VIGIAR (E ORAR)
“Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis
quando chegará o tempo…”, Mar.13:33.
1. A função de um
vigia é estar avisado para avisar. O vigia vê o mal chegar antes que chegue. Um
bom vigia não engana quem protege. E sabemos como isto é difícil, pois, todas as
pessoas têm ideias e alternativas formadas em suas cabeças de como as coisas
poderão funcionar ou acontecer. Isto é, são pessimistas ou optimistas; dão
palpites e encorajamentos conforme seus desejos; acham-se sábios e sua
‘sabedoria’ impede-os de escutar Deus; não crêem nos sinais dos tempos porque
viram a cara para outro lado mais conveniente e, assim, recusam ver os perigos,
preferindo viver num mundo próprio onde se tapa o sol com a peneira; outros só
expressam a amargura e as ameaças quando Deus quer dar a conhecer beleza; se
estão zangados ou com raiva, gostariam de ver certos sentimentos de amargura,
ressentimentos e vingança serem satisfeitos. “E
vós, senhores, fazei o mesmo para com eles, deixando as ameaças, sabendo também
que o SENHOR deles e vosso está no céu e que para com ele não”, Ef.6:9. E quem diz raiva pode dizer sentimentos opostos
como de esperanças falsas, expectativas mundanas, etc.
2. Um dos principais
problemas dum vigia é a tendência para a antevisão. Sabemos como Deus condena a
adivinhação e os prognósticos que não vêm dele. E, também, sabemos como é
difícil fazer qualquer antevisão correcta com excepção daquelas que nos chegam
de Deus. Mas, tudo que verdadeiramente nos chega de Deus não são prognósticos e
antes anúncios. Nos humanos, a teimosia do coração e as ideias formadas não são
uma boa combinação – muito menos a teimosia nos que estão certos sobre algum
assunto! Outro problema é as pessoas acharem-se inseguras quando não têm uma
noção do que se irá passar a seguir. Não conseguem confiar no Senhor. A
preocupação é nada mais nada menos que ocupação precoce.
3. Logo, um vigia
precisa dar avisos correctos, alertas precisos e
sabemos que só a intimidade com Jesus resolverá esse problema. E uma das
condições para sermos bons vigias, será abstermo-nos de opiniões próprias e
palpites sobre aquilo que não sabemos. Um coração que se expressa rápido é um
dos maiores tropeços para a santidade da boca, da expressão e da língua é o
principal obstáculo para um bom vigia também.
4. Outro problema
para um bom vigia: as ocupações paralelas. O que você diria de uma vigia que
abandona o seu posto para ir arranjar as unhas? Ou deixasse Deus na mão porque o
telefone tocou? Deus querendo falar e antes de falar a pessoa sai de seu posto.
Se você está de joelhos esperando uma resposta de Deus, deve vigiar para quando
seu melhor amigo ligar, ou se houver um acidente na rua, ou acontecer qualquer
outra coisa que tenha a capacidade de tirá-lo do seu posto de observação. “SOBRE a minha
guarda estarei e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que
falará a mim e o que eu responderei quando eu for arguido”, Hab.2:1.
5. Para vigiar precisamos estar na
luz - não apenas estar na luz e viver dela, mas, estar acostumados com ela como
se nunca tivéssemos vivido outra vida. A luz revela tudo. Então, nenhum vigia
pode ter hábitos de encobrir, de defender-se, de alterar o que disse com o que
não disse, etc. Essas são as maneiras e os modos de andar em trevas e de viver
delas e de conviver com elas. Essa forma de viver é precisamente o oposto de
andar na luz. “Vinde, ó casa de Jacó
e andemos na luz do SENHOR”, Is.2:5.
6. Não temos apenas
um dever de vigiar sobre o nosso exterior e de zelar sobre as vidas dos outros,
como devemos vigiar nosso coração por causa dos negativismos, dos positivismos e
outros “ismos” que vão surgindo em uma mente
facilmente tentada por Satanás.
7. “Põe, ó SENHOR, uma guarda à minha boca; guarda
a porta dos meus lábios”, Sal.141:3. É verdade
que existem guardas que barram as entradas e as saídas
todas. Mas, também existem guardas desleixados que
deixam passar tudo que entra e sai da boca. Em qual das categorias você cai? É
daqueles que não fala a verdade quando deve falar? Ou é daquele que fala de tudo
por tudo e por nada?
8. Quem não sabe vigiar – ou quem não consegue
vigiar – não saberá orar. Amem.
JOSÉ MATEUS
zemateus@msn.com