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12 de ABRIL

MANHÃ

"Meu coração fez-se como cera, derreteu-se dentro de mim", Sal.22.14

Nosso Senhor abençoado experimentou na sua própria alma uma terrível frustração como se estivesse se dissolvendo e derretendo. "0 espírito firme sustém o homem na sua doença, mas o espírito abatido quem o pode suportar?" A depressão do espírito profunda pode ser a mais penosa de todas as provações; tudo em volta deixa de ter qualquer sentido e valor. Este Salvador agonizando, bem poderia o clamar a Deus dizendo: "Não te afastes de mim", pois em todas as ocasiões um homem necessita de seu Deus quando seu coração fica oprimido através da aflição. Crente, aproxime-se da cruz esta manhã e humildemente adore o Rei da glória, havendo sido extremamente abatido por si, quer através de todo o tormento mental como em angústia interior, mais do que qualquer um de nós alguma vez pode vir a experimentar. Observe sua prontidão em se tornar seu Sumo-sacerdote fiel, o qual pode sensibilizar-se com as nossas enfermidades pessoalmente. E em especial, façamos com que os tristes entre nós, cuja tristeza deriva directamente do tratamento presente do amor de nosso Pai, entrem e penetrem na mais íntima comunhão com Cristo. Não podemos da ocasião ao desalento, uma vez que o Mestre já passou por esta ala escura antes de nós. Nossa alma pode até desejar desfalecer algumas vezes e experimentar sede acima de toda a angústia, para poder contemplar a luz do Seu semblante também. Mas nesses momentos, fiquemo-nos pelo facto aprazível da experiência da simpatia de nosso grande Sumo-sacerdote. As nossas gotas de aflição bem podem ser esquecidas dentro do oceano das Suas angústias d’Ele; mas como deve elevar-se o nosso amor e a que a alturas! Entra, penetra em nós, ó forte e profundo amor de Jesus; como o mar faz com as marés-cheias da primavera, assim vem cobrir tudo o que sou, afoga todos os meus pecados em teu seio, remove todos os meus cuidados e preocupações, levanta minha alma ainda ligada à terra e transporta-a colocando-a de seguida aos pés de meu Senhor. E lá permite-me estender, tal pobre concha partida e quebrantada pelo seu amor sem qualquer virtude ou valor e atrever-me a sussurrar apenas para Ele, caso Ele estenda seus ouvidos para mim. Ele ouvirá a partir do meu coração desfalecido ecos de ondas sonoras do seu próprio amor, o qual me trouxe até aonde deve aninhar-se todo o meu deleite, exactamente aqui a seus pés para sempre.

NOITE

 “Ao pé do jardim do rei” Ne.3:15

Só mencionar o jardim do rei, leva-nos a recordar logo o Jardim que o Rei dos reis preparou para Adão. O pecado destruiu completamente aquele lugar de delícias incalculáveis, levando os homens todos a trabalhar a terra que produz espinhos abrolhos com seu labor. Minha alma, lembra-te da queda, pois ali começou tua própria também. Lamente o seu Senhor haver sido tratado daquela maneira pelo cabeça de toda raça humana, da qual você é membro efectivo, levado pela sua consequente corrente como todos os outros que são seus iguais. Note como dragões e demónios habitam esta terra agora, a qual já uma vez foi um jardim paradisíaco.

Veja muito para além do Jardim do Rei, o qual Ele próprio regou com o sangue que verteu em Getsemane e no qual a ervas mais amargas são mais doces que os frutos melhor escolhidos de todo Éden. Ali, no Calvário, aquele engano da serpente no primeiro Jardim foi corrompido para sempre, pois ali foi levantada a maldição de sobre toda a terra e se produziu a semente da mulher que salvaria o mundo. Minha alma, considera a realidade daquela agonia e paixão; tente voltar ao jardim das oliveiras e olhe lá o grande e fiel Redentor que lhe veio oferecer a salvação desse seu estado lastimável. Este é o Jardim dos jardins de facto, onde a alma pode ver seu pecado e suas culpas mediante todo o poder do amor, duas visões que se sobrepõem a todas as outras.

Não existe mais um Jardim para nosso Rei? Claro que sim, meu coração, pois tu és ou no mínimo deverias ser esse jardim. Como estão as flores se dando nele? Nascem de ti frutos desejáveis e aprazíveis? Passeia teu Rei em teu Jardim também, acomodando-se nas abas de teu espírito? É permitido que suas plantas sejam devidamente podadas e arranjadas por Ele e as raposas que se escondem sob ela sejam retiradas de seus esconderijos permanentemente. Vem Senhor, para que os ventos celestiais soprem sob teu auspício quando vieres e que os ingredientes do Teu jardim transbordem para fora dele. Também não posso esquecer do Jardim que se chama igreja hoje. Ó Senhor, envia prosperidade a ela. Reconstrói todas as suas muralhas decaídas, cuida de suas plantinhas, colhe seus frutos pessoalmente e reclama desta grande selvajaria o porquê de seu estado pouco fértil desde – torna-a de novo um Jardim para o Rei.

 

José Mateus
zemateus@msn.com