MANHÃ

“E exterminarei deste lugar os que sobre os telhados adoram o exército do céu, e aqueles adoradores que juram ao Senhor, e juram por Milcom” Sofonias 1:5

Estas pessoas pensavam que estavam seguras por pertencerem aos dois lados, achando-se seguidores de Deus pela “fé” e ao mesmo tempo se dedicam a um ídolo ou a um outro pecado qualquer. Mas a duplicidade diante de Deus deve ser das coisas mais horríveis que lhe podemos demonstrar. A Sua alma abomina, odeia intensamente a hipocrisia e a duplicidade – que se tome nota. Qualquer idólatra distintamente se dedica ao seu falso deus e para acalmar sua consciência traz ofertas a Deus – o ídolo é ao amo, sendo Deus o substituto e pronto-socorro de ocasião! Mas qualquer idolatra que se dedica a tempo inteiro a um deus falsamente concebido, tem menor pecado que aquele que é duplo. Aquele que é amigo dos coelhos e no entanto corre com os cães de caça, é uma desgraça de ser, uma monstruosidade sem fim. Mesmo no dia-a-dia deste mundo no qual vivemos, ninguém acha bonito estar ao lado de quem tem duplicidade explícita, de quem é hipócrita. Mas, se assim é, imagine essa pessoa diante de Deus – é um ser do mais reles que pode existir na face de toda a terra! Por isso, a penalidade que Deus expressou contra este tipo de duplo pecador, isto é, além de ser idólatra é também hipócrita, é bem merecida. Como poderia aquela justiça divina poupar alguém que sabe que Deus existe de facto e ainda assim dedica seu tempo parcialmente a um ídolo ou a um outro pecado qualquer, entregando seu coração voluntariamente a um tal estado de coisas? Ó minha alma, busca teu estado de espírito real hoje, a ver se por acaso não és fingido e hipócrita, se não tens dois pesos e duas medidas para com teu Deus! Se você professa amar o Senhor Jesus de coração – será que o segue de verdade? Ou se o segue – será que o ama de verdade com todo seu coração, ou está este dividido também? Pertence você àquela família dos honestos ou dos assim e assim? Nome e fama, riqueza e bem-estar, de que me vale tudo isso se o desperdiço em meu pecado, se adoro Deus apenas para que tenha mais ainda? Ter um só pé na terra da verdade, outro no mar da mentira, vai-me instigar num processo de ruína total. Cristo, se nunca for de todo o meu coração, de nada me valerá. Ele será tudo ou nada. Apoc 3:15-16 “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! (16) Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca”. Se Cristo enche todo o seu universo, não deixa nem um singular espaço para outro pecado ou deus – saiba desde já. Se tem pecado, Cristo está longe do seu universo. Se Ele reina de todo em meu coração, logo não haverá espaço para outro poder reinador. Descanso eu num Cristo crucificado ainda ou num ressurrecto e cheio de vida? É meu único desejo que assim seja de facto? Está meu coração na disposição que assim seja, aberto a tal realidade? Se assim é, que seja abençoada a graça que foi derramada sobre si, pois será salva(o)! Mas se assim não for, perdoe-me mas terei de lhe dizer que peça que Deus una o Seu terrível nome a um temor que seu coração ainda não tem, mas que é real – você corre perigo de facto.

NOITE

 “Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra; não se dá a menor antes da primogénita” Gen 29:26

Nós não perdoamos Labão pela sua evidente falta de honestidade. Mas não deixamos de aprender com o costume com o qual se refugiou na desculpa. Existem algumas coisas que teremos de ordenar, caso tenhamos assegurado a segunda, para que ganhemos a primeira também. A segunda até pode vir a ser tenra e bela a nossos olhos, mas a regra pela qual nos regemos sob as leis dos céus, deve sempre ser imposta, casando a mais velha primeiro. Por exemplo, muitos homens desejam sempre a mais bela das Raqueis, cheia de alegria e exuberância: paz no crer. Mas, o facto é que terão antes de mais casar com a Leia do arrependimento, a dos olhos meigos. Todos se apaixonam pela alegria e exuberância. Muitos mesmo, serviriam o dobro dos sete anos pela sua aquisição cá na terra. Mas, de acordo com a regra celestial do Reino de Deus, aquela Leia de real santidade, terá de vir a ser amada antes da Raquel da nossa integral felicidade vir a ser obtida. Os Céus nunca estão em primeiro, mas em segundo lugar. Apenas perseverando até ao fim obteremos uma porção dele para nós, para glória do Senhor. A Rude Cruz terá de ser levada antes da obtenção daquela coroa que nos espera. Teremos de seguir o nosso Senhor na Sua plenitude de meter inveja a qualquer um, sim, mas para a humilhação, se quisermos algum do descanso que vemos n’Ele. Se assim não for, nunca chegaremos a provar da Sua glória sem fim. Minha alma, que dizes tu a isto? Entreténs-te com as vãs esperanças de poderes fazer com que esta regra celestial seja quebrada só para ti, apenas por ti? Esperas tu alguma recompensa sem labor, honra sem suor e sem pranto que limpa? Despede tu essa vã expectativa e alegra-te com o poderes ser participante activo nas aflições de Cristo, no Seu amor, que te recompensará pelas perdas todas. Nesse espírito de intenso labor e sofrimento aparente, verás que todo o amargo se tornará doce e as coisas difíceis, serão fáceis. Tal como Jacob, todos os teus anos de serviço parecerão poucos a teus próprios olhos por causa daquele intenso amor que te conquistou para sempre. E quando, enfim, chegar a feliz hora de estares com teu Senhor, naquela sala de Núpcias Divinas, todos os teus trabalhos e tristezas serão como se nunca tivessem sido. Uma hora com o Senhor Jesus compensará todos os anos de intenso labor e trabalhos árduos. Jesus, para Te ter como belo em mim, Tua Cruz vou levar com a alegria que Tu dás a quem por Ti caminha. Porque assim ordenam as regras do Céu, com a primeira casarei, para que a segunda me seja outorgada também.

José Mateus
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