COMO MOISÉS

Existem escolhidos para muitas coisas. Existem outros que entram na senda da obra dos escolhidos e fazem um trabalho de escolhido. Mas acima de tudo existe aquela vontade de Deus a qual é necessário efectivar – não haverá obra de maior valor sobre a terra. Aprendendo a fazer a vontade de Deus, logo podemos fazer depois toda a obra de Deus, por isso lemos “Adverte-lhes que estejam preparados para toda boa obra”, Tito 3:1. Existe uma vontade de Deus que é apenas uma aprendizagem na obediência e na santidade, porque toda a boa obra terá de ser efectivada na plenitude de santidade e poder. Fazemos coisas obedecendo a Deus que muitas vezes não levam a lado nenhum, como a mudança dum emprego, duma casa, dum jeito de ser, duma melodia. Tudo isso para que aprendamos o jeito de estarmos plenamente preparados para a grande obra de Deus, aquela para a qual fomos chamados de facto – sem uma não haverá outra! Sem esta preparação não haverá obra, como sem curso não haverá engenheiro. Mas agora chegamos a esta fase de obediência naquilo que é o verdadeira obra de Deus, como Moisés depois de haver sido restabelecido por quarenta anos no deserto, onde o homem sábio desaprendeu até de falar e foi chamado a ir buscar os Israelitas que estavam todos juntos no Egipto. Não é comum uma tal obra desta envergadura, mas é comum ser-se obediente por natureza às coisas boas que há em Deus, se Ele está de facto em nós. Esta transformação dá-se, para logo de seguida se dar a obra verdadeira. O erro será pensar que o total da verdadeira obra era aquela a que antes nos empregamos – ou então que aquilo que fizemos foi tudo em vão e para nada serviu. Como poderá tudo haver sido em vão quando aprendemos a obediência? Mas agora já não será para aprendermos a obediência, mas sim para efectivarmos a totalidade da Sua obra obedecendo com a obediência que aprendemos a ser – de natureza. Existe uma pequena diferença – muito pequena mesmo – entre a nossa obra e a de Moisés: é que ele ia buscar gente que estava num só lugar, mantidos em união pela mesma escravatura característica. Nós temos de ir recolher um povo disperso pelos quatro ventos do mundo.

José Mateus
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