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SETEMBRO 30

MANHÃ

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NOITE

“Melhor é o cão vivo do que o leão morto”, Ecl.9:4

A vida é sempre algo precioso e sua forma mais humilde é em tudo superior a qualquer morte. Esta verdade é certa no tocante à vida espiritual. É sempre melhor ser o menor de todo Reino dos céus, do que o maior fora dele. A forma mais baixa de toda a graça é superior ao mais desenvolvido numa natureza não-regenerada. Onde o Espírito Santo implanta vida divina dentro da alma, existe lá um precioso depósito que a educação mais requintada nunca terá como igualar. O ladrão que morreu na Cruz é em tudo superior a César no seu trono. Lázaro entre os cães que lambiam suas feridas foi melhor que Cícero entre seus senadores. E o crente mais iletrado aos olhos de Deus, é superior sob todos os aspectos a Plato. A vida é um diadema de nobreza na esfera das coisas espirituais e os homens sem ela são coisas repugnantes e espécimes do mesmo material sem vida, necessitados de serem vivificados, pois estão mortos em pecados e transgressões.

Um sermão vivo e cheio do amor de Cristo, mesmo quando pouco elaborado e por inculto que seja o orador, supera em tudo o melhor dos discursos que não seja ungido de poder. Um cachorro vivo guarda melhor que um leão morto e será de maior préstimo a seu senhor. E assim, o pregador mais pobre que seja espiritual é de valor infinito e de se escolher acima de qualquer orador que tenha muita eloquência sem poder, nenhuma energia a não ser o do som dum címbalo. Do mesmo modo se pode falar de nossas orações e outros exercícios espirituais. Se formos revigorados pelo Espírito Santo, serão aceites diante de Deus por Cristo Jesus, mesmo que os achemos coisas inúteis e desprovidas de valor. Enquanto as nossas actuações mais sublimes estiverem ausentes de nós, tal como leões mortos, são meros cadáveres à luz de Deus. Os nossos gemidos mais inexprimíveis, nossos suspiros mais vivos, nossas falhas mais vivas superam em tudo as nossas canções mais lindas e nossos hinos mortos. Melhor é qualquer coisa que a morte. O latir dum cão nas portas do inferno, ao menos têm o poder de nos manter acordados, mas a fé morta e confissão sem vida, maiores pragas não haverá. Vivifica-nos, Senhor, vivifica-nos logo.

 

José Mateus
zemateus@msn.com