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AGOSTO 24

 

MANHÃ

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NOITE

 “Se alastrar um fogo e pegar nos espinhos, de modo que sejam destruídas as medas de trigo, ou a seara, ou o campo, aquele que acendeu o fogo certamente dará, indemnização”. Êxodo 22:6

Mas que restituição poderá alguém fazer quando propaga as vozes do erro e da mentira? Lemos que a língua é sempre semelhante a um fogo vindo do próprio inferno. Que restituição poderá haver pela lascívia, que também incendeia a alma do homem com a busca do prazer do inferno? A sua culpa é sobremaneira infinita, para além de se poder estimar e avaliar, os seus resultados irreversíveis eternamente. Se um tal pecaminoso um dia for perdoado, quão grande será a sua dor olhando para trás, para tudo aquilo que fez, pois nunca poderá retribuir pela dor e sofrimento e dano que causou. O mau génio pode acender um fogo tal num momento, que anos de labor e compreensão nunca poderão apaziguar mais. Se incendiarmos o trigo do homem, do qual come e se nutre, já é mau, mas quanto mais doloroso é destituir a sua alma da vida para o inferno! É bom reflectirmos sobre todo o nosso passado a ver se nada há que podemos ainda vir a concertar e restituir. Também se no presente momento não temos algo em nós que pode trazer dano e prejuízo a alguém chegado a nós. O poder da carne será sempre um fogo devorador das coisas de Deus. Quando os convertidos se multiplicam e Deus haja até sido glorificado anteriormente, logo o diabo se encarregará de tomar aquela posse do púlpito e pregar como se fosse aquela voz de Deus pelo ciúme e inveja. Onde aquele grão dourado se armazenou como compensação num celeiro dum qualquer Boaz trabalhdor, logo um inimigo se pode encarregar de o destruir com o fogo da malícia e falar sem nexo num momento, tudo aquilo que acumulou em sua alma durante anos a fio, deixando apenas um fumo que sobe atrás de si. Ai daqueles por quem vêm os tropeços! Melhor lhes seria serem atirados no fundo do mar com uma mó atada às costas! Que tais ofensas nunca se dêem por nosso propor, porque como haveremos de achar jeito de restituir a verdade ao próprio quando somos os maiores culpados? Se somos os principais ofendedores, se somos os mais culpados, seremos os maiores sofredores, pois aquilo que semeamos colheremos, sem dúvida. A discórdia por norma queima sempre primeiro os espinhos salientes de qualquer abrolho, volta-se contra todos os hipócritas que estão dentro de todas as igrejas e alastra-se para os justos que lá podem estar também. Logo os ventos do inferno se encarregam de deixar o diabo a reinar nas ruínas do mal e não se saberá onde irá parar! Tu ó Senhor, que podes ser aquele príncipe da paz, faz de nós homens e mulheres que se tornam em pacificadores, para que não haja a menor das divisões entre teu povo santo nem o menor fervor carnal entre todos nós.

 

José Mateus
zemateus@msn.com