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4 de Abril

MANHÃ

"Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus", 2 Cor.5.21

Cristão queixoso! Por que razão chora? Lamenta-se por sua própria corrupção? Olhe para seu Senhor perfeito e lembre-se: você está por inteiro n’Ele; você é, perante Deus perfeito como se nunca tivesse pecado; não, mais do que isto, o Senhor Justiça Nossa colocou Sua veste divina sobre si, para que tenha mais do que a justiça do homem em si mesmo – tem a justiça de Deus. Você que se lamenta e clama devido ao pecado da sua própria depravação, lembre-se: nenhum de seus pecados poderá mais condená-lo. Aprendeu a odiar o pecado; mas também aprendeu a saber que o pecado já não é sua herança, pois foi lançado sobre a cabeça de Cristo. Sua posição não está em si mesmo – está em Cristo; sua aceitação não lhe cabe a si outorgá-la, mas a seu Senhor; você é um ser perfeitamente aceite diante de Deus, com toda a sua pecaminosamente antecedente, como o será verdadeiramente assim estiver colocado diante de seu trono, livre de toda corrupção e de sua tentação. Olhe! Suplico-lhe que se apegue à ideia preciosa que lhe é colocada como factos finais e finalizados: perfeição em Cristo! Pois você é "completo n’Ele". Com as próprias vestes do seu Salvador sobre si, você é santo tal Aquele que é Santo. "Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós", Rom.8.34. Crente, regozije-se de coração, pois você é "aceite no Amado" – que tem você a temer ainda? Permita que seu rosto sorria sempre e ininterruptamente e viva perto de seu Mestre; viva pelos subúrbios da Cidade celestial; pois logo, assim que seu próprio tempo chegar também, subirá igualmente até onde Jesus está sentado e reinará com Ele; e tudo porque o Senhor se "fez pecado por nós; para que n’Ele fôssemos feitos justiça de Deus".

NOITE

 “Vinde, e subamos ao monte do Senhor”, Is.2:3

É de primordial importância que nossas almas subam bem alto acima do mal de todo este mundo profano, até que algo muito mais nobre e muito acima das vicissitudes deste presente século. Os cuidados deste mundo iníquo, o engano das riquezas, tudo está devidamente apto a sufocar nossa vida já de si angustiada pela sofridão, tendo assim como nos tornar desrespeitosos, orgulhosos e carnais. Será sempre bom para nós, de maior proveito mesmo, vermo-nos inteiramente libertos destes espinhosos afazeres, pois a semente celestial entre eles nunca produzirá nada de facto. E onde acharemos melhor foice que a foice daquela comunhão intima com Deus em pessoa com a qual possamos cortá-los de todo? Nas planícies da Suiça, muitos dos habitantes locais são deformados e todos carregam consigo mesmos um aspecto doentio, pois a atmosfera está sobrecarregada com miasma, é fechada e quase estagnada em seu movimento de ar. Mas mais acima nas montanhas, desvendamos lá uma raça de gente forte, a qual respira o ar corrente de enorme pureza virgem vinda da neve, dos altos dos Alpes. Seria muito bom que os resistentes naqueles vales pudessem deixar para trás seus afazeres e propriedades ficando estes dentro daquele denso nevoeiro para terem como respirar o ar puro das montanhas duma vez. Mas é uma aventura deveras dificultada ao máximo aquela escalada montanha acima. É isto o que vos proponho esta noite. Que o Espírito de Deus nos assista, deixando para trás de nós os receios e os medos e febres de ansiedade, tal como todos os vales que tenham como estagnar nosso ar nesta vida imprudente, para que possamos ascender aos montes acima de nós, antecipando assim a alegria de viver e também sua bênção de regozijo. Que Deus pelo Seu Espírito Santo tenha porque cortar nossos umbigos incoerentes com a vida e que assim nos assista na subida desta montanha. Assentamo-nos muitas vezes como águias presas a correntes que nos impedem de voar, só que, ao contrário dessas águias de caçadores, nós começamos por amar essas correntes que nos aprisionam e, caso nos viessem libertar delas, certamente poderiam encontrar rancor oposicionista de nossa parte. Que seja Deus a nos conceder graça para termos como escapar destas correntes ameaçadoras, pois se não tivermos como escapar fisicamente delas, que ao menos nosso espírito se liberte por inteiro delas. E deixando o corpo como um servo, no sopé do monte, que ao menos nossa alma possa subir bem alto, até ao topo da montanha, para lá termos nossa comunhão com Deus Altíssimo.

 

José Mateus
zemateus@msn.com