NINGUÉM VAI FICAR A SABER SE DEUS É REALMENTE DEUS SEM FICAR
QUIETO
“Aquietai-vos,
e sabei que eu sou Deus”; “ao qual disse: Este é o descanso,
dai descanso ao cansado; e este é o refrigério; mas não
quiseram ouvir”; “E a obra da justiça será paz; e o efeito
da justiça será sossego e segurança para sempre. O meu povo
habitará em morada de paz, em moradas bem seguras e em
lugares quietos de descanso”; “Mas os ímpios são como o mar
agitado; pois não pode estar quieto”,
Sal.46:10; Is.28:12; 32:17-18;
57:20
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Ficar quieto: Do que se trata? Quem pode? Do
que devemos ficar quietos? Quietude é passividade? Como
se chega a ela?
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O sossego é, em sua maioria (ou em sua fase
inicial), um sossego de consciência. Sem esse sossego
tornar-se real, puro e autónomo nunca alguém achará o
sossego (quietude) da confiança, o conforto da esperança
e a paz da alegria que Deus dá. Essas moradas de sossego
aparecem após a consciência haver sido limpa,
tranquilizada e renovada pelo perdão. Sua consciência
está realmente tranquila, ou é forçada a calar-se e a
ficar quieta? Sua consciência faz parte dos gestores de
sua vida ou é escravizada e emudecida a toda força e à
custa das forças maiores dos prazeres, das
conveniências, dos orgulhos, das faltas de submissão,
etc? Uma das coisas que não podemos ser nós a
tranquilizar é a nossa consciência. Se você segurar a
agulha da escala de Richter para ela não se mexer, isso
significaria que não existe terramoto? Podemos tentar
tranquilizar o nosso coração no medo, na expectativa, na
alegria, etc. Mas, nunca se atreva a intervir ou a
interferir com sua consciência, dando-lhe ordens, se não
quiser que a ira de Deus caia sobre sua cabeça em algum
momento que não espera. A consciência é e será sempre o
garante da sua paz. Nenhum governo/estado justo
interfere com os pareceres daquele tipo de justiça que
os céus aplaudem. Desse mesmo modo, não podemos
interferir com os argumentos de nossa consciência à luz
de Deus. Ela é autónoma e independente. Por essa razão
deve estar sempre bem instruída com os conhecimentos de
Deus. O que é errado é errado e ponto final! “Mas, os
ímpios são como o mar agitado… não conseguem ficar
quietos”. Se você não tem paz e sossego de consciência
quando Deus opera em si, não busque obter essa paz por
via de meios fraudulentos: limpe sua vida para poder
sossegar. Não tente ter paz e ser ímpio ao mesmo tempo
sob pena de tornar-se uma fraude de criatura. Entregue
de volta tudo aquilo que roubou, confesse as mentiras
que contou a quem as contou e não deixe pedra sobre
pedra em nenhum canto de toda a sua vida. Só depois
disso estará pronto e apto para entender e receber os
outros tipos de sossego e descanso, os quais surgem
vindos de outras virtudes que nascem de uma comunhão
directa e real com Jesus.
“E a obra da justiça será paz; e o efeito da justiça
será sossego e segurança para sempre. O meu povo
habitará em morada de paz, em moradas bem seguras e em
lugares quietos de descanso”. Existem várias moradas de
paz, isto é, paz de consciência (a inicial), paz na
segurança, na certeza, paz devido ao amor para com Deus
e o próximo, etc.
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Também existe uma forma de “quietude” no mundo. Não é
essa paz que Jesus dá. Na verdade, a paz de Jesus EM NÓS
não leva em conta nenhuma circunstância externa. No
mundo teremos aflições. Deixem-me explicar: num
cemitério, existe tranquilidade absoluta, pois, lá
ninguém se mexe. São todos mortos! Não é essa a paz que
Jesus prometeu. O que Jesus promete é paz em seres
viventes e não para mortos. Outro exemplo: uma máquina
parada não tem fricção, pois, não funciona. Água parada
não tem correntes perigosas, mas, apodrece e não servirá
para beber. Não é esse tipo de paz
que
Jesus veio trazer-nos. “Não
penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas,
espada. Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu
pai, a filha contra sua mãe e a nora contra sua sogra; e
assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa.
Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de
mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim, não é
digno de mim. E quem não toma a sua cruz e não segue após
mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á e
quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á”,
Mat 10:34-39.
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Existem várias condições para termos essa paz de Deus. E
também existem condições favoráveis a uma paz do mundo
em quem não está com Deus, aquela paz que o mundo é
capaz de dar. Vamos analisar duas situações: uma na
presença de Deus QUANDO JESUS É REALMENTE REAL; a outra
fora dessa presença. Se eu estiver na presença de Deus,
preciso estar realmente limpo para me sentir bem ali. Se
minha vida estiver suja, estarei inquieto diante dele.
Imagine, por exemplo, estar na presença de alguém a quem
você roubou e que essa pessoa sabe o que você lhe fez.
Não se sentirá incomodado na presença de tal pessoa? Ou,
imagine-se odiando alguém e estar na sua presença. Isso
não o incomodaria? A Bíblia afirma que amor ao pecado é
inimizade contra Deus e só se manifestará na real
presença d’Ele. Fora dessa presença essa inimizade
estará hibernando. Como é que você se sentiria na
presença de seu inimigo poderoso? Agora, a
outra situação fora da presença de Deus. Se for uma
pessoa santa, como se sentirá no meio do mundo? E se
quiser esconder pecados, não se sentirá em “paz” longe
de Deus? “…Os
tempos de refrigério, da presença do Senhor”,
Act.3:19.
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Como vê, esta quietude não pode e nem deve ser forçada,
mentirosa, fraudulenta e nem remendada (atenuada) e tem
de existe na presença de Deus – nunca fora dela.
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Na
presença de Deus estamos seguros pela realidade e não
apenas pela intuição e entendimento das coisas. O
entendimento existe, mas, a realidade também. Se existem
muitos problemas à nossa volta e Deus nos assegura que
está connosco (não a nível de sentimento e sim da
realidade), é óbvio que a nossa paz será grande e
ninguém a entenderá, a menos que experimentem a mesma
presença de Jesus.
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Uma
das razoes para a falta de paz nas pessoas, também é
terem as coisas trocadas. Por exemplo, falam de amor
quando são amadas, isto é, quando é amor para elas; mas,
sabemos que, quando Deus fala de amor e principalmente
do Seu amor derramado em nós, refere-se ao amor que sai
de nós para com Deus e o próximo e nunca no sentido
inverso. Se estivesse falando do sentido inverso,
falaria apenas com nosso próximo e não connosco. Logo,
quando alguém se candidata ao amor de Deus para ser
amado, não experimentará a paz, pois, tenta funcionar de
maneira contrária e invertida ao normal funcionamento
das coisas. As coisas só funcionam da maneira que foram
feitas para funcionar. Amor e egoísmo são coisas opostas
- não são amistosas e nem estarão em paz dentro do mesmo
coração. Não se admire de não ter paz na presença de
Deus quando quer ou procura ser amado, entendido,
apreciado, etc. Por isso, a pessoa que quer amor
para si própria, entra em contradição e coloca dois
touros a lutar no mesmo curral (coração). O egoísmo não
é amor – é o oposto do amor. Haverá paz nesse coração,
no meio de tanto conflito? Quando fala em Deus, busca o
seu próprio proveito ou o de Jesus?
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O
mesmo se pode dizer da fé: você crê somente quando o seu
braço de carne consegue fazer as coisas? É óbvio que, se
Deus entrar em cena, você será uma pessoa instável e
inconstante se for dependente da carne ou de sua força e
visão, pois, Ele não vai usar aquilo em que você é capaz
de confiar. Logo, haverá conflito em seu interior assim
que Deus intervir. Você consegue realmente estar
tranquilo e consciente na presença d’Ele e com a
actuação de Deus ao mesmo tempo? Ou só sente
tranquilidade quando Deus não intervém directamente nas
coisas? Ou só quando é você quem tem total controle das
situações?
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Você
consegue realmente viver na presença de Deus e, ainda
assim, ser uma criatura tranquila e aquietada? Amem.
JOSÉ MATEUS
zemateus@msn.com