho; e os filhos se levantarão contra os pais e os matarão". O Evangelho discerne entre os espíritos e isto acontece em todas as nações.

Enquanto escrevia este capítulo, um ministro de uma igreja em Mosbach pediu oração a favor de uma menina católica. A Birgit, de dezesseis anos de idade, foi convertida e quis ser batizada em uma congregação evangélica. Seus pais católicos colocaram-na sob prisão domiciliar e impedem-na de ir ao culto para ser batizada. Eles fizeram saber ao pastor que, nesta era de ecumenismo, não podem existir coisas como seduzir alguém para outras igrejas. Esta resposta revela o caráter tanto do ecumenismo como da Igreja Católica. Nem sabem o que é a conversão e o avivamento.

Agora, vamos para um caso de uma Cristã Zulu, uma menina de dezessete anos de idade, que vinha participando de uma igreja Cristã desde 1968, mas, não havia recebido nenhum pão espiritual. Um dia, ela foi convidada para as reuniões que o Erlo estava assegurando na área e encontrou Jesus. Sua mãe e seus dois irmãos mais velhos, porém, não lhe permitiam participar dos cultos. Ela apanhava caso o fizesse. Um dia, um irmão chicoteou-a com um chicote de couro de hipopótamo e, outro dia, com um bastão, para tentar expulsar a fé Cristã dela. Ela ficou tão maltratada que ainda hoje tem cicatrizes. A mãe até tentou estrangulá-la. Apesar de muito testada e afligida, ela disse: "Eu não vou abandonar Jesus". A sua mãe obrigou-a a optar entre abandonar os cultos ou sair de casa. Uma vez mais, ela manteve-se fiel ao seu Senhor. Sua mãe rasgou as roupas do corpo da filha e expulsou-a de casa, nua.

Ela fugiu para uma casa vizinha, mas, voltou vestida com um pano. Foi dizer adeus à mãe e disse: "Mesmo que me odeie, eu vou continuar amando a senhora". Então, ela deixou a sua aldeia e a sua casa por muito tempo.

Após isso, a sua mãe adoeceu. A filha encontrou emprego e com o dinheiro que ganhou, sustentou a família durante meses, vencendo-os para Cristo com isso. Sua mãe já é Cristã e um de seus irmãos frequenta os cultos.

Esta jovem Cristã venceu o ódio com amor.

 

  1. Protegidas dos Maridos

Duas mulheres de Tuguela Ferry converteram-se ao Senhor. Os seus maridos, os quais trabalhavam em Johanesburgo, foram informados disso. Ambos reagiram com ameaças: "Quando chegarmos em casa, vamos expulsar à paulada essa fé dos brancos de dentro de vocês!" As mulheres ficaram com medo e perguntaram ao seu conselheiro o que fazer. Ele encorajou-os a não terem medo, que Jesus iria protegê-las.

Quando os maridos chegaram a casa, em Tuguela Ferry, encontraram as mulheres transformadas, honrando-os e já não eram como sempre foram antes. Elas tratavam seus maridos como reis. Anteriormente, elas levavam água fria para lavarem os pés, agora traziam água quentinha. A ira deles desapareceu muito rapidamente, depois que chegaram a casa.

Os amigos deles perto de casa, amigos de bebida, perguntaram: "Conseguiram expulsar a religião dos brancos para fora delas?" Um dos homens respondeu: "Se o Deus dos brancos pode fazer algo assim na vida das nossas mulheres, então não temos nada contra Ele".  E contaram tudo sobre as grandes mudanças que ocorreram em suas esposas.

Pouco antes de voltarem para Johanesburgo, disseram, "Nós não vos proibimos de ir à igreja. Vocês podem continuar com esse Evangelho vivo". Não só os seus maridos, mas, seus pais e outros foram ganhos pelo Evangelho através desta mudança em suas vidas.

Uma mulher pagã passou a acreditar em Jesus após a perda de seu primeiro filho. Logo de seguida, deu à luz outra criança. Quando seu segundo filho tinha três anos, o marido exigiu que ela voltasse para o paganismo. Ele proibiu-a de frequentar os cultos e as reuniões com os Cristãos. Então, ele trouxe ídolos e oferendas para os ancestrais, para que os espíritos dos antepassados ​abençoassem seu filho. Vestiu a criança com roupas pagãs, com peles. Dois meses depois, a criança morreu. O pai pagão ficou tão chocado que permitiu que sua esposa fosse assistir os cultos novamente.

Então, tiveram mais três filhos, todos saudáveis​​.

 

  1. Protegida Contra Gângsteres

Uma mulher Zulu, com o nome de Esther, vivia em Johanesburgo e ouviu o Evangelho pela primeira vez. No entanto, ela não concertou a sua vida porque trabalhava em conjunto com os gângsteres que traficavam diamantes. Ela era a tradutora. Eles usavam o seguinte esquema: vendiam os diamantes a alguém, mas, logo que tinham o dinheiro em suas mãos, fugiam com o dinheiro e os diamantes. E traíam as próximas vítimas sempre da mesma maneira.

Um dos cooperadores do Erlo mostrou a Esther o caminho para Jesus. Esther disse que se saísse da quadrilha, iam matá-la porque ela sabia demais. O cooperador encorajou-a e disse-lhe: "Esther, é melhor sermos baleados que abandonar o Senhor".  Esther, em seguida, atreveu-se a tomar essa decisão difícil, com os olhos fixos no Senhor.

O chefe de quadrilha veio ter com ela no dia seguinte. Ela estava aterrorizada de medo. Mas, ele foi muito agradável com ela e disse-lhe: "Ester, nós sabemos que você já não quer trabalhar mais conosco. Entregue-me, apenas, todos os documentos!" Esther deu-lhe os documentos, sem uma palavra e, então, ele desapareceu sem danificar um cabelo da sua cabeça.

A história do seu marido é, por si só, intrigante. A conversão de Ester também afetou muito o marido. Ele já tinha tido uma doença pulmonar. Depois de estar doente durante sete anos, ele foi ver um médico e foi radiografado. Foi-lhe dito que seus pulmões estavam completamente livres de tuberculose.

Depois, ele experimentou um segundo milagre. Tal como a sua esposa, ele também esteve envolvido em atividades ilícitas. Ele era um traficante de droga com um longo historial de condenações. Quando foi preso novamente, o magistrado puxou da sua longa lista de condenações anteriores e foi contemplado com um perdão de todas as penas. O Magistrado rasgou o enorme arquivo do seu historial de condenações e disse a Jim: "Vamos começar do zero". Ele não foi parar na cadeia. Só teve que pagar uma multa.

 

  1. Protegidos Contra Magia

Em um lugar chamado Hammersdale, entre Durban e Pietermaritzburg, um jovem apaixonou-se por uma menina que tinha um curandeiro como um namorado. Este feiticeiro lançou uma maldição sobre o seu rival e ele ficou doente. Embora o amante enfeitiçado também fosse pagão, ele clamou ao Senhor.

O Senhor respondeu-lhe em sonho e disse-lhe: "Há um lugar entre Kranskop e Mapumulo e ali é o lugar onde podes receber ajuda".

O homem pagão chegou à delegacia de Kranskop e perguntou onde ficava Kwasizabantu. Foi-lhe mostrado o caminho e lá encontrou o caminho da salvação. Ele confessou seus pecados e, assim, colocou-se sob a proteção de Jesus. O feiticeiro ficou impotente e seu poder foi nulo.

 

  1. As Noras

Uma mulher pagã de um Kraal grande com 18 cabanas veio ao Senhor. Sua vida ficou tão transformada que, depois de algum tempo, as suas noras vieram dizer-lhe: "A sua vida e fé é uma grande atração para nós. Gostaríamos de nos tornar Cristãs".

Ambas as noras pertenciam ao mesmo o filho, o filho desta mãe convertida. Depois de ouvir falar das suas conversões, ele ficou furioso. Ele escreveu para sua mãe dizendo que viria e expulsaria esta nova fé de dentro delas. E caso não desistissem da fé ainda assim, ele as expulsaria de casa.

Depois de receber a carta, a mãe foi a Kwasizabantu para orar e jejuar durante três semanas. Após esse período, foi para casa e disse: "Deus ouviu as minhas orações". Quando o filho chegou de Johanesburgo, a raiva já tinha diminuído. Ele disse-lhes: "Depois de escrever esta carta, o meu ódio contra os Cristãos desapareceu. Agora eu tenho uma atitude diferente".

Ele deu quarenta Rands a cada uma (à mãe e às duas esposas) e enviou-as para a cidade. "Vão comprar algumas roupas", disse ele. "Eu também quero que vocês continuem com este novo Evangelho e já não estão autorizadas a participar das festas pagãs. Se vocês não forem fiéis a este novo Evangelho, expulso-vos de casa".

Esse homem, mais tarde, veio a Kwasizabantu com ambas as esposas e entregou a sua vida a Jesus. Ele também pediu ao Erlo para interceder em oração por suas esposas, porque elas sempre tiveram abortos espontâneos. Pouco tempo depois, uma delas teve uma criança enorme, forte e saudável. A outra ainda não teve filhos. Esta é uma história ainda muito recente.

Desde a sua conversão, este homem tem apoiado muito as suas esposas e mãe e dá-lhes mais dinheiro do que nunca. A família toda frequentará os cultos em Abril de 1976 para preparação para o batismo. Eles pretendem ser batizados em breve.

Então, o Senhor, mais uma vez, fez um "Paulo" de um "Saulo".

 

  1. Os Anjos Vigiam

Em Hebreus 1:14 está escrito: "Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?" Eu acredito em anjos da guarda. Eu tenho ouvido muitas histórias sobre os anjos nos campos de missionários.

Mas, deixe-me primeiro contar uma história da Alemanha. Eu ainda era um jovem pastor e estava em Hornberg, na Floresta Negra. Esta congregação foi o meu primeiro amor. Eu amava a Floresta Negra e, devido a isso, quase me tornei um fanático da natureza.

Cuidar de todo o povo de 146 fazendas na Floresta Negra não era uma obrigação para mim e, antes, um prazer para mim. Eu devo gratidão ao Bispo regional Kühlewein, que me colocou neste lugar maravilhoso para ajudar o seu filho espiritual.

Nas trilhas desta grande ‘paróquia’ passava, muitas vezes, por Huberfelsen. Essas rochas têm uma história rica. Uma noite, a história recorda, alguns jovens esperavam, em emboscada, o ministro da congregação, o pastor Blum. Eles pretendiam bater-lhe com paus e, para esse efeito, escolheram aquelas rochas para se esconderem e o emboscarem. Quando o Pastor Blum chegou, ele cumprimentou os jovens. Nenhum deles respondeu e nem se mexeram. Quando voltava para casa pelo mesmo caminho, os homens ainda estavam lá com seus paus. Aconteceu a mesma coisa, pelo que o Pastor Blum disse: "Já é hora de irem para casa".

Três meses depois, o pastor Blum foi chamado para Prechtal, ao leito de morte de um dos jovens. Esse jovem confessou que ele e seus amigos tinham a intenção de espancá-lo em Huberfelsen, mas, eles viram uma figura branca caminhando ao lado dele. Além disso, eles ficaram completamente paralisados. Então, eles planejavam fazê-lo quando voltasse. A mesma coisa aconteceu. A figura branca estendeu as mãos sobre a cabeça do Pastor Blum e eles ficaram novamente paralisados.

Esta é uma das muitas provas da existência de anjos da guarda. Eu também poderia citar aqui vários incidentes pessoais, mas, eu não acho que seria adequado sujeitar-me ao escárnio dos teólogos racionalistas.

Apenas mais um exemplo da China. Antes que Mao assumisse o poder na China, as gangues invadiam tudo e aterrorizavam a população e as estações missionárias. Um dia, uma pequena cidade na província Kweichow foi cercada. Na missão, os fiéis estavam de joelhos pedindo a Deus para protegê-los. Depois de alguns dias, as gangues deixaram o lugar sem prejudicá-los. Meses depois, os missionários ouviram de um homem que havia desertado da gangue qual a razão por que se haviam retirado. A cidade inteira tinha sido cercada por uma ou duas fileiras de "soldados brancos". As gangues acreditaram serem soldados ocidentais, razão pela qual não se atreveram a atacar. Sabemos quem os "soldados brancos" eram. Eles eram mensageiros de Deus, enviados para proteger aqueles que pediram proteção.

Agora, a experiência é do Erlo. A equipe estava realizando uma cruzada com a tenda em Ladysmith (KwaZulu-Natal). Muitas meninas foram convertidas, denunciando e confessando seus relacionamentos impuros. Os homens em questão, namorados e amantes delas, ficaram muito irritados e tinham a intenção de se vingarem. Eles pretendiam chegar à noite e rasgar a tenda. Quando chegaram, a tenda toda estava cercada por soldados. Os homens fugiram de imediato. O Erlo e a equipe não haviam pedido soldados e nem tinham visto um sequer.

Aqui existe uma semelhança com a experiência do Pastor Blum. Sob a pregação do Pastor Blum, havia garotas que se arrependeram e se entregaram ao Salvador. A partir daquele momento, elas iam para os estudos bíblicos em vez de visitarem os namorados. Em Prechtal, na Floresta Negra e em Ladysmith, a razão para a vingança era a mesma.

Em Is.37:35 o Senhor diz: "Porque eu ampararei esta cidade, para livrá-la, por amor de mim e por amor do meu servo Davi". Em Sal.91:14, lemos palavras que me ajudaram muitas vezes: "Pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o Meu nome".

 

O SENHOR DA SANTIDADE

Esta é possivelmente a declaração mais surpreendente na Bíblia: "Sereis santos, porque eu, o Senhor teu Deus, sou santo". (Levítico 19:2) O Novo Testamento complementa esta afirmação com as palavras: "É uma coisa terrível cair nas mãos do Deus vivo". (Hebreus 10:31)

Como vivemos, nós pecadores, na presença do Deus Santo? "Porque o Senhor teu Deus é um fogo consumidor". (Deut.4:24)

No avivamento Zulu, a santidade de Deus tem-se tornado, com frequência, assustadoramente evidente.

Aqui estão alguns exemplos:

 

  1. Kista Pillay

As testemunhas dos seguintes casos são o Erlo e a irmã Käthe de Gödenstorf, na Alemanha.

Kista tinha sido um membro da polícia secreta em Pietermaritzburg, mas, foi transferido para Benoni, perto de Johanesburgo. Sua mãe pediu encarecidamente: "Volte. Em Johanesburgo você será morto". Num primeiro momento, resistiu por causa da sua boa posição, mas, por fim, deixou a polícia e voltou a Pietermaritzburg. A insistência de sua mãe ganhou a batalha.

Kista encontrou um emprego em um hotel onde as mercadorias tinham de ser protegidas por causa dos ladrões. Em sua primeira semana de trabalho, houve um caso de roubo e outro na segunda semana. O gerente chamou-o e ameaçou demiti-lo se não parassem os roubos. Kista pediu mais uma chance. "Eu sou inocente. Eu vou encontrar o ladrão", disse ele. Na terceira semana, houve outro roubo, mas, desta vez ele apanhou o ladrão. Era um Zulu e Kista bateu-lhe e arrastou-o até ao gerente, que o demitiu de imediato. No entanto, o Zulu apanhado era um feiticeiro e isso causou uma sequela ruim.

Kista, um indiano, teve muitos problemas a partir deste dia. Durante a noite, ele apanhava surras de forças invisíveis. Uma noite, houve um barulho no telhado e Kista saiu para investigar. Como não voltou, sua esposa saiu pela porta dos fundos para a casa dos seus pais, os quais moravam na vizinhança. Eles vieram todos e encontraram-no inconsciente em frente à porta. Daquele momento em diante, tornou-se incapaz de manter qualquer alimento no estômago e vomitava constantemente. Durante os oito meses seguintes, ele só podia alimentar-se de líquidos. Noite após noite, ele era espancado por esses poderes invisíveis. Muitos médicos foram consultados, entre eles cinco especialistas – mas, não encontraram nada de errado nele.

Permitam-me mencionar, a propósito, que eu tenho registo de muitos desses casos nos meus livros. Isso são fenômenos chamados ‘feitiçaria de perseguição’. Os racionalistas riem sobre isso, mas, eles também riem dos Cristãos que sabem da existência do diabo. Um dia, o riso deles vai desaparecer, quando reconhecerem a realidade da existência daquilo que haviam negado. Seria melhor arrependerem-se enquanto há tempo.

Depois de todas essas visitações terríveis, um famoso médico da Cidade do Cabo veio ver Kista e disse-lhe presunçosamente: "Se eu não posso te ajudar, então ninguém pode." O Indiano respondeu: "Eu, no entanto, já ouvi falar de alguém que pode ajudar quando todos os médicos falharam". "Quem é esse?" perguntou o médico. Kista respondeu: "É Jesus, o Deus dos Cristãos. Ele pode ajudar". O médico rejeitou a possibilidade, dizendo que não acreditava nessas coisas. "Essa é a razão porque você não me pode ajudar", disse Kista, que já estava em "pele e osso". O famoso médico, por fim, também chegou ao fim das suas forças e capacidades.

Neste estado, conheceu a irmã Käthe, que o aconselhou a ir para o hospital em Kwasizabantu. Kista concordou em ser levado para lá. Quando a esposa ouviu isso, ela implorou-lhe para abandonar a ideia. Ela procurou um templo hindu e perguntou a um vidente o que ela deveria fazer. O bruxo avisou: "Se o seu marido for para lá hoje, amanhã será um homem morto".

A profecia não se cumpriu. Kista chegou a Kwasizabantu e não morreu! No entanto, neste lugar de oração, a assombração continuou - o barulho no telhado, o bater na porta, o pé no corredor, o roçar nas janelas e as surras por forças invisíveis. Mas, foi-lhe mostrado o caminho para Jesus e estava disposto a segui-lo. Então, o milagre aconteceu. Pela primeira vez em oito meses, foi capaz de ingerir alimentos sólidos e mantê-los no estômago.

Mas os ataques continuaram. O Erlo falou com ele e perguntou: "Você ainda tem coisas ocultas em sua vida das quais não está disposto a separar-se?" Ele disse não lembrar-se de mais nada.Ouvir

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Uma noite, Kista foi ao banheiro. Numa esquina do corredor, viu uma pequena mesa com uma Bíblia sobre ela. Ao virar da esquina, ele viu um espírito parecido com o feiticeiro Zulu. A aparição falou-lhe: "Você pensou que poderia escapar de mim, mas, tenho-o seguido até aqui. Você nunca terá como escapar do meu poder". Kista não sabia o que fazer. Então, ele pegou na Bíblia e segurou-a para o espírito e ele fugiu imediatamente.

Os ataques continuaram e, novamente, o Erlo perguntou-lhe: "Deve haver algo que dá uma porta ao inimigo em sua vida!" Kista respondeu: "Não sei de nada." Então, Erlo cheirou o fumo de cigarro e perguntou-lhe: "Você fuma? Kista respondeu: “Sim, mas isso é errado? Se é, vou parar com isso imediatamente”.

Kista arrependeu-se e parou de fumar. Todos os ataques pararam.

Gostaria de fazer um comentário aqui. Muitos Cristãos na Europa e América do Norte irão pensar que isto é um exagero - que o tabagismo não deve ser uma coisa tão má assim, capaz de tornar alguém um alvo fácil para o inimigo. Alguns ainda refutam isso dizendo que alguns homens de Deus bem conhecidos eram tabagistas. Eu sei disso. Em áreas de avivamento onde a santidade de Deus é tão profunda e manifesta, os maus hábitos, considerados simplesmente como pequenas fraquezas em outros continentes, são mostrados como iniquidades sérias. Serem mornos e cheios de prontidão para contemporizar, aceitar ou condescender, é uma das razões por que o Senhor não pode conceder avivamento entre os Cristãos na Europa.

Voltemos para Kista! Satanás atacou-o mais uma vez muito ferozmente. Uma noite, um cavalheiro elegantemente vestido entrou em seu quarto, sentou-se na cabeceira e ofereceu-lhe um cigarro.

Ele se recusou e disse ao "cavalheiro": "Não, eu não fumo mais!" "Não há nada errado nisto. Se eu fumo, pode fumar também!".

Kista respondeu: "Você fuma porque você não é um crente. Eu não fumo porque eu pertenço a Jesus!"

Então, o senhor “elegante” começou a espancá-lo violentamente. Kista pensa que o espancamento deve ter durado umas 3 a 4 horas. Por fim, Kista estava sobre o seu estômago, orando: "Senhor Jesus, Tu me purificaste. Por favor, coloca-me sob a proteção do Teu sangue".

Naquele momento, o visitante fugiu em direção à porta. Kista viu-o saindo e notou que tinha uma longa cauda. Daquele dia em diante, teve paz. Voltou para casa, para Pietermaritzburg e deu testemunho de Jesus para seus parentes hindus. Muitos foram convertidos e vieram ao Erlo para aconselhamento.

Alguns meses depois, o Erlo perguntou à irmã Käthe como Kista se estava comportando. Ela disse que havia algo de errado na vida de Kista. Estava tudo como antes, quando não era capaz de manter a comida no estômago. Ela disse que queria visitá-lo.

A irmã Käthe visitou Kista. Quando ele a viu, atirou fora o cigarro que estava fumando muito rapidamente. Estava em estado crítico. Ela falou em linguagem simples e disse: "Kista, você pensou que poderia enganar Deus. Ora, o Senhor está chamando de novo. Você não quer voltar para Kwasizabantu? Vou perguntar ao pastor Erlo se pode recebê-lo de volta após este retrocesso para o pecado". Kista concordou.

Então, a Irmã Käthe ligou ao Erlo e perguntou se Kista poderia vir para a missão. "Desde que esteja vivo", o Erlo respondeu, "ainda há tempo para se arrepender e voltar para Deus." A Irmã Käthe transmitiu a mensagem a Kista e apontou um dia para buscá-lo. Quando ela chegou, no dia marcado, o apartamento de Kista estava trancado. Os indianos, geralmente, trancam as suas casas com um cadeado do lado de fora, mas, porque não havia cadeado do lado de fora, só podia supor que ele tinha mudado de ideia e trancado a porta por dentro. Ninguém respondeu. Todas as chamadas e batidas na porta foram em vão.

O Erlo logo teve que viajar para a Europa. A condição de Kista piorou e ele morreu enquanto o Erlo ainda estava no exterior. Kista havia perdido a sua oportunidade!

Em avivamentos, as bênçãos de Deus são gloriosas, mas, os seus juízos são temíveis.

Em Mal.1:14, o Senhor diz: "O meu nome é temível entre os gentios". Ele, às vezes, também é terrível entre os apóstatas (aqueles que caem).

 

  1. Os Apóstatas

Em Tuguela Ferry, um feiticeiro cego foi curado. Após a cura, ele partiu para as montanhas para recolher ervas (para a feitiçaria). Enquanto estava cavando raízes no solo, seus olhos foram novamente fechados. Ele não conseguia voltar para casa sozinho porque não conseguia ver mais nada. Então, começou a gritar chamando, em alta voz, alguém para ajudá-lo. Os seus gritos foram ouvidos e fizeram-no descer da montanha. Ele percebeu que, com Deus, não se zomba. Ele voltou para os Cristãos e pediu oração, mas, nunca mais foi curado.

Pode haver algum mal-entendido sobre o uso errado de ervas. O feiticeiro Zulu, no entanto, combina muitas práticas mágicas com o uso de ervas. Quando este curandeiro voltou para as suas práticas anteriores, também voltou a sua cegueira.

Um homem idoso tinha as pernas aleijadas e tortas. O único meio de se movimentar era através do uso das mãos, elevando-se numa posição sentada e caminhando com as mãos. Ele confessou seus pecados e recebeu oração. Logo de seguida, as suas pernas endireitaram-se e ele voltou para casa no dia seguinte. Quando os parentes pagãos viram o milagre, eles sugeriram que se oferece uma vaca para os antepassados ​​como forma de agradecimento. O homem curado concordou. Enquanto isso estava sendo feito, ele ficou paralisado novamente e, algum tempo depois, morreu.

Uma mulher alcoólica encontrou o Senhor. Após um tempo, ela tornou-se ociosa e morna em sua vida Cristã. Ficou gravemente doente e consultou médicos e curandeiros, mas, ninguém foi capaz de ajudá-la. Em seguida, ela mandou chamar um evangelista e um dos cooperadores do Erlo veio. A sua intenção era confessar os seus pecados, mas, cada vez que tentava confessar diante do cooperador, uma mão invisível parecia estrangulá-la. Ela era capaz de dizer qualquer outra coisa, sem entraves, mas, no momento em que tentava confessar os seus pecados, era incapaz de falar. A mão invisível estrangulou-a, impedindo-a de respirar corretamente. Ela morreu sem conseguir colocar a sua vida em ordem.

Um epiléptico veio ao Senhor e ficou completamente curado. Ele tornou-se um testemunho vivo de Jesus, completamente transformado e perguntou se poderia trabalhar em Kwasizabantu. Mais tarde, desviou-se. Um Domingo à tarde, voltou bêbado para casa e, logo de seguida, os seus ataques recomeçaram. As orações da equipe, desta vez, não conseguiram nada. O epiléptico caiu inconsciente e morreu dois dias depois.

Os desviados são um problema sério para os conselheiros. Eu mesmo tento, muitas vezes, destacar e mostrar a misericórdia de Deus para os Cristãos caídos. Eu uso principalmente duas passagens bíblicas:

Jeremias 3:22: " Voltai, ó filhos rebeldes, Eu curarei as vossas rebeliões".

Oséias 14:04: "Eu sararei a sua infidelidade, Eu voluntariamente os amarei".

Ambos os textos mencionam que o infiel pode voltar para o Senhor, algo que eu também já vi acontecendo. Há aqueles que conseguiram retornar.

Por outro lado, observa-se muitas vezes que nos avivamentos prevalecem padrões mais altos. Quando a glória de Deus é tão poderosamente revelada e os pecadores perdidos são libertos, os cegos veem, os coxos andam e os leprosos são limpos, então, a santidade de Deus e Sua manifestação assumem novas dimensões. Isto foi assim no avivamento da Indonésia e é também assim no avivamento entre os Zulus.

 

  1. Meio Gás (Coração Dividido)

Uma bruxa foi levada para Kwasizabantu. Ela havia perdido a cabeça e ela enfureceu-se e gritou. Não ficou claro se ela estava louca ou possuída. Ela foi trancada em um quarto sozinha, mas, os seus gritos podiam ser ouvidos desde longe. Batia nas paredes e tentava mesmo escalá-las. A comida que lhe era trazida era lançada de volta de modo que seu quarto logo ficou parecendo um chiqueiro.

Depois que a equipe intercedeu por ela em oração, sua condição melhorou e possível falar com ela. Ela foi aconselhada e colocou a sua vida em ordem com Deus. Quando viu as paredes sujas, perguntou: "Fui eu que fiz isso? Como fui capaz de fazer uma coisa dessas? Podem dar-me água, sabão e uma escova para que eu limpar toda a sujeira?" Ela começou a limpar e a esfregar as paredes.

Ela estava disposta a queimar seus fetiches e amuletos de feitiçaria, mas, houve uma coisa da qual não quis separar-se. Era algo muito importante para ela. "Eu não posso desistir disso", disse ela, "é muito precioso para mim!" O que aconteceu? Sua condição piorou, ficou pior do que nunca e foi levada de Kwasizabantu nesse estado.

Entregando noventa por cento da vida a Jesus não é nada mais que uma rejeição completa d’Ele.

 

  1. Poder Perdido

Esta é a história de dois Cristãos:

Um fazendeiro convertido tinha boas qualidades e dom para aconselhamento. Muitos encontraram o Senhor Jesus através do seu testemunho. Um dia, ele veio falar com o Erlo, chorando. Disse: "Já não consigo levar alguém ao Senhor há últimas duas semanas. Há algo de errado em minha vida. O diabo está conseguindo obter vitória sobre a minha vida". Ele confessou os seus pecados e recebeu a paz e o perdão novamente. Quando voltou para casa, naquela noite, havia gente esperando para ser aconselhada. Ele perguntou por quem estavam esperando e por que razão estavam ali. "Queremos colocar a nossa vida em ordem com Deus", disseram eles. A partir do momento que o fazendeiro colocou a sua vida em ordem diante de Deus, o Espírito Santo começou a trabalhar novamente. Deus retira as suas bênçãos quando algo não está como deveria estar. Mesmo uma pequena infidelidade fará com que o Seu poder seja estancado.

Um Cristão branco era abençoado em seu trabalho para o Senhor. Levava pessoas ao Senhor diariamente. De repente, foi como se tudo tivesse sido cortado. Nem uma pessoa chegou para aconselhamento em três meses. Até mesmo os seus irmãos Cristãos o evitavam. Ele havia pecado em segredo e ninguém sabia disso. Mas, o Espírito de Deus, que enxerga bem em cada canto escuro, tinha-se retirado. O irmão suplicou durante três meses, de joelhos, pedindo a Deus o Seu perdão. Três ou quatro vezes, ele confessou o pecado ao Senhor: "Senhor, perdoa-me sem dizer nada a ninguém. O que vão pensar de mim se eu contar o que eu fiz?" Mas, o Espírito de Deus não operava mais e o irmão não encontrou paz.

Por fim, ele disse ao Senhor: "Senhor, mesmo que eu perca a minha posição, não posso continuar assim. Preciso de paz no meu coração". Ele foi falar com o Erlo e confessou seus pecados secretos. Então, perguntou: "Eu tenho que parar com meu ministério?" Erlo respondeu: "Aquele que confessa e se arrepende do seu pecado, recebe o perdão do Senhor. E se o Senhor perdoa, eu também perdoo". O irmão seguiu o seu caminho para casa com o coração leve e alegre. Quando chegou a casa, encontrou três pessoas esperando por ele. Ao perguntar o que desejavam, disseram que os seus pecados os afligiam e que haviam vindo para buscar perdão e paz. Um após outro confessaram os seus pecados e os três foram trazidos ao Senhor. Desde o momento que confessou os seus pecados, rios de água viva começaram a jorrar dele novamente. Só como curiosidade, os três não tinham ideia de quando o irmão iria voltar para casa - eles foram levados pelo Espírito de Deus até casa dele!

Por meio do arrependimento e confissão, voltou o poder perdido!

 

  1. Oportunidade Perdida

Num lugar chamado Ntunjambili, uma mulher ficou tão doente que perdeu a consciência. Quando voltou, ela disse: "Foi-me mostrado que preciso ir para Kwasizabantu para consertar a minha vida. Estou pronta para ir". Seus parentes levaram-na para Kwasizabantu. As coisas melhoraram logo que chegou e, com algum apoio, já era capaz de andar devagar. Sua recuperação evoluiu muito bem e, depois de algumas horas, ninguém percebia que tinha estado gravemente doente. As coisas iam tão bem que foi capaz de sentar-se na cama e conversar. Mas, ela tinha esquecido por que razão havia ido para a missão.

Um cooperador perguntou-lhe se ela gostaria de ser aconselhada antes de orar com ela. "Não", ela disse, "não há nada a confessar". O cooperador exortou-a, dizendo que ela tinha vindo com a finalidade de se arranjar com Deus. Os parentes já haviam contado que a mulher doente tinha dito que desejava ir para a missão com a finalidade de acertar a sua vida com Deus. Mas, ela evitou falar mais sobre isso. Ela disse: "Mas, eu já estou bem".

Uma hora mais tarde, o cooperador informou a equipe que a condição da mulher piorara. A equipe foi vê-la imediatamente e constatou que era verdade. A sua condição exigiu que fosse colocada em uma sala privada.

A mulher doente confessou: "Eu desgarrei-me. Estou perdida e estou em um mundo escuro, cheio de trevas densas. É tão escuro que não consigo descrever como é! Orem por mim!" A equipe orou, mas, não se resolveu nada. O Erlo disse para ela orar. Ela orou a oração do Senhor, o Pai Nosso. Ela gemeu: "Ai de mim, onde estou eu?" Ela agarrou a mão do Erlo e segurou-a firmemente, lamentando-se mais uma vez, "Eu não posso descrever como é terrível esse mundo onde eu estou". Ela continuou orando algumas frases e, em seguida, gritou: "A escuridão é profunda e terrível. Não há ninguém que possa ajudar-me? Deus deu-me a minha chance e eu negligenciei-a".

Todos os cooperadores oraram, mas, sem resultados. A senhora entrou na eternidade sem estar salva.

Em Jó 33:29-30, está escrito: "Eis que tudo isto é obra de Deus, duas e três vezes para com um homem, para desviar a sua alma da perdição e a iluminar com a luz dos viventes".

Nós não sabemos se Deus, anteriormente, concedeu a esta doente mais de uma oportunidade, mas, talvez as condições sejam mais severas em tempos de avivamento. Esta mulher tinha ouvido falar do Evangelho de uma forma poderosa e experimentou a sua cura em Kwasizabantu. Ela teria recebido o perdão de suas culpas e pecados se tão só se tivesse arrependido e confessado os seus pecados.

 

  1. Mandlenkosi

Mandlenkosi era filho de uma mãe crente e um pai ímpio e mau. Quando sua mãe se converteu ao Senhor, seu pai espancou a mulher quase até a morte. Ela ficou deitada no chão, incapaz de andar. À noite, ela conseguiu arrastar-se para a rua para esconder-se no mato. Apesar de toda a oposição e os espancamentos, esta mãe permaneceu fiel ao Senhor. A partir desse momento, tornou-se uma grandiosa guerreira da oração, intercedendo pelos seus filhos e entregando-os aos cuidados do Senhor.

Como criança, Mandlenkosi sentiu-se chamado para o ministério do Senhor. Em suas férias, ele vinha ajudar Erlo.

Um dia, o seu pai disse-lhe: "Ok, você já aprendeu o suficiente. Agora vá para a cidade ganhar a sua vida". Mandlenkosi foi para Durban.

Ele nunca mais voltou a Kwasizabantu. Após dois anos, a sua mãe veio falar com o Erlo, contando que seu filho estava na prisão e pediu-lhe para orar por ele. O que aconteceu?

Mandlenkosi foi involuntariamente arrastado para uma gangue criminosa. Um dia, enquanto estava andando pela rua, um grupo de jovens criminosos pegaram nele e maltrataram-no. Ameaçaram-no e disseram-lhe que se ele não fosse junto com eles, seria morto. Então, perguntaram-lhe se ele tinha um canivete. O líder pegou no canivete e Mandlenkosi seguia atrás.

Pouco depois, os bandidos encontraram uma viúva que não conheciam, a qual acompanhava o seu filho para o trabalho. O líder da gangue usou a faca de Mandlenkosi e esfaqueou o rapaz no coração. Foi um assassinato frio, sem qualquer motivo - apenas por puro desejo de matar. O bando continuou em seu caminho e matou uma segunda pessoa no mesmo dia. O líder ameaçou que, se alguém contasse alguma coisa, seria morto.

Mandlenkosi não reportou o assassinato à polícia, o que teria sido o seu dever, mas, alguém o fez. O grupo inteiro foi preso e condenado à morte por enforcamento. A África do Sul ainda tinha a pena de morte tanto para negros como para brancos.

Os assassinos condenados foram levados da prisão de Durban para Johanesburgo. Lá, tiveram que esperar quase um ano até que a sentença fosse executada. Durante esse tempo, Mandlenkosi encontrou seu caminho de volta para o Senhor. Ele recebeu uma Bíblia que lia fielmente. Ele escreveu uma carta ao Erlo e pediu para ser lida para a congregação inteira.

Quando a sentença foi anunciada, o líder da gangue dizia à quadrilha, "Não chorem! Nós não somos mulheres". Mas, essa coragem desapareceu quando o dia da execução chegou. Um funcionário chegou às suas celas e disse-lhes que seriam enforcados no dia seguinte. Este foi o fim da sua ousadia. Dobraram-se e choraram como crianças pequenas. Só Mandlenkosi ficou confortado.

Um dos cooperadores do Erlo acompanhou Mandlenkosi até ao local de execução. Mandlenkosi cantou enquanto ia para a forca.

O juiz disse que, se não tivesse sido um duplo homicídio e se Mandlenkosi tivesse relatado o crime à polícia, ele teria tido chance de escapar da pena de morte, mas, assim não havia qualquer maneira de livrá-lo da pena de morte.

A carta de Mandlenkosi foi lida pelo Erlo em muitas das congregações. O seu último testemunho foi uma bênção para muitos Cristãos mornos e ociosos. Isto é o que ele escreveu:

"Baba Umfundisi (Pai Pastor) e irmãos em Cristo,

Saúdo-vos em Nome do Senhor Jesus. Agradeço a Deus que, através da misericórdia que Ele me concedeu no final da minha vida, eu pude encontrar meu caminho de volta para Ele e ainda ser chamado de Seu filho.

Agradeço a Ele por esta oportunidade de escrever-vos. Por favor, digam a todos os irmãos e irmãs no Senhor para nunca prometerem nada que não vão cumprir. (Deut.23:21 diz: "Quando fizeres algum voto ao Senhor teu Deus, não tardarás em cumpri-lo; porque o Senhor, teu Deus, certamente o requererá de ti e em ti haverá pecado”).

Eu prometi uma coisa que eu não guardei e é por isso que estou aqui. Eu quero dizer que vocês devem viver para o Senhor. Saúdo a todos vós, pela última vez com a canção seguinte:

Alegrai-vos que somos filhos de Deus,

Nós pertencemos ao Senhor,

Nós temos o testemunho,

Nós Te agradecemos, Pai, por Teu amor,

E porque conhecemos o nosso Salvador.


Irmãos, sigamos em frente,

Para nos encontrarmos com nosso Noivo,

Guiados pelo Espírito Santo,

Nós vamos superar com o Senhor.


É Cristo que venceu a morte,

E derrubou o poder do inferno,

Ele ressuscitou do túmulo, Aleluia!

Todos os ferrolhos foram quebrados.

Por favor, cumprimentem a minha família e digam-lhes para não chorarem porque eu estou indo para casa de meu Pai. Digam aos meus irmãos e irmãs para se converterem e não fazerem como eu fiz. Saudai meu único irmão pequeno - por favor, Umfundisi - diga-lhe que ele precisa viver para Jesus – somente para Ele. Diga às minhas irmãs, meu avô, minha avó, para não chorarem e não se lamentarem por causa da minha morte, porque Deus deu-me outra chance de me arrepender e ser convertido. Eu sou Mandlenkosi (*significa "Força do Senhor")".

Este capítulo revela a santidade de Deus e fala sobre ela. Os exemplos chegados do avivamento entre os Zulus são uma ilustração disso. Estes são exemplos que nos fazem temer pelas nossas vidas. Quantos Cristãos tiveram um bom começo e, depois, ficaram presos a meio caminho, como a mulher de Ntunjambili! Muitos perderam o seu primeiro amor. Outros não estavam dispostos a entregar as suas áreas reservadas e privadas ao Senhor, como a bruxa que não estava disposta a desistir de seu amuleto da sorte favorito. Terminam horrivelmente. Todos estes exemplos devem-nos esclarecer e fazer despertar. Jesus tem acesso a todos os cantinhos dos nossos corações? Jesus é o verdadeiro Senhor, ou vamos decidir e determinar isso por nós mesmos? A carta aos Hebreus (12:14) diz: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor".

Quem pode viver esta vida de santificação? Ninguém! Mas, existe razão para entrarmos em desespero? Não! O misericordioso Senhor preparou um caminho para nós. Lemos em 1Cor.1:30: "Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça e santificação e redenção". Essa é a nossa salvação! Mas, o preço da santificação é muito alto. Ela exige a nossa dedicação total a Ele. Peço, também, a todos os leitores deste livro para orarem por mim, que esta devoção integra me seja concedida a mim também.

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O SENHOR QUE CASTIGA

Muitos têm uma compreensão deficiente de Deus. Isto vem, por exemplo, da expressão "Deus de amor". Nós não temos um Deus apenas amoroso, mas, um santo e justo Deus também. Seus muitos julgamentos e juízos mencionados na Bíblia atestam isso.

Temos um Deus que recompensa, pune e vinga. Mencionarei apenas duas passagens da Bíblia.

Naúm 1:2: "O Senhor é Deus zeloso e vingador; o Senhor é vingador e cheio de furor; o Senhor toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos".

1 Ts. 4:3,6: " Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos".

No avivamento entre os Zulus há exemplos fortes da intervenção de Deus, assim como juízos e julgamentos contra pessoas impenitentes.

 

  1. Juízo Contra Cristãos Nominais

No Outono de 1966, o Erlo pediu que os Cristãos da área orassem por um avivamento. Vinte a trinta pessoas responderam ao pedido e começaram a reunir-se diariamente para orarem.

Outros Cristãos opuseram-se a esses encontros, dando vários motivos para a sua apatia. Eles disseram que estavam satisfeitos com o que tinham. Que mais precisavam?

O Erlo respondeu-lhes: "Vocês não veem que os nossos cultos e as nossas congregações estão sem poder e sem qualquer autoridade espiritual? As pistas de dança, os campos de futebol e o álcool são mais importantes e mais atraentes para os Cristãos que a ação do Espírito Santo".

Seus caminhos separaram-se logo ali. Alguns continuaram a orar fielmente e de forma intensiva por um avivamento, enquanto outros buscavam os seus prazeres mundanos.

Deus não os deixou esperar muito tempo por uma resposta. O grupo que orava experimentou uma bênção espiritual maravilhosa e avivamento, enquanto os outros viram o julgamento de Deus sobre eles. Aqui estão alguns exemplos:

Uma mulher Cristã teve quatro filhas, todas elas filhas ilegítimas.

Outra mulher teve duas filhas e dois casamentos tempestuosos.

Uma mãe pediu ao Erlo para orar por seu filho na cadeia.

O filho de outro Cristão era um bêbado, muitas vezes batendo em sua esposa e filhos, expulsando-os de casa.

Muitas outras coisas ocorreram que não podem ser mencionados aqui.

Um dos Cristãos que desprezou o convite e a mensagem do Erlo teve um filho anormal.

Paulo escreve em Gálatas 6:7 "Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará". O Cristianismo nominal é pior que o paganismo.

 

  1. Juízo Sobre uma Prostituta

Uma jovem foi convertida em 1967. Ela era zelosa na condução de outras pessoas para o Senhor, advertindo-as mesmo a não brincarem com o Senhor na decisão de O seguirem.

No entanto, o seu primeiro amor começou a esfriar e seu zelo diminuiu. Por fim, ela voltou para os pecados do mundo. Tornou-se uma prostituta e viveu uma vida ímpia. Durante nove anos, ela não foi mais vista nos cultos.

Por fim, em Março de 1976, ela veio para Kwasizabantu e assistiu a uma reunião. Mais de mil visitantes estavam presentes. Uma tempestade terrível começou. A garota estava sentada no meio da multidão quando um raio caiu sobre ela, derrubando-a para o chão, lançando-a no corredor inconsciente. Ninguém mais foi atingido. Então, levaram-na para o hospital da missão, onde recuperou a consciência depois de algumas horas. Era incapaz de falar normalmente.

Após mais algumas horas e lentamente, começou a falar. Pediu para falar com o pastor e disse: "Isso aconteceu por causa de mim. Como Paulo foi lançado no chão (At.9), eu também trouxe isto sobre mim, por causa da minha vida pecaminosa".

Uma confissão incrível seguiu-se. O conselheiro disse que não conseguia lembrar-se de ter ouvido uma confissão como aquela em toda a sua vida. Sua vida pecaminosa poderia encher um livro. Um dos lados da moça ainda estava paralisado. Quando o Erlo chegou de um culto em outra área, à noite, ele constatou que havia chovido apenas em Kwasizabantu. Todas as áreas circundantes tiveram um sol radiante e céu azul. Uma Cristã que vivia a três quilômetros de distância dali não se tinha apercebido da tempestade sequer. Parecia ter sido confinada a uma pequena área de Kwasizabantu.

Essa menina que havia sido atingida pelo raio quis falar imediatamente com o Erlo. Ela disse: "Pedi ao Senhor para me perdoar, mas, quero pedir perdão ao pastor Erlo também". O Erlo orou com ela e, com isso, a paralisia lateral desapareceu. Ela também queria falar com a mãe para pedir-lhe perdão, assim como muitos outros contra e com quem havia pecado.

Neste caso, o juízo de Deus foi transformado em um julgamento de misericórdia.

"... Mas, onde o pecado abundou, a graça se fez muito mais abundante" (Rom.5: 20).

Se o Senhor concedeu essa prostituta uma segunda chance, isso não significa que podemos contar com a nossa segunda chance.

"... Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações ..." (Hebreus 3:7-8) "Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus..." (Hebreus 12:15)

 

  1. Juízo sobre um Feiticeiro

Um homem muito velho veio com a esposa para Kwasizabantu. Alguns dos cooperadores informaram o Erlo que um famoso feiticeiro tinha chegado.

O Erlo perguntou ao visitante, "O que o senhor deseja?" Ele respondeu: "Deus enviou-me aqui e disse-me para eu regularizar bem a minha vida antes de morrer".

"Como é que Deus disse isso?"

"Através de um sonho", respondeu o feiticeiro.

O Erlo estava muito ocupado naquele momento, assim, um colega de trabalho mostrou ao idoso o caminho da salvação. Ele prometeu seguir Jesus. O Erlo, em seguida, orou com ele para que fosse liberto dos poderes do mal que ele tinha servido anteriormente.

Na manhã seguinte, o idoso disse que se sentia muito bem e queria ir para casa. O Erlo perguntou se ele não iria ficar mais tempo que o dia que ficou. Respondeu que já tinha alcançado o seu objetivo e não via razão para ficar mais tempo.

Três semanas depois, o Erlo recebeu um telefonema de um médico dizendo que um homem velho estava pedindo para ir para a missão. O Erlo pensava que era uma pessoa idosa sem casa e querendo algum lugar para ficar. Dois dias depois, chegou um carro trazendo o paciente do qual o médico falara. Era o ex-feiticeiro, parecendo um moribundo.

O Erlo perguntou-lhe o que tinha acontecido. Ele respondeu, dizendo, que quando entrou em sua casa, sua doença voltou. Ele pensou que o problema estava na casa. O Erlo disse-lhe: "Eu não acredito nisso. Ou você pecou novamente ou você não confessou tudo da primeira vez. O Espírito Santo mostrou-lhe alguma coisa?" O homem, agora gravemente doente, disse que não sabia de nada. Erlo tornou as muito claras: "Se o senhor não levar o assunto a sério com Deus, eu não vou orar consigo".

O homem doente ficou ali deitado durante cerca de três ou quatro dias sem trazer nada para a luz. Outros colegas falaram com ele, incentivando-o a colocar os seus pecados na luz de imediato, mas, foi tudo em vão. Ele estava duro como uma rocha.

Depois de vários dias, ouviu-se um grito no hospital. Os cooperadores largaram tudo para ver o que estava acontecendo na sala de onde veio o grito. A sala já estava cheia quando os cooperadores chegaram e tiveram de forçar o seu caminho para entrarem. Ali estava o feiticeiro sentado em sua cama, seus olhos enormes e arregalados, como se eles fossem sair da sua cabeça. Era como se ele estivesse vendo algo terrível.

O feiticeiro gritava: "Ai de mim! O sangue clama contra mim. O Senhor Deus diz que a testemunha fiel e verdadeira estava lá quando eu matei o homem!" O Erlo perguntou-lhe o que aquilo significava. Ele não entendia. O homem continuou: "Ai de mim! O sangue clama contra mim". Então, ele mencionou uma segunda pessoa que havia assassinado. E continuou mencionando mais e mais. "Ai de mim! O sangue clama contra mim". Então, ele mencionou todas as mulheres com quem teve relações adúlteras e as garotas que ele havia seduzido. O Erlo tentou acalmá-lo, mas, ele clamava cada vez mais alto, de modo que tiveram de mandar as crianças para fora da sala.

Quando o idoso se acalmou um pouco, o Erlo tentou abordá-lo espiritualmente, citando, "... e o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado". (1 João 1:7) O feiticeiro balançou a cabeça.

Quando o nome da primeira pessoa assassinada tinha sido mencionado, a sua esposa tinha corrido para fora da sala. Mais tarde, ela disse ao Erlo, "Meus irmãos tinham acusado o meu marido de haver matado a pessoa e eu neguei veementemente para defender o meu marido. E agora ele está dizendo que foi ele quem fez isso. O que os meus irmãos irão dizer?"

O velho feiticeiro ainda esteve consciente nos dias que se seguiram. Muitos cooperadores, bem como sua esposa, imploravam-lhe para vir à cruz e pedir perdão a Jesus, mas, ele recusava fazê-lo. Mais e mais confissões explodiam e eram forçadas para fora dele. "Eu ordenhei uma vaca de outra pessoa", admitiu certa vez. Antes de perder a consciência, uma jovem cooperadora veio falar com ele e implorou-lhe para acertar a sua vida com Deus. Quando ela passava perto da sua cama, ele estendeu as mãos para apalpá-la por baixo do vestido. Ela pulou para o lado e disse: "Vovô, o que você está fazendo?" Ele respondeu: "Eu não posso fazer outra coisa. Eu estou entregue ao pecado. Há alguém que me diz: ‘Tome a sua medida completa de pecado’". Pouco antes de morrer, fez uns movimentos com as mãos como se estivesse a enrolar tabaco entre os dedos para fazer feitiçaria. Naturalmente, o Erlo não tem tabaco na sua casa.

Foi com esses gestos que o velho feiticeiro partiu desta vida. As coisas que ele havia escondido e não confessado quando foi aconselhado, aquelas que recusou confessar, eram transmitidas em alta voz para que muitos ouvissem o que ele tinha feito. Ele morreu por causa desses pecados. O tempo de misericórdia e graça tinha passado por ele. Gênesis 4:10 diz: "A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra."

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  1. Juízo Sobre um Pregador

Um homem negro oriundo da Rodésia (atual Zimbábue) era um pregador em KwaZulu-Natal. Seu trabalho na congregação era improdutivo, porque ele próprio não era um crente.

Mas, encontrou o Senhor em 1956 e, a partir desse momento, a sua congregação prosperou. Muitos encontraram o Senhor Jesus por intermédio dele e cativos foram libertos.

Em 1966, esse pregador teve contato com Erlo e participou nas reuniões de oração em Mapumulo. Esse irmão da Rodésia começou, então, a ter uma estranha forma de orar. Ele colocava a cabeça entre os joelhos e rastejava no chão como uma cobra. Até pressionava a cabeça no chão como uma enorme serpente pronta a atacar. Em uma reunião de oração, ele também confessou que tudo estava escuro em torno dele e ele pediu para a orarem por ele.

Após o avivamento ter começado, em 1967, esse pregador Rodesiano atacava fortemente o Erlo e a equipe sempre que podia.

Depois de um tempo, o motivo da maneira estranha como orava este pregador ficou esclarecido. Ele disse à esposa que seu avô tinha sido um feiticeiro conhecido, o qual sabia logo no início de cada dia as coisas que aconteceriam durante o dia. O pai dele também foi feiticeiro. Como jovem rapaz, carregava a sacola do seu pai com todos os encantos e fetiches, principalmente quando estavam caçando cobras. Seu pai tinha desenvolvido um sistema de captura de cobras vivas enormes. Ele usava uma gaiola longa que afunilava no final. O piso da gaiola tinha lâminas de barbear viradas para cima. No fundo da gaiola, eles colocavam a isca. A serpente rasteja em direção à isca e feria-se nas lâminas de barbear. O pai, então, pegava na cabeça da serpente e, o rapaz, na cauda. ​​De seguida, arrastavam a cobra até casa para fazerem os seus feitiços e poções. Este feitiço com cobras era, muito provavelmente, a razão para os métodos de oração estranha do pregador.

Certo dia, no café da manhã, ele disse à esposa que tinha sonhado com o seu avô e que ele ansiava ver o seu país de origem novamente, a Rodésia. Ele também queria parar de pregar e ganhar dinheiro dirigindo tratores. Sua esposa respondeu: "Eu não concordo com tudo isso - você disse que Deus o chamou para pregar".

A partir daquele dia, o pregador fazia oposição à obra de Deus. Eventualmente, quando o fogo de Deus o apanhou de surpresa, ele disse: "A minha consciência queima-me como um ferro em brasa. Não há mais perdão para mim".

Alguns dias depois, esse pregador enforcou-se numa árvore.

A sua congregação ficou arrasada quando isso aconteceu - o pastor tomando a sua própria vida e chegar a tal fim, um homem que levara muitos a Jesus. Muitos tropeçaram e entraram na dúvida por causa disso.

Sua esposa, que mais tarde foi aconselhada pelo Erlo, revelou muitas coisas escondidas e imundas da vida do marido. Tinha-se tornado um opositor do avivamento e falava mal dos irmãos por trás deles.

O destino desse pregador pode ser largamente explicado pela feitiçaria praticada por seu pai e avô. As coisas mais terríveis ocorrem aos descendentes de famílias nas quais a bruxaria tenha sido praticada. Naturalmente, este homem tinha uma grande responsabilidade e culpa, pois, sempre criticou o avivamento.

Há três coisas que levaram a este suicídio: A bruxaria dos antepassados, a oposição ao trabalho do Espírito Santo no avivamento e os seus motivos impuros no ministério do Altíssimo.

Mas, vamos evitar atirar pedras. Não somos autorizados a julgar!

"E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo" (João 5:22)

 

O SENHOR QUE PROVIDENCIA

O rei Davi tinha uma regra de ouro a respeito da provisão de Deus - "Lança o teu cuidado sobre o Senhor e ele te susterá; não permitirá, jamais, que o justo seja abalado" (Sal.55:22).

Não existe tal coisa como uma vida sem realidade e, por isso, existe verdadeiramente uma vida de fé autêntica. Alguns meses atrás eu recebi uma carta que dizia o seguinte:

Uma senhora doente aproximou-se de um pregador curandeiro (‘evangélico’) conhecido, por causa da sua enfermidade. Não vou mencionar o seu nome para envergonhá-lo ou desmascará-lo, mas, ele tem causado grandes estragos ao Reino de Deus. A senhora que escreveu a carta pede oração, porque ela sofre de uma doença crônica. Ela recebeu uma carta da esposa ou a mãe deste extremista, pedindo o pagamento de 500 marcos alemães*, quantia sobre a qual ela faria uma  oração para a cura da senhora. (*Na Alemanha, ainda eram Marcos e não Euros)

Isto não é uma vida de fé, mas "supondo que a piedade é motivo para o ganho" (1 Tim.6: 5).

Há, também, outras formas de coletas e de ofertas. Na minha turnê de palestras na Flórida, um pastor bem conhecido, em cuja igreja eu pregava, disse que nunca mais traria o JW para pregar novamente. Este homem pregava 45 minutos sobre ofertas e 15 minutos sobre a Palavra de Deus. Pode ser que seja um exagero, mas, é típico deste tipo de evangelistas de quem tenho ouvido falar em muitos lugares.

Existem outros métodos, como anunciar uma quantidade mínima para colocar no prato da coleta. Eu estava presente quando a coleta foi feita em um culto em Pacific Palisade (Califórnia), onde as pessoas eram encorajadas a não dar menos de 10 dólares.

O Erlo não fala de dinheiro, sequer. Aliás, nem pensa em dinheiro - ele procura almas. Esta é, certamente, uma das razões pelas quais muitos se voltam para o Senhor em suas reuniões e pregações. O Senhor tem suprido tudo que é necessário para centenas de pessoas terem o suficiente para as suas necessidades diárias. Em reuniões de jovens que podem estar facilmente até 1.000 jovens (atualmente 7 a 10 mil) e em conferências ainda maiores mais pessoas sentam-se à mesa para as refeições e todos são totalmente satisfeitos.

Aqueles que se aventuram na fé fazendo a vontade de Deus experimentam que, às vezes, as coisas ficam apertadas, mas, no final veem a plenitude de suas maravilhas. Eu já experimentei algo assim, também.

Foi muito difícil obter informações do Erlo sobre a forma como essa grande obra é financiada e executada.

Tentei de tudo, durante duas semanas e meia, para descobrir. No final, ele enviou alguns colegas de trabalho para me darem alguma informação. Eles disseram: "Você é o primeiro visitante a receber essa informação".

 

  1. Camas para o Hospital do Erlo

Antes de partir para a África do Sul, em Março de 1976, para uma visita ao Erlo, eu tive o meu primeiro exemplo de como o Senhor provê. Na tarde de quinta-feira, 18 de Marco de 1976, viajei para Frankfurt para voar com a Lufthansa para Johanesburgo e, de seguida, para Durban. Algumas horas antes do meu voo, um mensageiro trouxe-me mil marcos alemães em dinheiro de um irmão E., em Frankfurt. Eu sabia que esse dinheiro deveria ser utilizado para a missão do Erlo. Levei-o e dei-o ao Erlo. Alguém pode citar a passagem bíblica em Mat.6:3: "Não deixe que sua mão esquerda saiba o que sua mão direita está fazendo", mas, esta passagem não se encaixa neste caso porque eu não era o dador, apenas o portador. Mais tarde, eu percebi como essa doação se encaixava no planejamento do Senhor.

Na segunda semana da minha permanência, Friedel, o irmão do Erlo, mencionou que um hospital em Dundee estava vendendo camas de hospital a bom preço e que ele queria ir ver. Eram uma necessidade urgente para o hospital da missão. O Friedel partiu e voltou com 20 camas hospitalares pelo preço equivalente a mil marcos alemães.

Mas, isso é apenas metade da história. O Erlo disse-me que alguns muçulmanos de Durban estavam visitando a missão. Alguns até vieram para aconselhamento. Quando viram a missão e o trabalho que Deus estava fazendo, eles enviaram 48 colchões novos de Durban.

Ainda sobre o tema do hospital, aqui estão alguns outros fatos: No início do trabalho missionário, os seus inimigos afirmavam que os missionários só queriam o dinheiro do povo. O Erlo, por assim dizer, tirou o vento das velas dos seus barquinhos de crítica porque nunca pede e nunca pediu doações. Então, os religiosos mudaram o discurso, arranjando um novo: diziam que os visitantes só vinham a serem alimentados e regados com ‘amor’. Satanás encontrará sempre ajudantes para apontar dardos aos mensageiros de Cristo com a intenção de envenenar e desmotivar aqueles que se desejam salvar.

Depois de se haverem estabelecido em Kwasizabantu e construído o hospital, os Cristãos negros disseram ao Erlo, "O senhor só prega e dá aconselhamento - nós cuidaremos do alimento". O Erlo perguntou-lhes: "Vocês sabem o que significa alimentar centenas de pessoas por dia?" Os amigos negros do Erlo responderam entristecidos com a sua observação: "Será que Jesus não sabe disso?"

O hospital está em funcionamento desde 1970. Muitas vezes, a fé dos Cristãos negros foi posta à prova, mas, nunca saiu desapontada.

De quanto será a conta quando um paciente saudável, de corpo, alma e de espírito tem alta e deixa hospital?

Consultas médicas               0.00

Laboratório                          0.00   

Medicação                                        0.00

Despesas Hospitalares        0.00

Total                                      0.00

Existe apenas um hospital no mundo onde tudo é gratuito. É claro que nenhuma conta é enviada a ninguém. Não há médicos, não há laboratório e não existem medicamentos. O enfermeiro negro ou branco não recebe salário, cada um deles depende do Senhor. Quando um cooperador precisa de sapatos ou de uma camisa, ele ora por isso. Apenas um pequeno exemplo:

Em 1 de Abril de 1976, eu passava a noite na fazenda de Joe Newlands em Creighton. Os homens ficaram em uma casa e as mulheres em outra. Uma das mulheres lavou o casaco de sua filha e as cores escorreram e mancharam o casaco todo. Parecia roupa de carnaval. A filha disse à mãe: "Mãe, por favor, pode-me comprar uma roupa nova? Eu já não posso usar mais isto". Então, a sua mãe disse-lhe: "Eu sou Deus? Vá falar com Ele peça um você mesma!" A filha entendeu a mensagem e agradeceu, dizendo que ela iria fazer isso. No dia 3 de Abril, uma mulher branca veio e trouxe alguns pulôveres para a equipe. A menina recebeu um deles. Ela começou a chorar, foi para ter com sua mãe e disse: "O Senhor já me deu um pulôver". Ambos agradeceram ao Senhor pela sua resposta tão rápida.

 

  1. Questões de Transporte

Mais e mais pessoas assistiam os cultos em Tuguela Ferry, mais do que aquelas que foram mencionadas aqui. Um dos irmãos que possuía uma Land Rover fazia 12 viagens de ida e volta para apanhar todas as pessoas que moravam longe. Os cooperadores do Erlo disseram-lhe que estavam orando por um reboque para não terem de dirigir com tanta frequência. O Erlo respondeu dizendo que ele estava orando há três semanas para que o Senhor lhes concedesse um camião. Três dias depois, uma mulher desconhecida, branca, compareceu no culto. Ela não entendia uma palavra de tudo que foi falado em Zulu, mas, no final, ela disse: "Eu senti a presença do Espírito Santo de tal forma que mal posso acreditar". Então, com lágrimas nos olhos, ela disse: "Eu gostaria de fazer alguma coisa por estes Cristãos negros". Os cooperadores pensaram que, talvez, fosse doar algumas Bíblias, mas, para surpresa deles, ela doou um camião. E essa mulher nem sequer pertencia à missão. O camião era suficientemente grande para levar até 200 crianças.

Durante três semanas e três dias eles oraram em Kwasizabantu por um camião para ser usado em Tuguela e o Senhor ouviu e mandou uma mulher desconhecida para lhes satisfazer essa necessidade.

Um camião não anda com água - precisa de combustível para motores diesel. A 100 km dali, havia muitos Cristãos que queriam vir para os cultos em Tuguela Ferry. Bill Larkan, um dos líderes Cristãos em Tuguela Ferry, era quem estava incumbido de buscá-las, mas, não tinha dinheiro para o gasóleo. Então, ele orou: "Senhor, dê-nos o dinheiro necessário até sexta-feira para que possamos comprar diesel para dirigir o camião". A Sexta à tarde chegou, mas, o dinheiro não. Bill estava sentado sob uma coberta de ramos de videira (parreira), pensando que, provavelmente, não seria possível buscar as pessoas. De repente, ouviu alguém chamando seu nome três vezes. Uma mulher veio até ele e disse: "Eu moro a 18 km daqui e estávamos tendo uma reunião de oração. Sentimos em nosso coração que devíamos entregar-lhe uma quantia em dinheiro. "Ela deu a Bill R9.60. Bill foi imediatamente para o posto de gasolina abasteceu o camião de diesel. Quando o tanque estava cheio, o indicador lia R9.60. Como as respostas do Senhor são exatas!

O conserto do camião também tem uma história maravilhosa. Barney tinha capim (palha) carregada para as cabanas (bangalôs) e ia de Tuguela Ferry para Kwasizabantu quando o camião quebrou, a 11 km de Greytown. Barney informou o Erlo, que lhe disse: "Deixa o camião onde está e volta para casa. Você pode voltar amanhã para buscá-lo". O Barney chegou à missão por volta das 02h00 da madrugada. No dia seguinte, alguns dos cooperadores partiram para irem reparar o camião. Quando chegaram ao local, o camião já não estava lá. Ficaram chocados, mas, oraram para que pudessem encontrá-lo novamente. Pensavam que alguns ladrões tivessem empurrado o veículo por um declive depois de roubar as peças, ou algo assim. O Erlo perguntou ao Senhor: "Senhor, agi mal e contra a tua liderança? Não escutei bem?" Por fim, participaram o roubo à polícia e, infelizes, partiram para casa. Ainda não tinham ido muito longe quando a polícia veio atrás deles e mandou-os parar. "O camião foi encontrado. Já foi consertado na oficina", disseram eles. Quando os cooperadores chegaram à oficina, o gerente saiu, desculpando-se sem parar. Não sabia o que fazer para se desculpar! Ele explicou: "Foi um completo equívoco. Ontem à tarde, outro camião da mesma marca também teve um problema perto de Greytown. O proprietário ligou para nós e pediu-nos para rebocar o camião e repará-lo. Depois de sairmos, encontramos o vosso camião primeiro e, assim, rebocamo-lo até à oficina e consertamo-lo. Depois, o proprietário do outro camião ligou novamente e perguntou-nos por que razão ainda não tínhamos ido buscar o camião dele. Foi então que percebemos o nosso o erro e informamos a polícia. Aqui está o vosso camião. Podem levá-lo". Quando os cooperadores perguntaram sobre os custos dos reparos, ele respondeu que já tinha tido preocupações suficientes e que não havia nenhum custo. Já estava agradecido por tudo se ter regularizado. O Erlo e os cooperadores agradeceram ao Senhor por ter enviado os Seus anjos para consertar o camião gratuitamente. Eles também aproveitaram a oportunidade para falar com o gerente branco sobre o Evangelho.

O Senhor não se preocupa apenas com os veículos, mas, muito mais com as pessoas que os usam. O Erlo viajou com uma equipe de cinco para um local a cerca de 100 quilômetros de Kwasizabantu. Era uma estrada de terra, de cascalho, com muitas curvas, esburacada e acidentada. Também estava quente e eles estavam com sede. Na hora de almoço, eles comeram o pão, enquanto viajavam, mas, não tinham nada para beber. A área era desconhecida e eles não sabiam onde conseguir algo para beber. De repente, um deles disse: "Pare, há algo para beber!" O Erlo estava dirigindo muito rápido e demorou algum tempo a parar. Depois de terem chegado a um impasse, abriu a porta de trás, viram uma torneira de água a cerca de um metro de distância da porta, do lado da estrada. O Erlo estava atordoado e perguntou: "Você sabia que havia uma torneira aqui?" O colega respondeu: "Eu não sabia, mas, senti como se o Senhor nos quisesse dar água aqui." Todos agradeceram por Seu cuidado maravilhoso e orientação. Ao relatar esta experiência, o Erlo disse: "Eu nunca tinha visto uma torneira de água ao lado da estrada. Quando seguimos caminho, passamos por uma casa. Talvez os tubos de água viessem de lá, mas, qual razão nós não sabemos".

Enquanto estamos falando de veículos e carros, eu gostaria de relatar algo sobre um teste de condução. Um dos cooperadores necessitava obter a carta de condução para o ônibus. O oficial era muito rigoroso - um homem que amedrontava as pessoas! O instrutor e o aluno entraram no ônibus. "Vá indo", disse o homem. O cooperador perguntou se podia orar primeiro. Então, orou em voz alta, pedindo ao Senhor para estar com ele, ajudá-lo e protegê-los. Depois de abrir os olhos, viu que o inspetor tinha apagado o cigarro. Após o teste, ele agradeceu a Deus por tê-los protegido. É costume entre estes Cristãos orarem sempre antes de saírem de carro e quando chegam ao seu destino. Sem mais questões, ele recebeu a sua carta de condução. Depois que o policial saiu, alguns Zulus disseram ao cooperador: "Você deve ter usado um feitiço muito forte para tudo correr tão bem assim". Respondeu: "Não, eu não enfeiticei ninguém. Eu não uso encantos. Uma coisa eu faço - falo com o Senhor Jesus sobre tudo".

Falando sobre a condução, faz-me lembrar o menino Kwasi, de quatro anos de idade. Ele é uma criança que tem uma vida de oração simples e intensiva. Já ouvimos como o Senhor usa esta criança poderosamente. Um dia, ele estava viajando com uma mulher em um carro quando disse à senhora: "A senhora deve estar feliz por eu viajar junto com a senhora. Eu posso ser uma grande ajuda". A mulher riu e disse: "Como você pode ser uma grande ajuda para mim? Você sabe dirigir?". “Não”, ele disse, "mas, eu posso orar se o carro não andar - e se eu orar, o carro anda". A senhora pensou que ele estava apenas exagerando, tal e qual as crianças fazem às vezes. Após a viagem, ela falou com a mãe Kwasi sobre isso. Sua mãe respondeu: "Você realmente pode levá-lo à letra, pois, isso que ele diz é verdade". Então, ela contou-lhe o que havia acontecido numa noite anterior. Eles estavam querendo voltar para casa e o carro não queria pegar. As luzes também não funcionavam. Ela propunha-se a chamar um mecânico, mas, Kwasi disse-lhe que deveriam antes orar. Depois de dizer, "Amém", disse-lhe: "Mãe, pode ligar o motor. Ele vai funcionar". Ela não quis acreditar, mas, ela tentou ligar as luzes primeiro e ficou surpresa com o que aconteceu. Então, ela rodou a chave da ignição e o motor pegou! Chegaram em casa sem problemas.

Em Mat.18:3, o Senhor diz: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus".

Certa vez, experimentei uma coisa semelhante enquanto realizava algumas palestras na Suíça. Numa noite de Sábado, eu iria falar em Zurique e na manhã de Domingo em Pruntrut, para a congregação do Pastor Dr. Külling. Parti na manhã de Domingo para chegar a tempo em Pruntrut, a 150 quilômetros de distância. Foi uma situação difícil, porque, naquela manhã, havia gelo negro nas estradas. Em uma das curvas antes de Wollhusen, um ônibus dos correios foi-se aproximando do lado errado da estrada. Eu não pude evitá-lo, porque havia um comboio de veículos militares perto de mim e, à minha direita, um muro. Simplesmente, não havia alternativa - o ônibus estava ultrapassando em um canto cego e eu ia bater nele de frente. Tentei desacelerar cuidadosamente, mas, meu carro estava começando a derrapar no gelo. Tentei endireitar o carro, mas, depois bati na parede com a minha roda dianteira direita, levando o carro a parar. O ônibus também parou, mas, depois arrancou logo que viu uma abertura no comboio militar. Anotei o número da placa. Contudo, não apresentei queixa contra o motorista. Quando eu quis continuar o caminho, era incapaz de dirigir direito. O carro parecia virar à esquerda e depois à direita, como se o volante tivesse sido danificado. Em uma segunda tentativa, aconteceu a mesma coisa. Lá estava eu, pedindo: "Senhor, o que devo fazer? É manhã de Domingo. Não há oficinas abertas, dentro de duas horas preciso pregar em Pruntrut e devido à formação de gelo, eu preciso de cada minuto disponível. Não podes consertar meu carro neste momento? Não existe um mecânico mais experiente que Tu!" Depois de falar com Ele, comecei novamente com cuidado. Foi como se a minha direção nunca tivesse sido danificada e eu cheguei a Pruntrut a horas e com uma rica experiência de fé. Nunca fiz uma reparação ao volante desse carro e a maravilhosa experiência fez-me esquecer a minha indignação contra o motorista do ônibus perto de Wollhusen. De fato, eu estava-lhe grato pelo que tinha acontecido. Se não fosse a sua condução irresponsável, eu não teria experimentado a ajuda do Senhor.

 

  1. Auto-Ajuda

Viver uma vida de fé não significa baixar as mãos e esperar pelo Senhor para Ele fazer tudo. As palavras de Paulo aplicam-se aqui: "... se alguém não quer trabalhar, também não coma." (2 Tes.3:10) E: "... e trabalhai com as vossas próprias mãos, como já vos tenho mandado" (1 Tes.4 : 11) .

A tarefa dos cooperadores não é apenas pedir ao Senhor que providencie, mas, participar no trabalho árduo da missão - e não apenas nas 40 ou 45 horas semanais. Eles cultivam mais de 10 hectares de terra em Kwasizabantu e cuidam dos muitos doentes no hospital. Os Cristãos de longe são transportados e levados de volta, às vezes em viagens que duram para além da meia-noite ou mesmo até às primeiras horas do dia seguinte. Os carros são reparados por alguns colegas de trabalho que são muito talentosos tecnicamente. Isso tudo acontece de uma forma desinteressada, sem murmurarções.

Aqueles que apoiam o trabalho têm a mesma atitude. As mulheres compram lã, tecem roupas de malha e doam o dinheiro ganho com o trabalho à missão. Outros cultivam legumes e trazem a colheita até Kwasizabantu e outros compram a bons preços no mercado e vendem com algum lucro em áreas do país, trazendo seu pequeno ganho para o Senhor.

Lembrei-me do abnegado Cristão coreano que cultivava arroz de qualidade e vendia-o mais caro e comprava do mais barato e de fraca qualidade para o próprio sustento, trazendo a diferença (o lucro) para o Senhor.

Não existe só oração em Kwasizabantu, mas, também, trabalho fiel, árduo e abnegado. É por isso que a bênção do Senhor está sobre tudo o que fazem.

Às vezes, a auto-ajuda é acompanhada por um apoio direto do Senhor. Aqui está um exemplo maravilhoso:

Alguns cooperadores vieram falar com o Erlo e pediram-lhe para fornecer-lhes semente de batatas. Eles proponham-se plantá-las. O Erlo ficou surpreso e perguntou por que queriam plantar naquela época do ano. Ele disse: "Eu sou filho de um fazendeiro e estou por dentro da agricultura. Não é época de plantio de batata". Os cooperadores insistiram, dizendo que o Senhor lhes tinha dito para o fazerem. O Erlo cedeu e forneceu-lhes a batata-semente. As batatas foram plantadas e receberam uma colheita abundante. Além disso, os preços da batata tinham subido, de modo que eles receberam um bom lucro além de comida suficiente.

Esta cultura de batata incrível lembra um maravilhoso gesto de Pedro lançando as redes para apanhar peixe depois de tanto haverem tentado, como vem escrito em Luc. 5. Jesus disse-lhe: "Faze-te ao mar alto e lança as vossas redes para pescar". Pedro poderia ter respondido: "Senhor, nós somos pescadores. Nós sabemos que não é uma boa ideia lançar as redes em plena luz do dia. Nós sabemos que você é um excelente mestre, mas, acontece que sabemos demais sobre pesca". Entretanto, a resposta de Pedro foi: "À tua palavra lançarei a rede". O resultado foi que eles pegaram tal quantidade de peixes que suas redes rebentavam. O Erlo explicou-me que, tendo crescido em uma fazenda, tinha a certeza de que o início do inverno não era o momento para semear batatas. Mas, o Senhor ordenou: "Semeai batatas!" E o resultado foi uma colheita abundante.

 

  1. Ajuda Direta

Existem situações, contudo, onde a boa vontade e trabalho árduo não resolvem e só podemos orar e continuar confiando - e confiando apenas no Senhor, esperando nas promessas que fez.

Antes do Erlo casar, houve um dia em que eles não tinham nada para cozinhar para além de uma pequena quantidade de farinha de milho. A equipe foi para o seu local de oração, na mata. "Querido Senhor", oraram, “Por favor, ajuda-nos. Nós só temos um pouco de farinha e não sabemos como iremos preparar a próxima refeição”. A caminho de volta para casa, uma das mulheres viu algumas ervas daninhas. "Essas ervas são comestíveis", disse ela. "Nós podemos levar as folhas e cozinhá-las para o almoço". Eles pegaram nas folhas e cozinharam-nas com um pouco de gordura, preparando o almoço para as muitas pessoas que se encontravam na missão. Ficaram envergonhados quando um homem branco apareceu para o almoço. Eles teriam gostado de poder dar-lhe algo melhor. Oraram antes de comer e pediram a bênção do Senhor sobre os alimentos. Após a refeição, o homem branco rebentou em lágrimas e disse que não podia suportar vê-los viver em tal pobreza. Ele levou um cooperador com ele a uma loja e comprou mantimentos sem olhar a custos e até mesmo carnes, de modo que todos aqueles que estavam doentes e os colegas tiveram provisões suficientes novamente. A dispensa estava cheia de novo. Os cooperadores voltaram ao seu lugar de oração e agradeceram ao Senhor por Sua rica provisão. O Erlo acrescentou, "que as providências de Deus sempre se mantiveram durante muitos anos. Nós nunca tivemos um dia sem comida". 

Os corvos de Elias ainda estão vivos. Até mesmo as promessas antigas e o seu poder real têm-se mantido vivas até hoje.

Em 1 Reis 17:16, lemos: "E o barril de farinha se não acabou, nem o azeite da botija, conforme a palavra que Senhor falou pelo ministério de Elias".

Uma vez, enquanto o Erlo estava na Alemanha, uma coisa semelhante aconteceu na missão. Os suprimentos tinham-se esgotado. Todos os cooperadores reuniram-se para a oração porque não tinham comida para o dia seguinte. Pouco antes do pôr-do-sol, um homem branco chegou com um carro carregado com mantimentos. Pouco depois, um homem negro também veio com um carro carregado de alimentos. Mais uma vez, as suas necessidades foram todas supridas.

Durante os primeiros meses de 1976, havia pouco dinheiro disponível. Era prática na missão pagar as contas do supermercado no final de cada mês. O mesmo se aplica ao hospital. Uma noite, Kay, esposa do Erlo, veio falar com os cooperadores e disse-lhes que a fatura mensal já ia muito alta e que não havia dinheiro suficiente para pagá-la. Não podiam encomendar mais nada. Os cooperadores fecharam a porta e ajoelharam-se, implorando a ajuda do Senhor. Poucos dias depois, a conta mensal chegou e foi maior do que nunca, no valor de R6006. Então, um doador desconhecido pagou R6000 e ficaram a faltar somente R6. Foi, sem dúvida, o Senhor quem pagou aquela conta!

Outras questões de provisões surgem quando grandes conferências são realizadas em Kwasizabantu. Eu estive presente em uma conferência em Abril de 1976. Antes de tais eventos, a equipe reúne-se em oração, pedindo ao Senhor para fornecer o que eles precisam para as muitas pessoas que chegam. Compram mantimentos até onde o dinheiro permite comprar. Algumas pessoas doam dinheiro ou comida. Mas, naquele dia, havia tanta gente que aqueles que estavam cozinhando temiam que não teriam o suficiente para satisfazer todos. "Senhor", oraram, "​​o milagre dos pães e dos peixes pode ser repetido, para que ninguém saia daqui com fome". Eles oravam enquanto estavam cozinhando e servindo: "Senhor, pega Tu na colher e no prato de comida e serve". Enquanto eles estavam, ocupados colocando mais pratos, um visitante da conferência olhou para a comida e perguntou se seria suficiente. Eles responderam: "Não nos desanime, temos orado sobre isso!" Então o Senhor respondeu. Houve tanta carne, pão e milho até de sobra para o dia seguinte. Antes dos camiões e carros particulares partirem, o pessoal da cozinha perguntou a muitos dos motoristas se todos tiveram comida suficiente. "Nós tivemos mais do que suficiente", responderam.

Acontece, frequentemente, que os problemas de fornecimento surgem nesta obra de fé, simplesmente por causa do crescente número de pessoas que vêm a Kwasizabantu, os quais recebem todos alimentação gratuita e alojamento. Alimentar não apenas centenas, mas, milhares não é tarefa fácil.

Em Maio de 1976, um problema desse gênero surgiu. Alguns dos cooperadores mais antigos disseram ao Erlo que os cooperadores mais jovens e os pacientes do hospital não tinham quase nada para comer. Havia apenas um pouco de farinha de milho. As folhas das plantas daninhas mencionadas anteriormente não são comestíveis no início do inverno. O inverno na África do Sul é quando é verão na Europa.

O Erlo ficou chocado quando ouviu isso. Já haviam tido dias em que as pessoas no hospital tiveram apenas milho e as folhas das plantas daninhas mal comestíveis. Vou deixar Erlo relatar em suas próprias palavras. Ele deu-me o relato por escrito quando o livro estava prestes a ser impresso. Isto vem escrito em sua carta:

"Eu disse a meus colegas de trabalho que deveriam encomendar imediatamente uma grande quantidade de provisões da loja, mesmo que não houvesse dinheiro. A nossa caixa estava vazia, mas, eu fiz isso com fé. Eu pensei que se o Senhor não me enviasse o dinheiro, então, ele certamente faria algo de outra maneira. Mandei o carro sem dinheiro para a loja. Ele tinha acabado de sair, quando recebi um telefonema de um homem que me disse que tinha R500 para comprar mantimentos para o hospital e para os cooperadores. E acrescentou: “Se você precisar de alguma coisa imediatamente faça-lhes saber que eu pago tudo quanto forem buscar". Após essa chamada de telefone, eu fui incapaz de falar e entrei numa sala e caí de joelhos diante de Jesus, chorando lágrimas de gratidão e alegria. Depois que contei aos cooperadores que o Senhor havia providenciado, eles começaram a cantar louvores ao Senhor".

No mesmo mês, houve um incidente similar. Vários jovens cooperadores vieram ao Erlo e disseram: "Temos a impressão que o Senhor quer que ministremos em diferentes lugares". O Erlo disse: "Se o Senhor vos deu esta instrução, então, orem sobre isso e peçam-lhe para fornecer o dinheiro necessário, de modo que vocês não se tornem um fardo para ninguém". Nessa altura, não havia dinheiro. Depois de alguns dias, um Cristão visitou Kwasizabantu e falou com o Erlo. Disse: "Recebi instruções do Senhor para dar-lhe certa quantia de dinheiro para os cooperadores irem para lugares diferentes, ou como o Senhor os guiar". O Erlo disse-lhe que os cooperadores estavam, de facto, orando por meios precisamente para esse fim e que, por isso, deveria ter sido o Senhor quem o levou a dar. A alegria foi grande em ambos. O Erlo abriu o envelope e havia R1000 dentro dele.

O Erlo deu-me um maravilhoso exemplo de como o Senhor providencia, em uma carta escrita em 9 de Junho de 1976. Um pagão pediu-lhe para visitar alguns parentes seus, senhoras muito idosas que já não eram capazes de andar. A viagem levou o Erlo até uma área rural desconhecida, onde nunca tinha estado antes. Ele ficou lá por horas com essas mulheres, falando-lhes de Jesus. O tempo foi passando quase despercebidamente, até que, finalmente, o Erlo disse a seu companheiro: "Temos de nos apressar para voltarmos. Eu tenho que falar em uma pregação na tenda esta noite. Eu não sei como vamos conseguir alguma coisa para comer. Nós não podemos comer aqui - fazer uma coisa no fogo e cozinhar iria atrasar-nos muito e chegaríamos demasiado tarde. Você importa-se se ficar sem comer?" Então, eles partiram. Eles quase não tinha andado 200 metros quando uma menina mandou-os parar. O Erlo perguntou o que ela queria e ela disse: "Minha mãe mandou-me dizer-lhe que a comida está pronta, por isso, venham e comam". O Erlo perguntou à mulher hospitaleira como ela sabia que eles não tinham comido e que passavam por aquele lugar. Ela disse: "Quando o alimento foi cozinhado e vi o carro vindo, eu senti que Deus estava-me dizendo para convidá-lo para dar-lhe comida. Foi isso que aconteceu". O Erlo percebeu que era um milagre, pois, a mulher era pagã e era totalmente desconhecida. E, assim, o Senhor providenciou "uma mesa" para o Seu servo, tal como diz o Sal.23: "Preparas uma mesa diante mim na presença dos meus inimigos". Agradecido, o Erlo aceitou esta refeição que o Senhor tinha preparado para eles.

O fornecimento de uma missão como Kwasizabantu não é apenas uma questão de nutrientes. Muitas outras coisas maiores e menores são necessárias.

A missão tem, neste presente momento que escrevo, um ônibus, dois camiões e oito carros, que viajam grandes distâncias e precisam de quantidades enormes de gasolina ou diesel. As pessoas que são transportadas nunca são convidadas a pagar nada, mas, o Senhor cuida de Seus filhos. Já contei a história da mulher branca que patrocinou um camião, porque ela sentiu o poder do Espírito de Deus. O Erlo transportou-me a distâncias consideráveis ​​em um carro que lhe foi dado.

A conta da construção de uma cerca ao redor do hospital causou grande impressão em mim. Acontece com frequência que os doentes mentais tentam fugir e leva horas e, por vezes, dias para tornar a encontrá-los sempre que conseguem seu intento. Então, os missionários pediram ao Senhor para providenciar dinheiro para comprarem cercas altas para colocarem à volta do hospital. Eles precisavam de cerca de 400 metros de cercado. Então, alguém deu-lhes uma quantia de dinheiro com a qual compraram o material para a cerca. Eles fizeram a cerca com os rolos de arame que haviam comprado (até onde o dinheiro havia chegado) e verificaram que era a extensão exata de que necessitavam. Ninguém tinha medido, mas, o Senhor tinha estabelecido a quantia e quantidade exata e necessária.

Com isso, o meu relatório chegou ao fim. Gostaria, no entanto, de terminar com um epílogo.

 

GLÓRIA AO SENHOR

A obra soberana do Senhor ao longo dos últimos dez anos entre os Zulus, Indianos e Brancos em Kwasizabantu é absolutamente milagrosa. Nós louvamos e adoramos ao Senhor Deus em agradecimento com as palavras do Sal.95 :1-8:

“Vinde, cantemos ao Senhor; jubilemos à Rocha da nossa salvação. Apresentemo-nos ante a Sua face com louvores, e celebremo-Lo com salmos. Porque o Senhor é Deus grande e Rei grande sobre todos os deuses. Em Suas mãos estão as profundezas da terra e as alturas dos montes são Suas. Seu é o mar, ele o fez; e as suas mãos formaram a terra seca. Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor que nos criou. Porque Ele é o nosso Deus e nós povo do Seu pasto e ovelhas da sua mão. Se hoje ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações”.

Milhões de bênçãos durante três milênios foram dadas na canção de agradecimento de Davi, o qual todo Cristão deve saber de cor.

Quantas vezes eu recito isso em noites sem dormir ou quando estou dirigindo! Também Sal.103: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor e tudo o que há em mim bendiga o Seu Santo Nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum de Seus benefícios. Ele é o que perdoa todas as tuas iniquidades, que sara todas as tuas enfermidades, que redime a tua vida da perdição; que te coroa de benignidade e de misericórdia, que farta a tua boca de bens, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia. O Senhor faz justiça e juízo a todos os oprimidos. Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés e os seus feitos aos filhos de Israel. Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em benignidade”.

É uma tremenda inspiração, não só para os Zulus, mas, também para todos os Cristãos que tomam conhecimento de como o Senhor ressuscitado e exaltado chegou e revelou a glória do Seu Nome.

O fogo do avivamento no Uganda, em 1931, foi extinto, mas, a chama ainda arde no avivamento entre os Zulus e a sua luz é esplendorosamente brilhante.

Quando será que nós, o povo endurecido da Europa, vamos experimentar novamente este fogo? Não houve qualquer grande avivamento em nosso continente, se estou certo, depois do avivamento galês de 1905-1909, que foi muito breve e não teve um grande impacto no continente. O avivamento nas Ilhas Híbridas (1949) limitou-se a população de língua gaélica. A Rússia, com seu solo manchado e encharcado de sangue Cristão conheceu um avivamento de homem para homem sob o jugo bolchevista, mas, também não se espalhou muito.

 

O DESEJO ARDENTE DE AVIVAMENTO

Há muitos Cristãos em todo o mundo que por muito tempo oram por avivamento. Muitas vezes, a pergunta é: "O que devemos fazer para que o Senhor nos conceda um avivamento?"

Sabemos muito bem como um avivamento pode ser prejudicado, mas, ainda é um mistério quanto ao que são as condições que devem ser cumpridas para que o Senhor conceda uma abundancia espiritual.

Embora o Espírito Santo seja capaz de revelar-se incondicionalmente ao homem, muitas vezes, Ele espera que determinadas condições sejam cumpridas antes ou depois.

É impossível nomear em apenas um capítulo todas as condições necessárias para um avivamento, mas, aqui estão algumas características importantes do avivamento entre os Zulus que devem ser mencionadas.

 

  1. Oração Contínua

Longos períodos de oração foram preparatórios em todos os avivamentos.

O avivamento da Coréia foi concedido depois de todos os Cristãos estarem reunidos em orações diárias em Pyongyang desde a Páscoa até Pentecostes, em 1906. No início, era de 1 a 2 horas, depois 5 a 7 horas e até oito horas diárias. O avivamento coreano manteve-se como um avivamento de oração. Tenho isso  descrito em meu livrinho, Koreas Beter (Orações da Coréia).

O avivamento nas Ilhas Híbridas foi concedido depois que duas mulheres oraram por 30 anos.

O avivamento da Indonésia ocorreu em Soe / Timor através de grupos de oração que oraram por muitos anos sem o conhecimento de um dos seus dois pastores.

O avivamento do Canadá, em 1971, foi precedido por uma oração de milhares de pessoas. Ernest Manning, o governador da Província de Manitoba durante 30 anos, era um Cristão. Em 1966, através da rádio, ele chamou todos os Cristãos a unirem-se para os cem anos de celebrações do Canadá, expressamente para orar por avivamento. Muitos responderam a esse chamado.

O avivamento Zulu começou com o derramamento do Espírito Santo no início de 1967. O Erlo, juntamente com trinta outros Cristãos, estiveram orando diariamente durante semanas, vivenciando o processo de purificação e limpeza. Já mencionei isso em um capítulo anterior.

 

  1. Convicção Aterradora de Pecado

O Erlo disse-me: "Nós experimentamos como, por obra do Espírito Santo, um profundo conhecimento dos pecados venceu-nos a nós e às pessoas. Um dia, encontrei um homem grande, bem constituído e duro. Ele estava chorando e chorando como uma criança pequena que tinha sido espancada com um pau. Perguntei-lhe o que tinha acontecido e ele respondeu: ‘Eu sou um pecador terrível. Pequei contra Deus e eu estou mesmo à beira do inferno’. O homem estava com o coração em pedaços. Quando Deus convence o homem do seu pecado, até mesmo as menores transgressões tornam-se fardos pesados".

Às vezes, acontece dentro dos cultos que as pessoas não podem mais suportar os seus pecados e eles levantam-se, interrompem o culto e começam a confessar seus pecados em voz alta.

Isso aconteceu também nos avivamentos coreano, indonésio e canadense. Podemos reconhecer que o Espírito Santo é o mesmo em todos os continentes e, muitas vezes, convence de pecado da mesma forma.

O Erlo tenta impedir essas confissões públicas e envia as pessoas juntamente com um dos cooperadores para uma sala de aconselhamento, ou solicita ao interessado que aguarde até que o culto termine. A confissão pública de pecados pode causar problemas ainda que, muitas vezes, não possa ser evitada.

Acontece, por vezes, em cultos, que as pessoas caem no chão, muito conscientes de seus pecados, chorando sob o peso de suas culpas. Isso repete-se em quase todos os avivamentos. O Erlo não é alguém que desperte os seus ouvintes emocionalmente e eu acho que é precisamente o oposto disso - para mim ele é o pastor de avivamento mais sóbrio e menos emotivo (sensacionalista) que alguma vez vi e ouvi.

Essa convicção profunda e radical de pecado é trazida pelo Espírito Santo. Um mero conhecimento superficial do pecado leva a conversões superficiais e, quanto maior a convicção do pecado, tanto melhor e mais real a conversão. Só a quem muito é perdoado pode amar verdadeiramente e incondicionalmente. Aquele que não experimenta um grande perdão não pode, realmente, conhecer qual o verdadeiro significado de um grande amor.

O Erlo escreveu, uma vez, numa carta: "Aconteceu durante o dia num culto que alguém puxou o meu casaco. Quando eu olhei, vi um homem muito determinado e sério e ele disse com voz trêmula: 'Venha comigo!' Segui-o e perguntei-lhe o que ele tinha a dizer. ‘Eu não aguento mais isto. Meus pecados são tão grandes. Posso encontrar perdão?’ Mostrei-lhe o que diz Is.1:18: ‘Embora os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve’.

Já aconteceu, algumas vezes, assassinos astutos e cruéis reconhecerem os seus pecados e chegarem ao arrependimento.

 

  1. Prontidão Para Confessar

O avivamento entre os Zulus é o avivamento da confissão de pecado, conforme já foi visto em muitos exemplos. Pessoas que não estão prontos a entregar-se completamente e revelar tudo o que a luz de Deus não pode suportar, não recebem nenhuma ajuda. Pessoas que não reconhecem o seu pecado, ou que o confessam temerariamente, são excluídas espiritualmente e experimentam o juízo de Deus. Dois exemplos:

A equipe realizou um culto de ceia no Monte Elias. Uma mulher participou da Ceia do Senhor sem ter confessado seus pecados. Ela adoeceu de imediato e seu estado de saúde piorou tanto que ela foi incapaz de ir para casa. As coisas ficaram tão más que se temia que ela morresse. Foi levada para Kwasizabantu imediatamente após o culto. Lá, ela revelou seus pecados ocultos e recebeu o perdão. O Senhor retirou Sua mão pesada de punição e ela foi curada de imediato.

Em Claridge, uma coisa semelhante aconteceu. Um homem Cristão chegou-se à Ceia do Senhor, porque já há longo tempo que não participava da ceia. Mas, havia algo errado em sua vida que ele evitou confessar antes de participar daquela comunhão dos santos. Depois do culto, ele adoeceu e sua consciência atormentava-o sem parar. Mas, ainda assim, permaneceu nesse estado durante duas semanas. Então, confessou o seu pecado na presença Erlo e o Senhor teve misericórdia dele.

Essas coisas radicais geralmente acontecem em avivamentos. Eu experimentei comunhões de massa, onde nenhum participante tinha confessado todos os pecados de antemão. A confissão pessoal foi abolida em Igrejas do estado há mais de cem anos atrás. O outro problema é que os Cristãos nominais, aqueles que não pertencem a Jesus, participam da Ceia do Senhor por força da tradição. Mas, não o fazem na presença de Deus.

 

  1. Sem Compromissos ou Alianças

Cristãos vacilantes não podem esperar avivamento. Aqui está um exemplo típico:

O cooperador Lionel Muller trouxe um homem mentalmente perturbado a um culto em Kwambonambi. O doente foi aconselhado espiritualmente depois do culto.

Esse homem penteava sempre o lado direito da cabeça com a mão, da parte de trás para frente e, depois, de frente para trás. Com isso, o cabelo do lado direito de sua cabeça estava desgastado, deixando-o careca desse lado. Ele também andava com muita dificuldade, tendo joelhos valgos crônicos (joelhos que curvam para o lado de dentro). Seus joelhos esfregavam-se um contra o outro e, como resultado, seus pés ficavam bem separados um do outro e faziam um ângulo. Além disso, seu corpo da cintura para cima balançava de um lado para o outro.

Nos cultos, causava grande perturbação. Quando foi para oração, ele disse que os fios de seu rádio tinham sido cortados e que ele não podia transmitir mais nada. Isso significava que, em resposta à oração de intercessão um processo de cura começou. Sua doença mental foi completamente curada e seu cabelo cresceu novamente porque parou de pentear a cabeça. No entanto, espiritualmente não houve crescimento. Quando foi aconselhado a entregar a sua vida a Cristo, ele ficou furioso. Uma das coisas que não podia suportar era ouvir dizer que devia confessar os seus pecados e acertar a sua vida. Depois de várias semanas, ele disse, "Estou indo para casa. Tanta oração é demais para mim. Eu não quero nada com o Cristianismo fanático. Eu prefiro a nossa Igreja, que é branda e que segue um curso médio, permitindo-nos fazer o que queremos".

O Erlo disse-lhe: "O Senhor tem feito muito por você e curou o seu entendimento e compreensão. Você não gostaria que Ele curasse as suas pernas também?" No entanto, o homem disse teimosamente: "Não, eu prefiro um curso de vida mediano e ter uma vida calma e pacífica". Ele não concordaria com uma forma de vida radical que lida com o pecado e o extermina. Ele deixou o único lugar onde poderia ter sido ajudado.

Meu falecido amigo Gottlieb Weiland costumava perguntar às crianças: "Quantos Cristãos inteiros dão um milhar de meios-Cristãos?" Muitos ficavam baralhados com esta pergunta e então ele clamava: "Mil meios-Cristãos não produzem um Cristão inteiro!"

O Espírito Santo nunca irá permitir anuências, conveniências, desculpas ou parcerias espirituais. Para Ele, ou é tudo ou nada!

 

5. Devoção Total, Sem Divisões

No centro do avivamento em Soe, Timor, Franz Selan assinalou-me a seguinte passagem nas Escrituras: "... limpai as mãos, pecadores, purificai os corações, vós de duplo ânimo" (Tiago 4:8); ou como o versão Berkeley coloca, ". . . pessoas de interesses divididos".

Interesses divididos, corações divididos, compromissos divididos, objetivos paralelos e secundários!

Aqui está um exemplo disso no avivamento Zulu:

Uma congregação sob a supervisão do Erlo não estava progredindo. Esta situação levou o Erlo e a sua equipe para oração. Ficou claro para eles durante a oração que o avivamento também poderia alcançar aquela congregação morna se o Espírito Santo fosse capaz de agir livremente nas vidas das pessoas.

No culto seguinte, o Erlo desafiou a congregação a escolher. "Estão dispostos a servir o Senhor com um coração inteiro? Vão dar ao Espírito livre acesso às vossas vidas e submeter-se a Ele? Se não podem seguir por este caminho, estou disposto a abrir caminho para outro pregador e eu saio. Por favor, digam-me o que decidiram".

No Domingo seguinte, o Erlo falou à congregação e disse: "Nenhum de vocês veio pedir-me para sair, então, agora eu peço-vos que todos aqueles que não estão pré-dispostos a seguir o Senhor com um coração inteiro, sem estarem divididos, que saiam da congregação. Prefiro trabalhar com dois que seguem o Senhor integralmente do que com duas centenas de Cristãos mornos. Dois Cristãos sinceros dão mais honra e homenagem ao Senhor do que todos os outros que seguem a multidão do mundo".

O Erlo retirou-se para Kranskop juntamente com seus colegas de trabalho para orar. O Senhor revelou-lhes que Ele queria usar aquela congregação, mas, que havia coisas que precisavam ser feitas e regularizadas nas vidas das pessoas, coisas essas que impediam o Espírito Santo de trabalhar.

Aquelas revelações levaram toda a equipe a investigar as suas próprias vidas e ao arrependimento. Eles não podiam esperar coisas de uma congregação morna que eles próprios não estavam dispostos a cumprir. A lição mais importante foi que eles precisavam ser íntegros e inteiramente de Cristo, um com Ele como Ele é um com o pai. Sem essa união com Ele, qualquer ministério é infrutífero e arruinado.

Naqueles dias de purificação e de busca de suas vidas, o Senhor falou várias vezes para a equipe através Lindiwe, de onze anos de idade. Nós já falamos dela. Esta congregação morna foi convocada para reunir todos, tanto crianças como adultos. Quando se reuniram, eram tantos que a sala tornou-se pequena. Os adultos e as crianças tiveram que ser separados para caberem todos.

Eles compartilharam com a congregação tudo o que o Senhor tinha revelado à equipe durante seu tempo de oração (através de um sonho de Lindiwe). Aqui estão alguns dos pontos:

a) Será que agradecemos a Deus por tudo o que recebemos diariamente?

b) Será que consultamos o Senhor em cada decisão que tomamos?

c) As nossas ações e vidas são um testemunho para Ele?

d) Observamos o próximo e estimamos qualquer pessoa como melhor do que nós? (Se interrompo alguém enquanto ele ou ela ainda está falando, isso não está de acordo com o padrão da Bíblia).

e) Falamos sobre os erros dos outros ao invés de falar com eles mesmos?

f) Somos Cristãos dedicados ou estamos apenas seguindo Cristo superficialmente e seguindo junto com a corrente da multidão e da maioria?

g) Temos um sentido agudo de audição e uma intuição bem aguçada para aquilo que o Senhor nos quer dizer?

h) O Senhor pode mandar e gerir todo o nosso tempo, nossa vontade e nossas possessões?

i) O orgulho e egoísmo rastejam silenciosamente e imperceptivelmente em nossas vidas?

Durante este encontro com a congregação, algo inusitado aconteceu. O número de participantes foi diminuindo e diminuindo, até que só a equipe ficou na igreja. O que estava acontecendo? O Espírito Santo tomou conta da congregação e eles estavam saindo para acertar as suas vidas com outras pessoas. As crianças saíram para se irem reconciliar com seus pais, os pais fizeram paz com os filhos. Os funcionários voltaram a seus empregadores para devolver as coisas roubadas. Pessoas que detestavam outros foram reconciliar-se com eles. O ódio transformou-se em amor. Aqueles que tinham transgredido a lei foram às autoridades e confessaram os seus crimes. As dívidas foram pagas e as crianças pediram perdão aos seus professores.

O temor do Senhor havia caído sobre a congregação. Velhos e jovens começaram uma nova vida. As pessoas afastaram-se dos seus hábitos pecaminosos. Os mornos e os Cristãos indiferentes começaram a experimentar um verdadeiro amor e zelo para com o Senhor. Itens de bruxaria e feitiçaria foram removidos de suas casas. Imagens pornográficas foram queimadas, até mesmo os livros normais do mundo foram destruídos no fogo.

A congregação começou a viver uma vida de amor. A unidade no Espírito foi-lhes dada e milhares de pessoas foram atraídas. Depois de um ano, esse número quase duplicou. E acendeu-se um fogo que se espalhou em todas as direções.

As coisas que tinham começado ali repetiram-se, muitas vezes, em outras aldeias, através do Espírito Santo e sem o uso de pregadores.

Nessa congregação, o avivamento foi um cumprimento daquilo que o Apóstolo Paulo escreveu aos Filipenses em Phil. 2:1-4: Irmandade no Espírito Santo, ternura e misericórdia, união, compreensão, pensando todos da mesma forma e em comum, humildade, valorizando os outros como sendo superiores a si mesmos, considerando os seus vizinhos, servindo uns aos outros.

 

  1. Envolvidos Totalmente pelo Fogo do Espírito

Mateus, o evangelista, escreve no capítulo 3:11: "Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo". Quando o Erlo estava em Mapumulo reunido com vários Cristãos, unidos em oração, suplicando ao Senhor por Sua Santa Presença e pelo derramamento de Seu Espírito, alguma coisa aconteceu que nunca tinham experimentado antes.

Um dos que estava orando gritou: "Meus olhos! Meus olhos estão queimando como fogo!" Outra mulher disse: "Ó Senhor, eu estou morrendo. Meus lábios estão queimando, minha língua está em chamas. Eu sou uma mulher pecadora". Uma terceira pessoa arrancou os sapatos dos pés e lançou-os para longe, dizendo que seus pés estavam em chamas! Então, ela tentou bater no chão com seus pés, a fim de extinguir as chamas. Naturalmente, nenhum fogo foi visto. Era uma experiência espiritual. A maioria dos presentes clamou a Deus para ter misericórdia deles. Todos aqueles que estavam orando experimentaram o que está escrito em Hb.12:29: "... nosso Deus é um fogo consumidor."

Esse ardor divino não foi uma experiência única. Foi repetida em outras reuniões de oração. Uma mulher gritou que seu corpo inteiro estava em chamas. Ela pulou de onde estava sentada, como se ela estivesse em uma grade de fogo. "Eu não sou digna, eu sou imunda, minha vida não está em ordem e eu nunca deveria ter vindo para a presença de Deus com os meus pecados. Permitam-me deixar a sala imediatamente para pôr minha vida em ordem, senão vou morrer". Saiu para pedir perdão ao marido, filhos e vizinhos. Ela realmente se arrependeu e hoje é um brilhante exemplo para Cristãos e pagãos.

Nem todos conseguem lidar com o fogo da santidade de Deus. Alguns foram queimados. Aqui estão dois exemplos:

Em uma reunião de oração, um crente clamou em agonia: "Deus, Tu és santo, santo!" Mais tarde, ele disse à equipe que, enquanto ele estava orando, ele tinha sentido que estava sendo cortado em dois, dos pés à cabeça. O Erlo ficou alarmado porque o irmão tinha usado a mesma expressão que o Senhor usou do servo mau, que bateu em seus companheiros. (Mat.24 :48-51). Pouco tempo depois, foi revelado que ele havia pecado terrivelmente contra outros irmãos. Logo depois, ele teve uma morte terrível.

No fogo de Deus, há pessoas que são honestas e se arrependem, confessam seus pecados e acham misericórdia, enquanto outros são consumidos por ela e ficam de fora junto com os hipócritas e pecadores.

Eu gostaria de acrescentar uma experiência pessoal parecida com as do Erlo. Muitos anos atrás, um pregador veio para aconselhamento. Ele confessou que, enquanto estava servindo a Ceia do Senhor no altar, teve um sentimento como se alguém o estivesse cortando em duas partes. A dor dessa experiência dolorosa foi tão terrível que ele teve que abandonar o seu ministério como pastor. O pano de fundo deste caso era que o ministro havia pecado e não se arrependeu.

Como há dois exemplos de homens diante de nós que experimentaram a sensação de serem cortados em dois, precisamos olhar para o texto grego de Mat.24:51. O original diz: "Kýrios dichotomései Autón." Lutero traduziu, "O Senhor vai cortá-lo ao meio (em duas partes)." Mas, o verbo grego, dichotoméo, significa mais. Significa decompor em dois, serrar ao meio, despedaçar em duas partes, cortar em pedaços.

Tanto o irmão Africano como o Europeu tiveram essa sensação terrível de serem cerrados em dois.

O fogo de Deus ou se torna um processo de purificação para a nossa salvação, ou ele nos destrói.

Sem esse processo de purificação e aperfeiçoamento no fogo de Deus, não há avivamento.

Nem todos os princípios básicos para um avivamento foram descritos neste último capítulo. Mas, aquele que tem ouvidos para ouvir e olhos para ver, terá sensibilidade espiritual para entender muitas coisas a partir dos exemplos verídicos dados neste livro, os quais têm como objetivo exclusivo apontar um caminho, uma saída: reconhecer e confessar as nossas culpas; a devoção ao Senhor sem coração dividido; obediência total e incondicional; estar totalmente e permanentemente sob o controle de Deus; reconhecer e seguir sua orientação e andar no Espírito. Estas são algumas verdades que têm prioridade dentro do avivamento entre os Zulus.

Em conclusão, é preciso voltar atrás neste livro e ver as verdades mencionadas logo no início: se perdermos a visão do Senhor, Seu poder desaparecerá. Se Jesus não é o objetivo primeiro e último, então Ele não será capaz de revelar Seu poder e glória em nossas vidas – e nem estará disposto a isso. Quero encerrar com duas passagens da Escritura.

2 Crônicas 20:12: "Porque em nós não há força perante esta grande multidão que vem contra nós e não sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti".

Sal.25: 15: "Os meus olhos estão continuamente no Senhor".

"Senhor, não deixes de abençoar os Zulus. Preserva o fogo do Teu Espírito Santo, o qual também acendeste em outros avivamentos em diferentes continentes. Ora vem, Senhor Jesus! Amém".

Dr. Kurt E. Koch (1913 – 1987)

 

EPÍLOGO

Por Bärbel Koch

Em Março de 2007, na Missão Kwasizabantu, houve uma celebração para agradecermos a Deus pela Sua obra entre nós durante 40 anos. O início do Avivamento foi nos finais de 1966. O grande auditório estava cheio de pessoas de todas as partes do mundo. Existem muitas filiais da nossa missão em várias partes do mundo. Alguns dos líderes compartilharam, então, o que havia significado o Avivamento em suas vidas pessoais e ministérios, para suas famílias e para os seus países. Agradeceram a Deus pelos rios de água viva que começaram a fluir desde Kwa-Zulu, Natal, na África do Sul. O Dr. Mangosuthu Buthelezi (Líder da bancada da Casa Tradicional dos Líderes, KwaZulu-Natal) disse no seu discurso à audiência: “Este lugar, (KwaSizabantu Mission) tem sido um lugar de esperança e cura para inúmeros homens, mulheres e crianças, nos quais incluo-me a mim mesmo e à minha família, isto é, eu, minha esposa e filhos”. O Dr. Zweli Mkhize, MEC para o Departamento das Finanças e Economia, também se fez ouvir na audiência: “O Avivamento que começou em 1966 tocou em milhares de pessoas em Kwa-Zulu Natal e em muitas partes do mundo. Para o nosso povo trouxe crescimento espiritual, reconstruiu famílias inteiras e criou um sentido de valores maiores do conhecimento de Deus, de paz, do amor, da caridade e respeito entre os seres humanos”.

 (Extraído do Boletim Informativo de Erlo Stegen, Março de 2007)

 

Desde a primeira edição deste livro em 1976, a Missão Kwasizabantu cresceu ano após ano. Em 2010 já existiam muitos edifícios novos:

·Auditório com capacidade para 10.000 pessoas sentadas. O primeiro Auditório incendiou-se no ano de 2008 e, pela ajuda de Deus, o novo foi inaugurado em 2009;

·A Escola Domino Servite; a Faculdade Cedar College of Education; a escola para adultos, Tabitha; e o Thembalethu Play Centre; a Guesthouse; Coffee-shop; Padaria e um pequeno Supermercado, entre outras coisas.

·A missão é independente em todos os seus aspectos. Agora tem 300 hectares de terras aráveis e muito produtivas, com muitas plantações, incluindo Abacate. Estas frutas são exportadas para a Europa e também são vendidas domesticamente com qualidade da Comunidade Europeia. Existem outros projetos para produção de vegetais e frutas, como por exemplo Pimentão Doce de alta qualidade (Paparika). A descoberta de água mineral de altíssima qualidade no subsolo da missão tornou possível o engarrafamento de água e a sua venda de nível industrial, a qual é distribuída pelo País. São centenas de milhares de garrafas que saem da missão anualmente.

·Uma fábrica de iogurte, leitaria, oficina de eletricidade, carpintaria são apenas algumas das coisas que podemos mencionar; também existe a Radio Khewzi (Radio Estrela da Manhã).

·Finalmente, um grande projeto em sua fase inicial deve, também, ser mencionado. A Província de KwaZulu, Natal é um dos locais mais atingidos pela epidemia da Aids (Sida). Em 2006 surgiu, finalmente, um centro e um ministério com o nome de “Emseni Care Centre” (Emseni=Lugar de Graça) para cuidar de doentes infectados por esta epidemia. Ali, os doentes conseguem ajuda espiritual e física. Deus tem-se manifestado como um Deus de grande amor e poder entre estes pacientes. Muitos deles podem testificar de como Deus tocou profundamente em suas vidas, transformando-as. O testemunho pessoal de Gcinephi Khuzwayo conta uma história maravilhosa para todos os outros: Gcinephi cresceu num ambiente evangélico-Cristão. Apesar disso, decidiu viver a sua própria vida da sua maneira. Era uma moça atleticamente forte, pesando 83 kg. Em 2004 conseguiu um emprego em Pretória. Preferindo a vida própria acima de todas as coisas e desfrutando dela desmesuradamente, preferia relacionamentos com homens casados. Pensava que eram relacionamentos mais seguros que os relacionamentos com homens solteiros. Mas, logo começou a perder muito peso, chegando aos 45kg. Voltou para casa foi-lhe diagnosticado HIV positivo. No hospital, o médico informou-a que estava perdida e que a medicina não tinha mais soluções para ela.  Por essa altura, o seu peso corporal já havia descido para 22-23 kg. A mãe de Gcinephi sugeriu, então, que a levassem para a missão Kwasizabantu. No final de 2006, ela foi admitida no Emseni Care Centre em estado crítico. Era incontinente e não conseguia endireitar ou esticar as suas pernas. Sob a influência do Evangelho vivo e debaixo de um ambiente de amor, foi convicta de todos os seus pecados, apercebendo-se que, caso morresse em seu estado espiritual atual, não teria entrada no Céu. Pediu por aconselhamento e confessou ter tido três pecados principais: orgulho, teimosia (obstinação) e imoralidade. Obteve a sua paz com Deus e, logo de imediato, teve uma recuperação marcante. Na conferência de Jovens de Julho de 2006 deu o seu testemunho, embora ainda se encontrasse numa cadeira de rodas. Na Conferência de Jovens de Dezembro do mesmo ano, já estava em pé diante dos jovens, pesando 56,2 kg. Após um novo diagnostico o seu CD4 estava completamente normalizado e o novo teste de HIV revelou que os níveis de infecção eram tão baixos que não se podiam detectar. Gcinephi não pára de louvar o Senhor e de agradecer-Lhe pela Sua grande bondade. “Que mais posso dizer sobre a graça que Deus manifestou em mim? Eu ressurgi dos mortos, pois, o médico que me diagnosticou o vírus disse-me: ‘Menina, você é uma morta!’ A Diretora do hospital de Kwa-Zulu, Natal disse: “Não existe lugar como ‘Emseni Care Centre’. Ali não conseguimos distinguir quem é o doente e quem é a pessoa que trata, porque todos ali têm um brilho especial no rosto refletindo uma grande saúde!”.

Que esta nota introdutória sirva de resposta a todos aqueles que ainda se questionam se o Avivamento entre os Zulus ainda continua vivo. Os princípios ainda estão firmes, com fortes bases nos fundamentos Bíblicos e são seguidos diligentemente por todos os seus líderes, cooperadores e co-missionários. Que Deus possa continuar derramando toda a Sua graça da mesma forma abundante para salvar pessoas dos seus pecados e de suas ataduras acima daquilo que possamos imaginar ou pedir. (Ef.3:20)

  Bärbel Koch, Fevereiro de 2011.

Kwasizabantu Mission

www.Kwasizabantu.org.za

Kurt E. Koch nasceu a 1913. Depois de estudar teologia e após estudos em medicina, recebeu um doutorado em Teologia na Universidade de Tubingen, na Alemanha.

Pastoreou 22 anos pastoreando na Igreja Luterana do estado, predominantemente na área da juventude e na evangelização. Fundador e Diretor da Missão da Bíblia, o financiamento da publicação de impressão próprios ou de Bíblias ou partes da Bíblia em cerca de 30 línguas, nomeadamente em línguas de tribos da Idade da Pedra.

Itinerante trabalho missionário e evangelístico em mais de 100 países, palestras em universidades, seminários, escolas bíblicas e igrejas em todos os cinco continentes.

Com a ajuda de Deus, autor de mais de 100 livros e brochuras. Em Novembro de 1986, 96 direitos de autor atribuídos a traduções em línguas estrangeiras.

Considerado por muitos como tendo sido uma das maiores autoridades mundiais na área do ocultismo.

Diversos reconhecimentos internacionais, entre eles Vida Composição na Academia de Literatura Mundial (Cambridge, Inglaterra). Além disso, uma série de prêmios internacionais de livros.

A experiência central de sua vida: o perdão da culpa e do pecado, por Jesus Cristo. A experiência de ser um filho de Deus e a certeza da vida eterna, devido à misericórdia do Senhor. A fidelidade de Deus nos momentos mais difíceis. Experimentando "a suprema riqueza da sua graça" (Ef 2:7).

A experiência mais importante em seu trabalho foi a visita a todas as áreas de avivamentos do presente no mundo e seus livros sobre os movimentos espirituais falsos.

Este livro relata sobre a sua investigação sobre o avivamento que vem ocorrendo na província de KwaZulu-Natal, África do Sul desde 1966, agora conhecida como Missão Kwasizabantu.