20 MALDIÇÕES
Existem maldições que nem as
reconhecemos como tal. As pessoas embrulham-se em seus problemas e nem
sempre se dão conta do que está acontecendo com eles. Cego não vê. Eis
aqui algumas maldições que podem vir a ocorrer a qualquer pessoa:
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Deus
entrega o homem ao seu próprio caminho e ao coração que ele mesmo
vai ganhando caminhando nesse caminho.
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O homem
não crê em Deus e Deus fica calado para que o homem creia o que ele
quiser e desejar quando ele quiser e desejar. Um incrédulo pode até
crer em Deus se desejar e ainda cantar no coro da sua igreja ou ser
pastor. Mas, só os limpos de coração verão a Deus e se manterão
dentro daquela paz que humano nenhum conseguirá desfrutar longe de
Deus, nem mesmo sendo fingido.
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O homem
esquece-se facilmente de seus pecados e só ora “perdoa-me meus
pecados” sem saber de que pecados se tratam. Isto é uma consequência
do próprio pecado.
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O homem
sente-se vitorioso quando ganha (ou não perde) por meios
fraudulentos. E Deus mantém-se calado para que o homem não sinta que
está errado ou que é perdedor. “Quem ganha sua vida (deste jeito),
perdê-la-á”.
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O homem
não consegue escolher entre o bem e o mal. Muitas vezes nem sabe
discernir entre um e outro, para poder escolher depois. Ele não é
como Jó, que disse: “Há
iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir
coisas perversas?” Jó 6:30.
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O homem não se acha capaz de se arrepender porque
acredita piamente em si próprio e em qualquer uma de suas muitas
(in)capacidades. Isso é uma maldição, uma consequência do pecado.
Todo homem, para poder ser salvo, precisa ir (marchar!) contra ele
próprio em direcção a Cristo e não negar-se para ir em outra
direcção. Mas o pecado nem deixa pensar que devemos fazer tal coisa.
Todo pecado traz esta maldição de cegueira consigo.
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O homem
acha que não se consegue arrepender se não sentir vontade de o
fazer. Ele aprendeu a fazer apenas conforme aquilo que sente e, se
não sentir ou se acha que não consegue fazer, não o faz. O seu
coração e sentimentos são quem determinam seus actos e caminhos por
ele, pois está entregue a ele mesmo. Ele não entende porque razão
Cristo disse “negue-se a si mesmo”, nem qual o alcance das Suas
palavras – antes quer sentir para poder fazer.
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O homem
vive da fama e do elogio e chega mesmo a acreditar que isso é o que
é uma vida de bênção. Ele foi entregue ao engano para se sentir bem
por lá, para se sentir como um vencedor sempre que está perdendo.
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O
dia-a-dia do homem fica lotado de coisas para fazer sem ser
acompanhado por Deus nelas. Nesse estado de espírito não tem tempo
para pensar naquilo que pensa enquanto o tempo vai passando
velozmente com o homem achando sempre que esteve parado. Nem pensa
num Deus real e num Juízo vindouro que se aproxima a alta
velocidade.
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O homem
crê que é eterno porque foi criado para ser eterno e a sua
constituição assim o faz crer. No entanto, Deus permite-lhe
continuar pensando do jeito que foi originalmente criado. O homem
nunca vive como se fosse morrer a qualquer momento ou como se fosse
prestar contas a Deus. Antes vive como se isso nunca fosse
acontecer. Querem maldição maior que essa? É uma vida prática de
morte dentro de uma constituição de vida eterna.
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O homem
confunde facilmente prazer com vida, dinheiro com confiança,
bem-estar com segurança, pecado (carnalidade egoísta) com amor,
agressividade com firmeza, lentidão com calma, briga com
perseverança. Para tudo que resta do conhecimento do bem dentro
dele, cada homem arranja uma semelhança no pecado e na vida que
segue para a poder viver do seu jeito, ao qual foi entregue. Ele
aquece-se e sente-se confortado no calor de sua própria casa que se
está incendiando com ele lá dentro. Essa é uma das maldições à qual
o homem estará entregue sempre que pecar. Ele irá sentir-se bem
correndo perigo sério e inesperado.
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O homem
não consegue saber qual a verdade e acaba sempre pendendo para o
lado do engano e da mentira. Ele acha que mentira é verdade e que
verdade é mentira, que realidade é ofensiva quando se fala de Deus
que vive e é real. Para ele, a única fé aceitável é a que é a
mística ou a que não funciona para ele poder viver do seu jeito e
conforme sempre viveu. Por essa razão existem muitos crentes que
conseguem crer na verdade sem serem verdadeiros, na realidade sem
serem reais – são mentirosos até para eles próprios, vivendo
facilmente de fachada e de jejum de realidade tendo Deus
constantemente a negá-los abertamente e nem mesmo assim crêem que é
Deus quem está contra eles e não o diabo. São pessoas que abrem os
olhos no escuro duma noite a acham que vêem apenas porque abriram os
olhos. (Imagine-se a culpa de quem fecha seus olhos com luz à sua
volta! Esse é um dos jeitos de se viver nas trevas!)
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O homem
não consegue conciliar a sua atenção com aquilo que se encontra
fazendo em dado momento. Ele sente sempre vontade de estar onde não
está, também de sair de onde está. Sua insatisfação nunca tem algo a
haver com o lugar que ele assegura ser o problema. Sua insatisfação
é um estado de espírito consequente de seu afastamento de Deus por
longos períodos e vive equivocando-se dentro dum estado o qual não
lhe permite discernir nada diante de seus olhos abertos, os quais
que nada vêem. A insatisfação deve-se ao coração que se tem.
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O homem
não consegue mais controlar a sua língua e até fala antes de pensar
– seu coração passa directo do que sente para as palavras. O homem
tornou-se incontrolável e por isso é que autocontrole é um fruto
apetecido, do qual só as pessoas no Espírito conseguem usufruir.
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O homem
acha a sua motivação naquilo que o pode orgulhar, confundindo tudo
que faz com humildade. Ele fala com palavras de humildade sendo
orgulhoso, falando duma coisa e só conseguindo sentir-se bem fazendo
outra.
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Teimosia, homossexualidade, mau feitio e intemperança, são tudo
coisas que acontecem ou podem acontecer ao homem entregue a si
mesmo. Esse mesmo homem chega ao ponto de defender a perversidade
apenas porque exige até de si próprio que seu caminho e vontade
sejam feitos de seu jeito. A maioria das pessoas só defende seus
caminhos por causa deles próprios e nunca por causa das causas em
si, nem pelo suposto valor das reivindicações que fazem e usam para
se imporem dentro de seus caminhos infelizes e sem saídas. O homem
só quer que seja ela a fazer, a mandar, a querer sem se importar com
nada. E, como é cego, fazendo o que quer e indo para onde quer, está
perdido. Deduzimos que, se Deus entrega o homem ao que ele quer e
deseja, na verdade, entrega-o a uma maldição.
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O homem
pensa pouco em Deus da maneira certa e com carinho. Que maior
maldição poderia existir na terra? E se conseguir pensar em Deus com
carinho, só sendo fingido e com música de fundo, forçado, com corda
dada (como se de relógio se tratasse), correndo atrás de bênção ou
de outro jeito que consiga levar cada homem a ser enganado por ele
mesmo e com aquela capacidade de levar outros atrás de si. Entre
numa igreja falsa e comprovará esta verdade!
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O homem
é capaz de confiar – foi criado para isso. Mas longe de Deus, ele é
capaz de confiar em qualquer coisa, em qualquer altura boa ou má de
sua própria existência, mas nunca consegue confiar em Deus que seria
a sua única salvação. Seu coração recusa-se naturalmente a crer em
Deus para obter uma ajuda real – apenas creria em Deus para usar os
seus próprios recursos, esquemas e mecanismos como ajuda e forma de
ajudar, a qual o próprio autoriza, avaliza e aprova. Não conseguir
confiar em Deus é uma maldição consequente do pecado. E é a fé que
nos salva de tudo.
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O homem
não consegue mais saber qual a diferença entre sentir emocionalmente
e sentir uma presença real, ou sentir de tacto. Por essa razão ficam
animados, dando corda a um relógio interior de sentir e de forma
programada, confundindo isso com sentir a presença de Deus que nem
em sonhos estará por ali. O que sentem é a eles próprios, é deles
mesmos e acabam achando que isso é que é sentir Deus. O homem está
entregue a ele próprio, sente-se a ele próprio e diz que isso é
sentir Deus porque se ama a si mesmo extremamente. O homem consegue
crer em tudo de bom para ele mesmo porque se ama a si próprio
incondicionalmente.
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A
impaciência é uma maldição que se acha quando não se sabe esperar em
Deus. Ela faz-nos lutar ou por aquilo que Deus em Sua bondade não
quer dar, ou para recebermos no tempo errado aquilo que, noutra
ocasião, seria algo bom e certo para nós vindo da própria mão de
Deus.
Da próxima vez que
quiser fazer a sua própria coisa, que quiser seguir seu próprio caminho
como um filho pródigo que ainda exige que Deus lhe dê da Sua herança
para ter o poder de o fazer, tente lembrar apenas umas desta maldições
que irá achar em algum de seus caminhos futuros. Deus não é mau, mas é
justo: as maldições já existem para quem se afasta de Deus, da Sua
vontade (mesmo sendo crente) e de Sua presença real (a que não é fingida
nem suposta). Essas maldições já existiam antes de nós. “O
céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante
de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição (elas já estavam colocadas
antes de nós); escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência, amando ao Senhor teu Deus, obedecendo à sua voz e te
apegando a Ele; pois Ele é a tua vida e o prolongamento dos teus dias; e
para que habites na terra que o Senhor prometeu dar”,
Deut.30:19-20.
José Mateus
zemateus@msn.com