CLIQUE AQUI OBRA COMPLETA MEDITAÇÕES DE CHARLES SPURGEON

2 de JANEIRO

MANHÃ

 "Perseverai na oração." Col 4.2

É interessante observarmos como somos reiteradamente instados pela instrução divina pela prática da oração, quer por meio de exemplos, quer preceituando quer proclamando promessas. Mal abrimos a Bíblia deparamos logo com estas palavras: “Daí se começou a invocar o nome do Senhor” (Gênesis 4.26) ; e ao encerrarmos a mesma Bíblia,  “Amém” soa-nos aos nossos ouvidos em forma de súplica fervorosa. Os exemplos se multiplicam. Encontramos Jacob lutando; mais adiante, um Daniel, que ora ao Pai três vezes por dia, um David que clama ao Senhor com todo o seu coração. Na montanha, vemos Elias; na prisão, Paulo e Silas. Temos numerosas referencias e incontáveis promessas. O que nos ensina isto, senão a sagrada importância e a necessidade absoluta da oração? Podemos estar certos de que o que Deus destacou em toda a Sua Palavra foi com o propósito de que nos fosse manifesto para que em nossas vidas também assim seja. Se Ele falou muito sobre oração é porque sabe qual a real necessidade que temos dela, como dependemos dela em absoluto. Tão profundas e reais são nossas necessidades que, até entrarmos no gozo celestial, nunca devemos cessar de orar. Não precisa de nada? Então receio de que não esteja plenamente convicto quanto à sua pobreza. Não tem nenhum alvo de misericórdia a pedir a Deus? Será apenas assim, com ela em si, que essa mesma misericórdia do Senhor lhe tem como mostrar a sua desgraça real! A alma sem oração é uma alma sem Cristo. A oração é o balbuciar do crente ainda bebé, o clamor de qualquer crente na batalha, o réquiem moribundo que falece santo, descansando é em Jesus. Ela é a respiração, o lema, o conforto, a força, a honra de qualquer cristão. Se é filho de Deus, buscará o rosto de seu Pai e viverá no amor de seu Pai seguramente. Ore para que neste ano você possa ser santo, humilde, zeloso e paciente; tenha comunhão mais íntima com Cristo e entre com mais frequencia na sala onde se banqueteia em todo Seu amor. Ore para que possa ser um exemplo e uma bênção para os outros e que possa viver mais para a glória de seu Mestre. A directriz para este ano deve ser: “Perseverai na oração.”

NOITE

“E renovem os povos as forças” - Is.41:1

Todas as coisas sobre a terra carecem duma renovação continuada. Nada daquilo que é criado tem como se manter por si mesmo, renovando-se a cada dia. “Envias o teu fôlego e são criados; e assim renovas a face da terra”, Sal 104:30. Com estas palavras o Salmista disse tudo. Até as árvores que nunca se carregam de preocupações obscenas, que nunca encurtam suas vidas por causa de seu labor, bebem da chuva dos céus e sugam dos tesouros de águas despoluídas dos depósitos na terra abaixo. Até os cedros do Líbano, os quais Deus plantou vivem apenas porque sugam as águas profundas que estão abaixo de si. Tal como necessitamos reparar nosso corpo através de refeições contínuas, do mesmo modo necessitamos sempre nos alimentar espiritualmente do Livro de Deus, por causa do desgaste espiritual ao qual estamos expostos. Também podemos ouvir a palavra e deleitarmo-nos em todas as Suas ordenanças em forma de sermão. Quanto estarão compactadas todas as nossas muitas bênçãos caso sejamos negligentes nelas. Que pobreza desfrutaremos como esfomeados raquíticos caso vivamos por fora do estudo da Palavra de Deus e da comunhão com Ele em nossos próprios aposentos! Se pela nossa própria piedade pensamos viver fora de Deus, logo isso nunca será criação divina. É um sonho de tolo, isso é o que é. Caso Deus haja concebido um jardim, suas sementes esperariam que Ele próprio as fizesse frutificar. Sem aquela restauração continuada, estaremos nos sujeitando sempre aos contínuos ataques do inferno apenas com os desejos de estarmos no Céu, ou ainda com a impaciência dentro de nós mesmos em forma de beatitude maligna. Quando um tufão se solta, ai daquela árvore que nunca bebeu da água que lhe fora fornecida oportunamente e que nunca se agarre à rochas por baixo com suas raízes  por ela fortalecidas! Assim que as tempestades sobem seu tom, ai daqueles marinheiros que não prepararam seu mastro, que não lançam suas ancoras bem fundo e que não buscam a sua parte do descanso eterno. Se usufruímos daquilo que é bom apenas para decrescer e enfraquecer, as forças do mal por certo irão juntar todas as suas forças para nos virem derrubar. Assim podemos permanecer numa desolação dolorosa e numa desgraça lamentável mesmo. Vamo-nos aproximando no sopé daquele Trono cheio de graça em súplica humilde, para que vejamos a alva do cumprimento da promessa a qual reza que “aqueles que esperam no Senhor renovarão suas forças”!

 

José Mateus
zemateus@msn.com