Rosalind Goforth

A escritora ponderou e orou bastante antes de conseguir a coragem para escrever, mas muitos detalhes deste registro podem ser melhor entendidos depois de saber algo. Por quarenta e nove anos foi grande companheira de Jonathan Goforth e mãe de seus onze filhos.

Nasci perto de Kensington Gardens, Londres, Inglaterra a 6 de mio de 1864, indo para Montreal, Canadá com meus pais, três anos depois. Desde minha infância passei a maior parte do tempo junto ao cavalete do meu pai artista, o qual pensava que eu também deveria ser artista. Minha educação, alem de artes, foi recebida principalmente de escolas particulares ou de minha própria mãe. Em Maio de 1885, formei-me na Escola de Artes de Toronto e comecei a preparar-me para partir, no Outono, para Londres e completar meus estudos em artes... Quem ler isto deve imaginar como eu poderia ter sido a escolha de Deus para um homem tal como Jonathan Goforth. O que precede, no entanto, é apenas metade da história. Aqui está o outro lado. Quanto tinha 12 anos ouvi Sr. Alfred Sandham pregar em uma reunião de avivamento sobre João 3:16. Como ele mostrou a figura de um Deus de amor com grande intensidade e fervor, eu decidi-me por Jesus Cristo e levantei-me, entre outros, confessando-o publicamente como meu Senhor. No caminho de volta da reunião eu pensei vez após vez quão tola eu havia sido em acreditar que Cristo realmente me receberia. Então, na manhã seguinte, peguei minha bíblia e folhei as páginas várias vezes, orei para que encontrasse alguma palavra  que me desse certeza que Cristo realmente me havia recebido. Por fim, deparei-me com João 6:37 “Aquele que vem a mim eu de forma alguma lançarei fora”. Aquelas palavras acabaram com aquelas dúvidas. Mas, outra dúvida surgiu. Pensei que era muito jovem para ser recebida e de novo fui para a Bíblia e folheei suas paginas para ver se encontrava alguma mensagem para acabar com esse problema, e encontrei, depois de procurar por bastante tempo estas palavras: “Aqueles que me buscam cedo, me acham” Pv 8:17. Nestes dois textos eu me fortaleci e nunca mais duvidei que era filha de Deus.

Desde então, com o passar dos anos, parece que duas coisas contendiam dentro de mim. Uma era as artes e a outra era um intenso desejo de servir o Senhor a quem havia me entregue.

No inicio de 1885, ainda com vinte anos de idade, comecei a orar ao Senhor que, se Ele quisesse que me casasse, que ele me guiasse a alguém totalmente entregue a Ele e a seu serviço. Não queria nenhum outro. Em um domingo de Junho daquele ano, um estranho veio substituir nosso professor das aulas bíblicas. Este estranho, Sr. Henry O´Brien, veio a mim com alguns hinos, já que eu era organista. Três anos depois, duas festas cruzavam o lago no mesmo navio, um era um picnic de artes com destino às Cataratas do Niágara, o outro com destino a Conferência Bíblica no lago do Niágara, eu estava no primeiro grupo, mas, meu coração estava com os que certamente estavam tendo um maravilhoso tempo espiritual naquela conferencia Bíblica. Aquela noite, ambos grupos retornaram no mesmo navio. Eu estava sentada no círculo dos artistas ao lado de meu irmão quando o Sr. Henry O´Brien tocou-me dizendo: Por você ter sido minha organista no último domingo, você precisa estar numa missão conosco no próximo sábado. Nós teremos um encontro e chá com os missionários e eu gostaria que você conhecesse todos. Eu estava a ponto de dizer que isso seria impossível quando meu irmão sussurrou: você não tem tempo, nós vamos para Inglaterra. Parcialmente para mostrar a ele que eu poderia fazer o que quisesse, disse ao Sr. O´Brien: muito bem, espere-me no sábado.

Assim que Sr. O´brien se virou para ir, chamou por um homem que me pareceu bastante mal vestido, a quem ele apresentou como Jonathan Goforth, nosso missionário urbano. Eu, no entanto, esqueci-me do maltrapilho de suas roupas, pelo maravilhoso desafio em seus olhos.

No sábado seguinte eu estava na praça dos missionários, na União dos Missionários de Toronto. Cadeiras estavam encostadas nas paredes, mas, o centro estava vazio. Logo que a reunião estava para começar, Jonathan Goforth foi chamado para fora da sala. Ele estava sentado do outro lado da fileira com algumas pessoas entre nós. Assim que ele se levantou, deixou a sua bíblia na cadeira. Então, algo aconteceu que eu não posso explicar, nem tentar desculpar. De repente, senti-me literalmente impelida para passar as quatro ou cinco pessoas, pegar sua Bíblia dele e retornar para o meu lugar. Rapidamente folheei as paginas e vi o livro (Biblia) gasto quase a despedaçar e marcado de página a página. Fechando-o rapidamente coloquei-o de volta sobre a cadeira e retornei ao meu lugar tentando parecer muito inocente. Isso tudo aconteceu em poucos minutos, mas, assim que eu me sentei eu disse a mim mesma: este é o homem com quem eu gostaria de me casar. Aquele mesmo dia eu fui escolhida para abrir uma nova missão a leste de Toronto. Jonathan Goforth foi também escolhido. Nas semanas seguintes, eu tive muitas oportunidades de ver a grandeza do homem que nem mesmo o maltrapilho exterior poderia esconder. Foi então, no Outono, que ele perguntou: “você uniria sua vida à minha para a China?” Minha resposta foi, “Sim”, sem um momento de hesitação. Mas, alguns dias depois, ele disse-me:  “Você me dará sua promessa que sempre irá permitir que eu ponha o Senhor e sua obra em primeiro lugar, acima de você?” Engoli em seco antes de responder “Sim, sempre”. Afinal, não foi por um marido assim que eu havia orado?

Poucos dias depois de minha promessa ter sido dada, o primeiro teste em mantê-la chegou. Começava a sonhar com uma linda aliança de casamento, que logo seria minha. Então Jonathan veio a mim e disse:, “Você não se importaria, se eu não te desse uma aliança de casamento, importaria?” Ele contou-me com grande entusiasmo sobre a distribuição de livros e panfletos na China vindos de seu quarto na Faculdade Knox. Cada centavo era necessário para aquele importante trabalho. Assim que eu ouvi e vi sua face brilhando, o sonho que me alegrava de ter uma linda aliança acabou-se. Essa foi minha primeira lição sobre reais valores. No fim de dois anos, que foram dados para missão nas vilas do Final Leste, as artes praticamente saíram da minha vida e, em seu lugar, veio um profundo desejo de ser uma valorosa esposa e parceira de alguém totalmente rendido ao Divino Mestre, como sabia que Jonathan Goforth era.