“... E DARÁ À LUZ UM FILHO E CHAMARÁS O SEU NOME JESUS; PORQUE ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS”, MAT 1:21.

 

 

  PREFÁCIO 

A vinda de Cristo ao mundo tem trazido muita discussão . E como as pessoas discutem por tudo e por nada - umas porque concordam, outras porque discordam, outras ainda porque não desejam concordar  seja com quem for - Cristo tornou-se o polo central de muita discussão para quem tem comichão nos ouvidos. E com isto escondem a salvação de quem dela poderia usufruír.

Já antes de ser crucificado argumentavam sobre Ele. Alguns tiveram o privilégio de argumentar com Ele - uns salvando-se, outros perdendo-se irremediavelmente para sempre. É desta salvação que quero falar. Não da salvação como argumento , como doutrina, mas como uma experiência real, constante e eterna.               

Esta experiência de salvação é divinal e maravilhosa. Porém, não somos salvos porque Deus nos quer fazer passar por algo inesquecível; não, nunca! Porque se para alguns esta experiência é divinal e maravilhosa, para outros não passará duma tortura. Para outros ainda, será uma experiência que lhes passa totalmente ao lado. Ora, vejamos (antes de discordar de mim!): esta experiência só é divinal na sua essência mais pura e verdadeira. Porque se se discute sobre o Senhor por aí, muito mais se discute, se argumenta e se transcreve sobre o que Ele fez (e faz). Ora, por uma razão ou por outra, as pessoas “vivem” o que ouvem e “ fazem” o que pensam ser a salvação  (por esta razão muitos se dizem salvos por aí!), transportando esta forma de vida para dentro das igrejas, nunca lhes ocorrendo que a salvação nada tem a haver com estas futilidades de engano e egoísmo. Nós não somos salvos porque “sentimos” e “fazemos”; não. Os que se salvam fazem e sentem - sentimos e fazemos, porque estamos salvos.     

A salvação de que falo é para alguns uma tortura e um drama, porque se agarram ao pecado como uma forma de vida “permitida” e “autorizada” pelas Escrituras. Espero conseguir mostrar - lhes que estão errados. Espero também poder mostrar que a salvação é precisamente aquela que salva do pecado, e  não aquela inventada por homens, sem o mínimo de consideração por aquilo que o Senhor fez na Cruz. Vou detalhar e evidenciar aquilo que quero dizer, na medida do possível.

Espero também, que este tema não seja somente uma verdade revelada para quem lê, mas sim (e de todo o coração o desejo) o princípio duma longa e verdadeira experiência para quem leu.

“ E O ESPÍRITO E A ESPOSA DIZEM: VEM. E QUEM OUVE DIGA: VEM . E QUEM TEM SEDE, VENHA; E QUEM QUISER, TOME DE GRAÇA DA ÁGUA DA VIDA”. Assim seja Senhor. Amen.

 

 

SALVAÇÃO DO PECADO

 

“... E DARÁ À LUZ UM FILHO E CHAMARÁS O SEU NOME JESUS; PORQUE ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS”, MAT 1:21.

 

CAPITULO 1

 

O SINAL DE JONAS

 

Este versículo é o tema central da Bíblia. Será também o tema central deste livro. É um versículo praticamente esquecido por todos os que se sentam nas cadeiras (ou bancos) das igrejas actuais. Nos seus sermões, os pastores não lhe dão a devida importância; nas reuniões de oração, aquilo que deveria ser de primordial importância, fica na prateleira do esquecimento, porque ninguém se sente capaz, ou com a mínima vontade, de limpar o pó que se acumulou sobre este tema; (porque o senhor disse que, “ (...) se diante do altar te lembrares (...) reconcilia - te primeiro (...) e depois vem”). Este assunto deveria ser, sem sombra de dúvida, o eixo onde deveria girar a nossa vida nesta curta existência na terra. No entanto, o que vemos é que se tornou um assunto tabu. “...Ele salvará o seu povo dos seus pecados ...” é o tema central da mensagem do Evangelho segundo o nosso Senhor Jesus Cristo. (Outros evangelhos proliferaram por aí e não pregam o mesmo!!!) Esta é a razão pela qual os anjos entoaram cânticos de louvor ao Senhor aquando do seu nascimento, pela qual os reis magos deixaram a sua terra em direcção ao Salvador. Não só por Ele ter vindo ao mundo, mas por ter vindo salvar do pecado. Ao prezado leitor pergunto: é disto que está salvo?

Caro leitor, peço – lhe que preste atenção àquilo que aqui vou escrever. Num minuto de silêncio, reveja o tipo de evangelho a que tem dado ouvidos; peça ajuda a Quem disse “...instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos...” porque “...Eu sou o caminho e a Vida...” “...instruir-te-ei...”. Tenho a absoluta certeza de que necessitará da Sua ajuda para conseguir ver a Verdade neste emaranhado de evangelhos que proliferaram como ervas daninhas, nesta nossa plantação. Por certo será chocante ver que Cristo, afinal, ainda se encontra do lado de fora, “batendo à porta”, querendo entrar. Não deixe, porém, que a surpresa e a admiração desta descoberta, o impressionem ao ponto de não se salvar. Espero também, que não comece a culpar ninguém pelo facto de, até agora, não ter tido conhecimento da verdade sobre si. A culpa é de quem não está salvo, de quem não tem a salvação dentro de si, porque o Senhor disse “...quem busca, encontra...”; por isso, e embora o Senhor vá pedir contas a outros por ainda não ter ouvido a verdade (se ainda não a viu), quem não buscou é quem não encontrou. “... Se me buscardes de todo o vosso coração, ali me encontrareis...”. Daí a culpa ser de quem não encontrou, (tendo buscado ou não!).

Ora, esquecendo-nos do nosso versículo, afastamo-nos da razão pela qual o nosso Senhor veio ao mundo passar, ver e experimentar todos os horrores que aqui se cometem. Foi por esta razão que Jesus “...como nós em tudo foi tentado (mas sem pecado)”, para que tivéssemos um Sumo-sacerdote que se compadecesse de nós quando a Ele clamássemos para nos libertar do jugo do pecado e da sua morte (Heb4:15). E não por outra qualquer razão!

Creio que será impossível salvar toda a terra. Isso seria, sem sombra de dúvida, um motivo de grande alegria nos Céus. Mas as guerras, ódios e por fim a ira de Deus no dia do Juízo encarregar-se-ão de não deixar pedra sobre pedra deste edifício chamado terra (antes paraíso), e que levou anos e séculos a ser edificado ao sabor do pecado e com a força de crescimento dos ares de quem os pratica! Porque a sua sentença está escrita desde há muito. (E não falo obviamente só da terra em si - de quem lá vive também). A ira de Deus levantar-se-á contra a terra e os seus moradores como um ciclone momentâneo e num abrir e fechar de olhos, tudo se consumará. Porque Ele disse e cumprirá e não se demorará, por certo, muito mais: “...o fim de toda a carne é vindo perante a minha face...eis que os desfarei com a terra...”. Perante este cenário profético das palavras do nosso Criador, caro leitor, só nos resta humilharmo-nos perante o seu Trono para podermos dar ouvidos aos pormenores da Sua salvação. Tenhamos em mente que o Senhor disse em Apocalipse que deixaria de fora e destruiria todos os que se tornassem impuros ao agarrarem-se ao pecado, ou mesmo à sua sombra. Por isso somos recomendados a comprar do ouro incorruptível, ‘aborrecendo até a roupa manchada da carne’. (Judas 23).

Sabemos, no entanto, que todas as profecias têm certas condições para, de facto, se consumarem. Sabemos, por exemplo, que a vinda de Cristo ao mundo só seria possível se o mundo (antes d’Ele) não se conseguisse salvar. Tal como o dia do Juízo pressupõe que, as pessoas que cá vivem, criadas pelas próprias mãos do Seu criador (e à Sua imagem!), continuem a viver nas suas imundícies e não se convertam. Se por acaso acontecesse que os moradores deste planeta se convertessem todos, como aconteceu com os Ninivitas, não tenho a mínima dúvida que evitariam a maior das catástrofes que alguma vez ocorreu neste nosso Universo. É aqui que entra o sinal de Jonas, o único sinal que o Senhor prometeu a esta (ou a qualquer outra) geração incrédula.     

O livro do Apocalipse ilustra bem esta certeza. Senão vejamos. Porque razão diria o Senhor então em Ap. 3:2 “...confirma os restantes que estavam para morrer ...”, (quer dizer que já não estão para morrer!), ou se pensa que é erro de tradução, vejamos Ap. 9:20,21 “...e os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para não adorarem os demónios, e os ídolos de ouro, e de prata, e de madeira, etc., que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces”. Podemos deduzir, através desta passagem, que se as pessoas se tivessem arrependido, algo de diferente poderia ocorrer.

Acompanhei, com algum interesse a crise em Timor-Leste e reparei numa coisa que me deixou um pouco perplexo. Ao serem mortas, as pessoas continuavam a pedir ajuda aos ídolos. Nenhum dos que suplicava recebia qualquer resposta, e mesmo assim continuavam a suplicar; e os seus ídolos continuavam mudos. Por muito que suplicassem, não obtinham resposta. Ouviam-se clamores, mesmo na rádio, e ninguém se apercebia ou tomava nota do silêncio dos que “deveriam” responder a quem clamava. Numa crise desta dimensão, ninguém parava por um minuto que fosse para questionar a origem destas pragas que Deus prometeu que viriam sobre a terra. Como ainda por cima eram descrentes e pactuavam com a tristeza, não se questionavam sobre a identidade dos seus deuses de pedra – ou do que fosse. Não tinham onde se agarrar espiritualmente e por isso, não tiveram a audácia de se arrepender, questionando a veracidade de quem não responde à oração. Bastava parar por uns momentos, breves que fossem, e olhar para o que está à vista de todos. As pessoas temem questionar a veracidade das suas crenças, porque o diabo lhes diz ser falta de fé tal procedimento. Tenhamos em conta o que o Senhor nos disse: “quem perder a sua vida por Mim, ganha-a”.  Tal qual como Israel, quando foram deportados para a Babilónia, temiam perder a ‘espiritualidade’ se a questionassem. Então continuavam a clamar a “quem” não pode ouvir nem por milagre, em vez de crerem na Palavra dos profetas a quem mandaram matar, porque, pensavam eles, nenhum Deus seria capaz de lhes causar tais atrocidades e nenhum profeta poderia proferir tais profecias contra um povo escolhido, como as que vêm descritas nas Lamentações de Jeremias, onde chegaram a comer os próprios filhos devido à fome. Isto é o que pode acontecer quando Deus “abandona” um povo, rebelde e agreste à Luz, aos desejos do diabo, com o firme propósito de não intervir até se fazer justiça, por muito macabras que sejam as atrocidades que o diabo leve a cabo, quando tem as rédeas entregues nas suas mãos nojentas de sangue e crime. E tudo isto por culpa dos pecados de cada um.          

Por isso, deduzimos, pelo sinal de Jonas, que se as pessoas se arrependessem sem a possibilidade de retorno ao pecado, Deus poderia inverter todas as profecias a favor dos habitantes da terra. As pragas “que estão escritas neste Livro” dariam lugar a uma outra vinda do Senhor para estabelecer o seu Reino entre os homens e declarar “paz na terra e boa vontade para com os homens”, o que sempre foi a Sua intenção desde que veio ao mundo tentar salvá-lo duma perdição mais que assegurada. Porque, se assim não fosse, por que razão teria o Senhor proferido aquela parábola da árvore que não havia meio de dar fruto e que o Filho do homem acreditava ser possível vir a dar fruto? (Luc.13:6-9)   

Paremos para pensar um pouco sobre o Livro do Apocalipse. Sabemos que as pragas não ocorrem todas ao mesmo tempo e por Ap. 9:20 deduzimos que Deus nutre uma leve esperança, que se convertam a Ele, à medida que as pragas vão surgindo: “...os homens que não foram mortos não se arrependeram...” diz o Senhor, como que tristemente surpreendido, “condoendo-se da dureza dos corações” dos que vivem cá na terra, (tal como aconteceu em Marcos 3:5). Existe um facto que não podemos de maneira nenhuma ignorar: Deus quer, precisa de salvar o mundo e tudo fará para que tal seja possível. Na impossibilidade de tal ocorrer, Ele quererá salvar quem lá vive. E sabemos, de antemão, que poucos se salvarão; mesmo de entre os que ouvem a Verdade muitos ficarão de fora na festa da Boda que o nosso Rei tem vindo a preparar para os Seus convidados especiais, (embora os convidados originalmente tenham já sido postos de reserva para o fogo que o Senhor preparou para aqueles que recusam os Seus convites).

O Senhor até está disposto a deixar alguns crentes passar pelas tribulações de fim de geração e que não lhes dizem qualquer respeito (apenas com o intuito de deixar cá alguns que não se curvem perante o pecado, para manter acesa a chama da Verdade, não vá alguém querer salvar-se!), e dizem as Escrituras que, se o Senhor não apressasse os tempos, até esses se perderiam.

As pragas vão e vêem; muitas mais virão com certeza. Mas por alguma razão elas não se dão todas ao mesmo tempo. Vemos que se os homens se arrependessem, tudo poderia ser diferente para melhor. Não digo que evitariam todas as pragas, porque para isso seria necessário que todos os homens se arrependessem. E é aqui que também entra o sinal de Jonas. Nas palavras do Senhor (Mat. 12:39,41) vemos algo de muito especial. O sinal de Jonas não só diz respeito à analogia dos três dias que o Senhor passou no coração do inferno, vencendo-o, mas também ao facto de os Ninivitas se terem convertido todos sem excepção (até os burros participaram!). É como, o único apelo ao arrependimento que se faz a uma geração nefasta e incrédula! Este sinal é o único que se manterá para servir de testemunho a uma geração má e adúltera – adultera, porque adultera a Verdade do Senhor e má porque não se arrepende. Porque se arrependesse, deixaria inevitavelmente de o ser. Para isso, existe a salvação para os que crêem. Vemos que todas as pessoas de Nínive se converteram do seu pecado e as maldições proferidas da boca de Deus, através do profeta Jonas, transformaram-se em ternura e amor, ao ponto de Jonas passar por uma crise de existência. O mesmo não se pode dizer de Sodoma e Gomorra, que nem se permitiram a oportunidade de ouvir o que os anjos do Senhor teriam para lhes mostrar acerca da Salvação. Não se deram a oportunidade de ouvir quem os visitou com a finalidade expressa de “ver” se, de facto, seria (ou, melhor explicando, continuaria a ser depois da sua visita) verdade o clamor por Justiça, proveniente dos seus pecados e que já se estava a tornar insuportável para o Senhor. (Que esta história sirva de exemplo para quem permitir que a Verdade seja ultrajada pela actual permissividade sobre o homosexualismo e outros sexualismos, que ainda muito irão proliferar por este mundo fora!!!) Esta Visita era uma última oportunidade de salvação para aquela geração má e adúltera (Gen. 18 e 19).      

Dois ou três apontamentos sobre esta história. Ora, sendo Abraão um profeta (Gen. 20:7), e decerto pertencendo aos poucos que entraram pela porta estreita daquela época, tinha tudo para ser um protagonista activo nesta história aterradora. Ele (Abraão) de imediato se pôs em pé, cumprindo assim a sua função de profeta, de guarda, do Senhor e da Verdade (Is. 62:6) e pôs-se de vigia mal ouviu Deus e previu o que estava determinado ocorrer em Sodoma e Gomorra. (Do mesmo modo, entendemos o que se passaria no coração de Isaías em Is. 21:8). O Senhor sabia, por certo, que Abraão iria ter esta reacção – parece que Deus aqui buscava um meio de salvar uma geração perdida “na sombra da morte”. Acredito firmemente que o Senhor aqui não busca uma razão para não matar, mas sim um último recurso para a possível salvação de toda uma geração perversa. Abraão poderia, quem sabe, propagar as palavras do Senhor e, quiçá, o sinal de Jonas teria mais uma história como paralelo de referência. Penso que o Juiz quereria aqui que Abraão fosse mais que intercessor, mas isso já não posso de maneira nenhuma afirmar. Penso que não houve aqui qualquer falha da parte de Abraão, tal como não houve da parte do Senhor ao não conseguir a salvação de quem poderia ter conseguido “beber da Água da Vida”, (deixando de beber das suas habituais fontes contaminadas com, de e pela perversidade). Tanto quanto me é dado a ver, Abraão poderia ter tido uma participação activa na possível salvação deste povo.

Vejamos em Gen. 18:21 a subtileza das palavras do Senhor: “...descerei agora e verei se...têm praticado...”;  eu sei que, com os Olhos que tem, o Senhor não necessita descer a qualquer sítio que seja para poder saber o que lá se passa. Ele que envia a Sua Luz aos confins da terra não teria qualquer dificuldade em ver o que se passava ali, tão perto, em Sodoma e Gomorra. Isto não passa de uma “artimanha” para envolver alguém, que Ele muito amava, na salvação de quem se estrangulava na corda umbilical das suas acções perversas, e isto sendo já crescidinhos. “E não há criatura encoberta diante d’Ele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com Quem temos de tratar, (Heb. 4:13)”. Porventura, sucedeu aqui o que Isaías escreveu dizendo “...e viu que ninguém havia...pelo que o Seu próprio Braço Lhe trouxe a salvação...” (Is 59:16). Ora, estas coisas levam-nos a pensar que perante este aviso de destruição eminente, algo de maravilhoso poderia ter ocorrido. Se por acaso tivesse ocorrido a salvação destas cidades, como no caso dos Ninivitas, tudo leva a crer que não teria havido qualquer destruição, nem enxofre, nem fogo dos céus sobre estes povos. “...E será que sobrevindo-te todas estas coisas ...(maldição)...e te recordares delas ...onde o Senhor te lançar...e te converteres...e deres ouvidos à Sua voz...então o Senhor te fará voltar do teu cativeiro...e tornará a ajuntar-te...ainda que estejas para a extremidade do Céu...”; e mais “...toma um rolo e escreve...talvez ouvirão...todo o mal que Eu intento fazer-lhes para que cada um se converta do seu mau caminho e Eu perdoe...”. É interessante notar aqui nestas duas passagens que a quem Deus promete destruição é-lhes dada salvação; a quem Deus nada falou sobre destruição (foi Abraão que deduziu das palavras do Senhor o que iria acontecer!), são integralmente destruídos com fogo real e também eterno. Para bom entendedor, o sinal de Jonas terá algo de reconfortante: esperança. A bênção está um pouco escondida; “...Eis que hoje ponho diante de ti a bênção e a maldição... E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a bênção e a maldição, que tenho posto diante de ti, e te recordares delas... e te converteres... e deres ouvidos à Sua voz... com todo o teu coração e com toda a tua alma... Deus se apiedará de ti...” (Deut.11:26;30:1). Temos que ter a noção que a bênção (e a maldição), já estão postas diante de nós. Saibamos, pois, que na bênção pode espreitar a maldição da parte do Senhor; e na maldição, a bênção pode-nos visitar. É caso para dizer para nem sempre crer no que o Senhor diz! Temos que crer naquilo que já está diante de nós, acima de tudo. “...Sodoma e Gomorra...foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno...”, também como os Ninivitas (Jud.7). “...À Lei e ao Testemunho...” (Is.8:20), para que possamos ver a Alva! E a Lei e o Testemunho é precisamente aquilo que está posto diante de nós.           

As pessoas andam como que adormecidas neste planeta, casam e dão-se a casar, bebem e comem em ‘paz’ sem por um minuto sequer, pararem para pensar na destruição que lhes está eminente e os surpreenderá a qualquer momento. Como lemos em Salmos 73: “certamente Tu os puseste em lugares escorregadios, ...como faz com um sonho, acordam...” e em Jer. 23:12: “...o seu caminho lhes será como lugares escorregadios na escuridão: serão empurrados e cairão nele; porque trarei sobre eles mal...”. Por isso, será a vinda do Senhor, para estes, sempre como um ladrão na noite, apanhando-os sempre de surpresa, seja qual for a hora que o Senhor venha. Os crentes não sabem em que dia isto ocorrerá, mas estes nem sequer pensam que isto lhes ocorrerá. Parece que a única maneira de se assustarem, com uma remota hipótese de salvação, é informá-los dum perigo eminente que se aproxima a olhos vistos e duma forma irreversível. Alguém, duro de ouvidos, reage, por vezes, de forma surpreendente quando vê a irredutibilidade de Quem o vai julgar.

O sinal de Jonas tem, por isso, um certo mistério reservado em forma de promessa e está escondido do olhar de quem é duro de coração. Sabemos que quem não crê facilmente, alimenta-se necessariamente de coisas que contrariam a fé. Crêem em sinais, principalmente se estes lhes tocam. Uma pessoa que crê não deposita a sua confiança em qualquer sinal da parte de Deus (como aconteceu com Elias que não se amedrontou com o vento, nem com o tremor de terra, nem com o fogo (1Reis19:8-14)), porque sabe que Deus não está lá nesses sinais de ira. Não a deposita, nem tal seria possível de acontecer. Já o mesmo não se poderá dizer de quem não crê. Porque uma pessoa descrente, depois de ajudada, poderá eventualmente salvar-se, caso perca os medos que os rumores de outras doutrinas lhe provocam, por não se aperceber que não se encontra Deus em qualquer rumor, bom ou mau, mas sim ao pé de si e em qualquer parte do mundo. Como está escrito: “esta palavra está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração (Deut. 30:14 , Rom. 10:8)” (por isso não a busques nunca longe de ti , principalmente onde existem  rumores !!!). Os ventos fortes e as ondas grandes das águas não servem para mais nada, senão para turvar ou testar o entendimento de quem ainda não vê a verdade e pensa ser dono da mesma, agindo com soberba. As águas, ventos e rumores poderão, quando muito, ajudar a provocar uma reacção de fé quando, ao sentir-se perdido, alguém veja a Mão que está sempre estendida, desde a eternidade e que o pode alcançar onde quer que esteja. O sinal de Jonas é, por isso, aquele que não se vê até sermos salvos; e é o sinal do perdão e da segurança da salvação que foi concluída no ponto mais extremo da criação de Deus: no inferno, onde o Senhor ainda foi buscar quem ainda o poderia ouvir (Mat. 27:52,53)!O sítio onde o Senhor passou três dias, serviu para demonstrar o que é possível alcançar-se sob o sinal de Jonas. A mão estendida do Senhor alcança qualquer um em qualquer sítio, nas mais extremas condições de perdição. E também não deixa de ser verdade que, para quem não crê (no Senhor e não nos sinais!), a salvação torna-se difícil e turbulenta em qualquer recanto do mais belo paraíso e que mostre a olho nu, qualquer sinal da extrema bondade do Senhor para com qualquer homem em qualquer possível circunstância! Por estas razões serem factos comprovados na extrema sabedoria do Senhor, qualquer outro sinal afastaria quem quer que fosse duro de coração (e de certa maneira, somos todos e por isso está escrito que “não há quem faça o bem, não há um só”), da Mão salvadora do Senhor. Por isso, caro leitor, quando tudo estiver escuro à sua volta, lembre-se que existe sempre o sinal que assinala a luz em pleno dia, e em extremas trevas  também: o do perdão - quando nos arrependemos e convertemos dos nossos males. É verdade que é mais fácil ver luz quanto mais densas sejam as trevas, e que quem se senta nos bancos das igrejas a acotovelarem-se na penumbra da meia luz que têm, têm mais dificuldade em aceitar que estão perdidos. Por isso, disse o Senhor: “se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”.                                      

Não será demais tornar a lembrar então, que em qualquer circunstancia existe sempre a hipótese de absoluto perdão na nossa plena conversão (e apenas nela!). Se uma pessoa que sempre pensou estar salva, de repente se sente perdida, vêm as duvidas em proporções redobradas e na mesma medida das trevas existentes em si. E se o Senhor disse “quão grandes serão tais trevas”, eu diria às pessoas apanhadas nestas circunstâncias “quão grandes serão as dúvidas”. E por esta razão, propus-me introduzir como capítulo introdutório algo que fizesse crer a alguém, que decerto será assolado por muitas e variadíssimas duvidas (ou certezas!), ao ler os próximos capítulos, que é no fundo a razão de estarmos  aqui de volta do que estou a escrever: a salvação de que fala Mat1:21. A si, caro leitor, convido-o então, a ler o que se segue na esperança de que duvide da doutrina que tem ouvido e que, re-análise as suas certezas, visto estarmos aqui a lidar com coisas bastante sérias e que decidirão a sua e a minha eternidade, e eventualmente, a de quem vier a crer através de nós, porque os filhos herdam sempre os genes dos pais. Tal como Cristo deu a Sua vida para tornar a tomá-la, assim lhe peço que faça com as suas certezas. Aconteça o que acontecer, lembre-se que ainda está de pé o possível recurso ao sinal de Jonas. Está e estará sempre porque Deus é grande!     

 

 

“...ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS

CAPÍTULO 2

O PECADO - O QUE NÃO É PECADO. 

 

Para melhor sabermos o que realmente é pecado, falemos antes, com algum detalhe daquilo que não é pecado.

Não é pecado, por exemplo, amar a Deus de todo o nosso coração, com todas as nossas forças, com toda a nossa alma. (Pregam em muitos sítios que tal é uma tarefa, para alguns apenas difícil e para outros, simplesmente impossível. Tal não é verdade, e, mais adiante o demonstrarei). Não é pecado, por exemplo, quando nos faltarem as forças e só nos restar um ultimo e mínimo fôlego, termos a noção e o discernimento de usá-lo para olhar para Deus e não para desistir. Porque para desistir também se usam forças, ou desistir não fosse uma forma de luta contra o Espírito Santo.   

Não desistindo, ouviremos as palavras do Senhor, “ ...bem está servo bom e fiel, sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei - entra no gozo do Senhor... (Mat25:21,23)”. E quem desiste terá necessariamente de usar essa réstia de fôlego, (ou muito mais!), para o poder fazer, porque, o Espírito Santo, não desiste de dar luta assim sem mais nem menos. 

O Senhor alerta-nos para o facto de ser mais fácil suportar o Seu fardo, vivendo n’Ele, do que mantermos uma luta contra Ele. Por isso disse a Paulo, “...duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões...”. Porque, enquanto nos parecer ser difícil a vida em Cristo, pode dar-se o caso de o ser simplesmente por estarmos a resisti-Lo sem saber, ou porque o masoquismo de certa forma nos atrai, para daí tirarmos louvores para a carne. É preciso termos o cuidado de pararmos para rever as nossas pisadas, quando na nossa vida começarem a aparecer aguilhões. Tomemos nota que a vida em comunhão com Deus não é difícil ou não diria o Senhor “...o meu jugo é suave e o meu fardo é leve...”, “...este mandamento não te é difícil, nem está longe de ti...”. E Ele chama de oprimidos precisamente quem O resiste, porque senão porque estaria alguém oprimido senão porque o Espírito Santo resiste ao pecado de quem pode escutar a Sua voz? O Seu jugo só se torna difícil para quem se agarra ao pecado.            

Por isso não aceito de maneira nenhuma que alguém me “anuncie outro evangelho senão aquele” que diz que “nem um jota nem um til se omitirá da Lei sem que tudo seja cumprido” em nós, (Gal. 1,Mat 5:17). O que é bastante evidente, é que todos os “evangelhos” em todo o mundo fazem de tudo para convencer que não é possível cumprir a lei de Deus. Isto é um facto inegável. Todos eles dizem o mesmo: o mesmo recital de asneiras, só que em musicais diferentes. É como as moscas: em qualquer parte do planeta, interessam-se pelo mesmo tipo de alimento; (desde que o seu cheiro seja desagradável - isto é: lhes seja agradável!). O Senhor bem disse que “onde estiver o cadáver aí se ajuntarão as águias”. Por isso concordam todos uns com os outros! Repartem o cadáver!  Cuidado com estes “evangelhos” que fazem uma ressonância, estranha à verdade, e mais grave ainda, é contrária àquela que saiu da boca de Cristo! Será que, se João Baptista entrasse nas sinagogas de hoje, não chamaria em alto tom e em boa voz, “...raça de víboras...” a quem faz uso dos púlpitos para dizer baboseiras? Esta raça de víboras do século vinte chega ao cumulo de acreditar, e aceitar como verdadeiras, doutrinas que não só dizem não ser possível viver como Deus quer, como chegam ao extremo de expulsar das suas igrejas pessoas que buscam uma vida de plena comunhão com Deus, ou, quando procuram não mostrar as suas unhas aguçadas e põem as suas melhores caras, optam por ignorar, com aquele ar peculiar de ofendidos, quem não se mostra convencido das suas doutrinas. Esta raça de víboras e de “falsos doutores que introduzem heresias de perdição” e que “levam atrás de si os mais incultos” e desprevenidos, vão ter de dar contas ao Pastor, das ovelhas que oferecem ao leão para com ele pactuarem e poderem viver em ‘paz’ com o pecado. Fazem pactos com doutrinas de demónios e oferecem ovelhas como sacrifício selando assim a sua traição à verdade, e tornam nula a doutrina do Evangelho; oferecem ouro ao bandido pensando estar a fazer um favor a Deus e um serviço à noiva de Cristo. Destes o Senhor diz “...curam a ferida do meu povo levianamente, dizendo: paz, paz; quando não há paz...”. 

Pois, caro leitor, digo, falando não só por experiência própria, mas  mais importante ainda, olhando à luz de Deus para a Sua palavra, que não se trata de uma questão de ser possível ou não: é absolutamente vital, essencial e necessário abdicar de tudo o que nos impede de cumprir a lei de Deus sob pena de sermos achados em falta à lupa da Sua luz. Se acha que não é assim, então dê mais atenção à leitura da Bíblia, e veja se por acaso não está a ver fusco demais o evangelho que deveria ser Luz, e se não está a dar a cor da morte ao evangelho que, em estado normal, seria Vida! Tenha cuidado e veja como anda, limpe a sua casa para poder entrar, assim que chegar, Quem bate à porta. Ele não tem particularmente nenhuma afinidade, com a simples ideia de vir a cear no meio de bagunça e dentro duma casa desordenada.   

Não é pecado nem é crime nenhum buscar a Deus com todo o nosso coração. Porque “bem-aventurados os que...O buscam de todo o coração e não praticam iniquidade...”. Hoje fala-se dentro das igrejas duma maneira tão mundana e por vezes tão perversa, que quem lá habita ou co-habita, não entende nada do que se passa no interior de alguém que se propõe buscar o Senhor sem fingimentos, e tenta sair daquela rotina enganadora que se criou no seio e no meio das sinagogas actuais. Os pastores são quase sempre os primeiros a oporem-se ao que, para eles, constitui uma doutrina nova. Importa porém, que “os que O buscam O busquem em espírito e em verdade”, sem sequer tentar fazê-lo com fingimentos que agradam aos homens, mas, não a Deus.

Não é pecado confrontar aquilo que somos, à Luz de Deus; confrontar com aquilo que as Escrituras acham que está em conformidade com a vontade de Deus. E sendo obedientes à verdade, “transformarmo-nos através do seu poder” numa criatura Nova e agradável aos olhos de Quem nos criou com tanto carinho e dedicação. Porque razão seria pecado ver abertamente e sem defesas, nem fingimentos, os nossos pecados e confessá-los, um a um, muito principalmente os mais actuais, aqueles que vivem connosco, crescem connosco, e não dão hipótese de crescimento a qualquer cultura de verdade e vida que o Senhor da seara quer ver crescer em nós? Porque é muito fácil dizer “Senhor perdoa-me os meus pecados”, assim muito no geral. Muito mais difícil será dizer “Senhor perdoa-me porque fui grosseiro, porque tratei mal a minha irmã, pai, mãe, prima;  perdoa-me porque roubei isto ali e vou restituir ao respectivo dono aquilo que lhe pertence”. Você, que é crente, nunca abdique duma confissão integral dos seus pecados e pecadinhos, à luz do Espírito Santo, em pormenor, detalhada e especificamente , como dizem as escrituras: “Bem-aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à Arvore da vida e possam entrar na cidade pelas portas”. Muitos tentam entrar pelas janelas e serão deitados fora. Lembro-me da historia de alguém que buscava Deus incessantemente e não havia forma de O encontrar. O homem em questão era honesto consigo próprio e não se auto-convencia de já ter Deus sem precisar de O ter mesmo. Numa certa noite teve um sonho onde Deus lhe mostrou que andava por um caminho errante e morria de sede. De repente deparou-se com uma parede em tijolos, da qual não via o seu fim, nem à direita, nem à esquerda. Soube intuitivamente que, por detrás daquela parede havia da Água que há muito buscava. Olhando para cima, para a parede  altíssima, e para os lados e não vendo o seu fim, logo depreendeu que seria impossível chegar àquela Água escondida atrás daquele enorme muro. Antes de pensar em desistir por desespero, lembrou-se de algo que tinha feito há muito tempo atrás. Ao sentir-se mal e sem jeito com aquela repentina ‘lembrança’ de pecado, confessou-o. Mesmo antes de se sentir melhor, um dos tijolos descolou-se e desapareceu para sempre para fora do alcance da sua vista. Perplexo, pôs-se a tentar perceber aquele enigma e antes de o conseguir, veio uma Voz, de detrás da parede, através duma Luz pelo orifício deixado pelo tijolo que havia desaparecido, explicando-lhe o que se estava a passar. Disse-lhe: “Esta parede foi edificada por ti. Cada tijolo que aqui está, representa um pecado teu. Tu separastes-te de Mim”. Reparou, então, que todos os tijolos eram iguais e todos tinham o mesmo tamanho. Para Deus não contava se os pecados eram grandes ou se eram pequenos. Eram um tijolo, independentemente da dimensão de cada pecado. Desnecessário será dizer qual foi a primeira coisa que ele se propôs fazer, assim que acordou. E encontrou Deus na sua plenitude, logo de seguida. E fazer o que ele fez, também não é pecado. Penso que é absolutamente necessário fazê-lo sem demoras desnecessárias. 

Também se vê que as pessoas se preocupam muito em manter uma certa pose que não  lhes é peculiar. Limpam e relimpam o lado de fora do prato e negligenciam a parte principal: a de dentro ! “...Ai de vós...que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de...iniquidade. ...Cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato para que também o exterior fique limpo. ....Sepulcros caiados... por fora realmente formosos, mas interiormente, estão cheios  de...iniquidade...imundícia... hipocrisia.”. Isto vem nas Escrituras, não são mais do que palavras do Senhor!          

A pessoa em questão no parágrafo anterior, ainda não se tinha apercebido que Deus lhe dirigia estas palavras e quando se apercebeu aceitou a repreensão e salvou-se. Ai de quem não a aceite! É interessante ver que quem aceita a repreensão salva-se sempre do pecado. E os fariseus só não se salvaram porque não aceitaram a repreensão. O sinal de Jonas não teve para eles nenhum significado. Embora tivessem chegado a ‘entender que falava deles’, o passo seguinte é que foi desastrado: não aceitaram as chicotadas que só são dirigidas a quem Ele ama. Não deixe de ver, caro leitor, que quando o Senhor fala com alguém que seja, existe a possibilidade de salvação para a pessoa em questão. Se assim não fosse, não abriria a Sua boca sequer! Ele bem disse, acerca de alguns, ‘deixai-os, são lideres cegos’, e caem com eles os cegos (que não vêem o sinal de Jonas, nomeadamente, ‘os publicanos e as meretrizes creram;  vós porém vendo isto - o tal sinal - nem depois vos arrependestes para o crer.’). Existem, porém alguns que vêm mesmo não crendo. A estes o Senhor dá-se ao trabalho de ainda lhes dirigir a Palavra. Por isso não se deixe impressionar nem com a maneira como Ele fala consigo, nem como fala com os outros. Lembre-se sempre do sinal de Jonas! Nestes casos as Suas palavras só são verdadeiras e irredutíveis para quem, mesmo assim, não se arrepende!

Também não é pecado amarmo-nos uns ao outros como Deus nos amou. “Ama o teu próximo como a ti mesmo”, não deixa de ser uma coisa simples de se conseguir,  bastando para isso encontrar o Senhor. Mais adiante verificaremos que este amor não é sentimento, mas sim uma forma de vida. Só porque as doutrinas e sermões que ouvimos de alguém a quem devemos consideração, contrariam esta ‘tese’, não lhe vamos dar  estatuto de impossibilidade.

O que Deus diz estar perfeitamente ao nosso alcance, dizem as doutrinas que, quando muito, se deve tentar na medida do possível. E por muito que nos custe acreditar, não só está ao nosso alcance , como é absolutamente fundamental fazê-lo. Deixaremos nós de acreditar  e vamos desobedecer a Deus e obedecer aos homens”, só porque as suas doutrinas dizem o que dizem, ou só porque o que ouvimos nos ‘convém’? A ilusão e a falsa doutrina pairam por aqui como uma névoa malcheirosa e todos parecem aceitar o seu ‘perfume’ e cheiro a morte, sem pensarem na possibilidade de ver o que Deus tem a dizer sobre este assunto. Isto é o que a Bíblia chama de ‘doutrina de homens’. Assim se chama porque impõem-na e porque lhes convém pensar assim. Tenhamos porém a absoluta certeza que onde pairar esta doutrina pairará também a ira de Deus, a menos que alguém se arrependa daquilo que aprendeu. Veja que chegamos a uma situação de termos de nos arrepender das próprias doutrinas das nossas igrejas! A que extremo de engano chegamos! (Por favor, antes de discordar, leia atentamente o que afirmo com a maior das convicções). Suponhamos que quando o Senhor diz “ muitos virão e dirão Senhor, Senhor, não comemos contigo, não falamos contigo”, e Ele disser, “Afastai-vos de Mim vós que praticais a iniquidade”, não estará propriamente a falar com o vizinho do lado, mas sim com quem vai à igreja Domingo a Domingo, sem nunca se aperceber do cheiro da doutrina à qual se agarra, por que lhe é familiar, a qual inala com dedicação e prazer, só porque lhe convém? Dizem que basta aceitar Cristo e já está! Como se não fosse necessário sermos aceites por Ele também, como um “sacrifício vivo (não morto pelo pecado!) santo e agradável (que agrade) a Deus”. No fundo isto não é mais do que o nosso “culto racional  (isto é , normal, razoável!)”. Não se deixem enganar, e “não vos conformeis com este mundo mas transformai-vos...para experimentardes... a boa vontade de Deus”.  (Só quem ainda não experimentou é que por certo terá razões para argumentar contra estes factos. É bom que tal pessoa experimente primeiro o que é a Verdade lá muito dentro de si para ver se deixa de falar de doutrinas e experimente o Sublime Senhor dos Céus duma vez por todas!) Neste versículo (Rom. 12:1), poderia substituir as palavras ‘a boa vontade de Deus’ com ‘amar o teu próximo como a ti mesmo’ ou pelo primeiro mandamento. A profundidade deste versículo mede-se, porém , na palavra experimentar. Se ainda não experimentou, experimente e verá que entenderá esta Linguagem do Senhor. Não vá o Senhor dizer ‘errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus’! 

Caro leitor , ISTO é verdadeiramente real !!!!

Para quem quer conhecer a Deus tal qual Ele é, não necessita ouvir sermão atrás de sermão, Domingo após Domingo, mas sim experimentar este poder que não deixa duvidas a ninguém. Depois, em vez de apontar o dedo aos que pregam estas doutrinas, ‘venda tudo o que tem para poder comprar a terra onde está este tesouro’. Ele é real, belo, e transforma quem quer que “venha beber desta água”, que, com o tempo e na paciência do Senhor, se transformará em “rios de água viva que saltam para a vida eterna”. A pessoa que experimenta este poder, nunca mais será a mesma e não necessitará que lhe expliquem o que se passa dentro dela porque “...não ensinará alguém mais o seu próximo...todos Me conhecerão desde o mais pequeno até ao maior...” “...assim diz o Senhor que dá o sol para luz do dia...o Senhor dos exércitos é o Seu Nome”. “...Porei a Minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração...”. Prezado leitor - será que estas palavras tiradas do livro de Jeremias lhe deixam alguma réstia de duvida? Senão veja que Ele está à porta, e bate, e gostaria de ser ouvido. É interessante verificar que este versículo ‘Eu estou à porta e bato’ foi dirigido pelo Senhor a uma igreja! E nós usámo-lo para chamar descrentes à salvação...! Não desvirtuemos, pois, a verdade do Senhor. O versículo que estamos a estudar diz que Ele virá salvar o seu povo dos seus pecados. Ou será que, como aconteceu no tempo dos profetas, dirá: “nada disto nos ocorrerá”, “somos um povo escolhido (salvo!)”, os profetas estão enganados! E acabaram por matá-los, pensado que estavam a fazer um favor a Deus. Quantas semelhanças com esta geração actual, onde o mesmo já se passou inúmeras vezes. Por isso está escrito: “...ide, eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos”. “A luz veio...aos Seus...e não O aceitaram...porque amaram as trevas mais que à luz...”. Vemos aqui esta tendência que perdura há séculos, que é, O SEU POVO a amar mais as trevas que a luz. E pior que isso: sentem-se bem instalados lá, não crendo que algo de mal lhes possa ocorrer. Por isso, quando o Senhor vier, será para eles como um ladrão na noite! É interessante ver quantas parábolas o Senhor dedicou a avisar “servos” e discípulos seus, chamando alguns de maus. Mais de metade das parábolas (se não todas!) são dedicadas a quem ouve.    

Existem muitas heresias de facto, mas uma delas é comum em todas as igrejas: evangélicas, apostólicas, romanas, portuguesas ou americanas; todas dizem ser impossível viver uma vida pura “com alegria e singeleza de coração”. Profanam a verdade de Deus como profanaram o Seu templo quando o mataram. Sem querer estar a repetir-me, reafirmo aqui e agora, que, não só é possível: é absolutamente necessário cumprir a lei de Deus. Não se deixe enganar “consultando a carne e o sangue” porque a única verdade e o único verdadeiro desta história, é Aquele que diz “...ensinar-te-ei e instruir-te-ei o caminho que deves seguir...”, “...vinde a Mim e aprendei de Mim que Eu sou manso e humilde de coração...e encontrareis descanso...”.    

Porque seria impossível viver em pureza de coração se Cristo disse que só “os limpos de coração verão a Deus” (Mat. 5:8)? Ou será que a Bíblia se contradiz? Se a Bíblia não se contradiz, então quem é que se está a contradizer? Vemos, pois, e bem explícito, que a única condição para ver Deus é ser limpo de coração (Salmos 24:3,4). E a maneira de ser limpo de coração é conhecer Cristo. “...Ele salvará...” . Que promessa!!! “ E não digas no teu coração Quem subirá ao Céu...mas a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu coração...”. Ele não prometeu por a sua lei nos nossos corações tal como escreveu nas tábuas de pedra que entregou a Moisés? Se com a tua boca confessares... serás salvo...”. De quê? Ora aí está!!! Do pecado!   

Não duvide. É possível. Tudo é possível para aquele que crê. Até Pedro exclamou admirado e impotente quando se apercebeu daquilo que de facto o Senhor lhe estava a pedir. E por várias vezes ele se surpreendeu com situações destas. Numa delas disse: “logo quem pode salvar-se?” Quantas vezes será preciso dizer que “estreita é a porta que nos leva à salvação”? Se não acredita nisto como acreditará que “grande é a salvação” com que o Senhor nos salva? E como acreditará que “tudo é possível para aquele que crê”, e que “as coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus” (Luc.18:24,27)? A porta é deveras estreita, mas sabemos quão forte é o Senhor. Se não sabe que a porta é estreita como saberá quão forte é o Senhor? Esta é outra falsa doutrina.

Pregam que não é preciso experimentar o Seu poder para se estar salvo. Se a porta não é estreita, ou se a fazem mais larga do que é, então o poder com que salvam as pessoas não tem de ser assim tão milagrosamente poderoso! Para quê? Por outro lado, se não se manifesta qualquer poder, é porque estão num portão de engano de todo tamanho e não na porta estreita, que é a única que leva à salvação! 

Também não é pecado acreditar que a porta é estreita e que poucos há que a encontram. Pecado será levar estas palavras do Senhor levianamente, não acreditando nelas! Não é pecado acreditar no Senhor, naquilo que Ele disse. Em lado nenhum, porém disse Ele que no Seu reino seria permitido entrar quem não cumprisse a lei de Deus. Em lado nenhum! E ai de quem assim diga ou assim ensine aos homens sem nada lhes dizer, pactuando apenas com o mal! Lideres cegos que “dão ouvidos a doutrinas de demónios pela hipocrisia dos homens que falam mentira...”. Por isso concordam todos uns com os outros!! Estes hipócritas dão asas ao pecado através da sua pregação, e este voa livremente por tudo o que é igreja, sem que alguém se insurja contra este poder maligno. Lisonjeiam-se uns aos outros e escolhem ser hipócritas em vez de enfrentarem estes touros de cornos aguçados que destroem muitas vidas em tudo o que é reunião de crentes. Lobos vestidos de cordeiros “fazem naufrágio na fé”, dispersam e semeiam as suas doutrinas por tudo quanto é sítio, porque, dizem eles, é o mandamento de Deus pregar o ‘evangelho’. Por isso esses seus evangelhos têm o seu poder nulo. Se andassem nos caminhos do Senhor teriam tanto ou mais poder que os apóstolos e igual! Como o Senhor não confia nos seus evangelhos, também não lhes confia o Seu poder; antes pelo contrário retira-lhes o pouco que ainda têm. Andam vestidos com a aparência de verdade e preferem não discordar da mentira para não terem eles próprios de ouvir a verdade. Insurgem-se contra tudo o que é sã doutrina só porque não lhes convém ouvir umas certas verdades. Descansem até ao dia do Juízo! Aí tudo será exposto e o joio será separado do trigo. Nesse dia, a verdade triunfará e haverá muitos surpreendidos. Como o Senhor disse de alguém que foi apanhado neste barco: ‘ele emudeceu’. Quantas vezes o Senhor avisou, enquanto pregou, para que nunca fossemos apanhados de surpresa!? Até lá caro ouvinte-praticante da verdade, não escute quem ‘grita alto nas ruas e quem quebra a cana trilhada e apaga o pavio que fumega e em mentira não produz juízo’ (Is 42:2,3). A verdade não lhes convém porque “agradam mais aos homens que a Deus” e preferem lisonjear-se, a praticarem a verdade diante da luz do Senhor Que nada esconde daquele que o busca com todo o seu coração, em verdade e em espírito!!       

Existe uma razão deliberada de incluir aqui este capítulo. É que existem pessoas que pensam mal de quem tenta cumprir. Estou a dizer que há quem trate os que assim falam como néscios e anti-salvação só porque gostariam de ver Deus de forma mais real nas suas vidas, o que, convenhamos, não é pecado. As pessoas que buscam a verdade de todo o coração são frequentemente ultrajadas dentro das igrejas e por esta razão resolvi aqui dizer que estas coisas não são pecado. Não precisam temer nada de quem  só busca e fala a verdade. O QUE FAZEM NÃO É PECADO!!!! 

 

“...ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS .” (MAT 1:21)

CAPITULO 3

0 SEU POVO .

 

Independentemente do que se possa pensar por aí, este versículo fala da salvação como algo destinado ao Seu povo e “a todos os que vierem depois” dos primogénitos da fé. Será isto absurdo? Não, se pensarmos um pouco sobre o que realmente é a salvação. Agora, se aceitarmos de qualquer um qualquer evangelho que, por turvo seja, ou por parecido que seja com a Verdade, é obvio que teremos alguma relutância em aceitar esta estonteante verdade. A Salvação diz respeito a quem crê e não a quem não crê, destina-se a quem se chama Seu povo. “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar”. Será que já se deu ao trabalho de pensar nisto sem ideias pré-concebidas, auto-defensoras, destituidoras da verdade que o Senhor nos trouxe e pela qual morreu, dando o que de mais precioso tinha?

Ouvimos falar aqui que Deus veio salvar o seu povo. Aqueles que crêem. Mas as palavras do Senhor nem sempre são favoráveis a esse povo. Em muitos sítios vemos o Senhor destruir quem não Lhe obedece, pensando Ele que deveriam saber melhor e deixar de andar conforme os seus próprios caminhos. “...Este povo maligno... que caminha segundo  o seu coração...”. Se caminha não é uma coisa que lhes dá de vez em quando!! Não! O que lhes dá de vez em quando, é pensarem em Quem os criou, principalmente quando estão aflitos!

Esta coisa dos rebanhos sempre causou grandes questões. Com um Bom Pastor, a única maneira de chegar a ele é entrar por outro lugar que não a Porta. Ora vejamos  quem é o rebanho, e porque se dispersa.

Embora existam muitas versões sobre o que é o povo de Deus (o que serve apenas para dificultar o caminho a quem procura e pouco ou nada vê, e, para alguns se sentirem salvos e fortes só porque lhes é ensinado por pessoas do próprio clã, que são o povo de Deus), o que a Bíblia nos mostra e o que o Senhor nos revela, é simples e conciso. Há quem confunda a verdade vendo tudo fusco por causa das muitas doutrinas inventadas. (E muitos vão prestar contas a Deus por estas almas que por sua culpa se vão perdendo!). Depois há quem veja alguma sombra de verdade nos evangelhos expostos por aí, mesmo nada vendo de verdade nas vidas sem poder de quem os apregoa. Por isso diz Paulo, “tendo a semelhança de verdade mas negando a sua eficácia (o seu poder!!)”. Esses clãs mantêm-se unidos porque se convencem mutuamente que pertencem ao Rebanho. “...Vós que praticais a iniquidade”, saibam que ficarão de fora do Seu Reino se não vos arrependerdes! 

Existem duas formas de ler a palavra ‘povo’. Uma diz respeito aos seus eleitos que vivem com Ele para todo o sempre. Outros são os que ainda cá vivem na terra. Sobre os primeiros (que não são os mencionados neste versículo), diremos apenas que são seres vivos, já salvos, e por quem já nada podemos fazer, mesmo que já nada seja necessário, ser feito, da nossa parte pelo menos. Antes da morte do Senhor muitos ainda esperavam pela redenção da Cruz. Quer dizer que alguns já são os escolhidos e que outros ainda estão em vias de o ser. Quando o Senhor vier, na Sua glória, fará uma ultima selecção desta presente geração, porque “os pecados de alguns homens são manifestos, precedendo o juízo; e em alguns manifesta-se depois”, (1Tim5:24,25). Aos que ainda estão em vias de o ser é dirigido este versículo.

 Para Deus, no entanto, existe apenas quem se diz povo d’Ele e quem é povo d’Ele, por muito que nos custe aceitar tal facto mais que consumado e assumido. Existem as ovelhas e as imitações de ovelhas, e cabe-nos a nós distingui-las e separá-las umas das outras pelas obras que numas são naturais, e noutras são um tanto ou quanto difíceis de praticar. Apesar de, através da doutrina que pregam se conseguir ver bem o que são, há uma tendência crescente nas igrejas evangélicas de hoje em introduzirem as heresias que vêm com as pessoas, para, pensam eles, ficarem com as pessoas. Só que acabam por ficar com a sã doutrina alterada, e não se apercebem que têm em si mesmos o seu próprio castigo: a ausência de qualquer réstia de verdadeiro poder para demonstrarem a verdade a quem querem converter às suas ideias. Acabam matando e extinguindo o poder que Ele nos mandou da parte do Pai. E os que demonstram poder em certas manifestações de prodígios pouco claros, exercem sobre si e sobre quem os ouve, poderes malignos e de algum exibicionismo, onde o anjo da luz aproveita para ‘demonstrar’ que quem vive em pecado ‘tem’ a verdade. São prodigiosos mas não se conseguem ver livres dos muitos pecados que os assolam dia após dia, hora após hora! O mandamento do Senhor e dos apóstolos é claro: manter a chama da verdade acima de qualquer suspeita. Veja-se como o Senhor preferia perder os seus discípulos a condescender com a verdade. Chegou a perguntar aos doze: “Quereis vós também retirar-vos?”, isto depois de muitos já se terem retirado e abandonado o Senhor. Se alterarmos a verdade, nada mais nos vai restar e as imitações de ovelhas vão proliferar por aí.    

O grande problema não será os discípulos abandonarem o Senhor, porque eles não têm para onde ir. Quem tem para onde ir é o Senhor e Ele se for, muitas vezes não volta e se voltar será para julgar.

As demonstrações de poder das quais falo, não visam a salvação mas sim a condenação de quem a ele se apega através de muitos delírios. Onde o pecado permanece enraizado, o poder é definitivamente de origem maligna e é de baixo e para lá leva quem a ele se entrega. Onde entra o poder de Deus sai o pecado, a bem ou a mal! Se estes não saem do pecado, o que serve e a quem serve este poder? Não é terreno - é infernal!!!

È circunstancial mas infernal. Vê-se pessoas dessas tornarem-se tão agressivas ao serem expostas, que se não fosse verdade não acreditaria! Os seus frutos são malignos e só se assemelham aos frutos reais enquanto não se expõe a sua origem terrena e diabólica. Esses poderes não têm, porém, qualquer efeito sobre quem tem uma vida pura e purificada diante de Deus. Qualquer crente que esteja em plena comunhão ou em fase de reconciliação com Deus, supera em mil vezes estes poderes malignos que ardem com o fogo vindo do inferno e, ao mesmo tempo, andam de Bíblia na mão.

“Não temas ó pequeno rebanho”, se aquilo que aqui se escreve te provoca insegurança por ser diferente do que até agora se ouviu nas ruas da mentira. Ao nosso Pai agradou-Lhe dar-nos o Reino. É bom que tenhamos as bases bem firmes naquilo que acreditamos, para que a esperança não seja falsa e fundamentada em alicerces de palha. Se esta insegurança e intranquilidade é o caminho para a certeza e para a segurança, desde já proclamo que é bom que tal lhe bata à porta! Ter esperança só por tê-la, não nos faz melhores que aqueles que vivem só por viver. Se a esperança provém duma falsa doutrina, ora seja bem vinda a intranquilidade. Assim pode ser substituída por uma verdadeira, que provém da Vida que Ele em nós implanta. E esta Esperança que toma o seu posto em nós, não é falsa, e, como Paulo diz, “a Esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado”, (Rom. 5:5). Com esta confiança, permita-se Ouvir a Doutrina que, como também disse Paulo, ‘vos é anunciada desde o princípio da Criação’.

A dureza dos corações dessas pessoas fazem-nos aceitar um qualquer poder que se lhes apareça dentro das suas congregações. Eles até se podem considerar povo de Deus; mas se não se livrarem dessas manifestações de poder, nunca verão a alva.

É preciso, pois, manter distancia de quem vive dentro desses ambientes carregados de trevas pouco lúcidas. Essas manifestações carregam uma aura de perdição e só se manifestam porque quem os quer, vive em plena agonia e busca algo com que se libertar dessa agonia. Nós sabemos, porém, que a agonia desapareceria se confessassem o que os atormenta e se se convertessem nunca se entregariam a ‘libertações’ fictícias como essas que apenas visam manter quem peca, pouco lúcidos acerca do seu estado pecaminoso diante de Deus. A verdadeira libertação provém duma confissão integral e sentida por parte de quem peca. Ora, para evitarem essa cirurgia dolorosa, muitos se entregam a essas manifestações de libertação fictícia. Voltemos às bases do arrependimento e da conversão para que estes não se proliferem da maneira impune que lhes dá a sua força. Talvez o Senhor faça de algumas dessas pedras, filhos de Abraão.

Voltando ao povo de Deus, nota-se que sempre foi durinho de coração, salvo algumas excepções. Os apóstolos e a sua semente espiritual, fazem parte dessa excepção. De resto vemos que muitas e inúmeras vezes, o Senhor tem tentado ajuntar debaixo das suas asas, como uma galinha faz com os seus pintos, um povo insubordinado e duro de ouvidos. Mas a condição é que andem nos Seus caminhos e parece-me que se lhes pede o “impossível”. Por esta razão muitos ficarão de fora do Seu Reino - e também por se crerem ‘salvos’ e pensarem que o Senhor os aceitará sem ser necessário estarem salvos do pecado. Pura ilusão, diga-se, porque a Bíblia é bem clara sobre este assunto, embora a verdade tenha sido deturpada por ‘doutores da lei amantes de si mesmos’. Quem não quiser aceitar esta Versão, que não o faça, e depois dará contas de si mesmo a Quem, depois, não terá misericórdia.

 O que significariam então as palavras do Senhor que dizem: “e também agora está posto o machado à raiz das arvores”, ou: “em Sua mão tem a pá e limpará a Sua eira e recolherá no Celeiro o Seu trigo e queimará a palha com fogo que nunca mais se apagará”? É importante aqui também lembrar  o sinal de Jonas. O sinal de Jonas é precisamente um sinal para quem pensa que, o que o Senhor diz, é para outros e não para ele. “Não penseis de vós mesmos que sois filhos de Abraão, porque o Senhor pode das pedras fazer filhos de Abraão”. O sinal é para quem pensa que se fala nestes termos, só quando se dirige a palavra aos fariseus. Puro engano!! Fala-se nestes termos para quem pensa como os fariseus. E os fariseus pensam que Deus só fala assim para os outros! E os fariseus sempre pensaram que já não precisavam de qualquer salvação. E igual a estes há muitos por aí, muitos mais do que se possa pensar! Um dos piores males do povo de Deus é a ilusão com que foram criados desde pequeninos. Depois quando se convertem à verdade, não largam as ilusões de grandeza e de tristeza que era os seus nutrientes fortalecedores antes de conhecerem a verdade, e, olhando continuamente para trás, viram pilares de mentira com o evangelho pregado ao peito. Por essa razão, a ilusão enche a cabeça das pessoas deste mundo. Fazem uma mistura tal, de evangelho teórico com uma vivência de pecados diários, que já não distinguem o verdadeiro do falso. Depois, por lhes ser tão familiar, essa ilusão é transportada para os assentos das igrejas e ninguém se apercebe que é destrutiva e maléfica.

A partir daí, é fácil acreditar que Deus será alguém que lhes vai satisfazer todo e qualquer capricho mais ou menos arrojado. De seguida, adormecem ao som do evangelho e sonham com um paraíso que nunca será seu. Depois, como Deus não lhes satisfaz qualquer tipo de egoísmos, esses adormecidos, insistem e esforçam-se tanto por acreditar que Deus é pai de egoístas, que são entregues ao pai da mentira para se sentirem enganados e incoerentes, a ver se se corrigem daquilo que os faz tropeçar. Porém, quase nunca aprendem. O melhor por vezes, é entregá-los mesmo aos poderes que lhe são familiares para que o cadáver tenha mais umas águias à sua volta. Assim a verdade ver-se-à livre para florescer sem sobressaltos e em paz de espírito.   

O Senhor fala em diversas ocasiões, tal como os apóstolos advertem inúmeras vezes nas suas epístolas, para termos a cautela de não adormecermos ao som do evangelho. “Vigiai e orai”, foi o que nos ordenou Quem passou por tudo o que nós possivelmente poderíamos passar. “Não vos deixeis surpreender”, quererá dizer-nos o Senhor, e, como as dez virgens, mesmo sendo virgens e à espera do Noivo, não resistiram à sua própria sonolência e acabaram por ficar de fora do Reino de Deus, tenhamos em mente que o mesmo nos poderá ocorrer. Uma das formas de adormecer ao som do que é bonito de se ouvir, é acreditarmos piamente que estamos livres de ser achados culpados das coisas, prazeres e pecados que ainda persistimos em manter nas nossas vidas. Tenhamos cautela quanto baste “porque Eu virei como um ladrão na noite”, disse o Senhor que nunca mente.

A ilusão inibe quem quer ser são diante de Deus. Permite-lhes todo o tipo de surpresa e confunde ao ponto de não se ver que o pecado nos separa de Deus. Passa tudo a ser uma brincadeira alegre com um fim triste para quem a brinca. Depois, os mais ‘sérios’ pensam que pela sua ‘seriedade’ se salvarão. Deus, porém, só busca os limpos de coração; e enquanto alguns brincam, outros fazem-se sérios. Imaginam para si um deus em tudo ‘igual’ ao verdadeiro, põem-no no altar das suas cabecinhas, e vivem com ele dia a dia sem nunca pensar que o Senhor abomina que se fale d’Ele com aquele espírito leviano e sem condições de ver o Verdadeiro Deus Santo e puro. A Sua realidade confunde os menos preparados e por isso se formam as religiões: as pessoas só gostam d’Ele se for mítico e levemente imaginário. Falam de um Deus que, vê-se estar longe das suas vidas. Até quando permitirá que Jesus seja apenas seja uma espécie de lenda para si? Se Ele é verdadeiro, que se torne real na sua vida duma vez por todas!

Pare para pensar um pouco neste Deus que conquistou a vida de muitos através do Seu poder, que prometeu dar-lhe uma vida nova, que pode transformar o mundo inteiro (e mais se for preciso!) num abrir e fechar de olhos. Se este Deus não for real na sua vida, (e quando digo real levo-o mesmo à letra!), a sua vida, por muito religiosa que seja, não lhe vale de nada! A doutrina até pode ser da mais pura que houver, mas se Ele não lhe der o Seu sopro de Vida, essa doutrina não alcança qualquer prodígio que seja, na sua vida! E o que Deus tem para nos dar é mais real do que se possa pensar. Não é ilusão! É um prodígio de realidade, pura, sã e bela. Verifique se é isto que tem; nada perde em certificar-se disso.

Quem vive em pecado e ‘crê’ em Deus contradiz-se. “Qualquer que peca não O viu nem o conheceu”, (1João3:6). Quando o Senhor diz que ‘pelas obras os conhecereis’, fala da obra do Espírito Santo em tais vidas, porque são inimitáveis. Por isso diz Paulo em tom de desafio aos pregadores da circuncisão de então, “...então veremos, não as palavras, mas a virtude dos que andam inchados...” (1Cor4:19,20), sabendo de antemão que eles não estariam em conformidade com a verdade e consequentemente o Espírito não iria fortalecer e abençoar as suas obras; não seriam ovelhas, mas sim carneiros à procura de um harém de ovelhas que lhes obedeçam sem impedimentos da parte da verdade, ou de quem a prega.Quem prega sem o poder de Deus, não sabe o que faz e será condenado, a menos que se arrependa antes de se encontrar com o Salvador.

Quem se diz povo de Deus e diz que tem de ‘acreditar’ que tem o Espírito Santo, carrega consigo uma heresia de todo o tamanho. Não deixando de ser verdade, porém, que temos de crer, o Espírito Santo é muito mais real do que essas pessoas apregoam! Ou não fosse Ele o Criador do Mundo! Lá por ser invisível não quer dizer que seja distante ou irreal para quem está limpo de coração e do seu pecado!  

Espero não estar a confundir ninguém - essa não é a minha intenção. Por alguma razão o Senhor não lhes confia o Seu poder. Por verdadeira que sejam as suas doutrinas, pelo espírito que têm se verá se Deus está com eles ou não. Não importará as suas doutrinas; o que é importante será se as suas vidas estão expostas ao seu Criador ou não - isso é que conta. O que quero aqui frisar é que desde aquele que tem a sã doutrina, àquele que se serve da idolatria para acalmar a sua consciência, e mostrarem assim que crêem, são levados pela ilusão. Um tem um deus imaginário e teoricamente verdadeiro; o outro tem um de porcelana ou de barro; qual a diferença? Se são ambos irreais!?

A diferença é que é mais fácil convencer um idólatra do seu erro, do que alguém que prega a verdade. O idólatra sabe que está errado; o pregador de verdade não aceita que está errado. Só o aceitará se se humilhar e ouvir um pouco o Senhor e deixar de consultar a carne e o sangue, por muito amigos que sejam. E quanto mais se aproximar o fim desta geração, mais eles se vão aceitar uns aos outros, aceitando até as suas diferenças de opinião, porque tem o mesmo tipo de coração, e corre nas suas veias sangue com o mesmo veneno (a IRREALIDADE de poder ‘divino’), só que tipos diferentes; se um é A, outro é O ou B. 

A ilusão dá uma força tal ao pecado, que as pessoas vivem-na como se de realidade se tratasse. O pecado, por sua vez, dá esperança à ilusão contando-lhe baboseiras sem fim. Este síclo de ilusão pecado e de pecado ilusão só terminará com a vinda do Senhor. A vinda do Senhor, tanto a que acontecerá no fim do mundo como a que acontece nas vidas de quem O encontra, põem fim a este síclo maldito de compensação mutua entre pecado e ilusão. Essa vinda do Senhor (a que ocorre agora e é muito real!), será a única que vem justificar o pecador perante Deus e os Seus Santos. Justificar no verdadeiro sentido da palavra, isto é curar do mal que é e será o pecado, não só o de hoje, mas sim qualquer que ainda possa vir. A cura divinal da alma dos que O levam consigo, é tão fantástica que ninguém se mantém indiferente perante um cenário tão repleto de realidade como é este. Não aceite qualquer outro evangelho, porque não sabe o que está a perder, para além de poder perder a própria vida eterna - e quem não tiver poder para deixar de pecar não poderá de maneira alguma contar com ela. A realidade que é o poder de Deus, vem-nos salvar precisamente daquilo que é pecado, quer o aceitemos como tal, quer não, quer acreditemos que é pecado quer não! Sem este poder não será limpo o seu coração, e só os limpos de coração verão Deus. Por isso não alimente ilusões acerca da sua salvação porque ilusões com Deus não existirão nunca!  

O pior que acontece aqui é, os lideres religiosos propagarem padrões facilmente aceites por quem não tem qualquer desejo de deixar de pecar. Em vez disso deviam, isso sim, era mostrar-lhes que estarão condenados para sempre enquanto persistirem no pecado. Não se lembram do sinal de Jonas! Têm medo de assustar as pessoas com a realidade.  Deixam-nas viver as suas ilusões a todo o custo, e mesmo que oiçam a verdade, tentam viver à sua maneira. Mas a consciência atrapalha um pouco, e então desenvolvem-se padrões de vida que admitem o pecado, com ou sem limites, nas vidas das pessoas e dão-lhes cor evangélica, e quem ouve, começa a viver crendo que o que as salva é o culto. São religiosos, logo estão salvos. Essa dita salvação passa a ser uma suposta salvação do inferno, e cresce essa ideia e faz-se arvore e distribui os seus frutos a quem passa e colhe. Quem come desse fruto apetecido, passa a pensar que já nada tem a temer, que sabe tudo, e tem a certeza que o inferno deixa de ser uma ameaça. Afirmo aqui, porém, com base nas Escrituras, que Cristo não veio salvar do inferno. Foi Ele Quem criou o inferno! Ninguém se salva directamente do inferno. A salvação do inferno é tão somente uma consequência duma outra salvação: quem a não tiver agora, não se livrará nunca da Morte Eterna! E é dessa salvação é que eu quero falar, porque a outra é uma utopia para quem não toma a sua cruz agora para seguir o Senhor para o seu próprio calvário. E pode crer até mudar de cor, que isso de nada lhe servirá!       

grande problema da igreja actual, é que os novos crentes, ao buscarem Deus seguem o exemplo de vida dos crentes, (que não será lá muito profunda nem real), com que passam a conviver depois de ouvirem a doutrina que ouvirem.

 Há padrões que se criaram, e ainda criam, os quais os corações preservam, nutrem e mantêm vivos a qualquer custo, e deles não abdicam até aquele momento que encontram a verdade. Aí vende-se tudo o que de mentira e ‘verdade’ possuem, e trocam o seu valor pelo tesouro que acabam de descobrir. Convenhamos que não é fácil trocarmos tudo em que acreditamos e tínhamos, por um tesouro recém-descoberto. E se as pessoas aceitam um certo evangelho precisamente porque estavam erradas antes, muito dificilmente aceitarão outro que seja o verdadeiro. (Daí que tenhamos de ter o cuidado de não ceder um milímetro que seja com a verdade no momento em que alguém entra pela primeira vez em contacto com o Evangelho). As pessoas que nos circundam logo pensarão que enlouquecemos, e isso pode afectar muita gente, matando o bebé à nascença. Mas o que tem de ser feito não pode esperar. Por isso o Senhor disse que a pessoa em questão vai, vende tudo, sem dizer nada a ninguém, e depois alegra-se muito com o seu tesouro recém-comprado. Nesta alegria cresce e a sementinha mais pequenina do mundo desenvolve-se numa grande árvore, que mais tarde serve muito à obra do Senhor. Assim é a fé. Ao encontrarmos a verdade, os padrões mudam. O que era negro passa a ser branco e nas trevas faz-se luz. Essa luz dá-nos o alvor duma nova vida e habituamo-nos a desejar que se faça mais dia para que O possamos ver melhor. “...E nós...que temos as primícias do Espírito...gememos em nós mesmos, esperando a adopção...e se esperamos o que não vemos (mas temos!), com paciência o esperamos”. 

Para além dos falsos padrões de vida que são criados, criam-se jardins de mentira onde esses padrões podem crescer sem sobressaltos, porque num jardim de verdade nunca se desenvolverão nem crescerão. Os jardins onde sobrevive a mentira, é o fingimento. Finge-se a realidade e vive-se com todo o tipo de joio agarrado à pele sem nunca parar para se certificar das suas ‘certezas’- ou das dos outros.. Caro leitor, fique desde já assente que não precisa de imaginar Deus nem de acreditar no que não é real. Aceite qualquer verdade como verdade mas não a aceite como verdade os fingimentos com queapregoam um Deus que é mais real do que alguma vez pensou. Por verdadeiras que sejam as palavras que ouve, poderão não ser as Suas verdades. Certifique-se que não está a imaginar e a viver o verdadeiro só a nível do imaginário. Se não tivermos o Senhor, busquemo-Lo até O encontrarmos e não nos dêmos qualquer descanso até tal suceder; não vamos saltar por outra ‘entrada’ em vez de entrar pela porta por onde só entram as ovelhas, (João 10:1). É menos doloroso e mais simples fingir que temos o Senhor para podermos tirar proveito do pecado, não matando o homem forte em nós, e abdicando assim da verdade sem sabermos que o fazemos.

Não nos esqueçamos, porém, que na realidade não estamos a ver a estrela de David: estamos apenas a imaginá-la connosco, a crê-la connosco, como se Deus se obrigasse a ceder a uma chantagem destas! Muitos pensam que obrigam Deus a satisfazer as suas incoerências carnais, só porque eles fazem uma força enorme para crer! Limpe a sua vida e verá como Deus opera sem qualquer esforço da sua parte, apenas com o esforço da sua obediência. 

Os padrões de vida que são exigidos a quem crê, são vertiginosamente contrários aos que se aplicam hoje em dia em qualquer igreja, em qualquer parte do mundo. Têm a mesa muito bem posta, enfeitada com flores e pratos de porcelana se for preciso. Depois a comida que usam é mundana! Por exemplo, alguém deixa de fazer uma ‘guerra’ com um familiar por causa dum filme na televisão, e cede o seu direito de ver um certo filme só porque essa dita pessoa gostaria de ver outra coisa num outro canal. Sob o pretexto de cumprir a lei de Deus, ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’, faz qualquer outra coisa, renegando um suposto ‘direito’ que pensa que lhe assiste. Afirmo, porém, que esta guerrinha nem sequer deveria existir na cabeça de quem crê em Deus. A nossa luta não é contra carne e sangue, isto é, não deveria ser, porque os nossos padrões são outros. A pessoa que busca o “leite racional” tem lá algum desejo de participar na aprendizagem “dos caminhos das nações”? Ora, o que as pessoas fazem é tirar a luta do plano estritamente espiritual e transportam essa luta para uma de desejo contra desejo, para se poderem vangloriar duma conduta carnal, com os motivos torpes de enganar a consciência já de si calcinada! Criam tribulações entre carne e carne e depois projectam nos seus sonhos um filme de guerra entre carne e espirito, sendo o espirito sempre eles! Fazem deste tipo de guerra, uma guerra santa. Ora, as nações na terra prometida, aquando da entrada dos Israelitas, guerreavam-se por vezes entre si mesmas, sem saberem muito bem porquê. Para mim o que se passa aqui é precisamente o mesmo. A nossa luta é outra. Não entram nela questões carnais, cá de baixo. É como uma vizinha que se queixa que a outra fala mal dela e ela própria não se apercebe que está a falar dessa dita vizinha! Por isso o Senhor disse a alguém: “homem (da carne), quem me pôs a Mim por juiz (da lei da carne!) entre vós? Acautelai-vos e guardai-vos porque a vida não consiste dessas coisas”. “O Meu Reino não é deste mundo; Se o meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os Meus servos...”. Isto quer dizer que os Seus servos não combatem neste ‘ring’. Se assim fosse o Senhor nem teria morrido!! E o pecador nem teria hipótese de salvação! Aliás, nem dela sentiria falta! Se a salvação é precisamente salvar da carne! Se a salvação é salvar da carne, não devemos continuar o seu exercício nem permitir que isso aconteça em que circunstancia e sob que desculpa for. Não criemos, pois, hábitos carnais vestidinhos de branco. Tal procedimento é absurdo e nefasto. Por essa razão disse o Senhor, “vê, pois, que a luz que em ti há, não sejam trevas”.

As lutas que as pessoas criam dentro de si são desesperantes e sem vencedor à vista. Isto já não acontece onde entra o Espírito Santo. Por essa razão convencem-se facilmente ser impossível viver sem pecado. Pudera! Como é que a carne irá algum dia vencer-se a si própria? Embora a linguagem seja igual à do Espírito e os gritos de guerra sejam um tanto ou quanto similares, deveríamos saber distinguir entre uma luta espiritual e uma carnal. As lutas entre carne e carne têm sempre repercussões nefastas. Quando começar a ouvir dizer que ‘um mal nunca vem só’, já sabe do que se trata. Veja o que o Senhor disse quando um demónio sai dalguém e volta mais tarde e encontra a sua casa ainda limpa. Traz mais sete demónios piores que ele e fazem uma orgia com as ideias e lutas carnais da pessoa em questão, tornando-se sete vezes pior. Com o pecado pode suceder o mesmo. Já vi casos onde as pessoas passam o constar como casos clínicos. E isto é muito mais frequente do que possamos pensar.

 

E para ajudar na festa, há os que tentam ajudar estas pessoas com uma Bíblia na mão. Tentam convencê-los que Deus já os perdoou (até parece que o Espírito Santo não convence ninguém quando perdoa!!!), sendo aplicadas as palavras do Senhor aqui que dizem: “...curam a ferida da filha do meu povo levianamente dizendo, paz, paz, quando não há paz...”, (Jer.8:11). Façam esse ‘caso clinico’ confessar todos os seus pecados diante do Senhor e a quem fez mal, sem lhe alargarem o caminho, e verão que esse caso clinico passa a ser um caso sanado!      

O que queria aqui destacar é a permissividade à qual se habituaram os crentes em qualquer parte do planeta. Toleram o pecado, e quando não o fazem trazem um azedume dentro dos próprios corações, que se vê que trazem com eles o fardo do pecado quando exortam alguém. Uma pessoa salva, é bastante humilde quando ouve, ou quando fala porque sabe que o Senhor fala com ela, ou fala através dela, independentemente da severidade das Suas palavras. Aceita e dá qualquer exortação, porque sabe que assim terá vida, e para sempre! Quem não tem este espírito que se cuide!

Ser Seu povo não dá, qualquer direito a ninguém, de ultrajar o Pão Sagrado que vem dos Céus. Ser Seu povo dá-nos a possibilidade de, pela Verdade, chegarmos a vias de facto com o pecado em nós e com redobradas hipóteses de vencermos qualquer luta, contra qualquer pecado, em qualquer circunstancia. Aquilo que a lei de Moisés não conseguia fazer, Cristo faz agora em nós. Ao Seu povo, digo sem rodeios que se acreditarem nas Escrituras, terão necessariamente de ver que estou a falar para eles. A salvação é para eles. (Que tipo de salvação, veremos mais lá para a frente). Um facto inegável: o mundo é chamado a crer - o Seu povo é-o a salvar-se do pecado e desta geração perversa. Se assim não fosse, não seriam necessárias as exortações que Paulo nos dirige nas suas varias e variadas cartas, porque ele não estaria a escrever para quem não crê, porque, sabe-se de antemão, que descrente não lê nada que não lhe interesse. Duvido bastante que as exortações das Escrituras sejam para quem as não vá ler! Vemos que Pedro, depois daquele discurso que salvou milhares de pessoas, (Actos 2), dizer depois a quem já cria, “salvai-vos desta geração perversa”. Dizia isto, precisamente para quem antes dizia, “recebereis o dom do Espírito Santo”. Quem vai receber o Consolador é precisamente quem crê. Quem vai experimentar o Dom do Espirito Santo, é quem vai 21receber poder para se salvar dos seus pecados, (João1:12). Quem se vai salvar dos seus pecados é quem crê, é o Seu povo. Por causa do Seu povo veio Ele ao mundo morrer numa Cruz maldita pelas nossas iniquidades. Tenhamos em mente as palavras de João, “Ele veio aos Seus, e os Seus não O aceitaram”. Estes não podem ser os vizinhos do lado!!! Veja se não comete o mesmo erro, preferindo uma água suja por ainda não ter visto outra melhor que a sua. A salvação é para si caro leitor, isto é, se considera fazer parte do ‘povo de Deus’. “Ele salvará o SEU POVO...” . MAIS PALAVRAS PARA QUÊ ?  

 

 

“...ELE SALVARÁ  O SEU POVO DOS SEUS PECADOS”.

CAPÍTULO 4

 PECADO - O QUE É O PECADO.

 

Agora estamos a chegar ao ponto onde queria chegar: a transgressão da Lei de Deus.

Voltando ao tema anterior, o pecado, quero passar a falar agora sobre o que é o pecado,  o que realmente é pecado. Irei demonstrar que qualquer pecado é uma forma de egoísmo macabro e irracional. Como? Então vejamos. 

A Lei de Deus permite-nos ver com, e apenas com o intuito de formarmos uma ideia, daquilo que não passará duma vida normal para qualquer Crente. Uma vida normal, racional, agradável a Deus. Vida essa que muito dá de normalidade a quem crê. Essa vida faz distinguir entre crentes e Crentes, e torna os Crentes diferentes dos crentes. 

Os Crentes vivem em comunhão com Deus e com quem não peca, sem qualquer esforço; ao passo que os crentes só pensam que estão em comunhão com Deus, e esforçam-se muito para se darem bem com todos os homens. Essa é a grande diferença. O que nuns torna-se natural, noutros apenas muda de roupa e de cor, e por vezes de religião. Porque conhecer Deus não é religião, é precisamente o oposto: é deixar de ser religioso. Conhecer Deus é ser normal, natural, e amar sem qualquer esforço. Quem não ama assim transgride a Lei de Deus.

Qualquer forma de pecado é destrutiva, qualquer indício de qualquer pecado revela uma falta de raciocínio por parte de quem peca, e uma incapacidade evidente de andar em comunhão com Deus. A força motriz desta incapacidade é a mais que evidente falta de vontade (que se manifesta de muitas e variadas maneiras) por parte do pecador, para agradar a Deus. Por isso, e só por essa razão, vemos Cristo falar duma maneira tal que apenas visa apelar à vontade própria do pecador, provocando-o, a ver se, dalguma maneira, o dito pecador manifeste qualquer desejo de salvar-se do seu pecado, por muito ténue que seja esse desejo. Qualquer indício de desejo de salvação obterá uma resposta pronta do Senhor, mesmo que assim não pareça  a quem o tem. Por isso está escrito “e será que antes que clamem, Eu responderei; estando eles ainda falando, Eu os ouvirei”, (Is 65:24).

pecador ao manifestar alguma vontade de se salvar destes seus egoísmos, tem uma porta aberta para uma salvação duradoura, isto é, se resolver ir aceitando aquilo que ainda não tem: a salvação do pecado. Tem também a porta aberta para escapar da sombra da morte, porque não tenhamos duvidas que “o salário do pecado é a morte”, independentemente de quem o pratica, e do ‘tamanho’ do pecado em questão. Não há pecados brancos, como também não os há pretos. Concerteza que serão todos iguais. Por isso o convite do Senhor será para qualquer um, religioso ou não, crente ou não: “vem...quem quiser tome da água da Vida”. “Quem tem sede, venha a Mim e beba, e rios de água viva correrão do seu ventre”, “será uma fonte de água viva que salte para a vida eterna”; “bem-aventurados os que têm sede...porque serão fartos”. (Não esqueçamos a cronologia das palavras do Senhor). E aqui diz para vir quem tem sede, religioso ou não. Se qualquer pecado é egoísmo, então, onde entram os pecados como a idolatria, feitiçaria, bruxaria, etc.? Porque decerto que estarão noutra categoria - estando estes directamente relacionados com o primeiro mandamento, e com o pecado da ignorância. E, embora sendo sempre egoísmo misturado com ignorância, pela sua permissividade são o terreno ideal e o recinto perfeito para o crescimento de todo o tipo de joio, onde o mesmo cresce, desenvolve e deixa semente, até que o Dia do Juízo ponha fim a este síclo.     

Vejamos então se concorda com o que aqui resumo ser o pecado.

1.A transgressão do primeiro mandamento chama-se “religiosidade”.

Qualquer pessoa que se encontre com Deus frontalmente, deixa de ser religioso. Procurarei, muito resumidamente, esclarecer esta afirmação. “Porque o Senhor disse: pois que este povo se aproxima de Mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração se afasta para longe de Mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, em que foram instruídos” (Is. 29:13). Cada um prefere aprender uma qualquer forma de ‘aquietar a sua consciência’, sem ser pelas vias do perdão e conversão que vêm através da Cruz do Senhor. Então enganam-se a eles próprios, preferindo manter a sua ignorância a trazer os seus pecados à Luz. “E a vida era a luz dos homens...e as trevas não a compreenderam...e não a aceitaram...”. Não a compreendem só porque ‘amam mais as trevas que a Luz’. Reservo desde já a oportunidade de falar sobre este assunto mais aprofundadamente num futuro próximo, se o Senhor me conceder essa  graça. Quero realçar aqui apenas um facto: tal como dar ‘graxa’ a pessoas é uma forma ‘bondosa’ de não ‘ter’ de amar o próximo, a religiosidade, é uma maneira de viver no engano, até se encontrar Deus formalmente, quer seja agora, quer seja no dia do Juízo. A religiosidade também é uma forma (não aceite diga-se desde já!) de tentar dar ‘graxa’ a Deus. “Enganoso é o coração do homem...”, e fará de tudo para fingir que crê em vez de crer mesmo. A realidade sempre foi uma coisa a evitar pelos filhos dos homens. Mas mais tarde ou mais cedo todos, sem excepção, vão ter de se confrontar com aquilo que não gostam: Ele disse, “eis que cedo venho...”, “esse Jesus há-de vir, assim, como O vistes partir”; “porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho d Homem”. E assim será concerteza!

‘Enganar’ o segundo mandamento é agradar aos homens, e ‘iludir’ o primeiro mandamento é ser religioso. Fazem-no por se amarem mais a si mesmos que a Deus e ao próximo, para terem o à-vontade de irem pecando enquanto podem.

Ora, o engano da religiosidade permite-nos inventar e ou aceitar doutrinas que, nos permitam qualquer tipo de indulgencia e de pecado, e desde há muito que as pessoas buscam nas Escrituras versículos que ‘corroborem’ as doutrinas que lhes soam bem ao ouvido. O ouvido ouve bem o que lhe assenta no coração, tal como a boca só deveria falar do muito que tem no mesmo coração. Por isso, a religiosidade, é, para além de ser um campo minado, um terreno onde se cultiva e faz crescer muito rapidamente, qualquer tipo de pecado, e muitos chegam mesmo a aparentar a forma de piedade que se vê em quem deveras vive para Deus. A religião é apenas, e nada mais que, uma maneira de permitir que se viva a vida antiga, própria de quem não quer deixar de ser agraciado pelo aparente prémio do pecado, porque o verdadeiro será uma ‘surpresa’, para quem não quer ouvir (Salmos 73). Fique desde já assente que a religiosidade tem  variadíssimas formas de ‘vida’, umas delas muito iguais à verdade; por isso o Senhor disse para esperarmos até à colheita, e não arrancarmos o que já começa a ser evidente mesmo antes desse dia. Os que têm olhos que vejam... e “quem tem ouvidos queouça....” para não serem apanhados a tolerar esses campos minados, porque o Senhor dirá: “...tenho contra ti que toleras...que se ensine e engane os meus servos...” (Ap.2:20). A religião, conjuntamente com agradar aos homens, são falsidades vestidas de ‘verdades’ que se fazem passar por substitutos válidos da Verdade. São o maior engano existente, porque são facilmente aceites por quem tem a verdade, e por quem a busca.. O pecado é egoísmo.

Que o pecado é egoísmo, é fácil de ver. Porque se o pecado é a transgressão da lei de Deus, e a lei de Deus é amar a Deus com tudo o que temos e ao nosso próximo como a nós mesmos, quer dizer que, toda a forma de pecado transgride esta norma. É auto-centrada, virada para dentro, reagindo só aos próprios estímulos, não dando a consideração que devia a quem de direito. Nem ao próprio, porque o pecado em si, já é auto-corrosivo e destrutivo, trazendo em si mesmo e sem ajuda, destruição e morte ao local onde habita. Semeia devastação onde quer que passe, e muitas vezes pela calada da ‘noite’, precisamente quando quemmorre é enganado pelo aparente prazer que encobre a verdadeira essência do pecado, que é a morte. A aparente sensação de prazer que o pecado lhes dá, fá-los sentir vivos: “rico sou, e estou enriquecido, e nada me falta; não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e nu...”. Por isso o Senhor diz na parábola do joio que, um inimigo semeou de noite, onde o Senhor, e quem vive para Ele, semearam também. De noite será enquanto dormem na sensação de prazer que ‘desfrutam’. É como uma anestesia que serve para adormecer e embalar quem se agarra ao pecado para que não se aperceba qual o seu fim, antes de ser tarde demais. Por isso o Senhor sempre avisou que virá sempre como um ladrão na noite, porque não O esperam, pelo menos daquela maneira. Porque diria Ele então que muitos iriam ser apanhados de surpresa? Porque de ‘noite’, significa, enquanto dormem na sensação de prazer do pecado. De noite significa quando estão adormecidos!   

 

Vejamos, então, o que é o pecado relacionando-o com o segundo mandamento da lei de Deus.

Vemos o Senhor, os apóstolos e até mesmo os fariseus e doutores da lei (muitos até falavam a verdade!), dizer que todos os mandamentos se resumiam (ou reduziam - para alguns), em: “amarás a Deus com todo o teu coração, entendimento e todas as tuas forças, e semelhante a este, amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ora, para quem já leu o Antigo Testamento e tudo o que lá vem, poderá eventualmente questionar-se da veracidade desta afirmação. Parece contraditória. Imagine por um momento que está no lugar do escriba em Marcos 12:28-34, a quem o Senhor disse mais tarde, ‘não estás longe do Reino de Deus’. (Não está longe porque a maneira admirada como ele põe a pergunta-resposta ao Senhor, mostra obra por parte do Espírito Santo). Vê-se que neste futuro discípulo do Senhor, lhe foi revelado, e não por carne ou sangue, algo que ele não conseguia conceber e enquadrar dentro daquilo que ele sempre percebera da lei - e pelos vistos não era pouco. Ele estava tão admirado com esta afirmação, que foi perguntar ao Senhor a ver se Ele sabia desta, para ele, grande revelação; (as pessoas quando descobrem algo maravilhoso pensam sempre que sabem mais que os outros). E o Senhor respondeu-lhe humildemente ignorando esse facto, para bem dele. Este escriba, doutor da lei, conhecedor de todas as leis de Moisés, admirava-se e achava estranho e ao mesmo tempo belo, ao conceber que todas aquelas leis do Antigo Testamento, se pudessem  resumir naquelas duas frases. Você não o acha? Convenhamos que necessitava duma enorme dose de inspiração e imaginação para resumir, por exemplo, todas as leis sobre sacrifícios, doenças, etc., nesta simples revelação. Pergunte-se como é que, por exemplo Num 6, ou Num 8, se encaixariam dentro deste resumo; e Lev.14, por  exemplo? E poderíamos enumerar muitos mais exemplos.          

Ora vejamos  o segundo mandamento: “amarás o teu próximo com a ti mesmo”. Se lermos com atenção, veremos que este mandamento não nos diz para deixarmos de nos amar a nós próprios. Pelo contrário, afirma como a nós mesmos. Diz que nos devemos amar a nós mesmos. E que quem está connosco no carro, na mesa, ou no banco do jardim será igual a mim; quem esgravata no contentor do lixo é como eu e como o presidente dum qualquer país. E sabe porque é que tudo o que sair desta linha de conduta é pecado? Porque é ilusão e mentira pensar que alguém é superior a outro ser, quando são ambos criados à mesma imagem e na semelhança de Deus. Daí ser crime sob pena de Morte Eterna. Esta é a seriedade que Deus põe na Sua lei. E ninguém lhe poderá dizer que não é justo, porque o Seu entendimento excede o nosso.        

Falando da semelhança do nosso próximo connosco, o que o segundo mandamento nos diz é que o nosso próximo é, em tudo semelhante a nós. Por isso se chama o nosso semelhante. Se tem qualquer duvida sobre isto, abra um caixão e outro e descubra uma diferença sequer entre o que está dentro deles - porque por fora nada conta , aliás nunca contou. Desça ao inferno, se for possível, e verifique se haverá qualquer diferença entre quem quer que  seja, dentro dos seus muitos residentes. Ou então suba aos Céus e veja se Deus acha alguém diferente dum seu semelhante, se não os trata a todos com o mesmo carinho! Não sejamos pois “juizes de maus pensamentos”, (Tiago 2:4).   

Em primeiro lugar, concluímos que nos devemos amar a nós próprios, nós que somos o templo de Deus. Pensar-se-ia descabido e desnecessário dizer a alguém para se amar a si mesmo. Puro engano! As pessoas ao pensarem que já se amam a elas mesmas enganam-se redondamente quanto às responsabilidades que lhes toca, quando se vêem à lupa da Luz de Deus. Por exemplo, se o Senhor nos diz para pararmos de mascar tabaco (e não cuspirmos aquela coisa horrorosa para onde as pessoas semelhantes a nós vão pisar!), então devemos parar, não por pensarmos estar bem ou mal - para uns bem, para outros mal - mas sim porque à Luz do Espírito Santo é reprovável, e trará morte com certeza. E se traz morte, como poderá alguém dizer que se ama a si mesmo se se está a entregar à morte sem mais nem menos?

Tudo o que for reprovável, à Luz do Espírito Santo trará Morte, independentemente do que as pessoas sintam sobre o assunto.

Não seria ético nem bom para ninguém falar em amar o próximo como a si mesmo, sem estabelecer os parâmetros de conduta que Deus quer para a sua igreja. Por isso, e além  de estabelecer parâmetros que tenham em conta o crescimento da Igreja em espírito e em verdade, será necessário as pessoas não terem fingimentos nas suas condutas. Se não amam, em vez de ‘porem’ uma cara amorosa e falsa, que vão pedir perdão a Deus e voltem com Amor de lá para a rua. Porque, terão necessariamente de amar o próximo como a si próprios se quiserem Ver a Luz do Dia. Amor fingido, não será porém a opção mais acertada. Nem será aceite por Quem tem um “Espírito que penetra todas as coisas” e com esse Espírito vai julgar o mundo. 

Fingir terá de ser irradiado de dentro das Igrejas, (das que vivem para Deus, porque as outras quanto mais falso e fingido for o seu amor, tanto melhor). Não é uma opção - é uma condição-consequência de conhecer a Deus, ou vice-versa. Por isso Pedro nos disse: “...deixando, pois toda a malícia e fingimento busquemos o leite como recém-nascidos”. “Um culto racional” é por isso estabelecer a verdade como único padrão da sua categoria de padrões : "Deus busca quem O adore em espírito e em verdade". Existem outros grupos de padrões, mas dentro deste, (onde moram a malícia, fingimento, mentira - obvia ou camuflada - , medo de ser verdadeiro, etc.,) escolhe-se só o que por Deus será aceite e instituído como norma de vida. È melhor não amar do que amar fingindo “...melhor que foras frio ou quente...”. “Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente! Assim, porque és morno e nem és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca...”. Esta sentença está instituída e aplicada onde Deus Reina; por isso, a opção é só sua. Este é o Reino que prego: o da Verdade.     

O amor a nós próprios terá de ser visto à lupa de Deus - d’Ele que sonda os corações e detecta qualquer impureza. Já falei antes que muitos fogem da luz quando vêem o seu estado sob esta Luz. Não toleram ver o seu estado e as condições em que se encontram. Fogem e escondem-se como Adão e Eva. Esquecem o sinal de Jonas. Um padrão e uma conduta de vida terão porém de ser estabelecidos, e quando Deus nos convida ao arrependimento, assegura-nos do Seu perdão sem condições de qualquer ordem. Ao aceitarmos este convite, estabelecemos em nós uma torre de luz que não encandeia ninguém, e que será uma libertação das culpas e das forças do pecado. A culpa é a força principal do pecado. Ninguém, porém se salvará sem passar pelos seus aguilhões. A outra força somos nós próprios. E o pai dele é o Mentiroso que, ora usa a verdade , ora a mentira, conforme lhe convém.    

Ao conhecermo-nos a nós mesmos, e á maneira como nos tratamos, à luz do Senhor, e à luz daquilo que Deus exige de nós, poderemos limpar a nossa eira à luz do evangelho e conhecê-Lo tal como é. Aceitamos o Seu perdão na sinceridade, e aceitamos que o nosso semelhante também seja perdoado. Ao aceitarmos o nosso perdão porque nos convertemos, damos à luz um bebé (um padrão) que precisa crescer e ver a luz raiar.

Devemos, por isso, ver como lidamos com nós próprios, para termos as nossas vidas em plena aceitação perante Deus, para assim estabelecermos um padrão de amor para com o nosso semelhante. O Senhor disse, e está escrito, “...sê santo tal como Eu sou santo...”, e é esta norma que devemos estabelecer para nós próprios; assim veremos o que significa amarmo-nos a nós próprios: dentro do melhor que houver para receber do Senhor. E o que Ele tem para nos dar, é muito mais belo e muito mais precioso que o ouro que deu a Salomão.

Concluindo este raciocínio, digamos que devemos viver, tratar, limpar, e amar a nós mesmos, tendo em linha de conta que somos o templo de Deus onde não é permitido  nenhum objecto (por muito bem que lá fique), que não agrade ao dono do templo, que foi Quem por ele morreu. Devemos tratar da nossa consciência à luz do Espírito Santo, e assim estabelecer a vida que Deus nos deu. Assim sendo, vemos que os dois mandamentos afinal são três - DEUS, NÓS E O NOSSO SEMELHANTE, são as três pessoas que deverão ser os objectos do Amor. Se não amarmos a Deus com tudo o que temos e somos, transgredimos; se não nos amarmos a nós mesmos, transgredimos; (mas tenhamos em conta com que tipo de amor temos de nos amar a nós mesmos); se não amarmos o nosso próximo como amamos a nós mesmos, transgredimos.     

Por exemplo quando estiver a falar com alguém sobre o Senhor, pense em como o Senhor lidou consigo - a Sua paciência, a sabedoria e o tempo que esperou sem deixar de insistir em si  e na sua possível salvação. Não se ponha com rodeios e accione o que de melhor houver em si. A mesmíssima moeda (com cunhos e valores diferentes) terá de passar para a pessoa ao lado e usá-la para com o seu semelhante. Permita-se também ouvir o seu semelhante como Cristo o ouviu a si, se é que ouviu. Escute, veja, e aceite as repreensões, amor, e palavra de quem Deus pôs ao se dispor, porque quem fala e ouve cumpre a lei de Deus.

Mas antes de vermos o que é a transgressão relativamente ao nosso próximo (e a Deus), temos necessariamente que saber com que amor nos amamos a nós próprios, porque teremos de amar ao nosso semelhante com esse mesmo amor e nas mesmíssimas proporções. Aqui, a escolha também é sua. Mas se quer entrar no Reino de Deus não terá outra opção de vida. Como consegui-lo, falaremos no próximo capitulo. Por agora que fique estabelecido apenas que devemos amar o nosso semelhante como a nós mesmos, mas não nas nossas condições, e sim com aquele tipo de amor que é peculiar e característico a quem ama e conhece Deus.

Para além de ter padrões próprios para o tipo de amor que nós a nós próprios devemos através da Sua Luz, tem também a exigência e a necessidade de implementação dos mesmos sob a mesma Luz à Sua maneira e não como queremos. Porque o coração do homem, “enganoso” que é, tem sempre a tendência de implementar as coisas à sua maneira e como lhe convém. Já que não pode viver como pensava ser da melhor maneira, tenta implementar padrões de vida totalmente novos ao ritmo dos sabores antigos. É o ultimo recurso que tem para fazer vingar a sua tese de teimosia de vida. Inconscientemente, esta maneira de fazer as coisas veste roupa de ovelha sem matar o lobo feroz que lá dentro vive. E não se deixe enganar pelas caras bonitas que vê e lhe podem agradar. Quem agrada a caras desagrada a Deus, a menos que a cara que vê seja pura. Se a pureza lhe agrada, nunca terá em conta se a cara é bonita ou feia, não será “juiz de maus pensamentos”.         

Os padrões e normas e características destes mandamentos são pois: 1. O Amor com que Deus nos ama (e não outro), 2.terão de ser vividos em espírito e em verdade (sem qualquer rasto de fingimentos, malícia ou egoísmos), e 3. sob uma constante luz de quem sonda os nossos corações. Antes de passar ao que é pecado e, no capítulo seguinte, como livrarmo-nos dele, queria fazer uma ultima referência ao 3º ponto : o pecado visto à luz de Deus. Um homem velho que veste roupa velha, cego, e ainda por cima teimoso, e deliberadamente casmurro, terá muita dificuldade em ver que a roupa nova (que não sabe o que é porque nunca a viu), seja melhor que a que traz vestida. Ora , de repente abrem-se-lhe os olhos, vê Alguém muito bem vestido, compara as suas roupas com as que vê, e o que faz? Esconde-se e foge de quem o pode condenar, porque na sua maneira muito própria de pensar, não se lhe ocorre que Quem está bem vestido poderá ter uma outra maneira de pensar - que ele próprio nunca experimentou, como perdoar, renovar, etc., desconhecendo, por isso, a sua aplicação pratica. Se este velho teimoso, casmurro e ainda-por-cima-cego, descobre que Quem está bem vestido é precisamente, para além deter as virtudes que sempre lhe faltaram, Quem tem mandado espalhar a noticia que viria condenar quem não mudasse de roupa - coisa que ele nunca acreditou antes - então fará tudo para não parecer que tem roupa suja. A única solução que encontra é esconder-se de quem o vê; e muitas vezes ‘mantém-se’ escondido por muito tempo, pensando que assim não se condena. Mas os olhos de Quem o busca não cessam de o ver nem de noite nem de dia, e só passa despercebido porque é Invisível. Ora, esta pessoa só crerá se decidir que não vai ser condenada apesar do seu estado, ou se vir alguém que era como ele, e que agora está bem vestido.

Não haverá outra maneira de resolver esta situação: a única é irmos ter com o Senhor, despejarmos os nossos corações aos Seus pés podendo, depois levar connosco o perdão que tanto nos custa aceitar. A luz que aqui recebemos, dá-nos um ponto de partida que em breve se transforma em rios de água viva. Neste Caminho que Deus nos revela, os padrões de vida que são introduzidos por Ele, parecem-nos estranhos à primeira vista. Aceitando-os ou não, são os únicos válidos aos olhos de Deus. Sem eles estaremos perdidos e sem vida, vazios e sonâmbulos.

Deambulamos pelas ruas da inconsciência, e por vezes da amargura, sem sabermos muito bem porquê. ‘Somos salvos’ dizem e "não compreendo o que o Senhor quer de mim". 

À medida que vamos descobrindo estes padrões nas nossas curtas vidas, temos uma responsabilidade acrescida (que no fundo não deveria de ser responsabilidade mas sim um ardente desejo), de implementarmos esse amor  nas nossas vidas. O segredo da sua implementação está precisamente na luz de Deus. Sobre este assunto, procurarei expandir-me um pouco mais no próximo capítulo. Por agora é importante estabelecermos e vermos que tipo de Amor nos é exigido da parte de Deus. 

Os nossos padrões podem ser verdadeiros e estar  em conformidade com as Escrituras, mas terão de estar sob vigilância constante, expostos a qualquer teste por parte do Espírito Santo. “Vigiai e orai” disse o Senhor que por lá já passou - Ele sabe do que fala. E não temamos ser ‘vasculhados’ por Ele, porque depois receberemos o prémio da libertação e da sabedoria. Por isso o Senhor disse “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, “...e sereis verdadeiramente livres”, (em completa liberdade de qualquer aguilhão - “...onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está ó inferno a tua vitoria?”

Tendo, pois, em mente os padrões do Seu Reino e dos quais Ele nunca abdicará (porque o pecado não é opção, nem nunca será, para um Reino que se quer unido à volta dum sólido e deliberado projecto de reconstrução daquilo que caiu), nunca serão aceites novas normas de conduta para qualquer ser, que não sejam as que o Senhor instituiu na Sua sabedoria.    

Amor a nós próprios tem exigências às quais antes nunca havíamos dado atenção. Somos o templo de Deus. Sendo isso um facto inegável, devemos proceder à remoção das traves que se encontram nos nossos olhos para que, mais tarde, possamos ajudar quem tem pequenos defeitos aos olhos de Deus. Esta é a essência do amor de Deus: construir o Seu Reino à volta dum propósito que ainda não nos foi revelado. Se isto for feito por quem antes fazia precisamente o oposto, tanto maior será a Sua Glória. Fazer pintar agora de branco quem ama(va) o preto, e quem pinta ficar a gostar da obra que fez, ficando a olhar para trás e ficar admirado da sua antiga ignorância, é Obra! Se essa pessoa conseguir olhar para trás e ver, como o Senhor fez, “que é  bom”, o que de Novo se fez (Gen. 1:25b), e desagradar-se e envergonhar-se agora das obras de antes, traz glória ao Seu Nome. Convenhamos que é uma cirurgia bem conseguida, e não se trata de um vulgar transplante e sim dum verdadeiro implante, como que nascendo de novo, com necessidade de começar do zero, no que diz respeito à  vida que agora começa a conhecer. Tem de aprender tudo como Novo, e não reaprender, para não por “vinho novo em odres velhos” para não se entornar o vinho que tanto custou ao Senhor.         

Ao sermos o Templo de Deus, incorremos numa atitude nova e um sentido de responsabilidade intuitivamente novo para nós e para com nós próprios. Assim começamos a debulhar o Grão que vira Trigo, e depois Pão, (que para alguns que não sabem debulhar vem já multiplicado das mãos de quem sabe distribuir, bastando para isso crerem  e aceitarem as palavras de quem distribui!). Os que sabem debulhar também têm de saber como separar o Grão do que não interessa, mesmo tendo sido útil antes. O fingido e o aparente não são tolerados sob que pretexto for, por nobre que seja; porque se o aparente sobreviver até à vinda do Senhor, ele destinará o lugar onde habita essa ignóbil mentira (a pessoa), “com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”. Por isso disse: “...e os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores...”. Aos que debulham um aviso: cuidado com a mistura que fazem no Trigo da Eira do Senhor! A vós ser-vos-á pedido mais responsabilidades, (“...mestres...sabendo que receberemos mais duro juízo...” (Tiago 3:1)). Veja também Mat. 25:29,30 : “...E ao que não tem...”.

O amor a nós próprios tem padrões que exige da nossa parte muita reflexão. O caminho do Senhor terá de ser o mesmo que o nosso, tal como a luz terá de ser a mesma e com os mesmos propósitos na mesma verdade de espírito. Somos o templo de Deus e devemos tratar de nós como Ele pensa deverá ser tratado o Seu templo. O carinho e paciência que a ele dedicarmos tem um valioso prémio como recompensa: conhecer a Verdade sem ser preciso ter quem nos ensine. Porque na medida da nossa obediência será a Sua bênção, e à medida  que formos crescendo mais fácil se faz a nossa jornada até ao Seu Trono onde seremos julgados, tanto pelo mal como pelo bem que fizemos. A maneira como o fizermos também será julgada. A sentença está escrita e não tardará: para parte das personagens deste evento ser-lhes-á dito, em forma de sentença, “Bem está servo fiel, no pouco foste fiel sobre muito te colocarei”, por isso prometeu : “...ao que vencer dar-lhe-ei da árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus e não receberá o dano da Segunda morte, não riscarei o seu nome do livro da vida...”.(Ap. 2-3).

amor que temos para nós próprios deve ser o que está estabelecido na Cruz e pelo próprio Deus, sendo esta a única meta de referência que temos para estabelecer qual a nossa dívida para com o nosso semelhante. Olhando para a lei de Deus desta maneira, sem abdicar dum til dela que seja, podemos falar do resto do segundo mandamento: o nosso próximo. O carinho e dedicação que temos por nós em qualquer circunstância, deverá de ser de perseverança, paciência, e todos os frutos do Espírito Santo. Estes Frutos têm um rosto semi-semelhante no verso da medalha, para o que o nosso próximo possa colher e servir-se sem ter de pedir. Sabemos já cuidar de nós, se não soubermos violamos a lei de Deus. Partindo daqui façamos o melhor que está ao nosso alcance para com quem está ao nosso alcance, (lembra-se da parábola dos talentos?), isto é, se não poupamos esforços para alcançar para nós aquilo que é bom e importante à luz de Deus,  tenhamos a disponibilidade de cumprir o resto da lei de Deus, neste caso o resto do segundo mandamento. Sejamos coerentes: a nossa salvação é para nós a coisa mais importante na superfície do planeta. Não poupemos esforços para alcançá-la. Depois devemo-nos lembrar de todo e qualquer ser que se nos cruze no caminho. E dito está!! “...Quem tem ouvidos que ouça...”Por aqui vemos que o amor para o Senhor não serão apenas uns miminhos, sentimentos e carinhos - é pura obediência à mais pura luz que há, ou houver. São as tais obras da fé de que Paulo tanto fala; são padrões que nos levam a uma vida que respeita, ama e defende a essência da Sua criação: nós, isto é, eu e o meu próximo;  e o seu Criador acima de tudo, mais que a nós mesmos, o que não nos oferece qualquer perigo porque Ele é quem controla qualquer situação, qualquer ameaça ou perigo. Nunca devemos temer uma entrega total ao Senhor.

Amor próprio é uma conduta, não é auto defesa como o mundo prega. O mundo diz que devemo-nos defender para vivermos; o evangelho diz precisamente o contrário. Por aí vemos quão diferentes são os caminhos de Deus em relação àqueles que aprendemos no mundo. Ambas as maneiras são uma opção de vida. A diferença é que uma é uma casa edificada na areia, por muito seguras que sejam ou nos pareçam as suas paredes; a outra é edificada na Rocha. Não transportemos pois o mundo para dentro da assembleia dos crentes - deixemo-lo onde pertence com os seus meios de salvação. Quem não quiser construir naquela Rocha, que vá edificar fora e onde muito bem entender. O que vemos no entanto é que em vez de se manter esta conduta (outra não será nunca aceite dentro duma assembleia de Crentes onde de facto viva Deus!), trazem quilos de areia para dentro das igrejas para, dizem eles, os mais fracos poderem construir as suas casas e assim ajuda-los. Porque se prega por aí que para se estar salvo basta construir uma casa, não importa onde nem como. Edificam as suas fábulas mesmo perto dos púlpitos dos pastores e esses ditos pastores alegram-se em ver que eles próprios ‘aceitam’ os  que "não são lá muito fortes", dizem eles. E com essa conduta tornam a fé e conduta  de Crente nula mesmo debaixo do seu nariz! Pois tenhamos em conta que quem tem força para resistir à verdade, terá para aceitá-la também, porque o Seu jugo é inquestionavelmente muito mais leve. Como se fosse difícil ver que Deus é fiel! Por alguma razão Deus os condena e as suas consciências estão vidradas e intranquilas! Não pensem tais pastores que salvarão esse tipo de ‘fracos’, aceitando-os como pessoas que confiam a Deus a sua salvação! Se Deus disse, “...quanto aos tímidos e aos descrentes a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre”, que direito temos de os meter juntos no mesmo banquete com os Crentes? As bases estão há muito delineadas e instituídas. Que ninguém pense em mudá-las sem ser candidato ao juízo do Deus que apregoam com que entusiasmo for! Que erro mais crasso! Se não forem estáveis é porque se agarram ao pecado e não porque são ‘fracos’ por natureza. Se forem instáveis fora da igreja, também o serão dentro. O pior de tudo é que esta conduta propaga-se com bastante à-vontade quando mora junto de quem toma conta do Rebanho. “Não sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa?”(1 Cor.5:6).

Os nossos caminhos poderão ser, quando muito "incompreensíveis", mas são seguros e certos. Não lhes vamos dar um rótulo de insegurança só porque há quem se sinta inseguro neles. Poderíamos quando muito esconder a verdade dos "suínos", mas agora dar-lhes a entender que os seus caminhos são seguros e que não há perigo construir seja o que for na areia, bastando para isso ‘confiar’ no Senhor, é comportamento digno de Juízo! Veja pela história de Abraão como Deus foi fiel, dando descendência espiritual a quem creu, e deixando a linhagem da carne e da insegurança seguir com a sua própria descendência. Ora se Deus não misturou as duas, antes fez por separá-las, tenhamos em mente este mesmo pensamento: que separados da carne viveremos para sempre debaixo das suas asas;  a carne já não pode prometer o mesmo, não pode nem nunca poderá. E se o prometer, fá-lo sem nunca poder vir a cumprir.

Amor ao próximo também é uma conduta, tal como será o amor a Deus. E por este amor Cristo morreu, não porque tinha pena de quem transgride e destrói a sua criação, fazendo o oposto à lei de Deus. Mas sim para defesa destes valores que são a essência do Reino de Deus. Deus é amor - este amor - e o amor (a nós próprios e ao nosso próximo e a Deus), é o único eixo no qual roda este firme universo que sustenta a criação do Senhor, o Universo dos Seus Sonhos e com a beleza que Ele para si sonhou. Defende(u) este universo de valores com a Própria vida do Seu corpo carnal, para depois tornar a tomá-la em Glória. “...E Deus amou de tal maneira o mundo que deu o Seu Filho Unigénito para que todo aquele que n’Ele crê...tenha a vida eterna” dentro de si para sempre, porque para o Senhor as coisas são surpreendentemente definitivas! Amem! Aqui não diz ‘Deus amou o mundo de tal maneira’, mas sim "de tal maneira amou o mundo", como que querendo demonstrar que é o tipo de amor e não a sua dimensão que contam para Ele. Lembra-se da velhinha que deu tudo o que tinha - quase nada - e o Senhor disse que ela tinha dado mais que todos? “...Quem lê, atenda...”.         

Sendo o amor recompensado pela sua qualidade e não pela sua dimensão, também o será o pecado: não importa o seu tamanho; importa apenas que é pecado, e sendo pecado é mortal, tanto na sua essência como na sua recompensa. Então o que será o pecado? Pecado é transgredir esta lei de amor. Por isso deduz-se que é egoísmo. Se o amor é o eixo no qual gira o mundo de Deus, a transgressão é o eixo oposto, no qual gira a morte. São opostos um ao outro e o seus respectivos salários também. O salário do pecado é a morte, não só porque Deus assim destinou, mas também porque se destrói até a si próprio, e em si traz morte como recompensa. Por isso disse no

inicio que é macabro, para além de ser egoísta. É mortal na sua essência, para além de não dar vida  (nem própria!) a ninguém, tira a quem a tem. Por isso o Senhor disse na parábola dos talentos que “...ao que não tiver ser-lhe-á tirado até o que tem”. Auto-condena-se, autodestrói-se, mutila e tira a vida a quem o serve. Não tem, nem pode ter qualquer outra recompensa em si senão a Morte. O pecado como forma de vida, condena-se a si mesmo, obra a morte, traz a morte, e oferece a morte. O facto de haver um dia para condenar o pecado no fim desta geração, o dia do Juízo, é para irradiar a morte que o pecado traz e ai de quem se agarrar ao pecado! Morrerá tanto a primeira como a Segunda morte.      

A morte não é apenas um destino ao qual Deus ordenou ao pecado, mas é também um produto final do próprio pecado. “Porque comeste morrerás...”, e este será sempre o destino de quem se alimentar de pecado, por causa da atracção fatal que tem e terá, exerce e exercerá. A Deus e aos anjos, no fim da seara, bastará apenas buscar quem está morto por dentro.

O amor gera a vida - o oposto do Amor terá necessariamente de gerar a morte. Por isso cumprir a lei é vida, e é esta vida que Deus nos dá - a que advém do cumprimento da Sua Lei dentro de nós.  Se não a cumprirmos teremos morte dentro de nós, e não ‘pouca vida’ como muitos apregoam por aí.  Por isso, e concluindo, se o amor é cumprir a Lei, o pecado é transgredir essa mesma Lei. Sendo o pecado o oposto do amor, então  concluímos ou estabelecemos, como queira, que o oposto do amor não é o ódio - é a transgressão, é egoísmo. Qualquer pecado é egoísmo, egocentrismo. Por isso, o verso da medalha também tem verdade em si: qualquer egocentrismo é pecado. E o ódio não passa de um pecado como tantos outros. A vida também é uma recompensa do fruto de quem abomina a destruição. A Vida Eterna, porém, também é uma recompensa da parte de Deus. Por isso diz Paulo “e a incircuncisão...se cumpre a lei...julgará...”. “Quem tem ouvidos...” faça favor de ouvir! Os nossos pastores pregam o contrário, dizem: "a circuncisão mesmo que não cumpra a lei, julgará", estabelecendo um novo padrão que Deus abomina! Escarnecem da Verdade de Deus e ‘desautorizam’ o Seu mandamento. “Ai deles! ...foram levados pelo engano... de Balaão...”. Esse pensava que podia viver uma vida dentro da Outra! Esqueceu-se que o importante era cumprir a lei de Deus e não acreditar nela. “eis que tu...que repousas na lei, e te glorias em Deus...e confias que és líder dos cegos...tu que ensinas a outros, não te ensinas a ti mesmo?... Porque está escrito, o Nome de Deus é blasfemado entre (os que não crêem) por vossa causa!” (Rom2:17-27).     

Tendo isto em mente, vemos do que é que o Senhor nos veio salvar. Não da morte e só da morte. A salvação da Morte é apenas uma consequência. Se não o fosse, a morte física também deixaria de existir. A Salvação é salvar daquilo que gera a morte. Assim sendo, a morte e a mais que certa condenação a que ela nos destinou, perdem as suas forças e o seu forte poder,  por isso exulta Paulo quando diz, “...ó morte onde está o teu aguilhão?...o aguilhão da morte é o pecado...”. Por isso se não nos livrarmos dele, do aguilhão, morreremos a Segunda morte; e continuará pendente esta morte própria sem solução aparente à vista. Não vale a pena tentar remendar roupa velha com pano novo. Por muita volta que esta tentação de acreditar no que nos convém nos dê a volta à cabeça, não existe outra solução que não seja salvar-se da vida que tem tido, a vida do pecado. E por isso concluiremos este livro com o capitulo onde se mostra que isto é possível,  “graças a Deus, que nos dá a vitoria por nosso Senhor Jesus Cristo”. (1 Cor 15:55-57). Porque o Senhor disse: “se não crerdes morrereis no vosso pecado...” e o que importa é não morrermos no nosso pecado. “Qualquer que (O viu) não peca...e permanece n’Ele...”. (1João 3:6). 

 

“...ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS”

 

CAPITULO 5

 A SALVAÇÃO.

 

O poder do Espírito Santo é manifesto nas vidas dos que se querem salvar do pecado. Quando alguém diz ter sido cheio do Espírito Santo e continua a viver com as suas ‘fraquezas’ e os seus prazeres da vida de antes, mente e está a ser levado pelo pai da mentira.

Hoje em dia o poder do Espírito Santo é associado a manifestações de poder estranhos e maquiavélicos e reais, por parte de quem fala sobre o poder de Deus. As únicas igrejas que falam do poder de Deus, misturam e baralham tanto a doutrina que acabam sendo os homens a ditarem as doutrinas que lhes é sugerida pelas suas cabeças enfermas, em vez de ser a sã doutrina a modificar os homens e a tirá-los do pecado. No entanto, a salvação do pecado, é a única razão porque o Pai manda o Espírito Santo a quem o pedir e a quem O aceitar na Sua plenitude. Excluindo as manifestações exteriores, Ele veio viver em nós exclusivamente para nos salvar do pecado. Lemos em 1João 3:8 que “...para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo”. “...Recebereis poder para ser minhas testemunhas...”. Ser Suas testemunhas, não é como muita gente pensa, falar d’Ele: é ser como Ele na vida que vivemos e levamos. Porém, para algumas mentes perversas, as obras do diabo são tudo o que lhes tira a sensação de ‘serem’ os mais fortes, os mais sábios, os mais poderosos e assim por diante. Tudo o resto nunca é o pecado. Expulsam o diabo não sei quantas vezes, só porque existe alguém maior que eles, ou porque querem mostrar ao mundo que ‘deus’ é poderoso, e assim por diante. Onde está aquela simples sensação de impotência que é característica de quem vive para Deus e que chegou a fazer Paulo desejar ser cada vez mais fraco para que o Senhor fosse cada vez mais forte? Quando o Senhor opera os Seus milagres não está nunca dependente de homens que se sintam fortes, mas sim dos que se sentem fracos e humilhados pela triste descoberta do seu próprio estado de saúde espiritual.

Essas mentes auto-pervertidas, são, na maioria das vezes, fruto dum poder imaginário onde o diabo aproveita para coroar o pecado. Já vi pastores ‘muito fortes’ com o tal poder que tem uma aparência de verdade, saírem dos ‘poderosos’ cultos deles, onde se manifestavam ‘grandes’ feitos sobre as massas de gente ludibriada, e irem directos para um motel com uma, ou mais, prostitutas. Os seus poderes estranhos eram de tal maneira ludibriantes, que, nem eles próprios se continham na desvirtualização da Verdade! Inúmeros casos de aproveitamento de moças jovens são frequentemente declarados, sob o auspício do amor. Dizem eles: ‘Deus é amor, por isso convém dares-me o teu corpo como prova desse amor’; as jovens, frequentemente enganadas pelas ditas manifestações desses poderes e ludibriadas pelo seu próprio pecado, entregam-se a esses homens condenando a Verdade à mentira nas suas próprias vidas. E no entanto, aos domingos e nas reuniões são os poderosos pastores das suas congregações!(Aos crentes dessas congregações, peço-lhes para porem os seus pastores à prova da palavra de Deus, e verifiquem se vivem em conformidade com as Escrituras. Comparem-nos com aquilo que os apóstolos, nas suas muitas cartas e recomendações, virtuam e  recomendam aos pastores duma igreja, e vejam se essas virtudes de facto existem em quem vos transmite a verdade).

O poder de Deus é uma coisa, porém, que terei muita dificuldade em descrever. O melhor exemplo de todos os que conhecemos é aquele descrito em Actos dos apóstolos. Aquela manifestação poderosa do Espírito Santo, não apanhou os crentes de surpresa. Toda aquela demonstração de poder visava apenas quem cria n’Ele, porque os outros teriam de se arrepender primeiro.

 São manifestações como esta que nos fazem pensar que o estado da igreja actual deixa muito a desejar, não obstante o Senhor ter sido claro que esse poder seria para todos igualmente distribuído até ao fim do mundo. Por maravilhoso que pareça, esse poder não nos é dado por motivos nem religiosos, nem egoístas. Sejamos claros. Se a igreja hoje não tem esse poder como uma vivência normal e natural, está em dívida para consigo mesma. Como não são donos desse poder, não podem dispor dele quando muito bem entenderem. É triste ter de pedir aos crentes para se converterem, mas a realidade é essa. Se quiserem usufruir do Seu poder terão de entender o que significa Ap.2:5. Ele não confia o Seu poder a qualquer um.

É interessante notar que o Senhor disse aos apóstolos que só se converteriam quando recebessem o poder do Pai. Por isso disse a Pedro, ‘quando te converteres, confirma os teus irmãos’ (Luc.22:32). Este Pedro que estava até disposto a ser preso com Ele, afinal ainda não estava convertido! Hoje, porém, qualquer um é convertido, desde que se sente num banco duma qualquer igreja!!!! E digo ao meu caro leitor que se assim não entende a conversão, corre sérios riscos de estar perdido nalguma encruzilhada menos clara. Abstenha-se de falar do que não sabe e busque o que ainda não tem e pensa ter.  

O poder de Deus ao manifestar-se tem como única e exclusiva prioridade tirar as pessoas dos seus pecados e não só das suas ‘possíveis’ sensações de culpa e mal-estar que muitas vezes é intencional e visa convencer o pecador do seu pecado. O outro tipo de manifestações descritas noutro parágrafo acima, fazem precisamente o oposto: fazem-se de ‘espírito santo’ e procuram desculpabilizar o pecador, dizendo-lhes que estão perdoados sem eles próprios sentirem que o estão. Os fariseus disseram de Cristo “quem é este que até pecados perdoa?”, e o mesmo digo eu de vocês que tentam convencer quem ainda não está perdoado, do perdão que só Ele pode dar. Quem vos autorizou a pronunciarem o ‘perdão’ do pecado que só Deus pronunciará através duma libertação do mesmo? Ou nunca ouviram dizer que quem ajunta sem ser com Ele, espalha? Quem não está perdoado não está mesmo! E quem está, sabe que o está! Hipócritas, deixem de fingir a vossa fé e busquem Quem não precisa das vossas palavras para convencer o pecador do Seu perdão! Estou a falar da Pessoa de Quem os profetas disseram: “...não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a Sua voz na praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: em verdade produzirá o juízo...e as ilhas aguardarão a Sua doutrina...”. Se aqui diz que as ilhas aguardarão a sua doutrina, porque não dizer às pessoas que isso é um facto, em vez de lhes mostrar fora de tempo que estão perdoadas? 

Outro erro ajuda o festim de falsidades destes meios e métodos de ‘conversão’. O Espírito Santo convence as pessoas dos próprios pecados - é um facto. Estes pregadores pagãos e de novas doutrinas, convencem os pecadores dos pecados dos outros. Acusam quem não fala como eles para manterem os seus rebanhos juntos e substituem a pregação da verdade por acusações carnais, dizendo-se espirituais. Tenhamos em mente o que nos dizem as escrituras: “...qualquer que n’Ele (está) purifica-se a si mesmo... e bem sabeis que Ele se manifestou para tirar os nossos pecados”, (1João3). Porque se prega então que Ele se manifesta para tudo e mais qualquer coisa, menos por esta razão? A Sua manifestação é simplesmente para nos tirar daquilo que nos condena(rá), o Seu poder serve para restabelecer o Seu Reino dentro de nós.

 Sabemos que as Escrituras em muitas situações nos dão a entender que existem dois reinos: o do Senhor e o do pecado. Ambos querem o mesmo trono: o nosso coração, querendo isto dizer que não estando longe, é fácil encontrá-los. No evangelho de S. João lemos que o Senhor disse “o Reino de Deus está em vós”. O grande Reino do nosso Poderoso Senhor subsiste num mundo chamado coração, aquilo que está dentro de nós. E o Senhor disse nessa passagem para O buscarmos dentro de nós. Tão próximo quanto isso, que mais próximo seria impossível. Ora, se o Senhor veio habitar nos homens, estabelecendo dentro deles o Seu Reino, terá necessariamente de mudar tudo e transformar o trono em Sua habitação permanente. Expulsa quem lá vive, com a expressa intenção de nunca mais autorizar nada imundo ou impuro nesse altar onde o amor de Deus é derramado abundantemente. Por isso o Seu Espírito se chama SANTO. (Isso quererá dizer alguma coisa!). E assim se manifesta a verdadeira salvação: a do pecado.

Falemos então do verdadeiro poder de Deus e da Sua salvação. Sem este poder ninguém se converterá de verdade. Pode crer que está convertido, mas será sem o testemunho do Senhor. Se o Senhor não testemunhar dentro de nós e não atestar a nossa salvação através do Seu Espírito, nunca veremos a alva. Só nos poderemos considerar verdadeiramente convertidos depois de um baptismo de fogo e nunca antes. As conversões sem este baptismo de fogo são uma utopia sem qualquer cabimento.

A essência do poder de Deus não é mais que uma manifestação calorosa e poderosa de quem é dono dos nossos corações, tal como é dono do mundo. O Seu poder manifesta-se duma maneira tão prodigiosa e maravilhosa que deixa quem o experimenta, perplexo de alegria e de virtude tal, que palavras nunca irão descrever. Todo este alarido tem como finalidade trazer o Rei com a Sua Lei na Sua glória para dentro de nós. Esse Reino começa a ser estabelecido dentro de nós duma vez por todas. Lembro-me como se fosse hoje, das maravilhas daquele dia em que tudo começou a mudar na minha vida. Já era crente (e dos fervorosos!) há bastante tempo. Sentia, porém que me faltava algo essencial para me sentir completo dentro d’Ele. Na altura não sabia explicar o que era. No entanto, vou descrever o que  de facto se passou porque agora já é conhecimento para mim, o que se passou comigo naquela altura.

Senhor alertava-me muito sorrateiramente para aquilo que me faltava: o Seu Espírito na Sua essência mais bela e cativante possível para um pecador como eu. Vivia triste e sem vida embora desconhecendo a razão. Como que instintivamente apercebi-me ao longo de um dia ou dois, não sei precisar ao certo, que precisava da Sua majestuosidade dentro de mim e na Sua plenitude. Depois de tantos anos sem saber do Seu poder, apercebi-me dum dia para o outro, que me faltava algo que não era nada menos que o próprio Deus dentro de mim. Já me esforçava muito para não pecar e para viver em conformidade com aquilo que sabia e aprendia da leitura da Bíblia. Mas agora vejo que era um esforço vão e sem vitória à vista. Fazia o melhor que sabia e podia. Lembro-me que estava desesperado de fome do que fosse mais real, e o meu intimo desejava tanto  que se fizesse luz dentro de mim, que não cheguei ao pequeno hotel onde vivia na cidade onde era estudante de faculdade, isto é, em Pretória, na África do Sul. Vinha da casa de amigos com quem falava muito sobre as coisas de Deus. Dali ao local onde vivia seriam ainda uns bons vinte quilómetros de distancia. Parei o carro e sucumbi numa pequenaoração, depois de parar o carro antes de entrar na auto-estrada. Não aguentava mais nem um momento que fosse e pedi ao Senhor que, fosse o que fosse que Ele tinha reservado para mim, que mo desse naquele momento. Lavado em lagrimas, parecia que não recebia qualquer resposta da parte d’Ele. Já não podia mais fingir que O tinha; a ideia de não estar a viver naquela plenitude que Ele podia dar, trazia-me um profundo desgosto e pesar que eu já não podia esconder. O momento da verdade chegara: ou o Senhor se manifestava ou eu já não tinha para onde ir nem tão pouco tinha qualquer desejo de continuar assim. Aumentou a minha fome e com isso a minha sinceridade e a fé. Senti-me indefeso e impotente para mentir, eu que não me considerava mentiroso. A verdade de espírito e de coração tornou-se simples e concisa. Já nem tinha forças para ‘mentir’ ou fingir uma fé que, embora forte, era algo fútil e essencialmente pouco para me satisfazer o apetite que trazia. Não me recordo se ali fiquei um minuto ou uma hora. Nada do que se passava à minha volta importava mais, nem o tempo passava por mim. Era uma questão de vida ou morte, tornou-se para mim um momento decisivo e de viragem definitiva. Acalmei-me e sabia que o Senhor me responderia, embora sentisse uma forte luz interior sobre aquilo que muito queria. Sabia precisamente o que queria, mesmo sem nunca ter aprendido a teoria do que se estava a passar comigo. Fui para o hotel e tentei ir para a cama depois de um duche refrescante. Não conseguia dormir e chorava de fome e sede pelo Senhor. Pus-me de joelhos e orei ao Senhor uma simples oração que de tão forte que era, estremeceu o meu ser. (A partir desse momento aprendi o que realmente era a oração). Pedi novamente ao Senhor que satisfizesse aquela fome porque senão não tinha como continuar aquela vida sem nexo. (Lembro-me que eu era uma pessoa que discutia qualquer tema sobre a Bíblia com qualquer pastor de igreja). De repente o Senhor veio sobre mim através duma inundação de amor tal que eu não sabia o que se estava a passar comigo. Mas palavras para quê em momentos como aquele! Era uma vaga atrás da outra e eu chorava de alegria como nuca imaginara possível. Foi desde então que nunca mais permiti que a carne ou o sangue me explicasse o que era ou Quem era o Senhor. A partir daí fui encontrando o Senhor e a Sua sabedoria de tal forma que hoje me permite falar d’Ele com um à-vontade que por vezes me assusta. Percebi então o que significavam aquelas palavras “...recebereis poder e sereis minhas testemunhas” agora e para sempre. Assim começou Aquele Novo Testamento na minha vida, que me foi escrevendo a Sua lei no meu íntimo.

Aqui comecei a entender o que é a verdadeira conversão, como o Senhor disse a Pedro. O que eu tinha aprendido era que se acreditasse em Deus já estava automaticamente convertido e perdoado. Isto não é verdade. Para o Novo Testamento se efectivar em mim, terei de passar pelo fogo do Senhor. Este fogo é que escreve a Sua lei dentro de mim.

Toda a gente à face da terra sabe que existe um Novo Testamento e um Antigo Testamento. Porém é triste saber que poucos, muito poucos mesmo, nem sabem o seu conteúdo, quanto mais o que esses testamentos significam! Dentro das próprias igrejas cingem o Antigo e o Novo Testamento ao ‘Livro’ que se chama Bíblia; para eles não passa da Bíblia, o livro que mais vendeu na história do mundo. Não lhes passa pela cabeça que se trata dos dois tratados, ou melhor, concertos, mais importantes desde a  criação do mundo em que vivemos. Quem o assinou foi a única Pessoa que tem todo o poder nas Suas mãos, sendo, mesmo assim, íntegro até à exaustão, se fosse preciso, (tendo em conta que Deus não se cansa). Ambos os concertos, ou tratados se preferir, visam a salvação de quem vive no mundo na sua versão mais literal. Ora vejamos. O Senhor assinou o primeiro tratado com fogo e em pedra, para todo o sempre. O segundo assinou com o Seu próprio sangue numa Cruz que simboliza, todo o pecado do mundo, e de quem lá vive desde a sua criação. Mas o sinal da Cruz é apenas um símbolo daquilo que ocorrerá dentro de nós, se de facto alcançarmos a Sua plenitude. As palavras em Jer. 31:33-34 tornam-se tão reais e verdadeiras que penso que com outras palavras seria impossível descrever o que se passa com alguém que se encontra em Deus e Deus nele, na Sua plenitude. Ninguém ensinará mais o seu próximo dizendo ‘o Senhor está em ti’ mas todos O conhecerão, desde o mais pequeno ao maior. Esta é a versão mais literal da discrição daquilo que acontece com quem O tem. De tanto falarem e pouco fazerem, essas palavras tornaram-se deslavadas e sem verdade virtual. Por isso necessitam ‘crer’ que têm o Espírito Santo! Pergunte-se se os apóstolos precisavam que lhes fosse dito o que se estava a passar com eles no verdadeiro sentido da palavra!! Não aceite remendos velhos em roupa lavada e nova. Pergunte e exija o Melhor que houver, porque Deus não é de se retrair quando lhe pedirmos o Seu Espírito.

 Falemos do primeiro concerto. Toda a gente que lê com alguma atenção o Antigo Testamento, achará estranho todas aquelas leis sobre como as pessoas tinham de se comportar, comer, vestir em alguns casos, adorar o Senhor, etc.. Mais estranho ainda se torna quando vemos que tudo passou, ficando apenas a essência da Lei. Tentarei expor aqui resumidamente aquilo que entendo sobre este enigma.

Pegando nas palavras do Senhor em Mat. 19:8: “Moisés, por causa da dureza dos vossos corações...”, desvendamos parte deste precioso tesouro escondido aos olhos dos  cegos e de alguns que vêm. Poderia falar de mais alguns versículos, principalmente nas epístolas de Paulo - Hebreus, Romanos e mais, mas vou deixar essa tarefa para o meu prezado leitor. Aqui temos a razão porque o Senhor deu aquelas leis, para nós, absurdas. Sabemos que os Israelitas eram um povo facilmente levado para  as mentiras religiosas, abstractas e demoníacas. O simples facto de todas essas mentiras serem absurdas, já  não bastava para lhes abrir os olhos. O diabo também não lhes dava um minuto de descanso. Por outro lado, Deus não pode estar sempre a repetir-Se, sob pena de desvirtuar a Verdade. Este povo duro de coração, no que toca a Verdade, e fértil no que toca ao engano do pecado, necessitava de certas leis que os mantivesse religiosos; não podiam porém, desvirtuar a verdade. O Senhor, já sabia de antemão, que este povo teria necessariamente de ser religioso se quisesse manter a verdade entre eles. Como para eles o que iria contar era se tinham uns ritos religiosos ou não, (os grandes feitos do Senhor não lhes bastava para temerem a Deus), o Senhor foi ‘obrigado’ a torná-los religiosos para que a verdade tivesse alguma hipótese de sobreviver no meio deles. Por outro lado, não tendo os seus próprios rituais, este povo entregar-se-ia muito facilmente aos ritos pagãos das nações que era suposto exterminarem, conforme o mandamento de Deus. Para eles seria importante ser-se religioso e não viver com Deus; então o Senhor dava-lhes a alternativa de viverem para Deus, já que não podiam viver com Ele, conforme seria a Sua vontade desde o momento que os chamou Egipto para essa terra prometida, que era a abundância de descanso e de gozo no Espírito do Senhor. Vê-se, por aqui qual a razão da ira do Senhor quando quiseram um rei, tal como tinham as outras nações (1Samuel 8-9). (O Senhor, afinal sempre tinha a Sua razão - eles aprenderam os caminhos das nações!). Como desobedeceriam ao Senhor não exterminando por completo as nações, às quais o Senhor ordenara o dia do seu juízo, as religiosidades das nações para onde eles iam viver seriam uma atracção irresistível para a grande maioria dos escolhidos de Deus, até mesmo para os seus líderes, com a agravante de essas suas religiosidades serem satanicamente inspiradas. Sabemos que a religiosidade é pecado, mas o Senhor ‘inventou’ uma maneira de os manter perto d’Ele com leis religiosas, embora distintas das que eram prática corrente entre os povos pagãos de Canã. Essas leis religiosas foram, transformadas em sombras da(s) verdade(s) que estava(m) prestes a ser reveladas. O novo concerto, por isso, difere do antigo, como a sombra difere do verdadeiro, ou como a nuvem difere da chuva e o relâmpago da electricidade.

Como o dia do Juízo chegara para essas nações, esperava-se uma simples obediência dos Israelitas no que toca a exterminação desses povos com as suas adolações a satanás. Vê-se pela história da cananita que Jesus curou na terra prometida, que sobraram muitos dos que, por Deus, já estariam condenados. Está escrito que os santos julgam o mundo, sendo isto, de certa forma,  um exemplo disso. Se o mundo da altura não foi julgado, é porque não havia santos em Israel. Por outro lado, com a exterminação desses povos, evitar-se-ia uma das ameaças à Verdade de Deus, através da fraqueza dos corações dos homens, porque as normas e “os caminhos das nações” empolgavam os seus seguidores para ‘descansos’ carnais, o que, sem sombra de duvida alguma seria a grande tentação para o povo de Deus. Veriam nessas religiões uma maneira de se manterem religiosos, e carnais  ao mesmo tempo. O Descanso no Senhor que revitaliza todos os oprimidos e que Deus promete a quem O encontra, era logo posto de parte perante a oferta de um outro ‘descanso’ que permitia o usufruto dos prazeres da carne; aliás, tinha como condições a avareza, prostituição, e, qualquer intuição de qualquer mente perversa, podia criar um deus conforme a sua cabeça e conforme mais lhe convinha. O pecado ditava o deus.

Com Deus funciona-se de outra maneira: é Deus Quem dita o tipo de santidade a que nos devemos sujeitar; e esta vem bem explícita nas Escrituras. Não fossem os homens a ditar o tipo de ‘santidade’ a que a igreja se tem sujeitado, provavelmente, tudo estaria bem com o povo de Deus. O problema é que hoje são os homens a ditar as regras e por isso são abandonados por Deus aos seus caprichos de vaidade e engano. O poder de Deus só não se manifesta nas igrejas por esta razão: são os homens a ditar as regras do jogo da eternidade. Esta é a única explicação para o estado de pobreza em que se encontram os locais onde os rebanhos pastam. O pecado destruiu o paraíso de Adão e de Eva no princípio desta geração. Porém é mais triste ainda, verificar que o paraíso de poder e salvação que o Senhor prometeu a todos os crentes, se encontra minado de pecado e de horrores e de todo o tipo de tolerância para com o pecado. Sabe porque é que a sua igreja se encontra num estado deplorável? Olhe para a sua própria vida e veja se descobre; tenho a certeza que não será difícil ver.

Tal como naquele tempo, o Senhor tem-se recusado a falar aos crentes através do Seu Espirito por estes terem abandonado o Leme; e este vira para o lado do pecado quando se encontra descontrolado. Arrependam-se, crentes e salvem-se dos vossos próprios pecados e verão como Deus vai operar no vosso meio!! Tenho como certo que quem quer este poder terá necessariamente de estar a ver o que terá de sair da sua podre vida. 

Tenhamos em mente que, quando Ele vem de verdade é para tirar o pecado. “...Qual é o rei que, indo a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se, com dez mil homens, pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”, diz o Senhor. Mas os homens dizem que se pode! Pode-se ser discípulo de Quem assim falou, com a sacola dos pecados agarrados às costas, dizem e pensam eles. Lembremo-nos que o pecado será sempre muito mais forte que todos nós juntos...sem o Espírito Santo. (A diferença de forças é de dez mil, disse o Senhor!) Vindo o Espírito Santo àsnossas vidas, rebenta uma disputa de morte entre nós e o pecado, e não acabará enquanto um dos dois não se extinguir.  

Sabemos no entanto que a vitória só será difícil por pequenas razões muito nossas. Há coisas que o Senhor acha serem pecados graves; as questões que para nós não serão nada graves, serão para a nossa vida espiritual o único motivo da mortandade que se vai seguir em quem não concordar com Deus. Creio que os piores pecados são precisamente aqueles que menos preocupam os crentes. Porque quem vive da prostituição, roubos, crimes e outros que consideramos ‘mais graves’, tem plena consciência de estar no caminho da perdição. O problema é quem pensa que, o que faz, não é grave. Aquelas pequenas coisas que por vezes consideramos descuidos, levarão tanto ou mais gente para o inferno que os ‘grandes’ pecados e crimes do universo. Tal como naquele tempo se considerava que os deuses eram um mal menor, muito principalmente quando Deus os abandonava ao sabor do vento e lhes dava lugares inabitáveis para se servirem da sua rudimentar vida sem nexo, assim vive a igreja hoje. Não consideram grave o facto de, por causa das suas infantilidades, não conseguirem receber o Seu poder na Sua plenitude de Espírito. São precisamente essas pequenas coisas que fazem com que o Senhor não habite entre nós pleno de Virtude e de Poder.  

Procure, pois, concordar com Deus acerca dos seus pecados . Haverá sempre coisas que não considerará pecado até Ele lhe falar de maneira a julgar o que está em si. Paulo disse que se formos julgados agora, evitaremos o juízo que nos espera, caso não cheguemos a concordar com Deus. E o pior de tudo será que Ele não aceita acordos de qualquer género,  seja com quem for - pastor de igreja, criança, adulto, menor de idade ou ajuizado. O temor a Deus deverá ultrapassar tudo o que pensamos e não pensamos. Esse caminho é, e será sempre, o princípio da sabedoria. 

Naquele tempo não se pensava nos outros deuses com se pensa hoje. Hoje sabe-se que são demónios aspirantes a deuses ou pura e simplesmente consequências de mentes doentes e pervertidas. Naquele tempo tinha-se a ideia de que também seriam deuses - uns mais fortes que outros, e outros mais fracos. Daí a competição entre as nações de então para ver quem vencia quem. Por esta razão lemos que, para alguns homens de Deus era uma grande revelação descobrirem que os outros deuses nada eram (Salmos 96:5). E por essa razão vemos o Senhor em tantas passagens tentar convencer os povos, e muito principalmente os Israelitas que os deuses nada eram - essa foi a grande luta do Senhor até algum tempo antes de Cristo. A religiosidade, para o povo de Deus, foi sempre a maior ameaça de todos os tempos. 

Sabendo nós, através da Verdade que viver duas vidas - pecado mais engano, misturados com a verdade de Deus - é inaceitável para Deus; este povo, porém nunca o entenderia, salvo raras excepções como David, Salomão e mesmo Saúl antes de cair; nunca entenderiam o verdadeiro significado da lei de Deus. Entenderiam, porém, através das leis, ‘por causa da dureza dos seus corações’ - isto é, se se dedicassem a elas. E para se dedicarem a elas, o Senhor usou de toda a sua sabedoria (sabiamente exterminando as nações antes) para manter a chama da Verdade, até à vinda de Cristo, onde, com a Sua Morte, substituiria todos os sacrifícios por Um só. A maneira usada pelo Senhor para os empolgar para a verdade foi através da carne. A lei é espiritual mas as leis que levavam a Ela são carnais. As nações usavam a religiosidade de muitas formas e maneiras, com a finalidade de coroarem a vida na carne. O Senhor usava um método similar para alcançar um fim muito distinto deste. A Sua intenção era coroar a Sua Lei, fazer a sua Lei penetrar em seus corações duríssimos através da religiosidade. De seguida teria que os retirar da penumbra da meia luz da religiosidade de então. Por isso alguns se apercebiam de grandes verdades conforme lemos em Salmos 40:6 e 51:16,17. Desta forma Ele matou dois coelhos com uma cajadada apenas: a religião embebida de verdade mantê-los-ia longe da religião ensopada de mentiras e crimes carnais; a religiosidade, ajudada pela Lei do Espirito Santo, traria fim à lei da carne e por fim, a religiosidade extinguir-se-ia por causa da sua própria inutilidade. Por isso disse o Senhor áquele escriba, que não estava longe do Reino de Deus. Só lhe faltava dar o passo da fé, nomeadamente deixar de ser religioso e confiar a sua salvação só a Deus. Para não aprenderem os caminhos das nações, o Senhor deu-lhes leis e caminhos similares com a expressa finalidade de abdicarem da carne, enquanto não viesse a plenitude dos tempos. A promessa havia sido feita: “derramarei o Meu Espírito sobre toda a carne...”. E o Próprio Senhor, depois de ressuscitar, disse: “recebereis poder e sereis minhas testemunhas...”. A lei e os Israelitas deixavam de ser os testemunhos para que , o testemunho passasse a ser o poder e a transformação elaborada em quem cria e em quem vivia com Ele. Por aqui vê-se que a lei servia um único propósito apenas: a de tentar manter uma conduta agradável a Deus através de muitos afazeres religiosos, limitando assim a força do pecado. Sabemos que era possível viver-se puros e purificados diante de Deus através da lei, porque a Plenitude já existia naqueles tempos. Era necessário, apenas, que se chegasse a um ponto onde se visse a verdade, isto é, onde todos os sacrifícios se tornavam banais ao receberem a luz de Deus. Por isso lemos em Gal.3:19: “...a lei...foi ordenada por causa das transgressões...”, isto é, para limitar o pecado até que Cristo viesse.

Outra propósito das leis, era manter um povo duro de coração unido à volta dum propósito. Enquanto tivessem do que se gloriar, sentir-se-iam superiores aos outros e manter-se-iam como nação. Vê-se que isto é verdade, porque assim que deixou de ser necessário e para castigo deles, Israel deixou de ser nação (até algum tempo atrás). Agora se são nação outra vez, será para servir os propósitos de Deus no fim do mundo, porque quanto a eles decerto que isso não lhes incomoda nem um pouco ver que Deus os manteve como nação todos estes séculos. O que deveria ser, para eles, motivo para se arrependerem e olharem para Deus, tornou-se numa pedra de tropeço porque continuam a vangloriar-se, e, pensando-se escolhidos, vivem na mesma em seus pecados.  

Outra função da lei era manter os Israelitas unidos à volta de Deus para o mundo ver onde estava a Verdade - não nos Israelitas mas sim em Deus. Israel não era propriamente um povo preferido de Deus acima das outras nações; não, era apenas uma  nação escolhida para Deus se manifestar ao mundo. Israel era suposto ser uma nação que  reflectisse Deus para o exterior. E foram rejeitados porque quiseram ser deus e não um reflexo d’Ele; usaram essa tutela para ‘benefícios’ próprios. Como eram duros de coração e de ouvidos, caprichosos e maquiavélicos, obstinados e facilmente induzidos a pecar, o Senhor propôs-Se em Seu coração mantê-los, apenas com o intuito de manter a Verdade acesa também, apesar do seu pecado. E isso só seria possível através da lei. Era importante para Deus chegar à Cruz no momento certo, e o diabo tinha uma ajuda preciosa nos Israelitas para contrariar a Sua vontade. A lei só serviu para manter, através do Seu poder, o óleo nas lâmpadas das suas virgens até a Sua chegada. Com João Baptista se anunciou essa chegada, e, com a morte do Senhor se anunciou a destituição da lei como meio de salvação.  

 O Espírito Santo operava já antes em quem era obediente. A lei era apenas uma forma carnal de limitar e minimizar os estragos do pecado, porque as pessoas eram carnais. Quem crê salva-se de qualquer pecado muito vitoriosamente, mas quem é fraco e por essa razão se apoia naquilo que faz, come e bebe para se sentir seguro na fé, precisa de se segurar nalguma certeza de sua própria autoria. Já que não tem a plenitude, deixemo-lo ter alguma paz auto-infligida para que se sinta calmo para poder crer, porque o Senhor disse “...aquietai-vos e sabei que sou Deus...”, (Sal.46:10), sendo o aquietar-se uma condição para a fé nos fracos (os fortes já são quietos por natureza). Sem essa fé ninguém se verá livre do pecado. Por um lado, esta é uma das funções da lei. (Não nos enganemos, antes de Cristo muita gente se salvou através da fé!)

Não me quero alongar muito mais sobre este assunto, por não ser o propósito deste livro. O que queria aqui frisar nesta altura, é que a lei foi um primeiro esforço da parte do Senhor, para, através da carne tentar salvar quem só entenderia a linguagem da carne. Convenhamos que os Israelitas (tal como milhões de pessoas hoje!), necessitavam de ser religiosos para se sentirem seguros na Verdade, senão a verdade perder-se-ia nas águas turvas da incredulidade. Só que, enquanto as pessoas inventam religiões permissivas, a de Deus era muito restritiva: restringia o pecado e a idolatria  a níveis inferiores a zero. Por essa razão o Senhor deu-lhes aquelas leis todas, as quais mais tarde serviriam apenas de símbolos e de sombras para o Verdadeiro e coerente; ensopou e saturou essas leis com verdades, para mais tarde, ter pessoas na Terra que fossem doutores dessa lei e que espalhassem essa Verdade, na face do planeta até à vinda da mesma em forma de Filho de Homem. E assim chegou o segundo e, desde então, único concerto - o da Cruz de Cristo. Só que este Novo Concerto tem a particularidade especialíssima de escrever a Sua Lei dentro de quem a Ele se entrega sem reservas. 

Se antes necessitavam de ser religiosos para se sentirem seguros, especialmente devido à dureza dos seus corações, hoje, embora nem sempre as pessoas levem isso em conta, já não existe essa necessidade. Aí entra o Novo Testamento em plena virtude de salvar quem quer  que se aproxime do Senhor. A naturalidade e a realidade dessa salvação é tão evidente que, extermina por completo a religiosidade, e faz com que a religiosidade seja considerada um pecado chamado idolatria. Ocorre com frequência, principalmente em locais onde Deus derrama o Seu Espírito, (em avivamentos), que a presença do Senhor é tão real que todos sem excepção sentem-na como nunca, e de forma tão verdadeira que todos sabem que o Rei chegou com o Seu Amor. Daqui advém a necessidade de pôr qualquer formula religiosa de lado, aniquilando-a por inteiro e excluindo por completo  toda e qualquer imitação de adoração ao Senhor. A partir do momento em que o Senhor se torna real, os símbolos viram-se contra nós para nos exterminar, se por algum motivo nos agarrarmos a algo aparente ou imaginário. Qualquer pessoa que não goze desta abundância, terá a responsabilidade de não aceitar nada inferior a isto na sua vida, nas suas orações e nas respostas às mesmas. E Se o primeiro concerto foi escrito em pedra (simbolizando os corações de pedra a quem ele se destinava), já o segundo é escrito em corações de homens. O fogo mantém-se. Este fogo, se bem se recordam, foi prometido a todos os que crêem.

Convenhamos que seria necessário um grande passo de uma grandiosa fé, para mudar de um testamento para outro. Ainda mais se estes testamentos lidassem directamente com a eternidade de quem cria neles. Se as pessoas já se preocupam tanto com a sua curta vida na Terra, causando-lhes muita dor de cabeça, imagine-se agora tomarem plena e absoluta consciência duma eternidade perdida. Através deste poder (que não deixa qualquer margem para imaginações!), as pessoas apercebem-se e tomam consciência da realidade que é a sua mais que certa perdição. Embora todos estejam perdidos, poucos têm consciência desse facto, preferindo ‘pensar em coisas mais belas’, como se tal procedimento extinguisse o perigo que jaz sobre as suas cabeças. Mas, para os que tomam a realidade diante dos seus olhos, e se apercebem da veracidade daquilo com que sempre escarneceram, essa descoberta torna-se um autentico pesadelo. E não vale a pena dizer seja o que for a alguém assim, a menos que o Espirito Santo revele a alguém para o fazer.

A incredulidade não deixa de ser uma escolha pessoal de quem a pratica e vive com ela. Quem não crê, muitas vezes tem como pano de fundo a não aceitação da sua perdição eterna como um facto consumado e real. Só não acredita porque não aceita que tal seja possível estar-lhe a acontecer, devido a motivos egoístas de inibição. Por essa razão o Senhor diz para crermos n’Ele. É absolutamente necessário abandonarmo-nos nas Suas poderosas Mãos e ao mesmo tempo deixar de olhar par trás, para aquilo que constituía a nossa vida antes, religiosa ou não. A Salvação é tão única e simples que não a podemos complicar: a água turva-se com facilidade. Por isso muita gente anda por aí a beber água suja pensando que é a única existente. Turvam-na tanto que só se assemelha à  do Senhor, porque ambas são bebíveis; e as pessoas só bebem duma e de outra por estarem com sede. Quando a encontramos limpa, dá-nos tal gozo inexplicável, que, não a queremos pôr em recipientes sujos para que se possa manter limpa. Por isso se vê as verdadeiras ovelhas no momento da adopção, exporem tudo o que é, e foi, pecado nas suas vidas. Temos o exemplo em Actos 19, especialmente o vers.18.

A verdadeira (e única!) salvação (do pecado - convém não esquecer!), começa logo por limpar o local onde vai habitar. Daí em diante vai lidar com as coisas e hábitos de vida de pecado de antes da conversão, para não tornar a sujar a Água. Antes limpa-se o recipiente, de seguida extermina-se o que poderá futuramente, vir sujar e turvar a água que nele deitamos.

O próximo passo será o que vai exterminar de vez a possibilidade de voltar atrás à vida de antes. Esse passo é o escrever da lei do Senhor em nossos corações - e convenhamos que não é fácil. Com esta Lei escrita lá mesmo no fundo do nosso ser, ganhamos uma nova maneira de pensar, onde se vê a futilidade da vida que levávamos antes. Vendo o quão fútil é esse tipo de vida que levávamos, torna-se mais fácil ambicionar e desejar o mel e o maná, que o Senhor nos dá sem restrições, embora nem sempre assim pareça ser.  Assim ganhamos novos hábitos e nova vida donde não nos é possível mistura-los com os de antes. Se os misturarmos começamos a inventar o nosso próprio caminho e é assim que nascem as novas doutrinas que os apóstolos previam iriam florescer. Essas previsões apostólicas não eram só revelações proféticas: eram conclusões a que chegavam as suas mentes iluminadas, para tristeza sua. Esta é uma das razões porque existem tantas igrejas evangélicas (e não só), por este mundo fora. E vai chegar o dia em que todas elas se vão unir ‘democraticamente’ para se consumar a profecia do Senhor que diz que as águias se ajuntarão onde estiver o cadáver. Os homens, amantes de si mesmos, nunca se  permitiriam  o escrever da real versão da lei de Deus em seus corações, porque, seria precisamente contrária a eles; permitem-se, isso sim, uma versão sua de amor que lhes permite uma forma camuflada e bem vestida de egoísmo e, como amantes de si mesmos que são, torna-se inviável amar os outros e amar a Deus, senão deixariam se ser amantes de si mesmos. Por aqui se deduz que, um pouco de egoísmo, por mínimo que seja, não se compadece nem com a semelhança da lei de Deus. Quanto mais com a sua essência! Entretanto vêm as ciladas ás quais devemos resistir sem o mínimo de compaixão e tolerância, sabendo que elas podem significar a nossa morte. O Senhor prometeu que nenhum dos que o Pai lhe dá se perderia; mas sabemos que para o Senhor manter a Sua promessa, temos de nos manter n’Ele, e Ele em nós. Nessas condições será impossível alguém roubar uma ovelha do Seu rebanho. A única maneira de a ovelha se perder é ela afastar-se deliberadamente. Depois torna-se mais valiosa que as outras cem que não se perdem.       

Assim, a salvação só será possível através duma  ENTREGA TOTAL E SEM RESERVAS. (Por isso os apóstolos chamam quem descrê de inconstantes e de duplo coração). Poderia inumerar as múltiplas razões porque tal é necessário, mas vou-me  abster de o fazer. Se leu até aqui e ainda não se convenceu, dificilmente se convencerá repetindo-me vezes sem fim. Caro leitor, se partilhar com o Senhor da Sua glória dentro de si, verá que assim que entrar uma minúscula impureza nos seus pensamentos, na sua vida, o Seu Trono fica vazio até ser reposta a pureza. Porém, se ainda não partilha dessa glória, duvidará das minhas palavras. É preciso ter mesmo o Senhor para nos

apercebermo-nos desse facto. Se não tem o Senhor na Sua plenitude ou se tem outro senhor dentro de si, fica na mesma quando peca; não sente a diferença e por isso duvida da água que aqui distribuo tal como a recebi de Quem é maior que eu e de Quem não sou digno nem de apertar ou desatar a correia da alparca.

Essa plenitude do Espírito Santo vem desfazer todas as duvidas. Para além disso vem dar poder a quem não tem. Poder esse para enfrentar o príncipe das trevas, que também é conhecido como anjo da luz, por imitá-la muito bem. Esse poder é de tal forma suave que, não sendo reconhecido, terá sérias dificuldades em inverter os papéis estabelecidos antes com a nossa vivência constante de pecado, em papéis que nos vão levando para uma vida suave e abundante, com as mesmas características do jugo de Quem a dá. E este é o segundo concerto. O primeiro reformava; este transforma. Assim vivemos o Novo Testamento. Em que concerto vive o meu distinto leitor? No velho, no Novo ou noutro da sua igreja? 

As muitas manifestações do poder do Espírito Santo sobre os crentes, tem como consequência uma transformação total do ser em quem habita. Quando o Espírito Santo desceu sobre quem estava purificado pela palavra e pelo poder que a Cruz exerceu sobre eles, foi-lhes logo esclarecido qual a razão da Sua vinda: “...primeiro O enviou a vós,  para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades”, (Actos 3:26), cumprindo-se assim o que vem escrito em João 1:12: “...deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus...”.

Só existe uma única maneira de poder viver com este poder do Senhor: abdicando e irradiando para sempre todo e qualquer pecado. Embora com pessoas diferentes, por terem motivos variados, o Senhor dê da sua graça, sem dela se aperceberem, de diferentes maneiras e em alturas distintas, o poder, sendo o mesmo, visa apenas ajudar as nossas incapacidades e imperfeições, e de manter as Suas perfeições na e com a Sua Luz e Vida.

Existem porém duas maneiras como alcançar a pureza de espírito em Espírito dentro de nós. Ambas não dão concessões a quem quer que se aproxime de Deus e terão de ser integralmente cumpridas, se quisermos experimentar a realidade do Seu poder. Confessando e reconhecendo os nossos pecados um a um, destituímos o seu poder de culpa e o seu elo ao diabo. De seguida, ao sermos inundados do Seu poder, destruímos o seu poder no verdadeiro sentido da palavra, tanto que Paulo apenas exorta os crentes que já passaram por isto, (e não outros que se atribuam esse direito sem que o Espírito testifique neles e através deles que são filhos de Deus, dizendo aba Pai (Rom8:15)) a aceitarem tal facto como algo que de verdade ocorreu dentro de si; porque diria ele então ‘estais mortos para o pecado e vivos para Deus’? Isto passa-se agora e já!

 A outra maneira assemelha-se em muito àquela do pecador crucificado com o Senhor na cruz da sua salvação. (Convenhamos que este irmão não se teria salvo se não tivesse sido crucificado). Com o mesmo espírito de exaustão da própria vida terrena de pecado, este pecador já não tinha outra esperança. Reconhecia todos os seus pecados de uma só assentada com as palavras VERDADEIRAS e reais, ‘nós morremos porque merecemos’, e isto, quer queiramos quer não, foi a chave para ver quem era Cristo e o que Ele estava a fazer naquela Cruz.

Tendo em conta que a religiosidade apenas visa que respeitemos Deus (e quanto mais melhor, dizem e pensam os religiosos!), Deus começa desde o primeiro momento a destituir esses respeitos que as pessoas pensam que lhes vão garantir certos privilégios perante quem criou o mundo. A sua destituição passa a ser uma condição para a salvação através do poder do Senhor. Essas obras ‘de caridade’ não compram Deus, porque Ele não se vende nem se compra. Tenho por certo que quem ‘compra Deus’, também o tentará vender a quem os ouve! Este é um dos frutos através dos quais reconhecemos os falsos profetas e os doutores da lei amantes de si mesmo!  

Tenha por isso o cuidado de ver qual a doutrina que assegura a sua religiosidade e arrependa-se, seja você crente, descrente, pastor ou ovelha. O evangelho é e será para todos, por isso não se exclua dele pensando-se muito crente e sem necessidade de se salvar daquelas coisas que lhe atormentam a consciência. Com a calma e a paciência que advêm de quem se encontrou com o Seu Espírito na Sua plenitude, fortaleça-se nos frutos que lhe serão oferecidos diariamente e restabeleça o Seu Sábado dentro de si. Trabalhe o seu arrependimento com precaução e descanse no Sétimo dia das obras que são feitas em si. O aviso do Senhor esclarece que para todos a sentença será igual: aos que crêem é-lhes dito que “...Este é o Descanso, dai Descanso ao cansado; e este é o refrigério: mas não quiseram ouvir”. “Arrependei-vos pois, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos de refrigério pela presença do Senhor”, (Actos3:19). A esses que assim procederem, e só a esses, o Senhor promete que “...não julgará segundo aquilo que vê, nem repreenderá segundo o ouvir dos Seus ouvidos...e a justiça será o cinto dos seus lombos”, (Is.11:3-5), algo que se veste e não algo de que se fala. A presença do Senhor é literal e real, por isso deixemo-nos de parvoíces e de imaginações que a doutrina nos incute, (2Cor.10:5).       

A Lei de Deus terá de ser cumprida, quer se acredite quer não. “...Os que praticam a lei hão-de ser justificados”, (Rom. 2:13b). Fica de fora quem não cumpre o que determina o Senhor; o que não deixa de ser um ‘culto racional’, razoável para qualquer um que queira que, de facto, assim seja. Isto é uma coisa simples e ao nosso alcance. Porque “quem ama aos outros cumpriu a lei”, (Rom. 13:8). Se diz aqui cumpriu é porque não existe qualquer duvida. Quero dizer que Aquele que diz “vim cumprir a lei”, “não Vim destruir a lei”, (Mat. 5:17), vive e cumpre dentro de nós o que de outra maneira seria impossível. 

 Pensava-se que o Senhor, ao não pactuar com os religiosos da altura, (lembremo-nos que eles eram os portadores da verdade), viria anular a lei, porque não estabelecia a esperança de salvação na pratica religiosa. Mas quando Ele disse que vinha cumpri-la, todos se admiraram com essa afirmação. Porém, se levarmos a sério as Suas palavras, vemos a Verdade raiar de entre as folhas secas da lei. 

Se diz cumpriu a lei, é porque de facto assim é. De maneira que a lei de Deus tem de criar raízes em nós, para que se torne possível viver “em conformidade” com o Espírito Santo e o Verbo que em nós habita, isto é, se de facto o recebemos . Por isso adverte Paulo : “não vos conformeis com este mundo mas transformai-vos” pelo poder do Espírito Santo. Vemos então que a doutrina que prega ‘aceitar Jesus’, anda muito mal explicada por pessoas que não sabem que a salvação é real; senão o que significaria então “este será o meu concerto com eles , quando Eu tirar os seus pecados”? (Rom.11:27). Quer dizer que este concerto entra em vigor apenas quando o Senhor nos salva do pecado, e não quando nos apercebemos da Sua existência, ou quando ‘O aceitamos’ depois de um sermão mais fervoroso.

Para destruir, o pecado não necessita da intervenção de Deus: destrói onde quer que passe, corrompe e semeia a morte, devasta sem dar o mais pequeno sinal daquilo que faz aos seus interlocutores e agentes passivos; porque aos activos (e há muitos), embora enganados também, ‘sabem’ o que fazem, embora só em parte, porque nem sempre lhes é revelado qual será o seu fim; gostam da finalidade mas não do fim. Qualquer pecador, só continua no pecado se não tiver uma razão forte para de lá sair: O TEMOR DE DEUS. Por isso dizem as escrituras que o princípio da sabedoria é o temor de Deus.(Prov. 1:7). Quer com isto dizer que, não temer a Deus, é irracional e próprio de animal sem entendimento.

Há pessoas que fazem certas coisas porque lhes sabe bem. Outras ainda porque lhes sabe mal e fazem-no porque essa sensação de mal-estar hes dá prazer. Ora por esta razão muitos vão à igreja—para se sentirem bem. Lembro-me duma historia que se passou na antiga URRS quando os crentes eram perseguidos pelo comunismo. Haviam sido deportados para uma zona onde havia constantes terramotos. Todos os presos eram mandados para lá, crentes e não crentes. Como é uma zona sísmica onde a terra treme com muita frequência, a mão de obra daquela zona mineira era forçada e constituída pelos presos - principalmente os crentes. Creio que ser crente era o ‘crime’ mais comum lá nesse campo de concentração. Para espanto de todos nunca morriam os crentes sempre que havia um terramoto. Era vulgar morrer muita gente por essa razão, mas nunca um crente. Todos se apercebiam disso, até mesmo os militares que guardavam os presos. Certo dia houve um terramoto muito grande onde morreram muitas pessoas. Como sempre nenhum Crente foi contabilizado entre os mortos. A noticia logo correu pelo acampamento, e nos próximos dias, enquanto cheirava a morte, os crentes não tiveram mãos a medir em trabalho: muitos vinham buscar Deus. Porém, os Crentes aperceberam-se que, muitos só vinham para não morrerem num dos próximos terramotos. Vir a Deus era para eles apenas um lugar de refugio. Ora aqui está um bom exemplo de quem se sente bem e de consciência ‘tranquila’, só porque ‘acredita’ em Deus.

Está claro que as pessoas que muitas vezes ‘buscam’ Deus e vão às igrejas, não o fazem por terem “fome e sede de Justiça”, mas sim porque se sentem bem lá, e de consciência tranquila’. Transportam para dentro das igrejas esse espírito de perdição, e semeiam o seu joio entre os crentes. Esse espirito desenvolve-se e os ‘crentes’ vivem no mesmo espírito porque gostam de ver gente nas suas igrejas sem se questionarem sobre a veracidade dos seus motivos. Nunca vi alguém dentro duma igreja opor-se a tal espírito. Esta é uma das razões porque a igreja hoje se encontra no estado em que está, comparando-a com a da época dos apóstolos.

As pessoas que queiram realmente viver para Deus, não se podem deixar guiar por sensações de bem-estar, ou de mal-estar. Porque quem se sente bem  ao ouvir a palavra de Deus, pode estar mais longe da salvação do que quem se sente mal quando confrontado com a verdade. Sabemos que Deus nos dá um certo entendimento através da vinda do Consolador às nossas vidas. Muita coisa nos é esclarecida racionalmente pelo Espírito Santo (no caso de isso ser de facto uma realidade, e não ser como alguns que precisam de ‘crer’ que têm o Espírito Santo!!!  Nunca li tal coisa na Bíblia!! Só vejo que, quando o Espírito Santo vem, não é preciso ninguém dizer a ninguém que Ele chegou! (“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta Palavra nunca verão a alva”). Ao prezado leitor pergunto: será que tem mesmo o Espírito Santo consigo? É melhor ver se está bem informado, porque quando Ele vem não deixa duvidas a ninguém! 

Ora, ao vermo-nos à Sua luz vemos o nosso estado aos olhos de Deus. Deixamos de nos considerar ‘boas’ pessoas e de repente perdemos todas as ilusões. A esperança foge-nos,  sentimo-nos perdidos; vemo-nos tal qual como somos. De seguida o perdão traz-nos de novo a ilusão, misturada com a esperança que nos vai carregar toda vida, a qual nunca pode ser ofuscada por nada deste mundo. Destas duas coisas só a esperança terá de se manter viva, porque esta ilusão faz-nos pensar que afinal não somos assim tão mauzinhos.

Esta mentira precisa de ser assassinada por ela própria para que o Crente tenha virtude tal que a sua santificação seja simples e concisa. Duma maneira ou doutra, a ilusão terá de morrer, para podermos agradar a Deus sem restrições. Este processo é desde o seu início, a salvação. E assim se cumpre o que foi anunciado pelos anjos, dizendo “paz na terra e boa vontade para com os homens”. E pelos profetas que disseram “e toda a carne verá a salvação de Deus”. Neste caminho Deus revela-nos também os padrões de vida que, aceitando ou não, são o Pão vindo do Céu, o maná que ‘farta’ as pessoas, e que os duros de coração não se sentem com vontade de comer do mesmo alimento ‘enjoativo’ todos os dias. Esses acabarão por cair no deserto a menos que se arrependam a tempo de evitar a ira de Deus. Sem esses padrões implementados nos nossos corações, nunca, mas nunca mesmo, veremos a Quem nos criou. Porque se não desenvolvermos a semente na Paciência do Espírito, desde o nascer de novo até passar todo o processo de germinação vindo a ser Fruto, Deus dirá “lançai o servo inútil nas trevas exteriores”; “ e separá-lo-à num dia que não espera e destinará a sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes”. Não se pense que a inactividade nos vai levar onde queremos chegar. As obras no Espírito terão necessariamente de aparecer.

Quando as pessoas se salvam, destinam-se a ver nelas uma obra feita, que de tão real que é, assusta. Essas obras de que falam os apóstolos e o Senhor, serão executadas duma forma original e sem grandes alaridos e com grande sensibilidade e ao mesmo tempo, consciência do que se passa dentro de nós. O Espírito opera em nós de tal maneira que ninguém fica indiferente a tal demonstração de poder. Lembro-me de uma história do século passado entre uns mineiros em Inglaterra. Dentro de um avivamento provocado por um grande homem de Deus, houve uma conversão geral entre os muitos mineiros que trabalhavam numa certa mina. O Senhor salvou-os de tal maneira que se surpreenderam que os burros e as mulas que eles usavam no seu trabalho, não correspondiam ás suas ordens no dia a seguir à sua conversão. É que esses animais estavam habituados a que se falasse asperamente com eles, e naquele dia, os mineiros estavam um tanto ou quanto diferentes do habitual!

São estas obras que a Bíblia, e quem a escreveu, atribui a quem se encontrou com Deus. Ninguém fica indiferente, e por isso o Senhor diz ser impossível esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem uma luz serve para outra coisa, senão para que se veja o caminho que seguimos; eram trevas e agora são luz. Estas obras, digo, são inimitáveis. Estas são fruto do Espírito Santo e ninguém pense que escapará delas. Pedindo salvação, estamos a pedir que isto nos ocorra, não nos esqueçamos. Senhor pastor (pregador) faça as pessoas ver o que significa serem salvos; de que estão a ser salvos e ao que se vão sujeitar, para que não hajam duvidas no futuro de quem aceita... Cristo e a Sua vida.

Não é que seja de primordial importância dizê-lo, mas ajuda muito. Evitará que voltem ao caminho religioso que conheciam, ou só ouviam até aí, porque, mais tarde confundirão a verdade com a mentira com a agravante de não entenderem o que se passou dentro deles. E este é o maior drama de sempre para quem não entende e não sabe que essas coisas podem ser directamente ensinadas pelo Espírito Santo se se mantiverem longe do pecado e fieis a Deus e ao que ouviram até aí. Lembremo-nos que alguém que vem a Deus vai ter a tendência de seguir Deus da maneira que pensa ser a melhor, e essa será a única que conhece, porque outra ainda não teve tempo de aprender. 

Na luz de Deus, a salvação de Deus estará sempre eminente, e devemos ter em conta o sinal de Jonas, porque sem ele nunca nos vamos decidir viver para Deus. Esperando outro sinal que nunca virá, não nos vai fazer arrancar para uma vida diferente e desconhecida e, mais ainda, oposta àquela que conhecemos até aqui. Ao iluminar-nos (e as pessoas só falam em iluminação em termos de inspiração e nunca em termos de convicção de pecado), o Senhor dá-nos uma saída airosa da nossa arrogância (por isso está escrito que Ele ignorou os tempos da ignorância). A Sua luz dá-nos a possibilidadenão só de nos vermos a nós próprios tal como somos e à luz de Deus, mas também de nos limparmos e de nos salvarmos ‘desta geração perversa’. O Caminho é-nos aberto por uma poderosa mão, e o mal de muito boa gente é pensar que esta é a única finalidade da luz: os ‘pobres pecadores’ ‘verem’ que são pecadores afinal! Que erro mais crasso!!! A finalidade da Luz nesta situação, é começar a ver o longo e belo caminho que nos é inteiramente estranho, e dia a dia , passo a passo, avançarmos mediante a luz que temos, porque mais do que isso não nos é pedido. Teremos de responder pela luz que temos. Por isso não nos impacientemos com a que ainda não temos. Se formos fieis no pouco, ser-nos-à dado do muito que o Senhor ainda tem para dar. Bem-aventurados os que assim ensinam aos homens.

É Sua vontade que tenhamos essa vida, que é a luz dos homens, e esta em abundância. Quanto mais abundante, melhor. Porque o nosso Criador só está à espera que nos tornemos iguais à Sua imagem para dar um fim a este mundo, como diz Paulo, “...estando pronto para vingar toda a desobediência quando for cumprida a vossa obediência” à verdade e à Sua Luz. É preciso, por isso, ver se a luz que em nós há, não sejam trevas. Temos por isso a responsabilidade acrescida de fazer crescer a semente em nós e irmos progredindo até a Luz Consumada, com a que nos vai sendo dada dia a dia, como indicador do caminho que devemos seguir com toda a paciência e esforço, até que em nós a luz que há, seja repleta e completa; senão a luz não deixará de ser apenas trevas. Como está escrito em 2Cor.3:18 “...somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

Ao iluminarmos o nosso ser, habilitamo-nos a uma outra luz que é a salvação do pecado. Como aquele grande homem de Deus, Daniel, que sendo “mui amado”  buscava o Senhor com “rogos, jejum, saco e cinza”, até que se fez luz para aquilo que buscava, embora não só, nem totalmente só, sobre as razões que o levaram a desistir de comer para poder encontrar a Deus. Encontrou mais do que aquilo que buscava. E é assim que acontece connosco quando vemos luz, mas não muita - é apenas o suficiente para podermos buscar mais. Como é muito mais do que aquilo que esperamos, o Senhor não nos dá toda de uma só vez, para que criemos armazém para o muito que ainda tem para nos dar. É-nos dado o que não esperamos. E como não sabemos bem o que pedimos, a fome que possamos passar de quando em quando, aumenta a nossa capacidade de entendimento para o que ainda está para vir, que não é tão pouco quanto isso.  Mesmo pedindo salvação, não é aquela que esperamos, mas sim aquela a que nos habilitamos. Como está escrito “...nunca ninguém viu o que o Senhor tem guardado para nós...”. Como não sabemos bem onde nos vamos meter e por que caminhos vamos andar, tenhamos em mente que depois de decidirmos não haverá retorno possível. É bom, pois, que calculemos o preço que teremos necessariamente de pagar por esta salvação.                                                          

As pessoas todas querem ser salvas, até chegarem a perceber de quê. Quando se apercebem que a salvação vem-lhes tirar tudo aquilo que mais gostam - pecado, egoísmo e lamurias, aí todos começam a arranjar desculpas para não participarem do banquete - uns por causa da família, outros porque lhes falta dinheiro, outros falta-lhes coragem, e  outras coisas mais. E isto sabendo Quem os convidou: o Chefe Supremo do Universo. E tudo não passam de desculpas para não se livrarem do pecado que têm.Outros ainda aceitam salvação mas só se for como a que desejariam. Por isso esforçam-se muito para esconder donde vêm para não parecer que são impuros e impróprios para uso na igreja. Devemos ter redobrados cuidados com quem se esforça dessa maneira, por vezes com alguma violência até. Aos pastores caberá reconhecer o que fazer (e não só o que dizer, porque muitos só gostam de falar e de nada fazer!!) em cada situação especifica. Aqui entram os dons com os quais o Espírito nos pode dotar: serão para edificação da igreja e para, profeticamente, desmascarar todas as obras do diabo e, também para ver o que Deus poderá ter a dizer em cada especificidade de situação. Os dons serão duma importância absoluta e vital nestes tempos que correm hoje.  Serão precisos, também pessoas de grande capacidade, sofredores e com coragem para dizer aos melhores amigos  ‘afasta-te de mim satanás!’; isto se for preciso, terá necessariamente de ser feito.      

Há um tipo novo de pessoas que pertencem ao mesmo molho daqueles que não aceitam a verdade tal como ela é, e por isso tentam adaptá-la ás suas próprias exigências e não são  assim tão recentes como isso: as que ‘inventam’, ou aceitam o fácil e inventado como norma, e como doutrinas que lhes “dão comichão nos ouvidos” e que lhes são mais ‘democráticas’, na linguagem desta geração actual. Estes preferem acreditar que estão salvos (e fazem outros acreditarem que também o estão porque o molho e a unidade dão-lhes uma certa falsa segurança), para não terem de se livrar da sua imundície. A única tolerância que devemos ter para com o pecado nunca é permissividade, mas oportunidade de reparar o mal, destrui-lo e destruindo-o sempre que se nos passar em frente, tal caçador que não desperdiça uma única oportunidade de matar um coelho que se atreva a passar por debaixo das pernas.

A todos os pastores de igrejas por esse mundo fora, vai a minha ultima palavra: temos a responsabilidade de buscar apenas a simples Verdade sobre o que é a real salvação. Não temam as represálias de quem de vós se orgulha pelos vossos lindos sermões. Temam antes Aquele que é capaz de ver tudo e ofereceu-Se para poder julgar o mundo. Tal como a Verdade não estava nos Israelitas, mas sim em Deus, também não estará na sua  doutrina mas sim em Cristo, e Este ressuscitado dentro de si, isto é, se de facto lhe deu uma vida nova e se não se agarrou a uma religiosa. Veja se de facto ressuscitou o Príncipe da paz em si. Pode dar-se o caso de estar a pregar que Ele já ressuscitou porque ouviu dizer que assim aconteceu - e é verdade - e não porque já O tenha visto ressuscitado dentro de si.

 

 

 

CAPITULO 6

 

APASCENTANDO O SEU REBANHO

 

“APASCENTAI O REBANHO DE DEUS... TENDO CUIDADO DELE, NÃO POR FORÇA, MAS VOLUNTÁRIAMENTE;NEM POR TORPE GANACIA, MAS DE ANIMO PRONTO; NEM COMO TENDO DOMÍNIO SOBRE A HERANÇA DE DEUS, MAS SERVINDO DE EXEMPLO AO REBANHO...”, 1 PED.5:2,3

 

É um pouco difícil, mas a ultima palavra terei de dirigir aos ditos pastores de quem é, ou deveria ser, o rebanho de Deus.

A palavra do Senhor é bem clara quanto à responsabilidade que vos toca. Em primeiríssimo lugar tereis uma grande responsabilidade quanto à vida que viveis.  O vosso rebanho é um real reflexo daquilo que vós próprios têm na vossa vida, como produto da fé que têm, ou não têm. Nunca podereis pedir de pessoas que têm muito menos conhecimentos do que quem prega, para viver a vida que vós próprios não vivem. O grande problema é que aquilo que vive, não sendo real e manifestando-se apenas a nível do conhecimento, transforma-se em pedra de tropeço para as vossas igrejas. Não que se veja o rebanho a tropeçar por aí nas doutrinas que não lhes são familiares, mas sim que se apegam àquilo que lhes ensinam por teimosia e não por convicção e realidade puramente espiritual. O maior erro da igreja actual desde o inicio foi não tomarem Deus como um real Ser vivente e isto dentro e fora do Seu rebanho. Tomam-No como algo em que têm de acreditar, anulando por completo o real poder de transformação do poder de Deus e da fé que deveria ser uma vivência e não uma doutrina.

Por causa da vossa própria incredulidade e falta de realidade Espiritual, o vosso rebanho só come daquilo que encontra no meio da pouca realidade que encontra nas vossas palavras. Não tenha duvidas que o seu rebanho só vive aquilo que você tem como vivência, e não aquilo que diz ter. Agora, se o vosso poder for real, será mais fácil apascentar o rebanho de Deus, porque, com poucos conhecimentos mas com Deus verdadeiramente dentro de si, ouvirão a Sua voz e descansarão eventualmente em pastos verdejantes de vida. As suas vidas transformar-se-ão dia a dia sem grandes alaridos e com grande convicção.

Se, no entanto lhes pregarem a verdade, (espero sinceramente que seja mesmo a Verdade que prega e não a sua própria doutrina!!), e ao mesmo tempo terem um exemplo vivo à sua frente, seguirão o exemplo, e as palavras em vez de calcinar a teimosia religiosa, trarão vida e esta em abundância. As palavras que ouvem deverão apenas ser uma confirmação daquilo que se passa dentro de quem O ouve. Não nos esqueçamos que o Senhor disse que as suas palavras seriam vida e esta da mais pura e refinada que há.

Tenhamos em linha de conta que o rebanho só terá a vida que lhes é apresentada. Não mais nem menos. Agora, actualmente, os pastores e os responsáveis religiosos tentam transformar o rebanho a nível do conhecimento das Escrituras, e como a mente das  pessoas tendencialmente só se podem comportar conforme aquilo que ouvem, não tendo qualquer exemplo vivo para assimilar a verdade, recebem uma aparência de fé e de vida  que não é nem nunca lhes vai ser real.

Se, porém lhes for apresentada vida e esta em forma de Palavra, claro que aceitarão a vida, e a palavra ser-lhes-à a preciosa ajuda que necessitam para se manter fieis ao tesouro que acabaram de encontrar.  A real  diferença, será a nível de comportamento e de obediência. Quem obedece à luz com o poder que lhes é administrado e dado, é bastante diferente de quem tenta obedecer aquilo que ouve, com forças próprias. Mais tarde ou mais cedo, a religiosidade será o caminho que lhes servirá de luz. Será caso para dizer que quem vive para Deus terá luz e vida, sendo necessário ensinar-lhes apenas obediência à luz que têm. Aos outros é-lhes ensinado a teoria das escrituras e para uns é interessante, para outros não. Por essa razão não sabem que lhes faltará a vida eterna dentro. E se não a têm dentro e agora, como é que a terão depois? Como se habituarão a ela aqui e agora para depois poderem estar preparados para receber de Deus o muito que ainda lhes falta receber, e que não assim tão pouco como isso?

Não poderá pensar que só porque é pastor de igreja não precisará de se arrepender do que faz e não faz.

Buscando a Própria Vida na sua vertente mais real, obrigá-lo-à a abdicar de todo e qualquer pecado e revelará a mais pura obediência à verdade que por sua vez servirá de exemplo a seguir, e que sem duvida será abençoado por Deus. Como o Senhor não se compadece de qualquer lamuria ou pecado por não termos razão para isso, seremos compelidos a ter uma vivência de verdade em nós que de tão natural que é, se assemelhará ao ouro que o Senhor fala em Ap.3:18, não esquecendo as roupas brancas com que nos vestiremos aquando da pregação do evangelho.

Ao arrepender-se tenha em conta que se está a arrepender para depois poder comprar do precioso Ouro que foi conquistado na Cruz, e não para se sentir seguro na sua antiga doutrina e vida. Esse ouro é que será responsável pelo crescimento da igreja e não as suas lamúrias pelo seu não crescimento. Veja se o que tem é real, e depois espere que Deus se ponha de vigia à porta do rebanho que lhe está entregue para ser cuidado, tratado e nutrido com a pura seda do Evangelho.

É preferível abdicar da sua doutrina e reconquistar Deus para dentro da sua congregação, do que viver toda a vida uma mentira que nada de benéfico lhe trará, nem a si nem a quem o ouve e não ouve, continuando mesmo assim a assistir ao culto da igreja que frequenta como calmante de ultimo recurso, ‘não vá ser verdade o que ouvem!’.

Considero bastante melhor o que muitos pastores fazem, isto os que ainda têm uma réstia de verdade nas suas congregações: ‘abdicam’ das suas verdades, confiando que se algo de verdade têm, Deus lhes levará de volta ao bom de doutrina que tinham, depois de encontrarem a realidade do Seu poder de conversão ilimitado. Se por acaso confessarem os seus pecados a Deus, com ou sem alguém, e os públicos a Deus e a quem de direito, será praticamente impossível entrarem por algum caminho erróneo. Deus nunca se afastará de alguém que se exponha à Sua luz, disso tenho eu a certeza.

Há algo que nunca, mas nunca mesmo, se poderão esquecer. Deus não abdicará nunca que a vida dum pastor Seu esteja sempre e totalmente exposta à Sua luz, nem esse pastor deveria desejar qualquer coisa inferior a isso. A candeia terá de estar sempre em exposição constante.

O medo de errar  ou de estar exposto, não deverá constituir ameaça à sua fé, já que só lhe trará benefícios, em meu entender. Por um lado constitui um desafio à sua própria fé, ‘desafiando’ Deus a manifestar-se e a ser real nos crentes da sua igreja, para não falar na sua própria vida. Não constituindo uma ameaça à verdade, não o será também para o rebanho. Tenha em conta que o que estará exposto para os crentes verem e o que Deus permitirá que vejam, será a sua identidade de verdade e de sinceridade, e não aquilo que expõe e confessa. Essa naturalidade não fingida de verdade em si será o que está exposto a quem o ouve, mais do que aquilo que ouvem - isto é, se quer que Deus realmente use a sua vida como chama que incendeie a palha que abunda nos corações de quem esteja exposto a si, neste caso. Isso será o que vão aprender, não só o que ouvem, mas também o que vêm. A autoridade que advém daquilo que diz, está revestida de verdade e nenhuma ameaça subsistirá contra essa Muralha e essa aureola que o protegem de qualquer engano por forte que seja, isto se souber esperar que seja o Senhor a expor todo e qualquer mal. Essa dependência do Senhor e do Seu Espírito é que passará cá para fora e que servirá de rumo a seguir por quem o ouve.

É muito importante superar as suas infantilidades e superabundar no poder de Quem prometeu viria a quem O esperasse incessantemente. Esse poder, porém, só será confiado se o próprio limpar a eira onde o trigo do Senhor será separado do joio antes do dia do Juízo. Não confundamos as coisas: o poder de Deus é em si o próprio fogo, e este tanto se manifesta agora, como se manifestará depois do fim do mundo para si ou para todos. Este fogo é e será vivo e real para quem nele queira viver. Quem nele não viva terá ainda menos luz e mais penumbra ao ser lançado nas trevas exteriores. Será uma morte eterna sem nunca se chegar ao estado de morto. Convenhamos que estar sempre a morrer sem nunca de facto morrermos, é um estado deveras agonizante e não importa para si nem para Deus se crê nisso ou não - o pior é que é verdade e se não a ver agora vê-la-á depois, mais cedo ou mais tarde. Só o poder de Deus o livrará do pecado que o destinará ao tal estado de desespero, seja o meu leitor crente, descrente grande ou pequeno. Os servos inúteis também lá irão parar juntamente com os hipócritas e os outros que só se vêm a si mesmos sem Deus e sem a sombra da Sua verdade, isso foi o que o Senhor nos garantiu nalgumas parábolas sobre servos que faziam da Sua propriedade o que bem entendiam.

 “...QUEM TEM OUVIDOS QUE OIÇA...” aquilo que se diz ás igrejas por esse mundo fora. Amém.

José Mateus
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